Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
da falta <strong>de</strong> tais cuidados.<br />
Este capítulo trata, assim, <strong>de</strong> aprofundar tais questões, <strong>de</strong>monstrando os<br />
dados já existentes sobre a saú<strong>de</strong> bucal das brasileiras, mais especificamente das<br />
gestantes, e também busca relacionar essa saú<strong>de</strong> às diferenças socialmente<br />
construídas entre homens e mulheres, que acabam se refletindo também nos<br />
indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/doença bucal.<br />
2.2. A SAÚDE BUCAL DA BRASILEIRA GESTANTE<br />
Como já foi dito no Capítulo 1, a priorização <strong>de</strong> escolares pela odontologia<br />
na saú<strong>de</strong> pública no Brasil mantém <strong>uma</strong> dívida com a saú<strong>de</strong> bucal da população<br />
adulta no país. A mulher, parte <strong>de</strong>sta população adulta, também não encontra, assim,<br />
reais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solucionar os problemas bucais, garantindo seu direito à saú<strong>de</strong><br />
bucal. Aliás, no que diz respeito aos problemas relacionados à vida e à saú<strong>de</strong> da mulher<br />
no Brasil, infelizmente o que se evi<strong>de</strong>ncia é a falta <strong>de</strong> acesso à informação e às<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que se associam à inexistência<br />
<strong>de</strong> um real processo <strong>de</strong> envolvimento das mulheres na discussão e solução possível <strong>de</strong><br />
seus problemas e necessida<strong>de</strong>s (Borges & Atiê, 1989, p.166).<br />
Falar da saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> mulheres é falar <strong>de</strong>ssa dívida da saú<strong>de</strong> pública,<br />
tornando-se essencial visualizar também como tem sido tratada a saú<strong>de</strong> das mulheres<br />
<strong>de</strong> um modo geral no Brasil. No entanto, essa questão não é tão simples assim . . .<br />
Dados do Ministério da <strong>Saú<strong>de</strong></strong> sobre a assistência à saú<strong>de</strong> da mulher (Brasil, 1999)<br />
revelaram que somente 51% das gestantes brasileiras tinham acesso à assistência pré-<br />
natal. Além disso, existe toda <strong>uma</strong> questão da situação da mulher na socieda<strong>de</strong><br />
41