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Documento 21 – Consulta do Conselho Ultramarino ao rei D. João ...

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AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 1<br />

<strong>Documento</strong> <strong>21</strong> <strong>–</strong> <strong>Consulta</strong> <strong>do</strong> <strong>Conselho</strong> <strong>Ultramarino</strong> <strong>ao</strong> <strong>rei</strong> D. <strong>João</strong> V sobre o<br />

requerimento <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>r-geral para a vila das Alagoas, bacharel Manuel de Almeida<br />

Matoso em que pede ordem para poder suspender seu antecessor <strong>João</strong> Viela <strong>do</strong><br />

Amaral no caso <strong>do</strong> juiz <strong>do</strong> Tombo, desembarga<strong>do</strong>r José de Lima Castro, não tirar<br />

residência <strong>ao</strong> mesmo ouvi<strong>do</strong>r. Anexo: requerimentos, provisões, consultas e cartas,<br />

representação e ofícios relativos à residência <strong>do</strong> ouvi<strong>do</strong>r-geral de Alagoas <strong>João</strong> Vilela<br />

<strong>do</strong> Amaral em razão das queixas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res e autoridades da vila <strong>do</strong> Porto Calvo<br />

<strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r de Pernambuco e <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil.<br />

AHU, Alagoas Avulsos, Cx. 1, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> [17 de outubro de 17<strong>21</strong>]<br />

[fl. 1]<br />

01 Senhor<br />

[sinal público]<br />

02 Por decreto de 16 <strong>do</strong> prezente mês d’anno pos-<br />

03 to na petição incluza <strong>do</strong> Bacharel Manoel de Almeida<br />

04 Mattozo, que está provi<strong>do</strong> no lugar de ouvi<strong>do</strong>r geral<br />

05 das Alagoas, hé Vossa Magestade servi<strong>do</strong> que se veja neste<br />

06 conselho, e com effeito se lhe consulte o que parecer, na<br />

07 qual pede a Vossa Magestade seja servi<strong>do</strong> mandar por<br />

08 sua especial orde[m] o que elle suspenda o seu ante-<br />

09 cessor, estan<strong>do</strong> vinte dias naquella comarca, sem<br />

10 que o sendicante a quem serem cometi<strong>do</strong> a sua<br />

11 Residencia, dentro delles a vá tirar.<br />

12 Pareceo <strong>ao</strong> <strong>Conselho</strong> reprezentar a Vossa Magestade<br />

13 que Manoel de Almeida Mattozo esta nomea<strong>do</strong><br />

14 a muitos tempos no lugar de ouvi<strong>do</strong>r geral das Alagoas<br />

15 e na fée de que elle o hia servir em Março <strong>do</strong> anno<br />

16 passa<strong>do</strong> se lhe passou ordem para tirar Rezidencia a<br />

17 seo antecessor Ioão Villela <strong>do</strong> Amaral porem como<br />

18 elle não foi no tempo que se esperava, e depois sobre<br />

19 viece as queixas de que se trata na consulta incluza<br />

20 contra o dito Ministro que elle hia sindicar em ma-<br />

<strong>21</strong> terias graves, e nos votos <strong>do</strong>s concelheiros Ioão Telles<br />

22 da Silva e Antonio Roiz da Costa refferidas na<br />

23 dita consulta, se fez prezente a Vossa Magestade que era de muito<br />

24 máo exemplo de que os Ministros que vão render<br />

25 <strong>ao</strong>s outros nos seos lugares thé tiracem as ditas Res-<br />

26 zidencias, pois tinha mostra<strong>do</strong> a experiência que<br />

27 ordinariamente se cobrem huns a outros e se não averi-<br />

28 guava a verdade como era conveniente, se seguin<strong>do</strong> se<br />

29 ficarem sem castigo os excessos e desordés que cometem<br />

30 no tempo <strong>do</strong> seo Lugar, o que este abuzo se dava total-<br />

31 mente émendar por benefficio <strong>do</strong>s povos, e <strong>do</strong> serviço<br />

32 de Vossa Magestade, e que como nesta occazião hia servir


[despacho acima]<br />

01 Como parece. Lisboa Ocidental<br />

02 25 de outubro de 17<strong>21</strong><br />

[rubrica]<br />

[fl. 1v]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 2<br />

01 de Iuiz <strong>do</strong> Tombo Iozeph de Lima castro, Minis-<br />

02 tro de toda a inteireza, e a vila das Alagoas, não fi-<br />

03 que em grande distancia que Vossa Magestade lhe encarregou<br />

04 se o tirar esta rezidencia, e que conhessa nella de to-<br />

05 das as queixas que se fazem contra este Ministro<br />

06 e que Logo fosse fazer esta deligencia por que desta sorte<br />

07 nem se demoraria o sendica<strong>do</strong>, nem o Ministro que<br />

08 vay servir este lugar, pois tanto que o sindicante<br />

09 entrasse na dita Rezidencia ficava suspenso seo<br />

10 antecessor e o dito Manoel de Almeida Mattozo pode<br />

11 entrar a servir logo o seo lugar, com os quaes votos<br />

12 se conformou Vossa Magestade fican<strong>do</strong> por este meyo supor<br />

13 mida[sic] a que se lhe tinha passa<strong>do</strong> para tirar a dita Residen-<br />

14 cia, e em vertude não só desta rezolução, mas tão<br />

15 bem da que se tomou no requerimento de Iozeph de Lima<br />

16 Castro, que sobe com esta as Reais mãos de Vossa Magestade se<br />

17 tem expedi<strong>do</strong> as ordens necessárias, dan<strong>do</strong> se outro<br />

18 si a providencia a que o dito Iozeph de Lima Castro<br />

19 assim como chegar a Pernambuco passe Logo para a vila das A-<br />

20 lagoas a fazer esta deligencia, em as expreções de que se<br />

<strong>21</strong> assim o não fizer que receberá Vossa Magestade deste hu grande<br />

22 disprazer provinin<strong>do</strong>se tão bem o expediente que<br />

23 no cazo que elle fallasse, o ouvi<strong>do</strong>r geral de Pernambuco<br />

24 Fernan<strong>do</strong> Luis Pe<strong>rei</strong>ra passe a vila das Alagoas <strong>ao</strong> mesmo<br />

25 effeito, cuja deligencia se thé recomenda com o mesmo<br />

26 aperto, com que a vista destas dispozições em que se tem<br />

27 acudi<strong>do</strong> a evitar se toda a demora em se tirar a dita Rezi-<br />

28 dencia, não tem Lugar o deffirir se <strong>ao</strong> Requerimento <strong>do</strong><br />

29 supplicante que hé estranho e nunca visto, nem prati-<br />

30 ca<strong>do</strong>, por que seria faltarse a toda a boa ordem de<br />

31 que se costuma usar em semelhantes deligencias. Lisboa<br />

32 Occidental 17 de Outubro de 17<strong>21</strong>.<br />

33 Antonio Roiz da Costa Jozeph de Carvalho Abreu<br />

34 Jozeph Gomes de Azeve<strong>do</strong> Manoel Luiz Rangel<br />

35 Luis de Mello da Silva


[fls. 2-2v, em branco]<br />

[fl. 3]<br />

01 [corroí<strong>do</strong>] de [corroí<strong>do</strong>]<br />

02 Do <strong>Conselho</strong> <strong>Ultramarino</strong><br />

03 Satisfasce <strong>ao</strong> que Sua Magestade sobre o requeri-<br />

04 mento <strong>do</strong> Bacharel Manoel de Almeida Mattozo<br />

05 e vão as consultas e maés papeis que se accuzão.<br />

06 Registros [ilegível] Registrada a folha 419 verso<br />

[fl. 4]<br />

01 Senhor<br />

[sinal público]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 3<br />

02 Dis o Bacharel Manoel de Almeida Mattozo que elle supplicante pella<br />

03 petiçam pellas Reprezentou a Vossa Magestade e suspendeste [corroí<strong>do</strong>]<br />

04 sem [corroí<strong>do</strong>] havia passa<strong>do</strong> folha que sem cauxa contra eles<br />

05 pello [corroí<strong>do</strong>] nos ministros ultramarinos da nossa nova or-<br />

06 dem para sindicar o antecessor <strong>do</strong> supplicante <strong>ao</strong> Bacharel Jozeph de<br />

07 Lima Castro que esta para ir fazer huns [corroí<strong>do</strong>] Pernam-<br />

08 buco nas [corroí<strong>do</strong>] Razão se passam [corroí<strong>do</strong>] outro ministro para or-<br />

09 dem com prejuiz<strong>do</strong> delle [corroí<strong>do</strong>] que por Vossa Magestade foi servi<strong>do</strong><br />

10 se tirar dita petiçam <strong>ao</strong> <strong>Conselho</strong> ultramar o fes o supplicante a petiçam<br />

11 [corroí<strong>do</strong>] em que não duvidava serem a Rezidencia [corroí<strong>do</strong>]<br />

12 antecessor qualquer ministro que Vossa Magestade for servi<strong>do</strong> pas-<br />

13 sar lhe <strong>ao</strong> supplicante ordem que estan<strong>do</strong> aprezenta<strong>do</strong> per tem-<br />

14 po de 20 dias na comarca das Alagoas para onde esta desposi-<br />

15 çoens[?] sem que o Sindicante dentro delles entre na dita delegencia<br />

16 [corroí<strong>do</strong>] possa suspender <strong>do</strong> dito seu antecessor ou Vossa Magestade<br />

17 passa [corroí<strong>do</strong>] termo havello por suspenço que de outra sorte<br />

18 não pode elle supplicante entrar de servir o dito Lugar e não<br />

19 he justo [corroí<strong>do</strong>] mandar despacha<strong>do</strong> há mais de um anno<br />

20 desservin<strong>do</strong> menção há nove mezes nesta corte fazen-<br />

<strong>21</strong> <strong>do</strong> excessivos gastos se [corroí<strong>do</strong>] <strong>do</strong> meu conselho de fazer<br />

22 a [corroí<strong>do</strong>] logo que estar a servir o dito Lu-<br />

23 gar, por ser factível poder falecer ou a<strong>do</strong>ecer o sin-<br />

24 dicante nomea<strong>do</strong> ou por outro qualquer empedimento não<br />

25 poder ir fazer a diligencia com a brevidade nessessaria, o que será<br />

26 de notaval prejuízo a elle supplicante pella delação que pode<br />

27 ter [corroí<strong>do</strong>] o recurso tão destante para dar qualquer com-<br />

28 ta o será nessessario hum anno ou <strong>do</strong>is para a sua rezolução em


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 4<br />

29 cujo tempo não por elle supplicante que gastar e perque a tão<br />

30 [corroí<strong>do</strong>] rezois não atende o tribunal como consta<br />

31 <strong>do</strong> despacho [corroí<strong>do</strong>] antes consta no supplicante se [corroí<strong>do</strong>]<br />

32 [corroí<strong>do</strong>] ordenava fazer outras deligencia a[corroí<strong>do</strong>]<br />

33 e outras partes e assim ficará esta mais demorada.<br />

34 Pede a Vossa Magestade<br />

[depacho acima]<br />

01 vejase no <strong>Conselho</strong> ultramarino e câmera e me com-<br />

02 sulte o que parecer. Lixboa Occidental 16 de Outubro<br />

03 de 172[ilegível]<br />

[fl. 4v]<br />

01 Pede a Vossa Magestade seja [corroí<strong>do</strong>]<br />

02 <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> mandar por sua espe[corroí<strong>do</strong>]<br />

03 [corroí<strong>do</strong>] que o supplicante sus[corroí<strong>do</strong>]<br />

04 antesessor estan<strong>do</strong> [corroí<strong>do</strong>] [da Vila]<br />

05 das Alagoas sem que o sindicante den-<br />

06 tro da Vila que vá tirar a re[ziden]cia para<br />

07 o que se mande consultar <strong>ao</strong>s [corroí<strong>do</strong>]<br />

08 requerimento com efeito, sen<strong>do</strong> nessessario<br />

[fls. 5-5v, em branco]<br />

[fl. 6]<br />

01 Petiçam de Manoel de Almeida Matozo<br />

[sinal público]<br />

[fl. 7]<br />

01 Senhor<br />

[sinal público]<br />

02 Diz o Bacharel Manoel de Almeida Mattozo que ele<br />

03 fez [corroí<strong>do</strong>] tem feito por Vossa Magestade que foi servi<strong>do</strong><br />

04 Remeter <strong>ao</strong> seu Tribunal para efeito de se lhe passar<br />

05 uma nova ordem para sindicar o ouvi<strong>do</strong>r das A-<br />

06 lagoas seu antesessor segun<strong>do</strong> he costume nos luga-<br />

07 res que [corroí<strong>do</strong>] na conformidade da primeira ordem<br />

08 que [corroí<strong>do</strong>] passa<strong>do</strong>; e por que elle supplicante com me<strong>do</strong><br />

09 de se não demorar na sorte <strong>do</strong> dito Lugar por algum im-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 5<br />

10 pedimento que o sindicante Jozeph de Lima Castro no<br />

11 vamente nomea<strong>do</strong> poderia ser o prejuízo que se lhe segue<br />

12 de sindica<strong>do</strong>[?] há mais [corroí<strong>do</strong>] sem ter<br />

13 mais[?] o dito lugar por sua nomeação [corroí<strong>do</strong>] da vi-<br />

14 da que [corroí<strong>do</strong>] sindicante vá tirar Rezidencia com tantas<br />

15 e faça no termo de 20[?] dias que chega<strong>do</strong> em o Pernam-<br />

16 buco [corroí<strong>do</strong>] passa elle supplicante a suspender o seu an-<br />

17 tecessor vinte dias depois de ter chega<strong>do</strong> da cappi-<br />

18 tania das Alagoas, que despois for [corroí<strong>do</strong>] evita o gran-<br />

19 de prejuízo de [corroí<strong>do</strong>] ser com [corroí<strong>do</strong>]<br />

20 de novo nomea<strong>do</strong> fican<strong>do</strong> lhe ordena<strong>do</strong> tão dis-<br />

<strong>21</strong> tante<br />

22 Pede a Vossa Magestade lhe façam mercê que junta esta<br />

23 petiçam tem efeito se lhe defira passan-<br />

24 <strong>do</strong> as ordens necessárias de [corroí<strong>do</strong>]<br />

25 Espera Real Mercê<br />

[depacho acima]<br />

01 Escusase [ilegível]<br />

02 [ilegível] nomea<strong>do</strong>s. Lisboa Ocidental<br />

03 25 de Agosto de 17<strong>21</strong><br />

[rubricas, 6]<br />

[fl. 8]<br />

01 Senhor<br />

[sinal público]<br />

02 Representa a Vossa Magestade o Bacharel Manoel de Almeyda<br />

03 Mattozo ouvi<strong>do</strong>r geral das Alagoas que passan<strong>do</strong><br />

04 se lhe a provizão junta para Sindicar o seu ante-<br />

05 cessor na forma que se estilla os menistros <strong>do</strong> [ul]-<br />

06 tramar se passou nova ordem <strong>ao</strong> Bacharel Joseph de<br />

07 Lima Castro para a mesma diligencia, fazen<strong>do</strong> se por este<br />

08 Respeito <strong>ao</strong> supplicante menos digno desta intendência sem<br />

09 cauza quan<strong>do</strong> espera nella e com todas as mais que se offe-<br />

10 recerem <strong>do</strong> Secretario de Vossa Magestade prozeder com toda<br />

11 a intei<strong>rei</strong>za Alem <strong>do</strong> inconveniente que se lhe segue de<br />

12 estar esperan<strong>do</strong> que outro ministro vá suspender <strong>ao</strong><br />

13 dito seu antecessor em que poderá haver muito demora<br />

14 e elle supplicante sem enviar no serviço de Vossa Magestade com


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 6<br />

15 tem esta<strong>do</strong> nesta corte há nova mezes nenhuá es-<br />

16 talgaem esperan<strong>do</strong> man<strong>do</strong> para ir servir o dito lu-<br />

17 gar<br />

18 Pede a Vossa Magestade lhe faça mercê mandar por<br />

19 sua especial ordem que elle supposto<br />

20 suspenda e tire a rezidencia <strong>ao</strong> seu<br />

<strong>21</strong> antecessor segun<strong>do</strong> hé estillo seu<br />

22 embargo de outros quaisquer ordem que es-<br />

23 tiverem passadas.<br />

24 Espera Real Merce<br />

[fl. 9]<br />

01 Dom <strong>João</strong> por graça de Deos Rey de Portugal <strong>do</strong>s Algarves da quem e dalem mar<br />

em<br />

02 Africa Senhor de Guiné Etc. Faço Saber a vos Manoel de Almeyda Mattozo ouvi<strong>do</strong>r<br />

03 geral das Alagoas que por ser conveniente o meu Serviço tirarse residência a Vo-<br />

04 sso antecessor <strong>João</strong> Vilella de Amaral <strong>do</strong> to<strong>do</strong> o tempo que exercitou esse Lu-<br />

05 gar lhe pareceo ordenarvos /como por esta o faço/ que como o Escrivão que<br />

06 vai parecer ti<strong>rei</strong>s Rezidencia <strong>ao</strong> dito Vosso antecessor de to<strong>do</strong> o tempo porque<br />

sérvio<br />

07 o dito Lugar e a seus officiaes, na forma da ordenação, e Regimento, e tanto<br />

08 que a dita Rezidencia for acabada me emvia<strong>rei</strong>s os autos della serra<strong>do</strong>s e La-<br />

09 cra<strong>do</strong>s <strong>ao</strong> meu conçelho ultramarino escreven<strong>do</strong>me por vossa Carta o que por ella<br />

constar<br />

10 e como o dito <strong>João</strong> Vilela de Amaral, me sérvio no dito Lugar, como mnais que<br />

11 achardes na informaçã, particuar que delle haveis de tomar de seu tallento<br />

12 vida e costumes, e se he de bom acolhimento as partes que tu<strong>do</strong> será entregue<br />

13 <strong>ao</strong> Secretario <strong>do</strong> Mesmo Concelho El Rey Nosso Senhor o man<strong>do</strong>u por <strong>João</strong> Telles<br />

14 da Silva e o Governa<strong>do</strong>r Alexandre da Silva Correa Concelheiros <strong>do</strong> Seu Concelho Ul-<br />

15 tramarino Miguel de Mace<strong>do</strong> Ribeyro e faz em Lisboa Occidental a dezaceis<br />

