Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
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po<strong>de</strong>mos, então, consi<strong>de</strong>rar-nos doentes.<br />
De acordo com Canguilhem (1995), estar em boa saú<strong>de</strong> é po<strong>de</strong>r cair doente<br />
e se recuperar; é um luxo biológico (p.160). Dessa maneira, é possível compreen<strong>de</strong>r<br />
que as doenças, as patologias, são normais na medida em que fazem parte da vida<br />
h<strong>uma</strong>na. No entanto, esse normal doente não é igual a um normal fisiológico, pois é<br />
regido por normas diferentes. Assim, ter saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser encarado, inclusive, como<br />
sobreviver à doença, ultrapassar as infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>s do meio.<br />
Mais do que isto, é fundamental que se observe o fato <strong>de</strong> que a relação<br />
existente entre saú<strong>de</strong> e doença vai além <strong>de</strong> <strong>uma</strong> relação <strong>de</strong> bom ou mau funcionamento<br />
do corpo, mas resi<strong>de</strong> n<strong>uma</strong> interação muito maior entre o homem e os ambientes físicos<br />
e sociais que estão à sua volta, na maneira <strong>de</strong> relacionar-se com os outros, nas suas<br />
condições <strong>de</strong> trabalho, na forma como é organizada a produção e distribuição <strong>de</strong><br />
riquezas na socieda<strong>de</strong> em que vive, nas possibilida<strong>de</strong>s que ele tem <strong>de</strong> se expressar e<br />
<strong>de</strong> se <strong>de</strong>senvolver como pessoa (Marques, 1999).<br />
De acordo com a lei 8.080 <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1990, que regula em todo<br />
o território brasileiro as ações do Sistema Único <strong>de</strong> <strong>Saú<strong>de</strong></strong> o SUS, e dispõe sobre as<br />
condições para a promoção e recuperação da saú<strong>de</strong>, entre outras coisas; saú<strong>de</strong> , além<br />
<strong>de</strong> ser um direito <strong>de</strong> todos é um <strong>de</strong>ver do Estado, tem como fatores <strong>de</strong>terminantes e<br />
condicionantes a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o<br />
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços<br />
essenciais. Assim, saú<strong>de</strong> no Brasil, consi<strong>de</strong>ra as dimensões sociais do processo<br />
saú<strong>de</strong>/doença na medida em que, para que o brasileiro seja saudável, ele precisa ter<br />
acesso a esses <strong>de</strong>terminantes e condicionantes da saú<strong>de</strong>, tendo a saú<strong>de</strong>, portanto, não<br />
apenas um aspecto privado, individual, mas também um aspecto público, coletivo<br />
(Dallari, 1987); ambos os aspectos diretamente afetados pelos níveis <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico da coletivida<strong>de</strong> .<br />
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