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Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero

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et al., 1995, p.48).<br />

A priorização da ida<strong>de</strong> escolar no Brasil consolidou-se em 1952, quando se<br />

implementou o Sistema Incremental metodologia <strong>de</strong> trabalho que objetiva o<br />

atendimento odontológico <strong>de</strong> <strong>uma</strong> dada população, com a eliminação das necessida<strong>de</strong>s<br />

acumuladas e posterior manutenção da saú<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> procedimentos coletivos e<br />

preventivos. Tal opção, importada dos Estados Unidos da América, iniciou-se nos<br />

municípios <strong>de</strong> Aimorés (MG) e Baixo Guandu (ES), com a cobertura escolar inicial<br />

restrita às ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 7 e 8 anos, e com posterior incorporação <strong>de</strong> faixas etárias que<br />

atingiram os 14 anos: <strong>de</strong>u-se aí o início <strong>de</strong>ssa tradição praticamente exclusiva <strong>de</strong><br />

priorida<strong>de</strong> no atendimento a escolares. Na verda<strong>de</strong>, o Sistema Incremental no Brasil<br />

acabou por se tornar mais <strong>uma</strong> daquelas importações <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los que se instalam sem<br />

as <strong>de</strong>vidas e merecidas consi<strong>de</strong>rações e discussões; o que, segundo Abreu & Werneck<br />

(1998), reflete <strong>uma</strong> postura clara do Estado com relação à história das políticas sociais<br />

em nosso país: a preferência pela saú<strong>de</strong> da economia em <strong>de</strong>trimento da saú<strong>de</strong> da<br />

população (p. 122).<br />

Mesmo após a implantação do Sistema Único <strong>de</strong> <strong>Saú<strong>de</strong></strong> , o SUS, o Sistema<br />

Incremental continuou sendo largamente utilizado, e não se po<strong>de</strong> negar que<br />

modificações nos seus aspectos preventivos geraram reduções consi<strong>de</strong>ráveis na<br />

experiência <strong>de</strong> cárie em escolares. Não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado, todavia, o fato <strong>de</strong> que<br />

o Sistema Incremental gerou e gera também <strong>uma</strong> imensa exclusão pois só po<strong>de</strong> atingir<br />

as crianças entre 7 e 14 anos, estudando em escolas que possuam consultório<br />

odontológico que realmente funcione. Além disso, o restante da população brasileira<br />

continua, enquanto isso, com condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal bastante preocupantes (Abreu<br />

& Werneck, 1998).<br />

Essa tradição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento odontológico quase exclusivo<br />

às crianças que freqüentam as escolas não <strong>de</strong>ve excluir, contudo, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serviços estruturados em saú<strong>de</strong> bucal para aten<strong>de</strong>r à população adulta, mesmo porque<br />

os adultos são a maior parte da população. Além disso não há como ignorar que o<br />

comportamento dos adultos influencia diretamente no comportamento dos filhos. Então:<br />

como se po<strong>de</strong> esperar mudanças reais na saú<strong>de</strong> bucal da população brasileira quando<br />

se exclui adultos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> atenção mais estruturada, adultos estes dos quais se espera<br />

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