16 de Março de mil setecentos e vinte . O secretario André Lopes de<br />

17 Lavre a fez escrever.<br />

18 Joam Telles da Silva Alexandre da Sylva Correa<br />

[sinal público]<br />

[fl. 9v]<br />

01 Por despacho <strong>do</strong> <strong>Conselho</strong> <strong>Ultramarino</strong> de 16 de<br />

02 Março de 1720


[fl. 10, em branco]<br />

[fl. 11]<br />

01 Por El Rey<br />

02 A Manoel de Almeida Matozo<br />

03 Ouvi<strong>do</strong>r das Alagoas<br />

[sinal público]<br />

[fl. 12]<br />

01 Senhor<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 7<br />

02 Diz o Bacharel Manoel Almeyda Mattozo ouvi<strong>do</strong>r geral que foi na co-<br />

03 marca das Alagoas que estan<strong>do</strong> servin<strong>do</strong> o dito lugar fez prezente a vossa<br />

Magestade<br />

04 por hua carta que o Bacharel <strong>João</strong> Villella <strong>do</strong> Amaral seu antecessor se<br />

05 deixava ficar no dito lugar depois de sospenço e sindica<strong>do</strong> continuan<strong>do</strong><br />

06 a despachar autos como se fosse menistro, como forão huns autos de li-<br />

07 vramento de <strong>João</strong> de Souza Salazar de Crime de Carcere priva<strong>do</strong> em que ficou<br />

08 culpa<strong>do</strong> os quais centenceou[sic] muito tempo depois de fin<strong>do</strong> o Lugar que fes<br />

09 de menistro e lhe man<strong>do</strong>u fazer os di<strong>rei</strong>tos por Juliam Gutterres <strong>do</strong> tempo<br />

10 que este tinha servi<strong>do</strong> de escrivão e o supplica<strong>do</strong> de meninstro e que tãobem se<br />

11 deixava ficar com muita parte <strong>do</strong> cartório <strong>do</strong>s auzentes e com o dinheiro destes<br />

12 que tinha posto em arrecadação em seu poder, dispon<strong>do</strong> delle e despa-<br />

13 cha<strong>do</strong>s os ditos autos como se tivesse ainda servin<strong>do</strong> como fes<br />

14 a Salva<strong>do</strong>r Soares de Brito <strong>ao</strong> qual entregou no mes de abril de<br />

15 1722 a vinte e tantos mil réis para o que man<strong>do</strong>u continuar hum termo<br />

16 de entrega com antidata nos autos como confessou o mesmo Sal-<br />

17 va<strong>do</strong>r Soarem em hú auto de perguntas que o supplicante lhe fez e que a-<br />

18 ssim tãobem dera o dinheiro <strong>do</strong>s abzentes tres mil cruza<strong>do</strong>s a seu par-<br />

19 cial o padre Salva<strong>do</strong>r[?] de Araujo Lima em 23 de Abril da mesma era es-<br />

20 tan<strong>do</strong> o supplicante possuí<strong>do</strong> lugar desde 7 de feve<strong>rei</strong>ro como constava dix-<br />

<strong>21</strong> creditto feito pella letra <strong>do</strong> dito padre e por elle assina<strong>do</strong> o qual anda tu-<br />

22 <strong>do</strong> <strong>ao</strong>s autos da execução que se fez pella dita quantia e que tãobem de-<br />

23 pois de sospenço viciara hú despacho a tinha da<strong>do</strong> em huns autos é-<br />

24 ter partes Estanisl<strong>ao</strong> da Cruz e D. Anna Corte Real[?] por ter com ella<br />

25 couversão ilícita como constava da inquirição de Fe o dito Estanis-<br />

26 l<strong>ao</strong> da Crux na mesma Cauxa e que ten<strong>do</strong> tãobem em seu poder mais<br />

27 de outo mil cruza<strong>do</strong>s <strong>do</strong> dinheiro <strong>do</strong>s abzentes só se achavão lança<strong>do</strong>s co-<br />

28 uza de trezentos mil réis no livro da receita e que ten<strong>do</strong> o supplica<strong>do</strong> cobra-<br />

29 <strong>do</strong> seiscentos mil réis de <strong>João</strong> Fernandes Souza da fazenda da Mari-<br />

30 tuba que avia Rematta<strong>do</strong> no Rio <strong>do</strong> São Francisco pello juízo <strong>do</strong>s abzentes tira-<br />

31 ra de Reziduos cento e vinte mil réis como constava <strong>do</strong>s autos da Rema-<br />

32 tação e ffazen<strong>do</strong> tãobem Remutação na praça das Alagoas Pas-


[fl. 12v]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 8<br />

01 Coal Abel Syrqueira de humas vacas que ficarão de Joseph Fer<strong>rei</strong>ra pretto fo-<br />

02 rro que faleceu nos tempos <strong>do</strong> São Miguel cuja herança se posem<br />

03 Recadação pello juízo <strong>do</strong>s abzentes não aparecião os autos <strong>do</strong> in-<br />

04 ventario que se fes <strong>do</strong>s ditos bens nem o autto da Rematação que<br />

05 fes das ditas vacas e menos o dinheiro porque forão Rematadas pello dito<br />

06 Pascoal Abel pera o meirinho da Prove<strong>do</strong>ria Marçal Dias Pe<strong>rei</strong>ra[?]<br />

07 a consentimento <strong>do</strong> supplica<strong>do</strong> <strong>ao</strong> qual justificou o mesmo Marçal Dias<br />

08 que emtregara o dito dinheiro e que tãobem não aparecião os autos das a-<br />

09 rematações e inventario que se fez <strong>do</strong>s bens que ficarão <strong>do</strong> Baltezar Fer<strong>rei</strong>ra[?]<br />

10 Pinto <strong>do</strong> Porto Calvo nem o dinheiro procedi<strong>do</strong> da dita herança em ma-<br />

11 tações[sic] e que o supplica<strong>do</strong> mandará levantar 953.880 réis <strong>do</strong> cre-<br />

12 ditto <strong>do</strong>s abzentes da vila <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong> pertencentes <strong>ao</strong>s herdeiros e par-<br />

13 tes que ficarão de Pedro Roiz e que delles se aproveitara sem os Lan-<br />

14 çar no livro da Receita da Comarca ten<strong>do</strong> os Recebi<strong>do</strong> como se cons-<br />

15 tava de hua carta da sua própria letra que escreveu a Pedro da<br />

16 Sylva Durão a respeito <strong>do</strong> dito dinheiro a qual tem o supplicante em seu poder<br />

17 e de hua justificação que fez o thezou<strong>rei</strong>ro Manoel da Costa Sylva<br />

18 a Respeito de Restituir o Supplica<strong>do</strong> a Diogo Roiz Pe<strong>rei</strong>ra noventa e tantos<br />

19 mil réis depois <strong>do</strong> supplicante lhe estranhar os seus procedimentos o man-<br />

20 dava Mattar por huns criminozos que forão escallar a cadeia de<br />

<strong>21</strong> Alagoas e tirar della os prezos em dez de feve<strong>rei</strong>ro de 1723, e como<br />

22 se manifestava <strong>do</strong>s ditos de alguma fforma[?] livrarão na devassa que o su-<br />

23 pplicante tirou <strong>do</strong> cazo e que ten<strong>do</strong> tão bem o supplica<strong>do</strong> tira<strong>do</strong> devassa de huma<br />

cru-<br />

24 el morte que se fez na vila <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong> a Alexandre da Sylva de titulos 7 em<br />

25 diante e assina<strong>do</strong> a dita deu as [ilegível] titulo 17 deixan<strong>do</strong> as mais por<br />

26 assinar e sem pronuciar as culpa<strong>do</strong>s mandan<strong>do</strong> lhe o supplicante para<br />

27 assinar as testemunhas que deixou por assinar não só o não fes mas ris-<br />

28 cou as suas rubricas com que tinha assina<strong>do</strong> a dita devassa o titulo<br />

29 7 athe 17 quan<strong>do</strong> as inquirio e assim tão bem deu o supplicante conta<br />

30 a Vossa Magestade que pella dita desatenção o avituara como tãobem zello<br />

31 de fomar[sic] em materia <strong>do</strong> seu procedimento e materias <strong>do</strong> cargo que<br />

32 estava exercen<strong>do</strong> como mostrou por cartas de fomatarias escri-<br />

[fl. 13]<br />

01 tas e assina<strong>do</strong>s pelo supplica<strong>do</strong> e na mesma forma deu conta a Vossa Ma-<br />

02 gestade que em muitos termos de depozittos que o supplica<strong>do</strong> man<strong>do</strong>u continuar<br />

em<br />

03 varios autos tanto criminais como <strong>do</strong>s testemunhos e abzentes se não<br />

04 declarava nelles depozitario e que só nelles se dezia que as partes em-<br />

05 tregarão o dinheiro em juízo e que os avia por desobriga<strong>do</strong>, e que por isso não


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 9<br />

06 constava onde estivessem os ditos dinheiros como era nos autos da Re-<br />

07 matação que se fes <strong>do</strong>s bens <strong>do</strong> Gonçalo Duro mora<strong>do</strong>r no Palmar nos<br />

08 quais se lhe avia feito seqüestro por ficar comprehendi<strong>do</strong> na devassa<br />

09 que se tirou da morte de sua molher Maria da Costa e nos autos <strong>do</strong><br />

10 termo de Antonio Gonçalvez mari<strong>do</strong> que foi de Maria da Assunção mora<strong>do</strong>ra na<br />

Vila das<br />

11 Alagoas em 7 de janeiro de Manoel Pestana mora<strong>do</strong>r que foi no Rio<br />

12 <strong>do</strong> São Francisco Cuja herança se rremattou pello juízo <strong>do</strong>s abzentes em os<br />

13 das arrematações <strong>do</strong>s pretos fugi<strong>do</strong>s de que se não sabia senhor co-<br />

14 mo se manifestava a folha 4 <strong>do</strong>s ditos auttos no depozito <strong>do</strong> preço de<br />

15 hú preto chama<strong>do</strong> Pascoal que Rematou <strong>João</strong> Dantas Aranha e<br />

16 no que fez Matias Antonio Rego, e de outro preto que Rematou cha-<br />

17 ma<strong>do</strong> Antonio de outro termo de um semelhante depozitto feito nos<br />

18 autos <strong>do</strong> testamento <strong>do</strong> padre Domingos da Silveira que faleceu no Rio de São<br />

Francisco<br />

19 cuja herança se obrou pello juízo <strong>do</strong>s abzentes com outros mais<br />

20 e que por isso não avia quem desse conta <strong>do</strong>s ditos dinheiros que pré-<br />

<strong>21</strong> zumião na mão <strong>do</strong> supplica<strong>do</strong> e porque pella dita conta foi Vossa Magestade<br />

22 servi<strong>do</strong> mandar conhecer <strong>do</strong> supplica<strong>do</strong> <strong>ao</strong> que Antonio <strong>do</strong> Rego e<br />

23 Sá Quintanilha Ouvi<strong>do</strong>r Geral <strong>do</strong> Crime da Relaçam da Bahia que<br />

24 por ter inimigo <strong>do</strong> supplicante por comtemplação de hu seu primo<br />

25 empenhos as varias cartas que se lhe escrevão a favor <strong>do</strong> supplica<strong>do</strong> e o-<br />

26 briga<strong>do</strong> deste e de seu parcial o padre Domingos de Araujo Lima que foi<br />

27 conduzir a Cadeia[?] da Bahia para vir a tal deligencia não só com<br />

28 os procedimentos e conta<strong>do</strong>s, e outros mais pera o não culpar mas<br />

29 na mesma devassa fez carga <strong>ao</strong> supplicante para que a carta deste ficasse re-<br />

30 conhecida por menos verdadeira era opinião de ter servi<strong>do</strong> mas<br />

31 a Vossa Magestade por cuja cauza em conservação <strong>do</strong> seu credito quer mos-<br />

32 trar a verdade da dita conta pellos próprios autos porque a deu<br />

33 por não poder da outra sorte desvanecer a má opinião em que<br />

[fl. 14]<br />

01 o sindicante o fez.<br />

02 Pede a Vossa Magestade lhe faça mercê mandar paçar provizão para<br />

03 que hum ministro <strong>do</strong>s que foy servi<strong>do</strong> faça Logo Remeter to-<br />

04 <strong>do</strong>s os autos assima declara<strong>do</strong>s a sua Real prezença fi-<br />

05 can<strong>do</strong> lá os tresla<strong>do</strong>s, como tãobem o próprio escrito <strong>do</strong>s<br />

06 tres mil cruza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s abzentes porque o supplicante fes executar<br />

07 <strong>ao</strong> padre Domingos de Araujo Lima que anda junto <strong>ao</strong>s autos da ex-<br />

08 ecução que se lhe fes pella dita quantia e os próprios livros da<br />

09 Receita e despeza <strong>do</strong>s abzentes de to<strong>do</strong> o tempo que sérvio o su-<br />

10 pplicante e o supplica<strong>do</strong> e os inventários das entregas <strong>do</strong> cartório da<br />

11 cor<strong>rei</strong>ção <strong>do</strong> dito tempo para melhor averiguação <strong>do</strong> que o supplicante<br />

12 sentenciou a <strong>João</strong> de Sousa Salazar depois de não ser me-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 10<br />

13 nistro e na mesma forma os autos da justificações que fi-<br />

14 zerão <strong>João</strong> da Goarda e <strong>João</strong> Soares Botelho a registro<br />

15 de certas quantias de dinheiro <strong>do</strong>s abzentes que entregarão <strong>ao</strong><br />

16 supplica<strong>do</strong> e assim tãobem 7 de o dito justificação que fes o pro-<br />

17 cura<strong>do</strong>r da vila <strong>do</strong> Pene<strong>do</strong> contra o supplica<strong>do</strong> perante [ilegível]<br />

18 <strong>João</strong> Dantas Aranha, e que para melhor avrigação[sic] da verdade<br />

19 repergunte as testemunhas nella declaradas como tãobem os que<br />

20 jurarão na devassa da tirada <strong>do</strong>s preços que o supplica<strong>do</strong> man-<br />

<strong>21</strong> dava pellos delinqüentes Mattar o supplicante e que satisfeito<br />

22 Remetta Logo tu<strong>do</strong> sem demora a custa <strong>do</strong> supplicante para que iun-<br />

23 tos os autos a conta que teste deu se aurigue[sic] e se proce-<br />

24 der contra quem mercer o castigo.<br />

25 Espera Real Merce<br />

[fl. 15]<br />

01 Copia<br />

02 Dom <strong>João</strong> Etc. Faço saber a vos ouvi<strong>do</strong>r geral da Villa das<br />

03 Alagoas que por parte de Manoel de Almeyda Matozo<br />

04 ouvi<strong>do</strong>r geral que foi dessa capitania se me fez a petição<br />

05 cuja copia como ele[?] seu os Remete asignada pelo<br />

06 Secretario <strong>do</strong> meu concelho <strong>Ultramarino</strong> em que pede mande[?]<br />

07 se remetão para este Reyno os autos declara<strong>do</strong>s na dita<br />

08 petição e os Livros da Receyta e despeza <strong>do</strong>s abzentes<br />

09 <strong>do</strong> tempo que sen<strong>do</strong> o supplicante como também os inven-<br />

10 tarios das entregas <strong>do</strong> cartório da correyção e outros<br />

11 papeis mais sobre vários particulares tambem de-<br />

12 clara<strong>do</strong>s na Refferida petição lhe pareceo ordenarvos<br />

13 remetais para este Reyno os autos originaes de que faz<br />

14 menção o Bacharel Manoel Almeyda Mattozo em<br />

15 seus requerimentos fican<strong>do</strong> os tresla<strong>do</strong>s nos cartórios<br />

16 onde tocar tiran<strong>do</strong> se este a custa deste mesmo<br />

17 Menistro e quan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Livros que pertensem <strong>ao</strong><br />

18 juizo <strong>do</strong>s defuntos e auzentes que elles as envie por<br />

19 trasla<strong>do</strong> os quaes se extrahirão a custa <strong>do</strong> mesmo<br />

20 Manoel de Almeyda Matozo e outrossim vay or-<br />

<strong>21</strong> deno Repregunte as trestemunhas que Requer o dito<br />

22 Manoel de Almeyda Matozo. El Rey Nosso Senhor<br />

23 o man<strong>do</strong>u por Antonio Rois da Costa <strong>ao</strong> Doutor Jozeph<br />

24 de Carvalho meu concelheiros <strong>do</strong> seu <strong>Conselho</strong> <strong>Ultramarino</strong><br />

25 e se passou por duas vias. Domingos Car<strong>do</strong>zo Pe<strong>rei</strong>ra a fez<br />

26 Em Lixboa Ocidental a 20 de janeiro de 17<strong>21</strong>. O Secretario<br />

27 Andre Lopes de Lavre a fes escrever Etc.


[sinal público]<br />

[fl. 16]<br />

[sinal público]<br />

01 Senhor<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 11<br />

02 Diz o Bacharel Manoel de Almeyda Mattozo Ouvi<strong>do</strong>r Geral que foi na Comarca<br />

03 das Alagoas, que elle fes a Vossa Magestade o requerimento que se contem na<br />

copia da<br />

04 petição junta <strong>ao</strong> qual foi servida deferir lhe que o Doutor Ouvi<strong>do</strong>r Geral que es-<br />

05 ta exercen<strong>do</strong> o dito Lugar faça Remetter os autos de que faz menção na<br />

06 copia <strong>do</strong> dito requerimento e porque nestes se poderão ter fabrica<strong>do</strong> no-<br />

07 vamente [corroí<strong>do</strong>] emenda, porque o dito <strong>João</strong> Vilella <strong>do</strong> Amaral, e <strong>do</strong><br />

08 Domingos Araujo Lima por ter faleci<strong>do</strong> falleci<strong>do</strong> [corroí<strong>do</strong>] <strong>do</strong>s<br />

09 [corroí<strong>do</strong>]os e o cartório paça<strong>do</strong> a Felipe Roiz que he particular amigo<br />

10 <strong>do</strong>s supplicantes principalmente por se [corroí<strong>do</strong>] o dito cartório em poder de<br />

11 Luis Teixeira de Carvalho no tempo que foi escrivão da Rezidencia <strong>do</strong><br />

12 ditto <strong>João</strong> Villella e da <strong>do</strong> supplicante mostran<strong>do</strong> se tão empenha<strong>do</strong><br />

13 contra este por dádivas e dinheiros Recebeu <strong>do</strong>s supplicantes o em a-<br />

