Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
22<br />
A <strong>Saú<strong>de</strong></strong> <strong>Bucal</strong>, por sua vez, tenta assim o resgate <strong>de</strong>sse ser social, pois os<br />
processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> /doença bucal são problemas que não po<strong>de</strong>m se resolver no<br />
espaço limitado <strong>de</strong> um consultório <strong>de</strong>ntário, mas precisam ser discutidos em diferentes<br />
territórios sociais, <strong>uma</strong> vez que<br />
... o enfoque curativo e das doenças constitui <strong>uma</strong> visão estreita da<br />
realida<strong>de</strong>, imprópria e pouco econômica, o seu contrário amplia o<br />
espaço para um cenário social, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que não omite outras<br />
categorias da saú<strong>de</strong> (potenciais ou reais, profissionais ou não<br />
profissionais, legais ou não) mas sobretudo, assume um trabalho<br />
intersetorial pela qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Daí que o novo cenário da <strong>Saú<strong>de</strong></strong><br />
<strong>Bucal</strong> Coletiva é a socieda<strong>de</strong>, a totalida<strong>de</strong> única e<br />
contraditória. (Cordón, 2000, p.6).<br />
A partir do entendimento <strong>de</strong> que saú<strong>de</strong> bucal e odontologia não querem dizer<br />
a mesma coisa, Narvai (1994) esclarece que:<br />
... o movimento da saú<strong>de</strong> bucal coletiva toma a saú<strong>de</strong> bucal<br />
como <strong>de</strong>terminante para a implantação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> práticas<br />
<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> capazes <strong>de</strong> operar a ruptura com o mo<strong>de</strong>lo hegemônico <strong>de</strong><br />
prática odontológica. Consi<strong>de</strong>ra portanto que tal possibilida<strong>de</strong> não<br />
existe a partir do referencial <strong>de</strong> odontologia, sendo insuficiente<br />
qualquer adjetivação <strong>de</strong>sse substantivo com essa pretensão. (p. 104).<br />
E, segundo Botazzo (1994), po<strong>de</strong>-se mesmo afirmar que<br />
o objeto explícito do trabalho odontológico é a boca (corpo biológico)<br />
para o qual organiza as tecnologias que visam restabelecer o equilíbrio<br />
funcional do indivíduo, enquanto a saú<strong>de</strong> bucal coletiva <strong>de</strong>ve<br />
direcionar-se para o social como o lugar <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> doenças e aí<br />
organizar tecnologias que visem não a cura do paciente naquela<br />
relação individual-biológica já referida mas sim a diminuição e<br />
controle em sua dimensão coletiva. (p.58).<br />
Deste modo, é possível vislumbrar que enquanto a odontologia brasileira<br />
insiste em enfocar os problemas bucais brasileiros como simples lesões <strong>de</strong>ntais<br />
isoladas, a saú<strong>de</strong> bucal coletiva, por sua vez: