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ECO, Umberto. Como se faz uma tese (livro - Sociologia e Política

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preender quais são as dimensões do problema na cultura européia,<br />

em Espanha, em Inglaterra, em França e na Alemanha. Volto a<br />

encontrar nomes apenas aflorados no artigo de Mario Praz tia<br />

Treccani e outros, de Bacon a Lily e Sidncy, Gracián. Gongora.<br />

Opitz. as teorias do wir, da agudeza, do engenho. Pode acontecer<br />

que a minha te<strong>se</strong> não tome em consideração o barroco europeu<br />

mas estas noções devem <strong>se</strong>rvir-me de pano de fundo. De qualquer<br />

forma, terei de ter <strong>uma</strong> bibliografia completa sobre todas estas coisas.<br />

O texto de Anceschi forneceu-me cerca de 250 títulos. Encontro<br />

a primeira lisla de <strong>livro</strong>s anteriores a 1946 e, em <strong>se</strong>guida, <strong>uma</strong><br />

bibliografia dividida por anos, de 1946 a 1958. Na primeira <strong>se</strong>cção<br />

volto a confirmar a importância dos estudos de Gctlo c Hatzfeld.<br />

do volume Retórica e Barocco (e aqui verifico que foi organizado<br />

por Enrico CastelU). enquanto já o texto me havia remetido para<br />

a obra de Wõlfflin, Croce (Benedetto) e D*Ors. Na <strong>se</strong>gunda <strong>se</strong>cção<br />

encontro <strong>uma</strong> série de títulos que — sublinhe-<strong>se</strong> — nào fui<br />

procurar todos no catálogo por autores, dado que a minha experiência<br />

<strong>se</strong> limitou a três tardes. De qualquer modo. verifico que há<br />

alguns autores estrangeiros que trataram o problema de vários pontos<br />

de vista e que terei obrigatoriamente de procurar: Curtius.<br />

Wellek, Ilau<strong>se</strong>r e Tapié; reenconoro Hocke. sou remetido para um<br />

Rinascimento e Barocco de Eugênio Battisti. para as relações com<br />

as poéticas artísticas, volto a verificar a importância de Morpurgo-<br />

-Tagliabue. e dou-me conta de que lerei também de ver o trabalho<br />

de Delia Volpe sobre os comentadores renascentistas da Poética<br />

aristotélica.<br />

Esta possibilidade deveria convencer-me a ver também (ainda no<br />

volume Marzorati, que tenho na mão) o extenso ensaio de Cesare<br />

Vasoli sobre a estética do H<strong>uma</strong>nismo e do Renascimento. Já tinha<br />

encontrado o nome de Vasoli na bibliografia de Franco Croce. Pelos<br />

artigos de enciclopédia examinados sobre a metáfora, já me tinha<br />

dado conta, c deverei tê-lo registado, que o problema surge já na<br />

Poética e na Retórica de Aristóteles: e agora aprendo em Vasoli que<br />

no século XVI houve <strong>uma</strong> série de comentadores da Poética e da<br />

Retórica; e isto não é tudo. pois vejo que entre esles comentadores<br />

e tratadistas barrocos <strong>se</strong> encontram os teóricos do Maneirismo. que<br />

já tratam o problema do engenho e da idéia, que também já tinha<br />

vislo aflorar nas páginas sobre o barroco que tinha lido por alto.<br />

Deveria impressionar-me. entre outras coisas, a recorrência de citações<br />

<strong>se</strong>melhantes e de nomes como Schlos<strong>se</strong>r.<br />

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Será que a minha te<strong>se</strong> começa a correr o risco de <strong>se</strong> tomar<br />

demasiado vasta? Não. terei simplesmente dc delimitar muito bem<br />

o cerne do meu interes<strong>se</strong> c trabalhar num aspecto específico, pois<br />

de outro modo teria mesmo dc ver tudo; mas, por outro lado, não<br />

deverei perder de vista o panorama global, pelo que terei de examinar<br />

muitos destes textos, pelo menos para ter informações de<br />

<strong>se</strong>gunda mão.<br />

ü extenso texto dc Anceschi leva-me a ver também as outras<br />

obras deste autor sobre o tema. Registarei sucessivamente Da Bacone<br />

a Kant, idea dei Rarocco e um artigo sobre «Gusto e gênio dei<br />

Barloli». Em Alexandria encontrarei apenas este último artigo e o<br />

<strong>livro</strong> Da Bacone a Kant.<br />

Nesta altura consulto o estudo de Rocco Montano. «L'estética<br />

dei rinascimento c dei barocco». no volume XI da Grande antologia<br />

filosófica Marzorati, dedicado ao Pensiero dei Rinascimento e<br />

delia Riforma.<br />

Apercebo-me imediatamente de que não <strong>se</strong> trata apenas de um<br />

estudo, mas dc <strong>uma</strong> antologia de trechos, muitos dos quais de grande<br />

utilidade para o meu trabalho. E vejo mais <strong>uma</strong> vez como são estreitas<br />

as relações entre estudiosos renascentistas da Poética, maneiristas<br />

e tratadistas barrocos. Encontro ainda <strong>uma</strong> referência a <strong>uma</strong> antologia<br />

da I.atcrza em dois volumes, Trauatisti d'arte tra Manierismo<br />

e Controrifonna. Enquanto procuro este título no catálogo de<br />

Alexandria, folheando aqui e ali, verifico que nesta biblioteca há<br />

ainda <strong>uma</strong> outra antologia publicada pela Laterza: Trattati di poética<br />

c. retórica dei 600. Não <strong>se</strong>i <strong>se</strong> terei de recorrer a informações<br />

dc primeira mão sobre este tema. mas. por prudência, faço <strong>uma</strong> ficha<br />

do Hvfo. Agora <strong>se</strong>i que existe.<br />

Voltando a Montano e à sua bibliografia, tenho de <strong>faz</strong>er um certo<br />

trabalho de reconstituição, porque as indicações estão espalhadas<br />

por vários capímios. Volto a encontrar muitos dos nomes já conhecidos,<br />

vejo que terei de procurar alg<strong>uma</strong>s histórias clássicas da<br />

estética como as obras de Bosanquet. Saintsbury. Gilberi c Kuhn.<br />

Dou-me conta de que para saber muitas coisas sobre o barroco espanhol<br />

terei de encontrai" a imensa Historia de Ias ideas estéticas en<br />

Espana, de Marcelino Menendez y Pelayo.<br />

Anoto, por prudência, os nomes dos comentadores quinhentistas<br />

da Poética (Robortello, Castelvetro, Scaligero, Segni, Cavalcanti.<br />

Maggi, Varchi. Vettori, Speroni, Mintumo, Piccolomini. Giraldi,<br />

Cinzio. etc). Verei depois que alguns estão reunidos em antologia<br />

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