14 bono destes sobornava as testemunhas para jurarem contra o mesmo su-<br />

15 pplicante pedin<strong>do</strong> as testemunhas se desdisessem nos autos que fes contra o<br />

16 dito <strong>João</strong> Villella e Julião Guterres por ter julga<strong>do</strong> e continua<strong>do</strong><br />

17 varios termos em os [ilegível] auttos depois <strong>do</strong> supplicante estar servin<strong>do</strong><br />

18 a elle sospenços e como o dito Julião Gutterres e Pedro da Sylva<br />

19 e <strong>do</strong>s que forão os que escreverão nos autos que o supplicante Requer que<br />

20 não a prezença de Vossa Magestade para se avriguar a verdade da sua con-<br />

<strong>21</strong> ta se acção na dita Villa e com o dito <strong>João</strong> Villella tiverão a pro-<br />

22 teção <strong>do</strong> dito escrivão e menistro da Rezidencia lhe não seria dificul-<br />

23 tozo emendar e viciar os livros autos nos termos e nelles tinhão<br />

24 feito menos jurídicos <strong>do</strong>s quais deu o supplicante conta a vossa Ma-<br />

25 gestade e o mesmo poderão ter feito com o actual escrivão que Felipe<br />

26 Roiz pella particular amizade que tem com os supplica<strong>do</strong>s principal-<br />

27 mente com o Padre Domingos de Araujo Lima o qual continuamente vai a sua<br />

28 caza e lhe deixa Resolver o Cartorio e tirar delle os auttos que que-<br />

[despacho acima]<br />

[ilegível, 3 linhas]<br />

[despacho a margem esquerda]<br />

01 Todas as petiçois des-<br />

02 se Bacharel não tem<br />

03 pees nem cabeça mas


04 são bem sucedidas<br />

05 o conselho tem manda-<br />

06 <strong>do</strong> na provizão para<br />

07 que tenhão autos e livros<br />

08 como viram se exa-<br />

09 mina se se tem vícios<br />

10 ou falsidade e não se<br />

11 deve dar antes de tempo<br />

12 comisão para conhecer<br />

13 della, e o que há de-<br />

14 haver desta remetta<br />

15 o tempo o mostrou<br />

[rubrica]<br />

[ilegível, 3 linhas]<br />

[rubricas, 2]<br />

[fl. 16v]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 12<br />

01 e assim não será justo que ten<strong>do</strong> se feito nos ditos autos al-<br />

02 gumas destrezas afim de prejudicar <strong>ao</strong> supplicante que fi-<br />

03 quem sem castigo e sem que dellas se conhecer como fi-<br />

04 ca tão dificultoza avriguação das emendas que facil-<br />

05 mente se poderão ter feito pella distancia onde se a-<br />

06 chão os ditos autos não in<strong>do</strong> logo ordem para dellas se co-<br />

07 nhecer no cazo que se tenhão feito.<br />

08 Pede a Vossa Magestade lhe faça mercê mandar paçar as<br />

09 ordens necessárias para que o menistro a quem vay co-<br />

10 mettida a deligencia de fazer Remetter os autos de que<br />

11 o supplicante faz menção na copia <strong>do</strong> Requerimento<br />

12 achan<strong>do</strong> nelles algús vicio proceda a conhecer de-<br />

13 lle com toda vexação e contra os que achar compre-<br />

14 hendi<strong>do</strong>s extraminan<strong>do</strong>[sic] para fora da comarca as pessoas que<br />

15 entender lhe podem empedir avriguação da verdade<br />

16 mandan<strong>do</strong> vir perante sim to<strong>do</strong>s os autos decla-<br />

17 ra<strong>do</strong>s na copia <strong>do</strong> Requerimento junto <strong>do</strong> qualquer<br />

18 Cartorio onde estiverem ainda que se achem avo-<br />

19 ca<strong>do</strong>s a Relaçam da Bahia por algú requerimento <strong>do</strong>s<br />

20 supplica<strong>do</strong>s fazen<strong>do</strong> os Remetter na forma da ordem de<br />

<strong>21</strong> Vossa Magestade e que de tu<strong>do</strong> o que achar com elles lhe de conta<br />

22 Espera Real Merce


[fl. 17, em branco]<br />

[fl. 18]<br />

01 Senhór<br />

[sinal público]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 13<br />

02 Diz o Bacharel Ioão Villella <strong>do</strong> Amaral Ouvi<strong>do</strong>r nas Al-<br />

03 lagoas esta<strong>do</strong> de Pernambuco por seu procura<strong>do</strong>r que Vossa Magestade foy ser-<br />

04 vi<strong>do</strong> nomear lhe menistro para o syndicar, e devassar <strong>do</strong>s cappitulos que con-<br />

05 tra elle sedizão, se porque que o ouvi<strong>do</strong>r seu successor estimula<strong>do</strong> de não<br />

06 ser o syndicante falam de outros Requerimentos que tem feitos não so Re-<br />

07 gular a brevidade em se tirar a dita Rezidencia com o pretexto de o dar em-<br />

08 trar Logo a servir com rezão <strong>do</strong>s seus luctos, cuja brevidade pede Ma-<br />

09 is o supplicante pelo pingo que tem <strong>do</strong> que demoran<strong>do</strong> se não possa<br />

10 vir na monção próxima fican<strong>do</strong> esperan<strong>do</strong> outra a que Vossa Magestade<br />

11 tem já attendi<strong>do</strong> limitan<strong>do</strong> tempo certo <strong>ao</strong> syndicante logo fazer<br />

12 a dita deligencia mas agora tem notticia que o dito seu successor accumula<strong>do</strong><br />

13 em há Reveren<strong>do</strong> Padre Bernar<strong>do</strong> Gomez que veyo expulso de Capellão <strong>do</strong> Re-<br />

14 gimento <strong>do</strong> Palmar por queixas que delle havia, e são notórias no Concelho de<br />

15 Ultramar novamente com poderez de húo Jozeph de Payva Escrivão da Ca-<br />

16 mara eccleziastica de Olinda de quem há muitas queixas no mesmo Tribu-<br />

17 nal culminão novos cappitulos contra o supplicante com intento de que<br />

18 e novo ouvi<strong>do</strong>r vá conhecer delles, e supendello antes que se lhe tire<br />

19 a rezidencia a fim de executarem a m<strong>ao</strong> affecto que tem pertenden<strong>do</strong><br />

20 destruir o supplicante com vexaçois por obbrigar <strong>ao</strong>s parentes desses <strong>do</strong>us<br />

<strong>21</strong> sojeitos pagarem o suor <strong>do</strong>s pobres que nunca satisfazi<strong>ao</strong> e menos<br />

22 lega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s defuntos, e encargos de cappelas, <strong>do</strong>nde na sua<br />

23 to<strong>do</strong> custe ódio. Portanto,<br />

24 Pede a Vossa Magestade Seja Servi<strong>do</strong> mandar que nenhuá<br />

25 titulo possa a novo ouvi<strong>do</strong>r, tirar lhe a Rezidencia nem sus-<br />

26 pendello antes della; porque estan<strong>do</strong> o supplicante e mais<br />

27 seu credito que to<strong>do</strong>s os interesses em que pomos olhos.<br />

[fl. 18v]<br />

01 Sucessor e outro sy que o Referi<strong>do</strong> Padres<br />

02 dan<strong>do</strong> os ditos cappitulos depozito as custas da<br />

03 devaça assinan<strong>do</strong> os pessoa secular, para poder<br />

04 acuzalo da injusta m<strong>ao</strong> provan<strong>do</strong> as que lhe põem<br />

05 e tambem que o syndicante que for tome conhecimento<br />

06 das queixas que se da procedimento da Jozeph de Payva de que tam-<br />

07 bem o supplicante seu conta para que conhecida a verdade Vossa<br />

08 Magestade castigue quem tiver crime, e Remunere que


09 for innocente.<br />

10 Espera Real Merce<br />

[fls. 19-19v, em branco]<br />

[fl. 20]<br />

01 Pede <strong>João</strong> Villella <strong>do</strong> Amaral<br />

[sinal público]<br />

[fl. <strong>21</strong>]<br />

01 Copia<br />

02 Senhor<br />

[sinal público]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 14<br />

03 Por escrito <strong>do</strong> Secretario Diogo de Men<strong>do</strong>nça corte<br />

04 Real de 26 de Novembro <strong>do</strong> anno passa<strong>do</strong>, foi Vossa Magestade<br />

05 servi<strong>do</strong> mandar remeter <strong>ao</strong> deste conselho a representação<br />

06 incluza <strong>do</strong>s officiáes da Camara da Vila <strong>do</strong> Porto Calvo contra<br />

07 o Ouvi<strong>do</strong>r geral das Alagoas Ioão Villella <strong>do</strong> Amaral<br />

08 é ven<strong>do</strong> se <strong>ao</strong> mesmo tempo as duas cartas que com esta<br />

09 sobre as Reaes mãos de Vossa Magestade em que o dito ouvi<strong>do</strong>r dá<br />

10 conta <strong>do</strong> motivo que teve o povo da dita Vila se alterar<br />

11 queren<strong>do</strong> lhe empedir que não fizece cor<strong>rei</strong>ção, nam con-<br />

12 trasse no termo della sem que em nome de Vossa Magestade lhe<br />

13 desse perdáo, reprezentan<strong>do</strong> o que obrava na dita vila em quanto<br />

14 assistio nella se deo de tu<strong>do</strong> vista <strong>ao</strong> Procura<strong>do</strong>r<br />

15 da Coroa o qual respondeo que suppunha que estes eráo os<br />

16 <strong>do</strong> muito que o Ouvi<strong>do</strong>r reffere na Sua Carta, Mas<br />

17 se elle fazia o que se conthém nos Cappitulos incluzos na car-<br />

18 ta <strong>do</strong>s ditos officiaes da Camera merecem que o enforquem<br />

19 e assim se dizem remeter <strong>ao</strong> seu sendicante para que pre-<br />

20 gunte por elles na Rezidencia.<br />

<strong>21</strong> com esta occazião se vio tão bem a carta e<br />

22 papel incluzos <strong>do</strong>s Governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil<br />

23 em que dão conta <strong>do</strong> m<strong>ao</strong> procedimento com que se tem havi<strong>do</strong> o<br />

24 dito Ministro, e quam[sic] mandarão advirtir <strong>do</strong> que devia<br />

25 obrar na execução das ordés <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco poiz<br />

26 se ajustáo todas a fazer o serviço de Vossa Magestade<br />

27 E dan<strong>do</strong> se tão bem desta carta, vista <strong>ao</strong><br />

28 mesmo Procura<strong>do</strong>r da Coroa, respondeo que o governo <strong>do</strong><br />

29 esta<strong>do</strong> fez bem em estranhar os excessos deste Mi-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 15<br />

30 nistro, ainda que muito absolutamente lhe recomen<strong>do</strong>u o ínvio-<br />

31 lavel obediência <strong>ao</strong> Governa<strong>do</strong>r, e que <strong>ao</strong> mesmo Ouvi<strong>do</strong>r<br />

32 se deve estranhar haver sintencia<strong>do</strong> causas crimina-<br />

33 es sem appelação, e sobre o muito maes que comulla na sua<br />

34 carta, se deve mandar que informe o Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco<br />

35 e os mães papeis remeteram se <strong>ao</strong> sindicante para na Rezidencia<br />

[despacho à margem esquerda]<br />

01 Como parece <strong>ao</strong> <strong>Conselho</strong> com o que<br />

02 acrescentão os <strong>do</strong>us últimos votos<br />

03 Lixboa Occidental 1 de Mayo de<br />

04 17<strong>21</strong>, Rey<br />

[fl. <strong>21</strong>v]<br />

01 aviriguar o procedimento dito Ministro.<br />

02 Pareçeo <strong>ao</strong> <strong>Conselho</strong> reprezentar a Vossa Magestade<br />

03 que as queixas de que hé argüi<strong>do</strong> este Ministro são<br />

04 de matérias graves e elle mesmo confessa alguás de<br />

05 sentencear muitos criminozos sem dar appellação, e que<br />

06 nesta concideração não só lhe deve mandar estra-<br />

07 nhar este procedimento tão incivil e contrario as Leis<br />

08 maz ordenar vossa Magestade que o Ministro que o vay ren-<br />

09 der conheça assim <strong>do</strong>s cappitulos que contra este offereceo<br />

10 os officiaes da câmera <strong>do</strong> Porto Calvo, maz <strong>do</strong> maiz que se<br />

11 conthem nas cartas <strong>do</strong> Governa<strong>do</strong>r de Pernanbuco Manoel de Souza Tava-<br />

12 res, sen<strong>do</strong> o estillo inalteravelmente observa<strong>do</strong> desde a crea-<br />

13 ação deste <strong>Conselho</strong>; de que nas conquistas se mandem ti-<br />

14 rar as Rezidencias <strong>do</strong>s Ministros pellos que lhé vão suceder<br />

15 nos mesmos lugares na attensão de que por outra maneira sen<strong>do</strong><br />

16 esta deligencia cometida a Ministro de fora a-<br />

17 lem <strong>do</strong> danno que se seguia <strong>ao</strong> Sendica<strong>do</strong> de lhé ser nes-<br />

18 cessario esperar pello dito Ministro para lhá tirar, o que muitas<br />

19 vezes pellas incumbências que tem lhe não poderia ser<br />

20 facil vir a tempo com patente fican<strong>do</strong> demora<strong>do</strong> as-<br />

<strong>21</strong> sim o sendica<strong>do</strong> como o que lhe vay suceder, se não acha-<br />

22 ce culpa na dita Rezidencia forsozamente hão de sair da fa-<br />

23 zenda de Vossa Magestade as despezas <strong>do</strong> dito sindicante e <strong>do</strong>s<br />

24 seos officiáes, e tão bem o que deve fazer grande pen<strong>do</strong>r<br />

25 em se por mais hú gravame nella o tempo que hé muito<br />

26 constante que não pode acudir <strong>ao</strong>s gastos ordinários<br />

27 e menos sofrerá maes o acressentarem se lhe novas.<br />

28 Aos Conselheiros Antonio Roiz da Costa<br />

29 e Ioão Telles da Silva lhe parece o mesmo que <strong>ao</strong> <strong>Conselho</strong><br />

30 na primeira parte, porem que não podem deixar de fazer


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 16<br />

31 prezente a Vossa Magestade que hé de muito m<strong>ao</strong> exemplo<br />

32 de que os Ministros que vão render a outros nos seos luga-<br />

33 res lhe tirem as suas Rezidencias, pois tem mostra<strong>do</strong> a<br />

34 experiencia que ordinariamente se cobrem húns <strong>ao</strong>s outros<br />

35 e se não avirigua a verdade como convem, seguin<strong>do</strong> se<br />

36 ficarem sem castigo os excessos a desordés que cometem<br />

37 no tempo <strong>do</strong> seu lugar, e que este abuzo se deve total-<br />

38 mente emendão por benefficio <strong>do</strong>s povos e <strong>do</strong> serviço de<br />

39 Vossa Magestade o que como nesta occazião vay servir de Juiz<br />

40 <strong>do</strong> Tombo da Cappitania de Pernambuco Iozeph de Lima de Castro<br />

41 Ministro de toda a inteireza, e a vila das Alagoas<br />

[fl. 22]<br />

01 não fique em grande distancia, que Vossa Magestade lhe en-<br />

02 carregue o tirar esta Residencia, e que conheça nella<br />

03 de todas as queixas que se fazem contra este Mi-<br />

04 nistro, e que logo vá fazer esta deligencia por que desta<br />

05 sorte, nem se demorará o sendica<strong>do</strong>, nem o Ministro<br />

06 que vay servir o seu lugar, pois tanto que o Sendicante<br />

07 entrar na dita Residencia e fica suspenso o seu an-<br />

08 tecessor pode Logo entrar a servir o seu Lugar, de-<br />

09 claran<strong>do</strong> se <strong>ao</strong> dito Iozeph de Lima de Castro se pa-<br />

10 gue <strong>do</strong> trata<strong>do</strong> desta comissão os seos officiaes à custa<br />

11 <strong>do</strong> Ministro se sahir culpa<strong>do</strong>, pois certamente se supõe<br />

12 pelo que se manifesta <strong>do</strong>s papeis de que se faz mensão,<br />

13 e <strong>do</strong> que o mesmo ouvi<strong>do</strong>r geral das Alagoas escreve<br />

14 se mostra não estar Livre de culpa. Lixboa occidental<br />

15 2 de Abril de 17<strong>21</strong>. <strong>João</strong> Telles da Silva // Antonio<br />

16 Roiz da Costa // Iozeph de Carvolho Abreu // Iozeph Gomes<br />

17 de Azeve<strong>do</strong> // Alexandre da Silva Cor<strong>rei</strong>a // Jo<strong>ao</strong> de Souza<br />

18 Manoel Fernandiz Vargas // <strong>João</strong> [sinal publico] [corroí<strong>do</strong>] de Lemos // Luiz<br />

19 de Mello da Silva<br />

[fl. 22v, em branco]<br />

[fl. 23]<br />

01 2 de Mayo de 17<strong>21</strong><br />

02 Do <strong>Conselho</strong> <strong>Ultramarino</strong><br />

03 copia<br />

04 Satisface <strong>ao</strong> que Sua Magestade ordena segue a reprenta-<br />

05 ção <strong>ao</strong>s officiaes da Camera da Vila de Porto Calvo, contra<br />

06 o ouvi<strong>do</strong>r geral das Alagoas, e <strong>do</strong> que este Ministro


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 17<br />

07 escreve a respeito <strong>do</strong> motivo que teve o povo da mesma<br />

08 Vila para se alterar, e tão bem aserca <strong>do</strong> que escrevem os<br />

09 Governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Brasil <strong>do</strong> m<strong>ao</strong> procedimento<br />

10 <strong>do</strong> dito Ministro e vão os papeis que se accuzão.<br />

11 Registra<strong>do</strong> folha 102<br />

[fl. 24]<br />

01 Senhor<br />

02 Humildemente prostra<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s pés des[corroí<strong>do</strong>] o cenna<strong>do</strong>[sic] des-<br />

03 ta Villa <strong>do</strong> Porto Calvo expõem as culpas porque se queicha<br />

04 <strong>do</strong> Ouvi<strong>do</strong>r das Alagoas <strong>João</strong> Vilella <strong>do</strong> Amaral nas duas<br />

05 cor<strong>rei</strong>ssoins que fez nesta Capitania que como passarão de ex-<br />

