29.04.2013 Views

ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

coisa, deixara-<strong>se</strong> vencer pelo lálio. Os monocrónieos são mais melódicos,<br />

mas freqüentemente tem pouca fantasia: os policrónicos parecem<br />

mais criativos, mas muitas vezes são trapalhões e volúveis. Mas.<br />

<strong>se</strong> formos analisar a biografia dos grandes homens, encontramos<br />

policrónicos c monocrómcos.<br />

124<br />

IV. O PLANO DE TRABALHO Ji A ELABORAÇÃO DE<br />

FTCHAS<br />

rv.1. O índice como hipóte<strong>se</strong> de trabalho<br />

Uma cias primeiras coisas a <strong>faz</strong>er para começar a trabalhar n<strong>uma</strong><br />

le<strong>se</strong> ú escrever o lílulo. a introdução e o índice final — ou <strong>se</strong>ja.<br />

cxaciarnenle as coisas que qualquer autor fará no fim. Este con<strong>se</strong>lho<br />

parece paradoxal: começar pelo fim? Mas quem dis<strong>se</strong> que o<br />

índice vinha no fim? Rrn eerios <strong>livro</strong>s vem no princípio, de modo<br />

que o leitor possa <strong>faz</strong>er logo <strong>uma</strong> idéia daquilo que irá encontrar na<br />

leitura. Por outras palavras, redigir iogo o índice como hipóte<strong>se</strong> de<br />

trabalho <strong>se</strong>rve para definir imediatamente o âmbito da te<strong>se</strong>.<br />

Poderá objectar-<strong>se</strong> que. à medida que o trabalho avançar, este índice<br />

hipotético terá de <strong>se</strong>r reestruturado várias vezes e talvez mesmo assumir<br />

<strong>uma</strong> forma totalmente diversa. Certamente, mas essa reestruturação<br />

far-<strong>se</strong>-á melhor <strong>se</strong> <strong>se</strong> tiver um ponto de partida a reeslruiurar.<br />

Imaginemos que temos de <strong>faz</strong>er <strong>uma</strong> viagem de automóvel de um<br />

milhar de quilômetros, para o que dispomos de <strong>uma</strong> <strong>se</strong>mana. Mesmo<br />

estando de férias, não iremos sair de casa às cegas tomando a primeira<br />

direcçào que nos apareça. Faríamos um plano geral. Pensaríamos tomar<br />

a estrada de Müao-Nápoles (Auto-estrada do Sol), <strong>faz</strong>endo desvios em<br />

Florença, Siena e Arezzo, <strong>uma</strong> paragem mais longa em Roma e <strong>uma</strong> visita<br />

a Montecassino. Se. depois, ao longo da viagem, verificarmos que Siena<br />

nos lomou mais tempo do que o previsto ou que. além de Siena. valia a<br />

pena visiiar San Giminiano. decidiremos eliminar Montecassino. Chegados<br />

a ÀrezzO, poderia vir-nos à cabeça tomar a direcçào leste, ao contrário do<br />

previsto, e visitar Urbino. Perugia. Assis e Gubbio. Islo quer dizer que<br />

— por razões perfeitamente válidas alterámos o nosso trajecto a meio<br />

da viagem. Mas foi es<strong>se</strong> trajecto que modificámos, e não nenhum trajecto.<br />

125

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!