Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
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e os segundos como dados subjetivos. Os dados subjetivos só são conseguidos com<br />
a contribuição dos atores sociais envolvidos na pesquisa. Realizou-se, então, a<br />
construção dos instrumentos.<br />
A primeira po<strong>de</strong> ser classificada como totalmente estruturada (Gil, 1996),<br />
pois embora seja composto <strong>de</strong> perguntas pré-formuladas, combina perguntas fechadas<br />
(ou estruturadas) e abertas, possibilitando à entrevistada discorrer o tema proposto,<br />
sempre que ela sentir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazê-lo. Esta entrevista foi pensada para ser<br />
aplicada com um número maior <strong>de</strong> mulheres gestantes a fim <strong>de</strong> obter informações mais<br />
direcionadas à área <strong>de</strong> interesse da pesquisa ( saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> mulheres) vinculada ao<br />
problema a ser estudado ( a perspectiva das relações <strong>de</strong> gênero), <strong>uma</strong> vez que existe<br />
<strong>uma</strong> certa escassez <strong>de</strong> dados apropriados a este enfoque. Esta primeira entrevista foi<br />
aplicada para 96 gestantes, tendo sido construída <strong>de</strong> três partes distintas. A parte<br />
inicial da entrevista ( conforme anexo 1) buscou situar a população pesquisada <strong>de</strong><br />
acordo com sua origem, caracterizando-a socioeconomicamente: ida<strong>de</strong>, ocupação,<br />
escolarida<strong>de</strong>, renda mensal - pessoal e familiar, número <strong>de</strong> filhos, entre alguns outros<br />
dados. Na seqüência da entrevista buscou-se então conhecer a representação que<br />
essas mulheres têm do próprio estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e as suas relações com a gestação.<br />
Por ser importante para a pesquisa, buscou-se <strong>de</strong>svendar também: crenças e mitos que<br />
giram em torno da dicotomia saú<strong>de</strong> bucal/gestação; a realida<strong>de</strong> da saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ssas<br />
mulheres e as crenças e mitos <strong>de</strong>ssa população também em relação à saú<strong>de</strong> bucal.<br />
Para tanto, buscou-se consi<strong>de</strong>rar : a satisfação individual <strong>de</strong>ssas mulheres com a sua<br />
saú<strong>de</strong> bucal; a importância do tratamento odontológico; os problemas bucais<br />
enfrentados durante a gestação; a história pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-doença bucal; a freqüência<br />
e motivos <strong>de</strong> visita ao <strong>de</strong>ntista; as alterações na alimentação nesse período; os hábitos<br />
<strong>de</strong> higiene bucal e conhecimentos básicos sobre saú<strong>de</strong> bucal do bebê. Foi-se<br />
procurando i<strong>de</strong>ntificar as relações <strong>de</strong> gênero presentes em todas as partes da<br />
entrevista, que se encontravam implícitas ou mesmo explícitas na fala das<br />
entrevistadas.<br />
A segunda entrevista realizada nesta pesquisa, por sua vez, po<strong>de</strong> ser<br />
classificada como <strong>uma</strong> entrevista menos rígida, com um roteiro prévio, que visa<br />
apreen<strong>de</strong>r o ponto <strong>de</strong> vista dos atores sociais previstos nos objetivos da<br />
pesquisa (Minayo, 1992, p. 99), funcionando como um guia que não prevê, entretanto,