06 cesso tanto na assistencia de tres mezes que se demorou, Como<br />

07 no Rigor com que avexou a estes mizeraveis mora<strong>do</strong>res, nos he<br />

08 precizo noticias a Vossa Magestade que este Ministro tem obra-<br />

09 <strong>do</strong> com tal dezordem, e impiedade que os mora<strong>do</strong>res da fregue-<br />

10 zia de Sam Bento desta Capitania Se alvorossarão em ter-<br />

11 mos que se não acudira o Capitam Mor Rodrigo de Barros, e o<br />

12 Capitam Mor SeBastião Mauricio apacificallos hera in-<br />

13 falivel aver Ruhina de grande concequencia, não atenden-<br />

14 <strong>do</strong> as advertências <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r, e Capitão General Mano-<br />

15 el de Souza Tavares, que Repetidas Vezes lhe Recomen<strong>do</strong>u se ou-<br />

16 vece com moderassão, e não molestavam <strong>ao</strong>s Povos, e não forão<br />

17 bastantes certas para se obster nos seus dezatinos que como lhe Re-<br />

18 dundavão em interesses so tratava de buscar meyos para supli-<br />

19 car Custas, e assim deichou com alssada de vinte e sinco<br />

20 solada<strong>do</strong>s e hum cabo a estas freguesias com notáveis queichas<br />

<strong>21</strong> pello excesso com que forão violenta<strong>do</strong>s os seus habita<strong>do</strong>-<br />

22 res e to<strong>do</strong>s juntos clamão e pedem humildemente <strong>ao</strong>s pes<br />

23 de Vossa Magestade que como Rey Catholico, e Principe pie<strong>do</strong>zo<br />

24 lhes cumunique o Remedio de que necessitão suas aflissióens<br />

25 e que nesta Villa se tire a Rezidencia deste Ministro <strong>do</strong>nde<br />

26 os molesta<strong>do</strong>s deporão suas queichas por quanto os mora<strong>do</strong>res<br />

27 e capitania das Alagoas cabessa da commarqua que dista des-<br />

28 ta vinte e sinco Legoas não tem cabal noticia de que se-<br />

29 queich<strong>ao</strong> os mora<strong>do</strong>res deste Lugar A pessoa de Vossa Magestade<br />

30 comceda o Senhor sempre furtunas e vida muito dilatada para am-<br />

31 paro <strong>do</strong>s Seus Vassalos. Escrita em câmera nesta Villa <strong>do</strong> Por-<br />

32 tto Calvo <strong>ao</strong>s 6 de abril de 1720 . Frachem[?] Lopes No-<br />

33 gueira escrivão da câmera a escrevi.<br />

34 De Vossa Magestade humildes e leais vassalos


35 Christovão de Barroz Pimentel<br />

36 Christov<strong>ao</strong> Rebello de Abreu<br />

[fl. 24v]<br />

01 <strong>João</strong> Roiz Coelho<br />

02 Cipriano Lopes Nunes<br />

03 Pedro Vilella Siqueira[?]<br />

04 Bento Gonçalvez de Souza<br />

[fl. 25, em branco]<br />

[fl. 26]<br />

01 Senhor<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 18<br />

02 Prostra<strong>do</strong>s <strong>ao</strong>s Reais Pez de Nossa Magestade<br />

03 Clamão estes obedientes vassallos da Capi-<br />

04 tania de Porto Calvo contra o Ovi<strong>do</strong>r das<br />

05 Alagoas <strong>João</strong> Villela <strong>do</strong> Amaral, das<br />

06 Injustiças e sem Rezoins que nas cor<strong>rei</strong>çoins<br />

07 que fez, obrou contra ellez parecen<strong>do</strong> no ex-<br />

08 cesso com que os carrego mas t<strong>rei</strong>z ini-<br />

09 quo que observante das Leis de Vossa Magestade<br />

10 e as Rezoins de suas queixas são as seguintes<br />

11 1<br />

12que na primeira cor<strong>rei</strong>ção que fez nesta Cappitania de Porto Calvo<br />

13 no ano de 1717 veyo com alçada de 25 solda<strong>do</strong>s, e hum sargento a<br />

14 250 cada solda<strong>do</strong> por dia, e o sargento a 400 <strong>rei</strong>s por dia, e sen<strong>do</strong> a deligencia de<br />

noite<br />

15 se cobrava em <strong>do</strong>bro, e demoran<strong>do</strong>çe coatro mezes, emportou a alçada<br />

16 seis sentos mil Reiz fora o que lhe toquava a elle seu escrivão Meirinho<br />

17 que tu<strong>do</strong> emportou huma soma grande, tu<strong>do</strong> tira<strong>do</strong> deste pobre povo.<br />

18 2<br />

19 que tres Requerentes que trouce consigo sigevarão[sic] ganharão mais de seiz-<br />

20 sentos mil Reis, com seus escrivais assim da cor<strong>rei</strong>ção como <strong>do</strong>s abzentes<br />

<strong>21</strong> e Rezidios levarão exorbitantes ca[ilegível]rros, fora desta taxa, e tu<strong>do</strong> dito<br />

22 ouvi<strong>do</strong>r concentra por serem capa de suas Ladruiçez[sic]<br />

23 3<br />

24 que criminou to<strong>do</strong>s os homens nobres que tinha servi<strong>do</strong> de Juizes E<br />

25 vena<strong>do</strong>res, a Vinte e a trinta Mill Reis, e não obstante o pagarem<br />

26 as condençois os dexou criminosos, e assim não há quem sirva


27 nesta Republica<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 19<br />

28 4<br />

29 que aconselhava as partes e de ambas aceitava peitas de dinheiro excessos<br />

[fl. 27]<br />

01 Excessos de asuquar[?] como fez <strong>ao</strong> cappitam Ioão Lins de Vasconcellos e <strong>ao</strong><br />

Sargento<br />

02 [mor] Antonio da Rocha Falcão em humas partilhas que lhes fez.<br />

03 5.<br />

04 que tinha costa com varias mulheres assim solteira como caza-<br />

05 das que perante elle tinha requerimentos como fez Maria da Sum-<br />

06 pção, senhorinha Barboza, e outras mais aconselhan<strong>do</strong> os de noite<br />

07 o que havia Requerer de[ilegível] dan<strong>do</strong> a to<strong>do</strong> este Povo muito escan<strong>do</strong>llo.<br />

08 6.<br />

09 que Fazia as Audiençias descomposto com camiza e siroulla<br />

10 sem meyas e so com hum timão de chita e nesta forma<br />

11 Recebia as Vizitas <strong>do</strong>s homens Prinçipais faltan<strong>do</strong> <strong>ao</strong> Respeito<br />

12 Devi<strong>do</strong> a seu Cargo.<br />

13 7.<br />

14 que muitas vezes se ocultava as partes por estar deverti<strong>do</strong> com<br />

15 aas conbucinas de que havia detrimento grande nas partez<br />

16 por cuia cauza se demorou dan<strong>do</strong> tempo.<br />

17 8.<br />

18 que fazen<strong>do</strong> os Pellouros fez tal cavilação nelles que se hirão<br />

19 tres juízes de huma caza dexan<strong>do</strong> muitos beneméritos que<br />

20 podião çer por cuio efeito lhe deu Antonio Alvares Silva huma<br />

<strong>21</strong> huma[sic] caxa de asuquar Branco de Corente aRoubaz.<br />

22 9.<br />

23 que por pagarem a dita alsada livrou muitos por prezcrição cem<br />

24 aver, dan<strong>do</strong> centenças de solto e livre, sem apellaçam<br />

25 condinan<strong>do</strong> so em vinte e trinta mil Reis e corenta<br />

[fl. 28]<br />

01 10.<br />

02 que na segunda cor<strong>rei</strong>ção trouce <strong>do</strong>ze solda<strong>do</strong>s hum sargento, hum<br />

03 Alferes ganhan<strong>do</strong> por dia, e alferes <strong>do</strong>us cruza<strong>do</strong>s sargento hum cru-<br />

04 za<strong>do</strong> solda<strong>do</strong>s duzentos e sincoenta e fazião deligencia de noite <strong>do</strong>bra-<br />

05 va os celarios, e fazen<strong>do</strong>çe qualquer notificação, ainda que


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 20<br />

06 foce para dar contas de algum testamento mandava o Escrivão <strong>do</strong><br />

07 Meirinho com <strong>do</strong>us e tres solda<strong>do</strong>s e muitas vezes o sargento<br />

08 <strong>do</strong>bran<strong>do</strong>çe por este Respeito as custas <strong>ao</strong>s mora<strong>do</strong>res, por cuja cau-<br />

09 za os mora<strong>do</strong>res de Sam Bento se alvoraçarão, e to<strong>do</strong>s em hum corpo<br />

10 se quexarão <strong>ao</strong> Cappitão mor Sebastião Mauriçio Vanderley<br />

11 e o Cappitam mor Rodrigo de Barros de Sem parte <strong>ao</strong> governa<strong>do</strong>r<br />

12 e Cappitam General destas capitanias das Avechasoins que<br />

13 padecião <strong>do</strong> dito Menistro, e pellos ditos Capitains Mores<br />

14 assim o fazerem proferio contra elles palavras escandelozas.<br />

15 11 [sinal publico]<br />

16 que Mandan<strong>do</strong> o governa<strong>do</strong>r e cappitam general por carta<br />

17 Manuel de Souza Tavares Repetidas advirtencias que se<br />

18 obstiveçe das suas violências, e se oveçe[sic] com moderação com<br />

19 os povos e Retiraçe a alçada e nada deferiu dito Ovi<strong>do</strong>r Geral<br />

20 antes se demorou mais <strong>do</strong>is mezes depois <strong>do</strong>s trinta dias, ame-<br />

<strong>21</strong> asan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res com Rigorosos castigos.<br />

22 12<br />

23 que nesta mesma segunda cor<strong>rei</strong>ção se comcubinou com humaz<br />

24 mulheres Cazadas dan<strong>do</strong> escandallo, por cuia cauza fez algumaz<br />

25 Sem Rezoins como fora dar Carta de Seguro a Antonio Pinto de Men-<br />

26 <strong>do</strong>nça sem alvará por haver fogi<strong>do</strong> da prizão em que estava<br />

27 ten<strong>do</strong> lhe nega<strong>do</strong> muitas vezes e aseitou <strong>do</strong> dito criminozo huma<br />

28 caxa de asuquar de peita.<br />

29 13.<br />

30 que com huma só testemunha culpava com negros cativaz<br />

[fl. 29]<br />

01 cativas <strong>ao</strong>s comcumbinarios[sic] e os prendião, e tanto que pagava<br />

02 para a alçada os soltava, e acondenação hera de dezaseis e vinte<br />

03 mil Reis, e aconselhan<strong>do</strong> os estiveçem pela culpa, e senão tinhão<br />

04 dinheiro lhe tomava cavallos, e mais alfayas e aRematava<br />

05 com praça por cuia cauxa muitos mora<strong>do</strong>res vão despejan<strong>do</strong><br />

06 desta capitania.<br />

07 14.<br />

08 que por algumas condenaçois ou delitos que havia mandava<br />

09 fazer execuçois em caixas de asuquar e os punha nesta praça e az<br />

10 mandava Rematar pellos seus sequitos[?] para sy por preço muito de<br />

11 m[corroí<strong>do</strong>] como foçe uma <strong>ao</strong> capitam Andre da Rocha falcão<br />

12 [corroí<strong>do</strong>] pessoas.<br />

13 15.


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> <strong>21</strong><br />

14 que os offiçiais que trazia consigo escrivão da cor<strong>rei</strong>ção, o escrivão<br />

15 <strong>do</strong>s Rezidios Meirinho e seu escrivão, nemhú delles tinhão<br />

16 provizão de nenhú governo sen<strong>do</strong> so eleição sua, e dizem<br />

17 partião com elle o que ganhavão.<br />

18 16.<br />

19 que com os ditos escrivais aRematou hum emgenho sem haver requeri-<br />

20 mentos de parte nem sentenças, somente afim de levar duzentos<br />

<strong>21</strong> mil Reis que devia o dito Emgenho de Rezidios de humas Minas que<br />

22 elle Levou.<br />

23 17<br />

24 que morren<strong>do</strong> Balthezar Pe<strong>rei</strong>ra Pinto, mora<strong>do</strong>r e filho desta Capitania<br />

25 e dexan<strong>do</strong> seus bens não chegarão para os [ilegível]entos que devia e o dito<br />

26 ovi<strong>do</strong>r levou a milhor pessa que se vendeo por sento e corenta<br />

27 mil Reis, dizen<strong>do</strong> creava <strong>ao</strong>s auzentes sem os haver.<br />

[fl. 30]<br />

01 18<br />

02 que o dito menistro da dita cor<strong>rei</strong>ção não prendeu nem fez deligencia com a dita<br />

03 alçada criminoza[?] da morte andan<strong>do</strong> so açam daquellas que lhe redundava<br />

04 em entereçez.<br />

05 19<br />

06 que <strong>do</strong> dinheiro que estava consigna<strong>do</strong> para se fazer a cadya Levou trinta mil Reis<br />

07 [corroí<strong>do</strong>] de lhe [corroí<strong>do</strong>] de Gaspar Baliniro[?] que os solda<strong>do</strong>s da sua alça lhe<br />

08 [corroí<strong>do</strong>] quis mandar meter [corroí<strong>do</strong>]<br />

09 y de peitas e aRemataçois se acha Levar 20 desta Capitania quinze<br />

10 caxas de asuquar e para aRematar o Emgenho de Simboa[?] sincoenta<br />

11 mil Reis.<br />

12 <strong>21</strong>.<br />

[sinal público]<br />

13 que para acabar de to<strong>do</strong> esta freguezia se demorou nella cem Diaz<br />

14 em que montou a dita alsada muitos cruza<strong>do</strong>s.<br />

15 Estes são as nossas quexas e <strong>ao</strong>s Pes de Vossa Magestade pedimos como<br />

16 nosso Rey, nosso Pay, mande tomar conhecimento para as castigar<br />

17 como Vossa Magestade for servi<strong>do</strong>, chegar para esta deligençia venha<br />

18 a esta Capitania <strong>do</strong> Porto <strong>do</strong> Calvo por quanto a Cabeça da<br />

19 Comarca seia distante vinte e sinco legoas, e não poderão<br />

20 os pobres quexozos aprezentar a Rezam de sua queixa<br />

<strong>21</strong> a pessoa de Vossa Real Magestade Guarde Deus por Incertos


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 22<br />

22 annos para nosso amparo. Porto Calvo de Pernambuquo<br />

23 Seis de Abril de 1720.<br />

24 Humildes Vassallos<br />

25 de Vossa Magestade.<br />

26 Sebasti<strong>ao</strong> Mauricio [ilegível]<br />

[fl. 31]<br />

01 Rodrigo de Barros Rodrigo de Barros Pimentel<br />

02 Andre de Barros Pimentel Sibal<strong>do</strong> Linz<br />

03 Francisco Soares Carvalho[?] [ilegível]<br />

04 <strong>João</strong> Roza[?] de [ilegível] [corroí<strong>do</strong>]<br />

05 Barnabé da Costa Car<strong>do</strong>zo Leonar<strong>do</strong> de Alves Azeve<strong>do</strong><br />

06 <strong>João</strong> da Silva Baltazar Lixboa Pimentel.<br />

07 Joachim Lopes Nogueira Bento Luis da Costa<br />

08 Bras da Silva Antonio Leitão de Lemos[?]<br />

09 Manoel Roiz Roza<br />

10 Padre Antonio Gomes Car<strong>do</strong>so José de Barros<br />

11 Manoel Barros Pimentel Manoel da [corroí<strong>do</strong>] Pe<strong>rei</strong>ra<br />

12 Gonsallo dias de Azeve<strong>do</strong><br />

13 Euzebio <strong>do</strong> Vale<br />

14 Miguel de Amorim<br />

[fl. 32]<br />

01 Senhor<br />

[sinal público]<br />

02 Manoel de Souza Tavares Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco, me fes avizo estan<strong>do</strong> em<br />

cor<strong>rei</strong>çam no<br />

03 rio de São Francisco tinha o capitam mor de Porto Calvo Iozeph de Barros Pimentel<br />

04 acaba<strong>do</strong> de servir o seu triênio, e que lhe devia tirar rezidencia na freguezia das or-<br />

05 dens de Vossa Magestadde, e no mesmo tempo, creou de novo nas freguezias fo-<br />

06 ra da vila São Bento e Camaragibe, Capitaes mores e Sarentos mores en-<br />

07 tenden<strong>do</strong> era ali necessário para a defensa da marinha, <strong>ao</strong>nde alguás ve-<br />

08 zes os cossarios lançasse gente em tererra e levão práticos daquelles<br />

09 perdeo como há pouquo tempo succedeo, per falta de [ilegível] que acuda<br />

10 aquellas paraa com promptidão<br />

11 Desta nova detriminação tomarão sem duvida, motivo alguns perten-<br />

12 dentes que não entrarão naquelles provimentos e outros mal affectos <strong>ao</strong>s<br />

13 provi<strong>do</strong>s, a maquinar com o povo rebellião, perpon<strong>do</strong> lhe para a sua alte-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 23<br />

14 ração, a que não obedecessem <strong>ao</strong>s novos capitães mores, e que só obedeces-<br />

15 sem <strong>ao</strong> que tinhão, pois na rebellião de Pernambuco os tinha defendi<strong>do</strong>, suas ca-<br />

16 zas e fazendas <strong>do</strong>s que se opuzerão <strong>ao</strong> povo <strong>do</strong> Recife; e com effeito que-<br />

17 ren<strong>do</strong> os novos cappitaes mores passar mostrar lhe não obedeçeo <strong>ao</strong><br />

18 mayor por <strong>do</strong> povo, e per alguns excessos que mais hover derão por <strong>ao</strong><br />

19 governa<strong>do</strong>r, que man<strong>do</strong>u cabos com alguns solda<strong>do</strong>z, para sosegar o povo<br />

20 e o per em obediência; que já se achava posto com armas, os quais passa<strong>do</strong><br />

<strong>21</strong> algum tempo, se retriarão, sem mais offença que a da morte de hum<br />

22 paizano, entenden<strong>do</strong> ficava tu<strong>do</strong> o povo socega<strong>do</strong>.<br />

23 Porem sem o povo querer obedecer <strong>ao</strong>s cappitais mores, nem as or-<br />

24 dens <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r; foi necessário mandar fazer alguás prizoes per hum<br />

