29.04.2013 Views

ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

pelo próprio Monlano, OUtrOS por Delia Volpe, outros ainda no volume<br />

antológico da l.alerza.<br />

Vcjo-mc remetido para o Maneirismo. Emerge agora dc um modo<br />

muito significativo a referência à Idea de Panofsky. Mais <strong>uma</strong> vez<br />

a obra dc Morpurgo-Tagliabue. Pergunto-me <strong>se</strong> não sc devia saber<br />

alg<strong>uma</strong> coisa mais sobre os tratadistas maneiristas — Scrlio, Dolce.<br />

Zuccari. Lornazzo, Vasari — mas isso levar-me-ia às artes figurativas<br />

e à arquitectura. e talvez <strong>se</strong>jam suficientes alguns textos históricos<br />

como Wólfflin, Panofsky. Schlos<strong>se</strong>r ou. mais recentemente.<br />

Battisti. Não posso deixar de registar a importância de autores não<br />

italianos como Sidney, Shakespeare. Cervantes...<br />

Volto a encontrar, citados como autores fundamentais. Curtius.<br />

Schlos<strong>se</strong>r. Hau<strong>se</strong>r. italianos como Calcaterra. Getto. Anceschi, Praz,<br />

Ulivi. Marzot e Raimondi. O círculo aperta-<strong>se</strong>. Certos nomes são<br />

citados por todos.<br />

Para tomar alento, torno a folhear o catálogo por autores: vejo<br />

que o célebre <strong>livro</strong> de Curtius sobre a literatura européia e a Idade<br />

Média Latina existe em tradução francesa, em vez de em alemão: a<br />

Letterarura artística de Schlos<strong>se</strong>r já vimos que há. Enquanto procuro<br />

a Stòfia sociale deli'arte de Araold Hau<strong>se</strong>r (e é estranho que<br />

não haja. dado que existe também em edição de bolso), encontro do<br />

mesmo autor a tradução italiana da obra fundamental sobre o<br />

Maneirismo c ainda, para não sair do tema. a Idea de Panofsky.<br />

Encontro La Poética dei 500 dc Delia Volpe. // <strong>se</strong>cenrisino nella<br />

critica de Santangelo. o artigo «Rinascimento. aristotelismo e barocco^<br />

de Zonta. Através do nome dc Helmuth Haizleld. encontro <strong>uma</strong><br />

obra de vários autores, preciosa cm muitos outros aspectos La critica<br />

stüistica e il barocco letteraria, Atti dei M Congresso internazionale<br />

di studi italiani. Firenze, 1957. As minhas expectativas ficam<br />

frustradas relativamente a <strong>uma</strong> obra, que parece importante, de<br />

Carmine Jannaco. o volume Seicenio da história literária Vallardi.<br />

os <strong>livro</strong>s de Praz. os estudos de Rous<strong>se</strong>t e Tapié, o já referido Retórico<br />

e Barocco com o ensaio de Morpurgo-Tagliabue. as obras de Eugênio<br />

D'Ors. de Menendez y Pelayo. Em resumo, a biblioteca dc Alexandria<br />

não é a Biblioteca do Congresso de Washington, nem <strong>se</strong>quer<br />

a Braidcnsc de Milão, mas o facto é que já con<strong>se</strong>gui trinta e cinco<br />

<strong>livro</strong>s certos, o que não é nada mau para começar. E a coisa não<br />

acaba aqui.<br />

Com efeito, por vezes basta encontrar um só texto para resolver<br />

toda <strong>uma</strong> série de problemas. Continuando a examinar o catálogo<br />

116<br />

por autores, decido dar <strong>uma</strong> vista de olhos (<strong>uma</strong> vez que há e que<br />

me parece <strong>uma</strong> obra de consulta básica) à «La polemica sul barocco»<br />

de Giovanni Getto, in AAVV. Letteratura italiana — IM correnti,<br />

vol. 1, Milano. Marzorati. 195Ó. E vejo que <strong>se</strong> trata de um estudo<br />

de qua<strong>se</strong> cem páginas e de excepcional importância. Com efeito,<br />

vem aí relatada a polemica sobre o barroquismo desde então até<br />

hoje. Verifico que todos discutiram o barroco, desde Gravina Muratori.<br />

Tiraboschi. Bettinelli. Baretti. Alfieri. Cesarotti. Cantü, Gioberti, De<br />

Sanctis. Manzoni. Mazzini. Leopardi e Carducci até Curzio Malaparte<br />

e aos autores que eu já tinha registado. E Getto apre<strong>se</strong>nta extensos<br />

trechos da maior parte destes autores, de tal modo que me surge um<br />

problema. Se vou apre<strong>se</strong>ntar <strong>uma</strong> te<strong>se</strong> sobre a polêmica histórica<br />

sobre o barroco, terei de procurar todos estes autores: mas <strong>se</strong> trabalhar<br />

sobre textos da época, ou sobre interpretações contemporâneas,<br />

ninguém me exigirá que faça um trabalho tão vasto (que, além<br />

disso, já foi feito e muito bem: a menos que queira <strong>faz</strong>er <strong>uma</strong> te<strong>se</strong><br />

dc alia originalidade científica, que me tomará muitos anos de trabalho,<br />

mesmo para demonstrar que a pesquisa de Getto é insuficiente<br />

ou mal perspectivada; mas, geralmente, trabalhos deste gênero<br />

requerem maior experiência). E, assim, o trabalho de Getto <strong>se</strong>rve-<br />

-rne para obter <strong>uma</strong> documentação suficiente sobre tudo aquilo que<br />

não virá a constituir lema específico da minha le<strong>se</strong>. mas que não<br />

poderá deixar dc <strong>se</strong>r aflorado. Assim, trabalhos deste gênero deverão<br />

dar lugar a <strong>uma</strong> série dc fichas, ou <strong>se</strong>ja, vou <strong>faz</strong>er <strong>uma</strong> sobre<br />

Muratori. outra sobre Cesarotti, outra sobre I-copardi. e assim por<br />

diante, anotando a obra cm que tenham dado a sua opinião sobre o<br />

Barroco c copiando, cm cada ficha, o resumo respectivo fornecido<br />

por Getto, com as citações (sublinhando, evidentemente, cm rodapé<br />

que o material foi retirado deste ensaio de Getto). Se depois utilizai'<br />

este material na te<strong>se</strong>. <strong>uma</strong> vez que sc tratará dc informações dc<br />

<strong>se</strong>gunda mão. deverei <strong>se</strong>mpre assinalar em nota «cit. in Getto. etc.»:<br />

e isto não só por honestidade, mas também por prudência, <strong>uma</strong> vez<br />

que não fui verificar as citações e, portanto, não <strong>se</strong>rei responsável<br />

por <strong>uma</strong> sua eventual imperfeição: referirei lealmente que as retirei<br />

de um outro estudioso, não estarei a fingir que verifiquei cu próprio<br />

tudo e ficarei tranqüilo. Evidentemente, mesmo quando confiamos<br />

num estudo precedente deste tipo. o ideal <strong>se</strong>ria voltar a verificar nos<br />

originais as diversas citações utilizadas, mas. voltamos a recordá-<br />

-lo. estamos apenas a fornecer um modelo de investigação feita com<br />

poucos meios e em pouco tempo.<br />

117

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!