Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
15<br />
3) expressão <strong>de</strong> organização corporativa <strong>de</strong> parcelas <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />
saú<strong>de</strong> do setor público os sanitaristas.<br />
A produção científica nesse campo passa a ter <strong>uma</strong> nova cara: ao contrário<br />
dos intelectuais fundadores da reflexão sobre saú<strong>de</strong> no Brasil nos anos 50, tal produção<br />
per<strong>de</strong> seu caráter ensaístico e apresenta os contornos <strong>de</strong> <strong>uma</strong> ativida<strong>de</strong> orientada sob<br />
o rigor do marco teórico e da experimentação. Essa ênfase dada à produção científica,<br />
que caracteriza os anos <strong>de</strong> 1975 a 1978, fez com que a <strong>Saú<strong>de</strong></strong> Coletiva pu<strong>de</strong>sse<br />
construir um diagnóstico agudo do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do Brasil naquele momento<br />
histórico.<br />
No início da década <strong>de</strong> 80, ganhou peso o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização e <strong>de</strong><br />
reversão das políticas do governo autoritário, tanto quanto o <strong>de</strong>slocamento para a<br />
burocracia pública <strong>de</strong> parcela significativa <strong>de</strong> pesquisadores, antes concentrada na<br />
aca<strong>de</strong>mia. Tal <strong>de</strong>slocamento afetou o ritmo da produção acadêmica, além <strong>de</strong> ocorrerem<br />
oscilações no financiamento à pesquisa; ganhando com isto, maior relevância questões<br />
ligadas à gestão das políticas públicas ou <strong>de</strong> sua formulação do que as reflexões <strong>de</strong><br />
natureza epistemológica, envolvendo o campo do conhecimento.<br />
Canesqui, 1995, buscando estabelecer os <strong>de</strong>vidos vínculos entre as ciências<br />
sociais , a saú<strong>de</strong> e a saú<strong>de</strong> coletiva, observa que<br />
(. . .) as distintas concepções e abordagens conferidas à <strong>Saú<strong>de</strong></strong><br />
Coletiva estão perpassadas por questões relativas ao campo do<br />
conhecimento e às inflexões <strong>de</strong> natureza política e i<strong>de</strong>ológicas,<br />
refletindo seus efeitos na seleção <strong>de</strong> temáticas à pesquisa, na produção<br />
do conhecimento, na forma <strong>de</strong> incorporação das ciências sociais e nas<br />
relações com outros campos disciplinares no âmbito da <strong>Saú<strong>de</strong></strong><br />
Coletiva. (p. 33).<br />
Paim & Almeida Filho (1998), por sua vez, <strong>de</strong>stacam que a saú<strong>de</strong> coletiva<br />
po<strong>de</strong> ser entendida como um campo científico<br />
(...) on<strong>de</strong> se produzem saberes e conhecimentos acerca do objeto<br />
saú<strong>de</strong> e on<strong>de</strong> operam distintas disciplinas que o contemplam sob<br />
vários ângulos; e como âmbito <strong>de</strong> práticas, on<strong>de</strong> se realizam ações em<br />
diferentes organizações e instituições por diversos agentes<br />
(especializados ou não) <strong>de</strong>ntro e fora do espaço convencionalmente