25 cabo e solda<strong>do</strong>s das pessoas principáes que podiam ser motivo da<br />

26 alteração e prezos que fora alguás lhes tirou o mesmo povo<br />

27 arma<strong>do</strong> das mãos, fican<strong>do</strong> sem effecto esta deligencia.<br />

28 Neste esta<strong>do</strong> se acahva aquelle povo to<strong>do</strong> e os que o induzirão com<br />

29 ciumes de que se fizera contra elles algum procedimento trata-<br />

30 rão de fomentara mesma alteração, ordenan<strong>do</strong> que no fim<br />

31 <strong>do</strong> termo na Barra <strong>do</strong> rio de Santo Antonio Grande me esperassem tre-<br />

32 zentos homens arma<strong>do</strong>s e me não deixassem entrar no termo da-<br />

33 quella vila a fazer cor<strong>rei</strong>çam a outra alguá deligencia, sem que primeiro lhe des-<br />

34 se seguro da piedade de Vossa Magestade, e per<strong>do</strong>asse o crime <strong>do</strong> motim pro-<br />

35 metten<strong>do</strong> lhe não tirar devaça ou fazer deligencia algúa na-<br />

[sinal público, a margem esquerda]<br />

[fl. 32v]<br />

01 quella vila de que lhe rezultasse crime e repetirão esta assistencia muitas vezes e<br />

02 que despersuadidiz[sic] daquella notaria[?] se retirarão a procurar outro meyo de<br />

03 que entrasse eu a fazer cor<strong>rei</strong>çam ten<strong>do</strong> noticia que fazia deligencia alguá, sobre<br />

esta ma-<br />

04 teria me fossem lançar fora, e impedir exercer jurisdição.<br />

05 Com esta certeza ent<strong>rei</strong> no termo daquella vila para fazer cor<strong>rei</strong>çam nos fins de<br />

outubro de 1719<br />

06 a tempo que nella se achava em hum seu engenho Jozeph de Paiva escrivão da Ca-<br />

07 mera ecleziastiqua de Olinda que com seu sogro Andre da Rocha Falção e seuz<br />

08 parentes Sebastiam Mauricio; e Francisco Soares Canha, e outros da sua facção<br />

temen<strong>do</strong> que<br />

09 os obrigasse, e executasse per dividas grossas que devem assim a órfãos, como a<br />

cappitam<br />

10 e testamentos; e outras particulares a pouquos dias da minha assistencia tratarão<br />

11 alterar o povo, fingin<strong>do</strong> que eu tirava contra elle devaça secretamente e que<br />

12 convinha fazerem me despejar a terra, mandan<strong>do</strong> convocar muita por delle pellaz<br />

13 freguezias, e acertarão que Sebastiam Mauricio com a gente que ajuntasse, me<br />

fosse despe-<br />

14 jar detreminan<strong>do</strong> dia em que to<strong>do</strong>s fossem assim caza arma<strong>do</strong>s, para esse fim.


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 24<br />

15 Sucedeu com effeito juntaram se a porta <strong>do</strong> dito Sebastiam Mauricio mais de 400<br />

homens ar-<br />

16 ma<strong>do</strong>z, no dia detremina<strong>do</strong> e pelo acharem já retiar<strong>do</strong> formarão queixas contra elle<br />

17 de que os enganara, queren<strong>do</strong> lhe asaltar a caza de que me fes avizo, e a outras<br />

18 pessoas que buscarão o povo, e pouzerão em socego, e no mesmo tempo procurará<br />

parte<br />

19 delle, e o dessuadi[?] de que os motivos com que os alteravão erão falsos e<br />

[ilegível]an<strong>do</strong><br />

20 a mayor parte della os soceguei totalmente, seguran<strong>do</strong> lhe não faria procedimentos<br />

contra os<br />

<strong>21</strong> seus excessos, e para que mais de não Levassem das presuações <strong>do</strong>s que os ano<br />

tiraces<br />

22 os favoreci em cazos crimes de devaças gerais de culpas suas e de outras [corroí<strong>do</strong>]<br />

23 tinhão perdas das partes e não merecião pena capital, dan<strong>do</strong> lhe sentenças sem<br />

appelação<br />

24 na consideração de que Vossa Magestade o haveria assim per bem para quietação<br />

<strong>do</strong>s seus vassa-<br />

25 los ten<strong>do</strong> já per menores nas partez concedi<strong>do</strong> esta faculdade e alguns ouvi<strong>do</strong>rez<br />

26 de Pernambuco quan<strong>do</strong> corrigião estas vilas e rio de São Francisco e não foi este<br />

beneficio de pouqua<br />

27 utilidade, perque sen<strong>do</strong> depois desta occazião, persuadi<strong>do</strong> o povo duas vezes a le-<br />

28 vante se escuzou declaran<strong>do</strong> me particularmente que os amotina<strong>do</strong>res, erão os<br />

prin-<br />

29 cipais da terra conhecen<strong>do</strong> que o fazião per não pagarem as dívidas, restituiço-<br />

30 es, e liga<strong>do</strong>s que há muitos anos estão obriga<strong>do</strong>z, e na cor<strong>rei</strong>çam se lhes fazião<br />

pagar.<br />

31 E o mesmo cappitão mor Iozeph de Barros, me declarou, que todas estas altera-<br />

32 ções e rezoluções <strong>do</strong> povo forão feitas pellas pessoas, asima nomeadas e ou-<br />

33 tras duas parciaes, e que de fora da comarca lhe fizerão avizos Levantasse o<br />

34 o povo contra os ministros que tivessem a vos de Vossa Magestade e ainda<br />

capitulares<br />

[fl. 33]<br />

[sinal publico]<br />

01 Capitulares da fé de Olinda pra[corroí<strong>do</strong>] fazerem o mesmo com<br />

02 mais povos, consideran<strong>do</strong> o queixaz na repartição que se lhe foi<br />

03 da Capitania mor que exercia e privação que della se lhe fes e que<br />

04 não deu conveniente aposta, por ser hum <strong>do</strong>s Leais vassalos<br />

05 que nesse esta<strong>do</strong> Vossa Magestade tem, e o mostrou nas alterações de<br />

Pernambuco<br />

06 como testemunharão os governa<strong>do</strong>res que nelle forão Felix Jozeph<br />

07 Macha<strong>do</strong>z e Lourenço de Almeida.<br />

08 De tu<strong>do</strong> dei parte <strong>ao</strong> governa<strong>do</strong>r de Pernambuco; e o faço agora a Vossa<br />

Magestade para que mande<br />

09 tomar conhecimento desse cazo, fazen<strong>do</strong> Castigar rigurozamente os


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 25<br />

10 culpa<strong>do</strong>s e cabeças destes motins, pois he sem duvida que os mes-<br />

11 mos que agora os incitão forão nos de Pernambuco pelos principais, e por<br />

12 elles culpa<strong>do</strong>z, e prezoz alguns, e per falta de castigo vivem a-<br />

13 inda com o mesmo animo de desobedientes, Crueis e crimes<br />

14 pois não há órfão, ou viúva que não chore o seu desamparo no<br />

15 disperdicio que lhe fazem em seus bens, nem pobre que se não<br />

16 lastima <strong>do</strong> mesmo, e o que ainda o sagra<strong>do</strong> lhe não es-<br />

17 capa, pois as esmollas que se dão para os órfãos <strong>do</strong>s templos, tem<br />

18 em fé, sem os restituírem pon<strong>do</strong> os em termoz de estarem per<br />

19 essa falta aruina<strong>do</strong>z tu<strong>do</strong> com o poder de juízes que tem<br />

20 preservem, e <strong>do</strong>s poderozos nas terras, sem que os ministros com<br />

<strong>21</strong> toda a possível deligencia possão valer a este dezamparo, e <strong>ao</strong>z<br />

22 mais que vem pelo receyo das alterações que contra elles com o po-<br />

23 uco fazem, pon<strong>do</strong> lhe as vidas em evidentes perigos, e a ca-<br />

24 da hum <strong>do</strong> mesmo povo que delles se quer queixar.<br />

25 Per cuja cauza maquinão contra os mesmos ministros im-<br />

26 pon<strong>do</strong> lhe o palco de tiranos, e com cappa de virtude, pedin<strong>do</strong><br />

27 as câmeras reprezentem a Vossa Magestade não hé comveniente que<br />

28 aquella Vila seja corrigi<strong>do</strong>s todas os annos mas que basta húa<br />

29 vez cada triênio, para que assim os não obriguem a pagar di-<br />

30 vidas no breve tempo, que dera húa cor<strong>rei</strong>ção, certos de que<br />

31 lhas não pede? Ante os juízes ordinários seus parentes e<br />

32 a muitos involven<strong>do</strong> neste pertanto de pelvora a pouqua obediência<br />

33 e seguição que querem ter ajudante e dar satisfação as partes<br />

34 Nesta Vila de Porto Calvo não há Cadeya nem Caza da [corroí<strong>do</strong>]<br />

35 ten<strong>do</strong> noticia que em Pernambuco havia huma pro[corroí<strong>do</strong>]<br />

[fl. 33v]<br />

[sinal público]<br />

01 para se fazer de alguns acréscimos <strong>do</strong>s rendimentos <strong>do</strong>s concelhos; que se achavão<br />

nas mãos<br />

02 de alguás pessoas principaes, lhe dei principio, fazen<strong>do</strong> asoenz de ordena<strong>do</strong>[?]<br />

03 na cor<strong>rei</strong>çam que para esta obra apliquei, e para duas pontes que mandei fazer em<br />

vá-<br />

04 rios que acerção porem não se acabou a obra, per se não cobrar o que se deve <strong>do</strong><br />

05 contrato e he muito necessário findarse mandan<strong>do</strong> Vossa Magestade ordem para<br />

finta <strong>ao</strong>nde<br />

06 não chegar o <strong>do</strong> mesmo que há em ser, per que sem ella senão fazem prizões <strong>ao</strong>s<br />

07 criminozos, e algemas que se conseguem, em breves oras se vem sem o peito<br />

08 por fugirem os prezos <strong>do</strong>s lugares em que os tem e quan<strong>do</strong> se remettem para a<br />

cade-<br />

09 ya desta vila lhes tirão no <strong>Conselho</strong> in<strong>do</strong> para isso corpos grossos de homens<br />

[corroí<strong>do</strong>] ma-<br />

10 <strong>do</strong>s ainda que nem sempre o consigão como sucedeo nesta ultima cor<strong>rei</strong>çam que


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 26<br />

11 fes, <strong>ao</strong>nde pertenderão tirar das mãos de huns solda<strong>do</strong>s duas mulheres<br />

12 culpadas na morte de seu mari<strong>do</strong>, e genro.<br />

13 A mesma necessidade tem de cadeya a vila <strong>do</strong> rio de São Francisco; e esta ouverá[?]<br />

14 a outra serem muito fraquas e limitadas sem forma de cadeya per serem<br />

15 cazos particulares que as câmeras comprarão para remédio, em tal forma que a<br />

16 <strong>do</strong> rio de são Francisco he de terra e madeira e não tem mais que húa enxovia a<br />

17 onde estão homens e mulheres humas eram vezes[?] se mettem nella pre-<br />

18 zos de crimes graves pela facilidade com que della saem, e ter succedi<strong>do</strong> a<br />

19 alguns juízes, que fazem as prizões, buscarem nos os mesmos prezos<br />

20 fugi<strong>do</strong>s para os prenderem, sen<strong>do</strong> aquella vila; e seu termo, e a mayor parte desta<br />

comarca; o cou-<br />

<strong>21</strong> za <strong>do</strong>s mais facinorozos homens de to<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong> de Pernambuco e Bahia, e assim<br />

he<br />

22 muito conveniente que Vossa Magestade em todas estas vilas manda fazer cadeyas<br />

<strong>ao</strong> for-<br />

23 tes para temor em pelo das justiças.<br />

24 Tambem faço prezente a Vossa Magestade que será muito <strong>do</strong> agra<strong>do</strong> <strong>do</strong> di<strong>rei</strong>to; e<br />

de seu<br />

25 real serviço e bem de seus vassalloz mandar Vossa Magestade <strong>ao</strong> Bispo e Cattolico<br />

de<br />

26 Pernambuco que não mandem vizita<strong>do</strong>res a esta comarca; per que sen<strong>do</strong> a vizita<br />

orde-<br />

27 nada para bem das almas na que esse anno se fes nesta comarca se vio eviden-<br />

28 temente a ruína dellas, avexação <strong>do</strong>s povos, e a uzurpação da jurisdição<br />

29 real, perque o vizita<strong>do</strong>r deixou os amanceba<strong>do</strong>s no mesmo pecca<strong>do</strong> sem<br />

30 nem lhe dar húa correção todas as vezes que lhe dav<strong>ao</strong> e a seus officiaes o que lhez<br />

31 pedião condenan<strong>do</strong> huns a des e a vinte mil cruza<strong>do</strong>s e a outros, a mais ou me-<br />

32 neos conforme lhe sentião os cabedaes e a muitos, que já havia tempoz<br />

33 em que faleci<strong>do</strong>s os procuravão governa<strong>do</strong>sse per róes de outroz<br />

[fl. 34]<br />

[sinal público]<br />

01 vizita<strong>do</strong>res antigos, sem lhe formar culpa de novo levan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s testa-<br />

02 mentos de sua Aternativa[?] de reziduo a trina per cento, toman<strong>do</strong><br />

03 contas de cappelas e confrarias instituídas por seculares e por elles admi-<br />

04 nistradas immediatamente depois de as enformar, elevan<strong>do</strong> das<br />

05 contas emulumentos não ten<strong>do</strong> as confrarias próprios, e algum dinheiro<br />

06 que dellas cobrio fazen<strong>do</strong> empréstimos a quem lhes parecia dei-<br />

07 xan<strong>do</strong> de o empregar emparamentos necessários fazen<strong>do</strong> inven-<br />

08 tarioz <strong>do</strong>s bens <strong>do</strong>s defuntos seculares e toman<strong>do</strong> lhe logo con-<br />

09 tas dentro de 15 dias depois de faleci<strong>do</strong>z, e dispen<strong>do</strong> <strong>do</strong>s bens<br />

10 das 3as contra as dispozições <strong>do</strong>s tesata<strong>do</strong>res, em seus testamentos ou<br />

11 codecilhos[sic] recolhen<strong>do</strong> os isso tu<strong>do</strong> contra a Lei, di<strong>rei</strong>to e jurisdi-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 27<br />

12 ção real, ordenan<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s Parochos não mostrem <strong>ao</strong>s prove-<br />

13 <strong>do</strong>res os Livros <strong>do</strong>s defuntos, nem lhes dem rol delles, consentin-<br />

14 <strong>do</strong> lhe receberem as esmollas das fabricas pequenas, e <strong>do</strong>s enter-<br />

15 nos e cruzes da confraria, sem que se entreguem <strong>ao</strong>s Thezou<strong>rei</strong>ros de<br />

16 que nunqua dão contas, e fazen<strong>do</strong> lhe passar certidões falsas<br />

17 contra a escritura <strong>do</strong>s testamentos e alento <strong>do</strong>s livros <strong>do</strong>s defuntos<br />

18 para dizerem são alguns testamentos de sua alternativa e fa-<br />

19 zen<strong>do</strong> sobre isso perdi<strong>do</strong>s justificações, e proceden<strong>do</strong> con-<br />

20 tra as partes com injuras, e as mesmas me impuzerão per de-<br />

<strong>21</strong> fender a jurisdição real nestes e outros Cazos, e o que mais hé o<br />

22 que mandarão notificar o goardião de São Francisco nesta vila com-<br />

23 minan<strong>do</strong> lhe as mesmas censuras, não tomassem appella-<br />

24 ções as partes, por o ter impedi<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s Parrochos, denegan<strong>do</strong> lhe<br />

25 to<strong>do</strong> o remedio de defeza nos aggravos que delle para o juis <strong>do</strong>s fei-<br />

26 tor da Coroa imtrepunhão, não dan<strong>do</strong> repostas, antes fa-<br />

27 zen<strong>do</strong> ameaças as partes trazen<strong>do</strong> para isso sempre consigo escra-<br />

28 vos arma<strong>do</strong>s, e solda<strong>do</strong>s pagos <strong>do</strong> palmar que lhe fazião<br />

29 guarda, que o seu mesmo cappellão lhe conduzio; e finalmente<br />

30 senhor cazan<strong>do</strong> alguns sogeitos com segunda mulher sen<strong>do</strong> [ilegível] a<br />

31 por sem precederem as deligencias necessárias, e persuadin<strong>do</strong> ou-<br />

32 tros allguem impotência para o matrimonio, por <strong>ao</strong> melho-<br />

33 rem e cazarem as mulheres com os barngões[sic], o que<br />

34 tu<strong>do</strong> succedeo nesta vila e termo e na de Porto Calvo, será muito<br />

35 conveniente que a estes desa[ilegível] os mande Vossa Magestade acudir<br />

36 com remédio pois os ministros não hé possível vencer estas<br />

37 dificuldades pelas distancias <strong>do</strong>s recurzos [ilegível] as<br />

[fl. 34v]<br />

[sinal público]<br />

01 partes per suas pobrezas, sen<strong>do</strong> também percizo que <strong>ao</strong>s ouvi<strong>do</strong>res desta comarca<br />

conceda<br />

02 Vossa Magestade serem juízes <strong>do</strong>s feitos da Coroa, para que com mai brevidade<br />

partes recor-<br />

03 rão a elles, e tratam da sua defeza natural que desta per natural terem meyos para<br />

04 seguirem na vila <strong>do</strong> Recife <strong>ao</strong>nde o hé o Ouvi<strong>do</strong>r daquella praça.<br />

05 Para to<strong>do</strong>s estes excessos concorre to<strong>do</strong> o clero e o mesmo abbito escrivão da<br />

came-<br />

06 ra ecleziastica em razão de terem ordena<strong>do</strong> a muitas pessoas destas per favor<br />

07 e dinheiro sen<strong>do</strong> notoriamente infinitos os errigutores[sic], perque nesta comarca<br />

se achão<br />

08 e fora della clérigos conhecidamente christãos nocios, leprozos, condena<strong>do</strong>z a<br />

09 morte de forqua per sentença da Relaçam sem saberem nem gramatiqua com al-<br />

10 guns que andão aprenden<strong>do</strong> os princípios della, e infinitos tambem de<br />

11 ordens sacras epistolla evangelho e Missa de idade de 15 a 20 anos dis-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 28<br />

