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Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero

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sido estatisticamente significante, 70,9% das mulheres disseram usar fio <strong>de</strong>ntal<br />

enquanto 64,1% dos homens disseram fazê-lo. Também com relação ao nível <strong>de</strong> placa<br />

bacteriana, embora a diferença não tenha significância estatística, os homens (39,2%)<br />

apresentaram um nível mais elevado que as mulheres (32,5%). A autora lembra que<br />

há relatos na literatura mostrando ser mais comum hábitos preventivos em mulheres<br />

que em homens, o que está provavelmente ligado ao papel atribuído à mulher na<br />

socieda<strong>de</strong>; existindo, em conseqüência disto, a questão da pressão social sobre as<br />

meninas, que exige que sejam atraentes. O que implica n<strong>uma</strong> maior preocupação com<br />

a aparência, e conseqüentemente com o sorriso, com os <strong>de</strong>ntes.<br />

Os resultados <strong>de</strong> Abegg (1997), embora tenham sido feitas referências<br />

superficiais às implicações sociais das diferenças encontradas nos dados para homens<br />

e mulheres, mais <strong>uma</strong> vez corroboram Aquino et al. (1995), à vista <strong>de</strong> que naturalizam<br />

tais diferenças.<br />

Provavelmente o fato <strong>de</strong> as mulheres terem mais cuidados com a higiene<br />

bucal que os homens <strong>de</strong>ve estar associado à forma como se dá a socialização<br />

feminina, on<strong>de</strong> o a<strong>de</strong>stramento para a limpeza ( Belotti, 1975), já explicitado<br />

anteriormente, é muito mais rígido com as meninas do que com os meninos.<br />

Tanto a questão da prevalência quanto as da visita ao <strong>de</strong>ntista e dos hábitos<br />

<strong>de</strong> higiene merecem ser consi<strong>de</strong>radas em novos estudos a fim <strong>de</strong> que se possa<br />

investigar o que diferencia a saú<strong>de</strong> bucal das mulheres, <strong>uma</strong> vez que, embora visitem<br />

mais o <strong>de</strong>ntista e tenham hábitos <strong>de</strong> higiene bucal melhores que dos homens, ainda têm<br />

maiores prevalências <strong>de</strong> cárie frente aos homens. Os estudos sob a perspectiva do<br />

gênero são um caminho importante a percorrer para compreen<strong>de</strong>r mais solidamente<br />

tais diferenças, <strong>de</strong>tectadas por tantos trabalhos, mas naturalizadas pela gran<strong>de</strong> maioria<br />

<strong>de</strong>les.<br />

No que diz respeito às questões da responsabilida<strong>de</strong> pelo cuidado da saú<strong>de</strong><br />

bucal dos filhos e da transmissibilida<strong>de</strong>, alguns trabalhos permitem compreen<strong>de</strong>r a<br />

visão odontológica da mulher como a principal responsável por estas duas questões.<br />

Berkowitz et al.(1981) pesquisando a relação entre níveis salivares <strong>de</strong> Streptococcus<br />

mutans da mãe e infecção primária <strong>de</strong> crianças, encontrou associação estatisticamente<br />

significante entre tais níveis e o risco <strong>de</strong> infecção pelo microorganismo; o que, segundo

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