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Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero

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cariados não são característicos da gravi<strong>de</strong>z, <strong>uma</strong> vez que se <strong>de</strong>monstrou que a<br />

suscetibilida<strong>de</strong> à cárie é virtualmente não afetada pela gravi<strong>de</strong>z (p.152 ). De acordo<br />

com Marques & Duarte (1997), embora exista o mito <strong>de</strong> que na gravi<strong>de</strong>z os <strong>de</strong>ntes<br />

fiquem fracos, este período não aumenta o aparecimento <strong>de</strong> cáries e nem enfraquece<br />

os <strong>de</strong>ntes.<br />

Fatores como a resistência da própria gestante à visita ao cirurgião-<strong>de</strong>ntista,<br />

até a resistência do profissional que se recusa a atendê-las, somados à pouca<br />

freqüência <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> assistência odontológica nas entida<strong>de</strong>s que prestam<br />

assistência Pré-Natal, fazem, muitas vezes, com que passem <strong>de</strong>sapercebidas as<br />

<strong>de</strong>ficiências odontológicas na atenção à saú<strong>de</strong> da gestante (Cozzupoli, 1981).<br />

O medo é outro tópico que merece atenção. Não há como negar que para<br />

muita gente a ca<strong>de</strong>ira do <strong>de</strong>ntista funciona como <strong>uma</strong> espécie <strong>de</strong> aprimoramento dos<br />

instrumentos <strong>de</strong> tortura, tão comuns na Ida<strong>de</strong> Média. Cada etapa do tratamento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o barulho do motorzinho na sala <strong>de</strong> espera, passando pelo momento da aplicação da<br />

anestesia, e <strong>de</strong> tantos outros no ambiente do consultório odontológico, é encarada e<br />

sentida como um martírio.<br />

Para <strong>uma</strong> melhor compreensão da questão do medo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntista é preciso<br />

voltar às origens da prática odontológica, e a toda ansieda<strong>de</strong> que a ela está associada.<br />

Des<strong>de</strong> seus primórdios a prática odontológica está associada no imaginário popular a<br />

um ritual <strong>de</strong> violência insuportável, um reviver <strong>de</strong> mutilação fictícia, a atormentar;<br />

atualização da angústia represada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o inevitável confronto edípico infantil (Rego<br />

et al., 1999). Para tais autores, manifestações <strong>de</strong> angústia, <strong>de</strong>ntre as quais a fobia, com<br />

freqüência se manifestam no consultório odontológico, através, por exemplo, da<br />

resistência ao tratamento, sob a forma <strong>de</strong> sucessivas interrupções; incompatibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> horários; faltas às consultas marcadas ou manutenções; negligência a instruções<br />

dadas; <strong>de</strong>monstrações <strong>de</strong> inquietação, pressa ou irritação; limitação da abertura <strong>de</strong><br />

boca, entre outros.<br />

De modo geral, o medo é mais estudado entre as crianças. De acordo com<br />

Singh et al. (2000), que pesquisaram o medo, a ansieda<strong>de</strong> e o controle relacionados ao<br />

tratamento odontológico em 364 crianças, entre 7 e 13 anos, as meninas mostraram-se<br />

mais temerosas e ansiosas que os meninos. Segundo os mesmos autores, isto po<strong>de</strong>

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