12 pensan<strong>do</strong> o habbito em to<strong>do</strong>s estes cazos per industria e persuações <strong>do</strong> mês-<br />

13 mo escrivão da camara e ainda per certidões falsas que manda passar,<br />

14 Levan<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s ordinan<strong>do</strong>s a cem e duzentos mil réis e mais, e desta materia há<br />

15 neste esta<strong>do</strong> geral queixa e escandallo, e se comettem sacrilégios indispen-<br />

16 saveis mais que per sua santidade; e não mandan<strong>do</strong> Vossa Magestade examinar<br />

com<br />

17 individuação estas materias per ministro de letras e virtude para lhe mandar<br />

18 per remédio sem fácil a entrada de húa herezia neste esta<strong>do</strong> pó-<br />

19 is a liberdade da vida hé capaz de admittir.<br />

20 Por estas cauzas, e certeza de que dellas publiquei, e impaciente dar conta a<br />

<strong>21</strong> Vossa Magestade se irritarão contra mim os capitulares de Olinda <strong>ao</strong> seu escri-<br />

22 vão da câmera, ordenan<strong>do</strong> dar Capituloz de mim a Vossa Magestade man-<br />

23 dan<strong>do</strong> as copias delles a Vila de Porto Calvo, <strong>ao</strong>nde o escrivão da [corroí<strong>do</strong>]<br />

24 he aparenta<strong>do</strong>, e pedin<strong>do</strong> se lhes asignassem, e que se firmassem por as<br />

25 despeza da remessa de quem os fora solicitar a Corte e com effeito com-<br />

26 seguirão asignarem muito <strong>do</strong>s seus parentes, e pagarem a finta e ven-<br />

27 <strong>do</strong> que alguns repugnarão lhe apurarão o sentimento com a lembrança<br />

28 das paixões <strong>do</strong>s Culpa<strong>do</strong>s nos Levantes de Pernambuco; sentin<strong>do</strong> mal<br />

29 os procedimentos que os ministros de Vossa Magestade tem com elles, e ainda<br />

30 da mesma rellação e me consta envião hum clérigo que per seu meo<br />

31 viver foi expulso da ocupação de capellão <strong>do</strong> Palmar e o tinha<br />

32 ti<strong>do</strong> intendente[?] muito per sentença na Relaçam da Bahia, <strong>ao</strong>nde ainda esta a<br />

33 sentença, com condenação de degre<strong>do</strong>, e outras mais penas, fazer a vossa<br />

magestade<br />

[fl. 35]<br />

[sinal público]<br />

01 Vossa Magestade este negocio e pedir conheça delle ministro que nomeyáo, e co-<br />

02 mo as materias que refiro a Vossa Magestade são dignas de conhecimento<br />

03 e castigo, e que para a sua averiguação se nomea ministro recto[?]<br />

04 e independente, esse mesmo, poderá conhecer <strong>do</strong>s capítulos<br />

05 que contra mim se derem, mais nasci<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ódio que da razão<br />

06 e quan<strong>do</strong> nelles esteja comprehendi<strong>do</strong> já de agora me offereço<br />

07 <strong>ao</strong> castigo que merecerem as minhas culpas, que são argui-<br />

08 das mais para desacreditarem esta conta, suppon<strong>do</strong> a dada por<br />

09 desaffeição que por me considerarem Reo dellas.<br />

10 Vossa Magestade mandara o que for servi<strong>do</strong> Ala-<br />

11 goas e Abril 15 de 1720.<br />

12 Do Ouvi<strong>do</strong>r das Alagoas <strong>João</strong> Villela <strong>do</strong> Amaral


[fl. 36]<br />

01 Senhor<br />

[sinal público]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 29<br />

02 Na vila de Porto Calvo /húa das desta comarca que consta de tres freguesias<br />

pareceo conve-<br />

03 niente <strong>ao</strong> governa<strong>do</strong>r de Pernambuco de Souza Tavares, que houvesse em cada húa<br />

cappitam<br />

04 mor, e os creou de novo, fazen<strong>do</strong> me avizo, tirasse rezidencia a Jozeph de Bar-<br />

05 ros Pimentel, que com o posto de capitam mor prezidia em todas per haver mais de<br />

tres<br />

06 annos estava servin<strong>do</strong>, e ser contra as ordens de Vossa Magestade servirem oz<br />

07 capitaes mores mais de tres annos sem rezidencia, e desta nova creação to-<br />

08 marão alguns pertendentes, que não entrarão naqueles provimentos, e ou-<br />

09 tros mal affeitos <strong>ao</strong> prove<strong>do</strong>r motivo para alterarem o povo, fazen<strong>do</strong> que<br />

10 a mayor parte não obedecesse no passar das mostras nem em outros parti-<br />

11 culares e <strong>ao</strong>s cappitaes mores e so quizessem <strong>ao</strong> antigo Jozeph de Barros<br />

12 que nas alterações de Pernambuco os tinha defendi<strong>do</strong>, e suas fazendas <strong>do</strong>s que lhe<br />

13 forão oppostos e <strong>ao</strong> Recife; per estas cauzas, e por outros excessos, serão os capi-<br />

14 pitaes mores por <strong>ao</strong> governa<strong>do</strong>r, que man<strong>do</strong>u alguá ordenança de outra fre-<br />

15 guezias e quietar o povo, que se achava posto em armas, que depois de<br />

16 algum tempo se retirou não haven<strong>do</strong> mais excesso que da mor-<br />

17 te de hum paizano, em hum encontro que tiverão.<br />

18 Dotan<strong>do</strong> o povo altera<strong>do</strong> na mesma desobediência, segunda ves enviou o<br />

governa<strong>do</strong>r<br />

19 hum cabbo com alguns solda<strong>do</strong>z prender alguás pessoas prin-<br />

20 cipaes, que entendia erão cauza <strong>do</strong> motim, e das mãos <strong>do</strong>s mes-<br />

<strong>21</strong> mos solda<strong>do</strong>s e cabbo, per força de armas lhe forão os prezos ti-<br />

22 ra<strong>do</strong>z.<br />

23 Nesse esta<strong>do</strong> se achava aquelle povo de Porto Calvo e persuadi<strong>do</strong>s os ca-<br />

24 beças <strong>do</strong> motim que entran<strong>do</strong> ou em cor<strong>rei</strong>çam; conheceria daquelles ex-<br />

25 cessos, mandarão por vezes <strong>ao</strong> fim <strong>do</strong> termo, no sito da barra <strong>do</strong> rio de<br />

26 Santo Antonio grande mais de duzentos homens arma<strong>do</strong>s, esperar me com<br />

27 rezolução de que não faria cor<strong>rei</strong>çam nem entraria naquelle termo<br />

28 sem que em nome de Vossa Magestade lhe desse perdão e prometesse não fa-<br />

29 zer procedimento contra elles, e despersuadi<strong>do</strong>r desse intento, elles erão<br />

30 que depois de eu entrar em cor<strong>rei</strong>çam se fizesse deligencia em que se tratasse<br />

31 daquelle negocio, me irião deitar fora por força de armas.<br />

32 E com effeito no mes de novembro ten<strong>do</strong> pouco mais de 15 dias de cor<strong>rei</strong>çam se<br />

33 juntarão na freguezia de São Bento Francisco Soares Canha o escrivão<br />

34 da câmera eclesiastiqua de Olinda Jozeph de Payva que assisti-<br />

35 rem um seu engenho Sebastiam Mauricio to<strong>do</strong>s parentes e outros seus<br />

36 parciaes, e fizerão ajuntarão de homens arma<strong>do</strong>s e mandar


[fl. 36v]<br />

[sinal público]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 30<br />

01 convocar gente pellas freguezias, e detreminarão dia, em que juntos em caza de<br />

Sebastiam Mau-<br />

02 ricio me fossem lançar para fora da Vila pon<strong>do</strong> per sem duvida estar [corroí<strong>do</strong>]<br />

contra ellez<br />

03 deveçe e per os cabeças naquella dia se retirarem, se achou o povo junto com mais<br />

de<br />

04 400 homens arma<strong>do</strong>s e ven<strong>do</strong> lhe faltavão os cabeças declararão o engano que lhes<br />

fize-<br />

05 rão certifica<strong>do</strong>s de que não tinha contra elles tira<strong>do</strong> devaça, e se recolherão a suas<br />

cazas<br />

06 no mesmo dia.<br />

07 A mesma noticia me deu o cappitam mor de posto Jozeph de Barro que se achou<br />

prezente na o-<br />

08 cazião e não fizerão consulta para aquelle excesso ten<strong>do</strong> o convida<strong>do</strong> para elle, por<br />

saberem que<br />

09 alguás pessoas de outra jurisdição ainda cappitulares de Olinda lhe tinhão escripto<br />

car-<br />

10 tas era que lhe rogavão se Levantasse com o povo contra o governa<strong>do</strong>r; que o tinha<br />

de posto, que elles o segui-<br />

11 rão, e com esta noticia me foi forcozo, não fazer procedimento algum, antes para<br />

mayor soce-<br />

12 go e quietação <strong>do</strong> povo diz alguás sentenças crimes de cazos de devaças gerais sem<br />

appellação e ou-<br />

13 tras em que não havia parte; e de cazos que não merecião pena cappital, outros<br />

semelhante, na<br />

14 consideração de que Vossa Magestade o haveria assim por bem para quietação de<br />

hum povo que se achava<br />

15 altera<strong>do</strong> com as armas nas mãos contra as ordens <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r contra os capitães<br />

mores, e con-<br />

16 tra mim e certifica<strong>do</strong> de que per menores na parte concedera Vossa Magestade<br />

este poder e alguns minis-<br />

17 tros de Pernambuco antes de nada[?] esta comarca, nas correções que fazião<br />

nestes sertões.<br />

18 E não sérvio de pouqua conveniência esta arbitro que tomei, perque depois delle os<br />

mesmos cabeças<br />

19 e hum seu cunha<strong>do</strong> André da Rocha Falcão com outros sócios, segunda e terceiros<br />

andarão e<br />

20 mandarão chamar o povo para que se levantasse, e o não conseguirão affirman<strong>do</strong><br />

tinhão<br />

<strong>21</strong> certeza de que se não procedia contra elles.<br />

22 Os mais destes sequitos cabeças de motim, o forão na alteração de Pernambuco, e<br />

culpa<strong>do</strong>z e prezos al-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 31<br />

23 guns pelos ministroz que tirarão as devaças, e são homens de mas intenções<br />

enimigos,<br />

24 de paz, e da parte e desobedientes <strong>ao</strong>s ministroz de Vossa Magestade que não<br />

querem os correjão, e casti-<br />

25 gam, fazen<strong>do</strong> lhe pagar as excessivas quantias que devem <strong>ao</strong> con[ilegível]co, as<br />

confrarias das igrejas, <strong>ao</strong>s<br />

26 orf<strong>ao</strong>s, e veuvas, e mais particulares, per cuja cauza se queixão to<strong>do</strong>s delles, horão<br />

os or-<br />

27 fãos, clamão as veuvas, e pobrez e pedem justiça os temploz que por lhe não<br />

pagarem o que<br />

28 lhes deverá esta arruinadas, e não há cadeya, nem caza da câmera, e como<br />

ordináriamente<br />

29 servem de juízes ou quem elles querem, não há quem os obrigue, mas que nas<br />

occazióes com que<br />

30 os ministros vão em cor<strong>rei</strong>çam; e nunqua podem no tempo della concluir couza de<br />

consideração<br />

31 pelos muitos negócios que socorrem com as occusações <strong>do</strong> cappitulos e reziduos e<br />

das mais incumbências que<br />

32 levão; E he muito necessario que Vossa Magestade mande tomar conhecimento<br />

destes excessos, e que se proceda con-<br />

33 tra os principais motores delles, porque de outra sorte se não poderá administrar<br />

justiça pelos<br />

34 excesos com que to<strong>do</strong>s os dias estes seguião sublevão os povos, mandão tirar<br />

prezos das mãos<br />

35 <strong>do</strong> que fazem azistencias e conspirações contra os ministros e os officiais da justiça<br />

sem terem os<br />

[fl. 37]<br />

01 algum delle como tenho experimenta<strong>do</strong> na [corroí<strong>do</strong>] comeceis[?] officaes<br />

02 sem que se possão castigar, pela largueza da terra para onde se retirão em<br />

03 que os ministros estão nella.<br />

04 Não tem esta vila de Porto Calvo cadeya, e por me informarem que em Per-<br />

05 nambuco havia ordem de Vossa Magestade para se fazer lhe dei principio de alguns<br />

ac-<br />

06 cressimos que a conta[?] tinhão e de [ilegível] que fiz nas certidões em que<br />

07 entrarão duas partes de madeira que mandei fazer por serem muito per-<br />

08 sizas e as pessoas que tem a mayor parte deste dinheiro da conta applica-<br />

09 <strong>do</strong> para a cadeya de persuadem o official a que em [ilegível] lhe não que-<br />

10 rem pagar e suas cor<strong>rei</strong>ções lhe consiguirão alguns pagamentos lhes negão<br />

11 passadas o lhe não há officiaes que se atrevão a lhe ir fazer deligencia<br />

12 com temor justo de os mattarem.<br />

13 A mesma necessidade de Cadeyas tem esta vila perque a que se acha nella he<br />

14 limittada, e fraqua, e continua muito sé esta rompen<strong>do</strong> pellos pre-<br />

15 prezos sem se lhe puder dar remédio per não ter mais que tres pal-<br />

16 mos de alicerse, e no rio de são Francisco se acha húa cadeya de ter-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 32<br />

17 ra e matto com húa só enxovia, em que assistem homens e mulhe-<br />

18 res, e sen<strong>do</strong> aquella parte <strong>ao</strong>nde assitem os mayores criminozos, e<br />

19 refugio de to<strong>do</strong>s os deste esta<strong>do</strong>, viven<strong>do</strong> com dsenvolthura, e passa<br />

20 an<strong>do</strong> publicamente com armas ante as justiças com temor os res-<br />

<strong>21</strong> prende pela pouqua segurança da Cadeya <strong>do</strong>nde com muita facilida-<br />

22 de saem e baixão os juízes e mais officiaes que os prenderão com ar-<br />

23 mas para os mattarem como parece dizer a Vossa Magestade que seja servi-<br />

24 <strong>do</strong> mandar fazer cadeyas, e que no rio de São Francisco assista a infan-<br />

25 taria pagas que <strong>ao</strong>s capitães mores he dadas para evitar muitos insul-<br />

26 tos que naquella Villa e dito de comettem, e segurança <strong>do</strong>s ministros<br />

27 ordenan<strong>do</strong> também <strong>ao</strong>s governa<strong>do</strong>res lhe dém para as cor<strong>rei</strong>ção a<br />

28 infantaria <strong>do</strong> Palmar como sempre se observou, porque<br />

29 sem ella não podem andar pelos certões, nem fazer deligencias.<br />

30 Tambem há geral queixa nesta camara de que os ourives e pessoas par-<br />

31 ticulares desfazem a moeda para obras de [ilegível] da ponte, esperão<br />

32 goarnições, ferros, e porteiros de espadas, [corroí<strong>do</strong>] e para abrirem<br />

33 as caixas das espingardas, e outras semelhantes obras e posto que<br />

[fl. 37v]<br />

01 e posto que [corroí<strong>do</strong>] e com particular tenho feito deligencia para averiguar as<br />

pessoas que são nestes ca-<br />

02 zos comprehendidas não me he possível achar prova ou indicio, [corroí<strong>do</strong>]al quei-<br />

03 ca que há e per cartas tem nome que sem o envião, e como promenta[?] com<br />

effeito<br />

04 falta de moedas e não aja tanta prata para obras semelhantes me parece as dava<br />

Vossa Magestade prohibir.<br />

05 Os vizita<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ordinário se hão nas vizitas com tal excesso, que se achão homens<br />

caza<strong>do</strong>s com duaz<br />

06 mulheres, e per elles recebi<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> ambas vivas, intentão desfazer matrimônios<br />

com fal-<br />

07 sos pertextos para cazarem os bamgóes[sic] com as concubinas que são cazadas,<br />

fazem imven-<br />

08 tarios <strong>do</strong>s bens <strong>do</strong>s senhores sem as contas <strong>do</strong>s testamentos da sua alternativa<br />

antes de an-<br />

09 no e mês recolhem os seus bens das oitavas <strong>do</strong>s defuntos e os dispõem contra os<br />

codecillos esen-<br />

10 ta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testa<strong>do</strong>res não lhe dan<strong>do</strong> comprimento e haven<strong>do</strong> os por nullos sem<br />

prova alguá<br />

11 Levão <strong>do</strong>s reziduos e trinta por cento, contra a lei, e entu<strong>do</strong> uzurpão a jurisdição re-<br />

12 al tiran<strong>do</strong> de meyos de justificações falsas feitas pelos seus escrivães, Levão fora<br />

13 das suas parochias os vassalos de Vossa Magestade impon<strong>do</strong> lhe penas de<br />

excomunhão, an-<br />

14 tão palean<strong>do</strong> com escravos arma<strong>do</strong>s e solda<strong>do</strong>s pagos pelas vilas valen<strong>do</strong>sse delles<br />

per<br />

15 meyo de capellão <strong>do</strong> Palmar, e fazen<strong>do</strong> lhe goarda a porta, e per evitar alguns ex-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 33<br />

16 cessos destas procedeo o mestre escolta que este anno vizitou esta comarca contra<br />

mim<br />

17 com censuras e contra to<strong>do</strong>s geralmente impedin<strong>do</strong> lhe per meyos violentos e re-<br />

18 curso <strong>do</strong>s seus aggravos e mandan<strong>do</strong> notificar os religiosos de São Francisco não<br />

tomem as<br />

19 pelas appelações ante omnia[sic] e finalmente alem de outros muitos excessos e<br />

vio-<br />

20 lencias que fazem <strong>ao</strong>s vassalos de Vossa Magestade uzurpão a jurisdição real<br />

fazen<strong>do</strong> que os<br />

<strong>21</strong> Parochos não tem os Livros <strong>ao</strong>s prove<strong>do</strong>res para tomarem contas das confrarias<br />

instituídas e ad-<br />

22 ministradas por Leigos, dispon<strong>do</strong> o dinheiro dellas em imprestimos, e não queren<strong>do</strong><br />

que<br />

23 os mesmos Parochos entreguem os Livros <strong>do</strong>s defuntos para se saber a que<br />

jurisdição perten-<br />

24 cem os testamentos e contas delles, e por estas cauzas os clérigos vivem com<br />

pouquo na parte a<br />

25 justiça de Vossa Magestade e os seus vassalos lhe obedecem com o temor das<br />

excomunhões, ainda<br />

26 nos cazos que lhe não de quão por terem Longe o recurso e para remédio destas e<br />

outras vexa-<br />

27 ções Sam muito conveniente que Vossa Magestade de <strong>ao</strong>s ouvi<strong>do</strong>res desta comarca<br />

a jurisdição de juízes <strong>do</strong>s<br />

28 feitos da Coroa como tem os de Pernambuco, pon<strong>do</strong> no mais remédio que lhe<br />

parecer e for ser-<br />

29 vi<strong>do</strong>.<br />

30 Por to<strong>do</strong>s estes excessos concorre o abbito de Olinda, e o escrivão da Camara della,<br />

dan<strong>do</strong> meyos<br />

31 e fazen<strong>do</strong> avizos <strong>ao</strong>s mesmos vizita<strong>do</strong>res e permitin<strong>do</strong> lhe que assim obrem, e o<br />

que mais<br />

32 he somente que com escandallo geral de to<strong>do</strong>s, estão ordenan<strong>do</strong>, homens<br />

conheci<strong>do</strong>s<br />

[fl. 38]<br />

[sinal público]<br />

01 christáos novos, e com outros de fa[corroí<strong>do</strong>] Leprozos, condena<strong>do</strong>s<br />

02 por sentença a forqua rapazes de 15 té 20 annos de ordens Sacras de Mis-<br />

03 as, andan<strong>do</strong> muitos ainda aprenden<strong>do</strong> os princípios da gramática,<br />

04 outros sem exame, e na mesma forma para confessores, tu<strong>do</strong> por pro-<br />

05 vanças e certidões falsas que o escrivão da câmera esta fazen-<br />

06 <strong>do</strong>, ten<strong>do</strong> para isso pessoas de suas mão, que tu<strong>do</strong> fazem escre-<br />

07 vem furtan<strong>do</strong> signaes, sem termos de di<strong>rei</strong>to nem da fée[?] e depóis<br />

08 de haver ordem de Vossa Magestade para que se não ordenassem mais clérigos


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 34<br />

09 mesmo escrivão da Camera pasou reverendas com antida-<br />

10 ta a hum Manoel Roiz <strong>do</strong> Termo de Porto Calvo, por o que lhe dão se-<br />

11 melhrantes ordenar<strong>do</strong>s a duzentos, quatrocentos e quinhentos mil réis<br />

12 e por haver semelhantes clérigos ordena<strong>do</strong>s se despeza o habito sa-<br />

13 cer<strong>do</strong>tal e se lhe tem pouqua reverençia, e se sente mal <strong>do</strong>s mi-<br />

14 nistros que assistem na meza e habbito e <strong>do</strong> escrivão da câmera, que<br />

15 por os ministros de Vossa Magestade lhe estranharem estes excessos lhe há<br />

16 opposto e convoqua contra elles parsialidades de parentes, e ten<strong>do</strong> por<br />

17 varias vias envia<strong>do</strong>r estes avizos, sempre me tem deti<strong>do</strong> os porta-<br />

18 <strong>do</strong>res que os Levão, e corrompi<strong>do</strong> para que não vão nas monções em que<br />

19 os man<strong>do</strong>, e como me parecem muito convenientes para que Vossa Magestade os<br />

pro-<br />

20 veja de remédio os repito nesta occazião em que poderão dar mais<br />

<strong>21</strong> bem succedi<strong>do</strong>s, per conterem materias <strong>do</strong> serviço de Deus e de Vossa Magestade<br />

22 que mandara o que for servi<strong>do</strong>. Allagoas e Mayo 3 de 1720<br />

23 Do Ouvi<strong>do</strong>r <strong>João</strong> Villela <strong>do</strong> Amaral<br />

[fl. 39]<br />

01 Senhór<br />

[sinal público]<br />

02 Pella Copia incluza da carta que o Governa-<br />

03 <strong>do</strong>r de Pernambuco Manoel de Souza Tavares nos<br />

04 escreveo em mês de Iulho deste Anno; e as mais<br />

05 que também Remetemos das que com a mesma camara[?]<br />

06 nos enviou, será prezente a Vossa Magestade a comara que<br />

07 nos deu <strong>do</strong> meu procedimento em que seram bani<strong>do</strong><br />

08 o ouvi<strong>do</strong>r geral das Alagoas, <strong>João</strong> Villella <strong>do</strong><br />

09 Amaral, e porqeu os excessos daquelle Mi-<br />

10 nistro justifica<strong>do</strong>s pella dita camara, e <strong>do</strong>cumen-<br />

11 tos, e cometi<strong>do</strong>s tanto em deserviço de Vossa Magestade<br />

12 movião, quan<strong>do</strong> não fosse Logo, hum exemplar<br />

13 castigos, o qual não cabe na nova jurisdição, a<br />

14 menos huá as puríssima reprehenção, para que<br />

15 não freasse tão absoluto, e insolente, lhe escreve-<br />

16 mos a carta da Copia também junta, admoestan-<br />

17 <strong>do</strong>s, e advertin<strong>do</strong> o <strong>do</strong> que devia obrar em men-<br />

18 ção das ordens <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r de Pernambuco,<br />

19 pois se ajustão to<strong>do</strong>s a fazer o serviço de Vossa Ma-<br />

20 gestade como convem em o [corroí<strong>do</strong>]meio <strong>do</strong> Regimento<br />

<strong>21</strong> que foi servi<strong>do</strong> dar lhe para os provimentos <strong>do</strong>s<br />

22 officios de sua jurisdição, e também deste go-<br />

23 verno geral e suas Reais Ordens. Vossa Magestade Sa-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 35<br />

24 be tu<strong>do</strong>, Rezolvera o que for servi<strong>do</strong>. A Real<br />

25 Pess<strong>ao</strong> de Vossa Magestade guarde nosso senhor com seus<br />

26 vassallos havemos melhor. Bahia e Setembro 30<br />

27 de 1720.<br />

28 Seu Arcebispo da Bahia Caetano de Ribeira[?] <strong>João</strong> de Araujo Azeve<strong>do</strong><br />

[despacho acima]<br />

01 Haja vista o Procura<strong>do</strong>r da Coroa. Lisboa Ocidental<br />

02 [corroí<strong>do</strong>] de Outubro de 1720<br />

[rubricas]<br />

[despacho à margem esquerda]<br />

01 Ouvi que este Ouvi<strong>do</strong>r já estava syndi-<br />

02 ca<strong>do</strong>, que a rezidencia já remetida a esta<br />

03 comarca, sen<strong>do</strong> assim de sorte estas car-<br />

04 tas juntar a ella e mandava a Bahia.<br />

[rubrica]<br />

[fl. 40]<br />

01 Copia da Carta que o Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco<br />

02 Manoel de Souza Tavares, escreveo <strong>ao</strong> governa<strong>do</strong>r<br />

03 geral deste Esta<strong>do</strong><br />

[sinal publico]<br />

04 Senhor Governa<strong>do</strong>r, e Capitam General deste Esa<strong>do</strong> [corroí<strong>do</strong>] o povo dei-<br />

05 xar de queixarem a Vossa Senhorias <strong>do</strong> procedimento <strong>do</strong> Ouvi<strong>do</strong>r Geral das Alagoas<br />

<strong>João</strong><br />

06 Vilella <strong>do</strong> Amaral; porque alem de ser hum Ministro insolentissimo pouco<br />

07 que tenho ouvi<strong>do</strong> delle a varias pessoas, e de credito, hé igualmente hum Pirata<br />

08 per que está há muitos tempos, proven<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os officios de justiça daquellas<br />

09 Villas, não lhe tocan<strong>do</strong>, crean<strong>do</strong> outros de novo, sen<strong>do</strong> o Recebe<strong>do</strong>r que cobra<br />

10 os novos direytos, que hé estillo pagarem os tais officios <strong>ao</strong> Almoxarife da Fazenda<br />

11 Real, e queren<strong>do</strong> eu evitar as suas absolutas, das quais o tinha já ad-<br />

12 verti<strong>do</strong>, mandey <strong>ao</strong> Capitam mor da mesma Villa, que predensse <strong>do</strong>uz<br />

13 Solda<strong>do</strong>z, que tinhão fogi<strong>do</strong> desta Praça, e mas Remetesse a ella, por ter<br />

14 o dito Ouvi<strong>do</strong>r occupa<strong>do</strong> os taes, por provimento seu; hum em Alcayde e outro<br />

15 em Escrivão; e o que Rezultou da tal dilligencia, contará a Vossa Senhores pella<br />

16 carta <strong>do</strong> mesmo capitam mor, e de outras mais que com ella tambem Remeto<br />

17 os officiaes a que man<strong>do</strong> facão esta ou aquella execução, não estão obriga-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 36<br />

18 <strong>do</strong>s a darem primeyro parte dellas, a quem não hé meu superior, quan<strong>do</strong> eu<br />

19 assim lho ordene. Este Ministro não sabe o que dis neste particular,<br />

20 porque o seu fim hé querer ser o senhor absoluto em todas aquellas Capitanias<br />

<strong>21</strong> e eu não tenho, e eu não tenho[sic] com elle a demostração, que merecia opporse<br />

22 temerariamente, a que se não prendessem as pessoas, que eu mandava, e<br />

23 prender elle os officiaes, que com ordem minha forão a fazerllo: estavão<br />

24 Regulo como digo a Vossa Senhorias e sem se lembrar de que hé meu súbdito,<br />

25 com a sua inobediência se atreveo passar <strong>ao</strong> excesso de exercitar, e in-<br />

26 duzir <strong>ao</strong>s povos daquella jurisdição a que me não obedeção dan<strong>do</strong> lhes<br />

27 este m<strong>ao</strong> exemplo: espero da Rectidão de Vossa Senhoria o castiguem como mere-<br />

28 ce a sua grande desatenção: que fia<strong>do</strong> em que Vossa Senhorias não faltem a es-<br />

29 nhar lho muy severamente, não uso de acção de proceder contra elle.<br />

30 Nessa Rellação hão de haver bem poucas apellaçõens de Sentenças<br />

31 dadas pello tal Ministro; porque pede lhas paguem muyto bem, e o que<br />

32 hão de hir gastar com os taes apellaçoens hé melhor que elle o tenha<br />

33 e também nessa Secretaria não há de haver muitos Registros das Provizões<br />

[sinal publico, a margem esquerda]<br />

[fl. 41]<br />

01 <strong>do</strong>s officios, que Recorrem deste a esse Governo Geral pellas queixas que<br />

02 daquellas villas subscreve o Secretario, como consta <strong>do</strong>s Livros de Registo<br />

03 que servem nesta Secretaria, em Rezão de os Serventuarios com me<strong>do</strong> da<br />

04 quelle Ouvi<strong>do</strong>r se não animarem a vir tirar os provimentos per este Go-<br />

05 verno como são obriga<strong>do</strong>s por elle os intimidar. Fico para obedecer<br />

06 a Vossa Senhorias prompto. Deus Guarde a Vossa Senhorias. Pernambuco<br />

07 3 de Julho de 1720. Manuel de Souza Tavares.<br />

08 Gonçalo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque.<br />

[fl. 42]<br />

01 Copia da Carta que escreveo <strong>ao</strong> Governa<strong>do</strong>r de<br />

02 Pernambuco, o Capitão mor da Villa das<br />

03 Alagoas.<br />

[sinal publico]<br />

04 Senhor General. Pellas cartas de Vossa Excelencia de sin<strong>do</strong> de Abril<br />

05 e dezassete de Mayo deste prezente anno, em que me ordenava mandarsse<br />

06 prender a to<strong>do</strong>s os Solda<strong>do</strong>s fogi<strong>do</strong>s, que nesta Villa se achavão servin<strong>do</strong><br />

07 officios públicos, com provimento <strong>do</strong> Ouvi<strong>do</strong>r General della; mandey a Pedro<br />

08 da Sylva Caldas, e a Ignacio Ribeiro Meyrelles e estan<strong>do</strong> já prezos<br />

09 Ignacio Ribeiro Meyrelles , e Pedro da Sylva Caldas com a Caza cer-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 37<br />

10 cada pello Ajudante Manuel Gonçalvez Medina; e o Sargento Jozeph<br />

11 Pereyra Fontes, e <strong>do</strong>ze Homens, não queren<strong>do</strong> este abrir a porta da parte<br />

12 de Vossa Excelencia, <strong>ao</strong> Romper <strong>do</strong> dia acodio o dito Ouvi<strong>do</strong>r Geral em pedra, des-<br />

13 compostamente com húa bengala na mão e tres ou quatro pessoas, como fossem<br />

14 Pedro de Oliveyra crea<strong>do</strong> seu, hum Irmão <strong>do</strong> dito Pedro da Silva Caldas;<br />

15 hum solda<strong>do</strong> <strong>do</strong> 3º de Palmar por nome Gonçallo Moreyra, e ou-<br />

16 tro mais de Sua Caza, e hum preto com hum estoque; e preguntan<strong>do</strong> em<br />

17 altas vozes com que ordem se fazia aquella deligencia, e quem hera o Cabo<br />

18 Respondeo o dito Ajudante que o fazia por ordem de Vossa Excelencia, e minha lhe<br />

19 pedio e dan<strong>do</strong> lhe <strong>ao</strong> Recebella saltou a bengalladas com o dito Ajudante<br />

20 e o prendeo, e <strong>ao</strong> Sargento e em pessoas os Levou a Cadea desta Villa, soltan-<br />

<strong>21</strong> <strong>do</strong> os que estavão prezos pellos dios officiaes, e por ordem de Vossa Excelencia, der<br />

22 raman<strong>do</strong> estron<strong>do</strong>zamente no meyo da Rua palavras indecorozas contra<br />

23 o Resquito da Ordem de Vossa Excelencia, de me<strong>do</strong> não era Ministro depois, e que<br />

24 se lhe derão aprezentar primeiro as ordens de Vossa Excelencia, e não a minha<br />

como<br />

25 consta dessa carta <strong>do</strong> Reveren<strong>do</strong> Vigario desta Villa, e por húa carta que o dito<br />

26 Ouvi<strong>do</strong>r me escreveo, que tambem Remetto a Vossa Excelencia, vera a Soberania<br />

de<br />

27 que falla: e nesta mostra o excesso com que obra mandar as materias, pois<br />

28 neste particular se mostrou tão absoluto contra o poder de Vossa Excelencia só<br />

afim de<br />

29 que se não tenhão a Vossa Excelencia e amyu<strong>do</strong> a duvida obediência toman<strong>do</strong> a<br />

toda<br />

30 para sy, e como eu vejo que até officios cria de novo, como seja Meyrinhos<br />

31 e Escriváes, sen<strong>do</strong> da Suprema potesta<strong>do</strong> este mister, tu<strong>do</strong> a credito,<br />

32 e <strong>do</strong> absoluto poder com que nesta Villa obra, ainda este mesmo povo<br />

33 instiga<strong>do</strong> das continuas moléstias, e vexaçõens poderá chegar a ul-<br />

34 tima dezezperação o que Deous não permita: e hé certo que se as suas insolências<br />

[fl. 42v]<br />

01 deste Ministro chegassem a noticia de Vossa Magestade que Vossa Magestade não<br />

havia<br />

02 ficar sem castigo e sem embargo <strong>do</strong>s seus ardis; porque ven<strong>do</strong> a queixa geral<br />

03 para que [corroí<strong>do</strong>] / se hé que a podem teros seus excessos, cautoloza-<br />

04 mente [corroí<strong>do</strong>] a tirar hum tiro nomeyo da Rua, gritan<strong>do</strong> a vos Del Rey,<br />

05 que [corroí<strong>do</strong>] atira<strong>do</strong> hum clérigo, só para desta sorte inda mais vexar<br />

06 a aquellas, que lhe não houvião os seus insultos, desvenecen<strong>do</strong> se Logo<br />

07 esta cautela com a certeza da verdade que Logo se divulgou por to<strong>do</strong><br />

08 este Povo ser o dito tiro falso, e cavilozo, e pello pouco cazo que elle neste<br />

09 Lugar faz, pois sen<strong>do</strong> certo devia ter mais Recapto, mais se verifica a vos<br />

10 <strong>do</strong> povo, pois continua na Soltura <strong>do</strong> seu m<strong>ao</strong> viver. Suponho que pella<br />

11 sua demaziada soberba não terá fim este negocio aqui, e para que Vossa Excelencia<br />

12 evite o que mais pode Suceder, envio este próprio a mesma hora em que<br />

13 tive noticia <strong>do</strong> absur<strong>do</strong> que cometeo este Ministro, e me fico pon<strong>do</strong> a ca-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 38<br />

14 vallo a valler <strong>do</strong> amporo de Vossa Excelencia para que como Logo Thenente de<br />

15 Vossa Magestade, que Vossa Magestade ponha Remedio conveniente <strong>ao</strong>s excessos<br />

deste<br />

16 Ministro, antes que lhe chege a mayor extremo.<br />

17 Sobre os officiaes que o dito Ministro tem feito, e cra<strong>do</strong> já o mandey<br />

18 notificar na forma da ordem que Receby, porem não tem nenhú acodi<strong>do</strong>;<br />

19 por que como se faz neste Ministro zombão e juntamente porque nesta<br />

20 Villa por me<strong>do</strong> da assão hopoens que elle obra ninguém os há de pro-<br />

<strong>21</strong> curar. Dou parte a Vossa Excelencia, para que nestes particular obre que lhe<br />

22 parecer justiça. Com os mais fico fazen<strong>do</strong> a diligencia como Vossa Excelencia<br />

23 me ordena e eu devo obedecer com súbdito. Guarde a Deus a Vossa Excelencia<br />

24 muitos annos. Villa das Allagoas nove de junho de mil setecentos e<br />

25 vinte. Bento da Rocha Mauricio VAnderley. O Secretario<br />

26 Thome de Matos Girão a fes escrever e assigney. Thome de Ma-<br />

27 tos Girão<br />

28 Gonçallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

[fl. 43, em branco]<br />

[fl. 44]<br />

01 Copia da Carta que o Governa<strong>do</strong>r de Pernam-<br />

02 buco escreveo <strong>ao</strong> Capitam mor da Villa<br />

03 das Alagoas<br />

[sinal público]<br />

04 Senhor Capitam mor Bento da Rocha Mauricio Vanderlei os dias passa<strong>do</strong>s<br />

05 escrevy a vossa mercê Lazaro de Barros e sobre os solda<strong>do</strong>s fogi<strong>do</strong>s desta<br />

06 Praça, que se achvaão também nella servi<strong>do</strong> officios públicos por pro-<br />

07 vimentos <strong>do</strong> Ouvi<strong>do</strong>r geral dessa Capitania, conforme a conta que vossa mercê me<br />

deu<br />

08 <strong>do</strong>s procedimentos deste Ministro. Lazaro de Barros ordeney que ex-<br />

09 creva, sem que primeiro viesse tirar Provizão, e a aprezentasse por este Governo<br />

10 Aos Solda<strong>do</strong>s mandey a vossa mercê que Logo os fizesse prender com cautela, de-<br />

11 claran<strong>do</strong> lhe que se para essa dilligencia não tivesse na sua jurisdição officiaes<br />

12 capazes de a executarem com effeito, se valesse de húa esquadra de oito Sol-<br />

13 da<strong>do</strong>s confidentes e de vallor, que ordeney a Andre Furta<strong>do</strong> de Men<strong>do</strong>nça Capitam<br />

14 <strong>do</strong> Arrayal das Brotas mandasse promtamente estar a ordem de vossa merce. Re-<br />

15 comendey a vossa merce muy particularmente as prizóens deste Solda<strong>do</strong>s, e que<br />

mas<br />

16 Remetesse com toda a segurança a Cadea desta Cidade, e até a prezente não tive<br />

17 Reposta de vossa merce, nem noticia alguá da tal prizão, pon<strong>do</strong> me nos termos de<br />

lhe estra-


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 39<br />

18 nhar a vossa merce muy severamente, a omissão com que se tem havi<strong>do</strong> neste<br />

particular<br />

19 até em não fazer notificar, como lhe ordeney a to<strong>do</strong>s os serventuários que ahy<br />

20 servem officios de justiça e fazenda, para que Logo de incontinente viessem<br />

aprezen-<br />

<strong>21</strong> tar na Secretaria deste Governo ou Provizõens com que serviáo, e tirar outras, não<br />

22 consentin<strong>do</strong> em de nenhum mo<strong>do</strong>, que sem esta providencia continuasse nenhú<br />

23 nos taes officios. O que suposto ordens a vossa merce novamente que Logo logo<br />

[sic] sem a mini-<br />

24 ma demora de cumprimento <strong>ao</strong> que tenho encarragea<strong>do</strong> nesta dilligencia,<br />

Remeten-<br />

25 <strong>do</strong> me certidão de como a tem executa<strong>do</strong> na forma declarada, fican<strong>do</strong> adver-<br />

26 ti<strong>do</strong>, e dezengana<strong>do</strong> que se assim o não fizer para constar, hey de mandar<br />

27 formar contra vossa merce hum Auto de desobediência. Deos Guarde a vossa<br />

merce muitos<br />

28 annos. Olinda dezassete de Mayo de mil setecentos e vinte/ Ma-<br />

29 nuel de Souza Tavares / o Secretário Thomes de Matos Girão<br />

30 [sinal publico] Gonçallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

[fl. 45]<br />

01 Copia da carta que escreveo o Ouvi<strong>do</strong>r da<br />

02 Villa das Alagoas <strong>ao</strong> Capitam mayor<br />

03 della.<br />

04 Senhor Bento da Rocha. Desta hora se me deo noticia que o A-<br />

05 judante Medina, e hum Sargento com dez ou <strong>do</strong>ze Homéns andavão toda<br />

06 a noyte para prenderem o Meyrelles, e o Caldas, e agora acabavão<br />

07 a dillgiencia; e como sem não aprezentou a ordem que tinháo para o fa-<br />

08 zer, os meti na Cadea <strong>ao</strong>nde fião de que <strong>do</strong>u parte a vossa merce que como<br />

09 depois de prezos, e antes de hir para a Cadea lha pedesses, a entregarão<br />

10 e supposto que o pretexto da prizão que manda fazer seja falso,<br />

11 pois me dizem estão Livres estes Solda<strong>do</strong>s, sobre que não disputo, sem-<br />

12 pre se me devia fazer prezente, como Prezidente da Camera, e de política<br />

13 por serem meus officiaes, não a ordem de vossa merce, mas a <strong>do</strong> senhor<br />

governa<strong>do</strong>r<br />

14 Efeito hé desconfiança que vossa merce tem, não me estan<strong>do</strong> de fundar a ju-<br />

15 risdição que o hey de fazer com a espada na mão, pois assim devo fazer,<br />

16 e sou obriga<strong>do</strong>; e se vossa merce me fassa ser meu Amigo devia me dar parte<br />

17 e fiarse de mý no que lhe tenho dito, e não crer de leve gentinha su-<br />

18 ponho dará vossa merce conta <strong>ao</strong> senhor Governa<strong>do</strong>r, e estimarey o faça com a<br />

verdade<br />

19 <strong>do</strong> motivo. Deus guarde a vossa merce muitos annos. Alagoas<br />

20 de junho 9 de mil setecentos e vinte / <strong>João</strong> Vilella <strong>do</strong> A-<br />

<strong>21</strong> maral / O Secretario Thome de Matos Girão a fes escrever e assi-


22 ney. Thome de Matos Girão<br />

23 Gonçallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

[sinal público]<br />

[fl. 46]<br />

01 Copia da Carta que escreveo o Vigario<br />

02 da Villa das Alagoas <strong>ao</strong> Capitam<br />

03 mor della.<br />

[sinal publico]<br />

AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 40<br />

04 Senhor Capitam mor. Meu Senhor a este hora <strong>ao</strong> Romper <strong>do</strong> dia<br />

05 depois de estar prezo o Meyrelles e Hyeronimo, estava a Caza <strong>do</strong><br />

06 Caldas cercada; veyo o Ouvi<strong>do</strong>r em pessoa, e deu muita bastonada no<br />

07 Medina, e pello mesmo Meirelles, e outro prezo man<strong>do</strong>u prender <strong>ao</strong>s<br />

08 officiaes de vossa merce e epessoalmente os levou para a Cadea, e suponho que<br />

09 acarregallos de ferros; tomou a ordem <strong>do</strong> senhor Governa<strong>do</strong>r <strong>ao</strong> Ajudan-<br />

10 te, e gritou nesta Rua, dizen<strong>do</strong> não hera Ministro de Pau, e que se<br />

11 lhe devião aprezentar as ordens antes de se fazerem prizõens, perdera<br />

12 vossa merce esta materia, e veja que ficou to<strong>do</strong> este plebeo muito Rizonho,<br />

13 e Louvadamente a acção <strong>do</strong> Ministro; e evestou seu sangue dictan<strong>do</strong><br />

14 estas pellos ares. Guarde Deos a pessoa de vossa merce muitos annos,<br />

15 como dezembargo. Villa <strong>ao</strong>s nove <strong>do</strong> Corrente de mil Setecentos<br />

16 e vinte. Antonio Alvez Peyxoto/ O Secretario Thome de<br />

17 Matos Girão a fis escrever, e asigney. Thome de Matos Girão.<br />

18 Gonçallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

[fl. 47]<br />

01 Copia da Carta que escreveo <strong>ao</strong> Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco<br />

02 o Sargento mor da Villa das Allagoas<br />

[sinal publico]<br />

03 Senhor General. O Capitam mor desta Villa na jornada que para essa<br />

04 Praça me man<strong>do</strong>u por ordem sua, que viesse assistir a esta Villa, e que man-<br />

05 dasse prender a tres Solda<strong>do</strong>s fogi<strong>do</strong>s da Praça e notificar a alguns offi-<br />

06 ciaes de justiça, para hirem tirar provimentos por assim o ordenar Vossa Excelencia<br />

07 Logo parti para a dita Villa, a <strong>do</strong>nde fico, o achey os ânimos <strong>do</strong>s Solda<strong>do</strong>s


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 41<br />

08 da ordenança tão enfraqueci<strong>do</strong>s e atemoriza<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s mãos sucessos que tem<br />

09 havi<strong>do</strong> entre o Capitam mor e o Doutor Ouvi<strong>do</strong>r Geral e Juizes ordinários<br />

10 que vem a entender, que hera expor me a mayor des<strong>do</strong>uro; porque quazi estão<br />

11 em não obedecer com temor de serem prezos, e fazerem nos criminozos, e ven-<br />

12 <strong>do</strong> eu o mizeravel esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Lugar, e que hera necessario usar das astucias<br />

13 da Rapoza, por não poder vencer as garras <strong>do</strong> Leão; e que não ficava<br />

14 bem virem me tirar os prezos e para Rezistir não tenho poder, nestas con-<br />

15 cideraçõens não passey a couza alguá e me soceguey até dar parte a Vossa<br />

Excelencia<br />

16 para que me mande ordens para que os Cabos <strong>do</strong>s Palmares medem a gente<br />

17 que for necessária, por quanto para a gente da ordenança no esta<strong>do</strong> prezente<br />

18 hé dilligencia sem fructo. Vossa Excelencia ordenará com o acerto que costuma<br />

19 que eu fico muyto prompta a sua obediência para não faltar enquanto tiver<br />

20 vida. A queixa de Vossa Excelencia guarde nosso Senhor muitos annos. Villa<br />

<strong>21</strong> de Junho dezasseis de mil setecentos e vinte. Miguel Pais Barre-<br />

22 to/ O Secretario Thome de Matos Girão o fis escrever e a assiney. Tho-<br />

23 me de Matos Girão.<br />

24 [sinal publico] Gonsallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

[fl. 48]<br />

01 Copia da carta que escreveo o Governa<strong>do</strong>r de Per-<br />

02 nambuco <strong>ao</strong> Ouvi<strong>do</strong>r das Alagoas.<br />

[sinal publico]<br />

03 Senhor Doutor Ouvi<strong>do</strong>r geral da Villa das Alagoas<br />

04 que esta vossa merce fazen<strong>do</strong> nessa Capitania das Alagoas <strong>do</strong> Porto Calvo,<br />

05 e Ryo de Sam Francisco, nomeaçõens e provimentos de officios, não deven-<br />

06 <strong>do</strong> vossa merce por nenhú título intrometer se em semelhante procedimento<br />

porquanto<br />

07 El Rey meu Senhor, só <strong>ao</strong> Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco concede jurisdição para<br />

08 prover geralmente to<strong>do</strong>s os officios de justiça e fazen<strong>do</strong> destas capitanias<br />

09 e não a nenhum Ministro que venha servir nellas. Isto mesmo mandey<br />

10 já estranhar e advirtir a vossa merce por outra carta minha. E visto que vossa merce<br />

11 absolutamente continha em fazer as taes provimentos que lhe estavão de ne-<br />

12 nhum mo<strong>do</strong>, desde Logo <strong>do</strong>u conta a Vossa Magestade, que Deos guarde, <strong>do</strong><br />

excesso<br />

13 e dezattenção com que vossa merce nessa parte se tem havi<strong>do</strong>, para que o dito<br />

Senhor<br />

14 fique em conhecimento de serem muyto contra o seu Real serviço as absolu-<br />

15 tas a que inadvertidamente passão assim neste, como em outros particulares<br />

16 os Ministros que vem a esta Conquista.<br />

17 Constame tambem outra vossa merce na acção de puchar, a to<strong>do</strong> o tempo que lhe<br />

18 parece por officiaes, e solda<strong>do</strong>s millitares, abuzan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s termos com que


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 42<br />

19 o não deve fazer, em nenhum cazo de cazos, haven<strong>do</strong> nessas capitanias<br />

20 Capitáins mores a quem vossa merce deve Reconhecer como taes, e pedin<strong>do</strong>s que<br />

essa<br />

<strong>21</strong> hé a pratica millitar que me não parecia ignorava vossa merce haven<strong>do</strong> ti<strong>do</strong><br />

22 exercicio nessa faculdade em que eu não faço pequeno Reparo.<br />

23 Abstenhasse vossa merce da facilidade com que procede neste particular,<br />

advertin<strong>do</strong><br />

24 em que só hé hum mero Ouvi<strong>do</strong>r Correge<strong>do</strong> dessas tres Capitanias, e não<br />

25 Auditor geral da gente de Guerra para se conciderar <strong>ao</strong> tão estendida<br />

26 jurisdição que não haja de Recorrer <strong>ao</strong>s capitães mores no auxilio de brasso militar<br />

27 que lhe foi necesario para dilligencias <strong>do</strong> serviço del Rey, pois cõ esta mesma<br />

máxima tenho<br />

28 ordena<strong>do</strong> <strong>ao</strong>s senhores capitães mores que só quan<strong>do</strong> vossa merce lhe pedir lhe<br />

dem promptamente. Deos<br />

29 guarde a vossa merce. Olinda 6 de Abril de 1720. Manoel de Souza Tavares<br />

30 Gonçallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

[fl. 49]<br />

01 Copia da carta que se escreveo <strong>ao</strong> Ouvi<strong>do</strong>r<br />

02 das Alagoas <strong>João</strong> Villela <strong>do</strong> Amaral<br />

[sinal público]<br />

03 O Senhor Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco Manoel de Souza Tavares, nos deu<br />

04 conta em carta <strong>do</strong> mês de julho deste anno da qual vossa merce esta proven<strong>do</strong><br />

to<strong>do</strong>s<br />

05 os officios de justiça das Villas dessa Capitania das Alagoas, não lhe<br />

06 tocan<strong>do</strong>, escreven<strong>do</strong> outros dannos, ven<strong>do</strong> o Rezolutoz que cobra os novos<br />

07 di<strong>rei</strong>tos que he estillo pagar nessa <strong>do</strong>s ditos provimentos a fazenda Real<br />

08 e que queren<strong>do</strong> evitar este procedimentos; de que assim haja aviza<strong>do</strong>, man-<br />

09 dara <strong>ao</strong> Capitam mor da mesma Villa prendesse <strong>do</strong>us Solda<strong>do</strong>s que<br />

10 tenhão fogi<strong>do</strong> daquella Praça, e os Remetessão ella os quais Solda<strong>do</strong>s<br />

11 havia vossa merce occupa<strong>do</strong> por provimento seu homem Alcayde, e outro em<br />

12 escrivão, e o que repulsara da tal dilligencia nos constaria pella<br />

13 carta <strong>do</strong> mesmo capitam mor e Levan<strong>do</strong> mais que com ella Remetteo que-<br />

14 ren<strong>do</strong> em ser tão absoluto na sua comarca que quer se lhe repre-<br />

15 zentou as ordens, que manda executar nella o seu General, e Superior<br />

16 portan<strong>do</strong>sse de tal sorte em todas essas capitanias, que não quer co-<br />

17 nhecer subordinação <strong>ao</strong> dito governa<strong>do</strong>r passan<strong>do</strong> aprender os officiaes<br />

18 que por ordem sua foráo as delligencias Refferidas; e atreven<strong>do</strong>sse a passar<br />

19 os excesso de icitar, e induzir <strong>ao</strong>s Povos dessa Comarca, a não<br />

20 não[sic] obedeção <strong>ao</strong> dito governa<strong>do</strong>r; e que nesta Relaçam há de haver poucas<br />

apella-<br />

<strong>21</strong> çoéns de Sentenças dadas por vossa merce porque lhe paguem muito bem; e


AHU, Alagoas Avulsos, <strong>Documento</strong> <strong>21</strong> 43<br />

22 nestas secretaria não há de haver muitos Registos de Provizoens de<br />

23 officios, pellas poucas que dessas Villas he estillo Recorrerem aquelle<br />

24 e a este governo geral a buscar Provizão de anno pelos serventuários<br />

25 com me<strong>do</strong> de vossa merce se não animarem a hir, e vir tirar os seus provi-<br />

26 mentos commo são obriga<strong>do</strong>s pello Regimento daquelle, e este<br />

27 Governo. To<strong>do</strong> este procedimento he tão alheo <strong>do</strong> lugar que vossa merce<br />

28 ocupa, e <strong>do</strong>tão m<strong>ao</strong> exemplo que merece estranhar se lhe aspe-<br />

29 ramente, como por esta o fazemos, pois se justifica já merecer vossa merce<br />

30 por elle castigo. Esperamos de vossa merce se abstenha daquy em di-<br />

31 ante de continuar em couzas tão culpáveis, pon<strong>do</strong> a ordem <strong>do</strong><br />

32 Senhor Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco, não só to<strong>do</strong>s os officiaes de justiça<br />

33 dessas Capitanias e Povo dellas, se não a pessoa de vossa merce cõ prompta<br />

[fl. 50]<br />

01 obediencia a execução de suas invioláveis ordens para que nos Po-<br />

02 vos dellas se assim acham inobediências e Resultam sublevaçõens<br />

03 que tu<strong>do</strong> Resulta em gravíssimo deserviço de Vossa Magestade.<br />

04 E se vossa merce pella sua carta e Provizõens <strong>do</strong> dito Governa<strong>do</strong>r não hé [corroí<strong>do</strong>]<br />

05 <strong>do</strong> nam súbdito <strong>do</strong> senhor governa<strong>do</strong>r de Pernambuco e mas especial ju-<br />

06 risdição de Vossa Magestade por inteira serventia <strong>do</strong>s officios [corroí<strong>do</strong>] ou-<br />

07 tros de novo, e ser Recebe<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mesmo di<strong>rei</strong>to que se pagão a sua<br />

08 Real Fazenda, <strong>do</strong>s mais officios, vossa merce me Lansan<strong>do</strong> Logo prezentar para<br />

09 termos entendi<strong>do</strong> a jurisdição que Vossa Magestade faz servi<strong>do</strong> conceder lhe<br />

10 contra o Regimento <strong>do</strong> Senhor Governa<strong>do</strong>r de Pernambuco <strong>ao</strong> deste Governo<br />

11 geral, e as ordens que se achão nesta directura[?] para não usar officios<br />

12 de novo sem Real parovação sua. Desu Guarde a vossa merce. Bahia<br />

13 e Setembro seis de mil setecentos e vinte . Sebastiam<br />

14 Arahujo de Barros / Caetano de Barreto e Figueire<strong>do</strong>/ <strong>João</strong> de<br />

15 Araujo e Azeve<strong>do</strong> / Senhor Ouvi<strong>do</strong>r Geral das Alagoas <strong>João</strong><br />

16 Vilella <strong>do</strong> Amaral.<br />

17 Gonçallo Ravasco Cavalcanty e Albuquerque<br />

Transcrição: Antonio Filipe Pe<strong>rei</strong>ra Caetano<br />

Data: 18/04/2010

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