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Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero

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negra -, que supunha existirem no corpo <strong>de</strong> cada pessoa (Moura, 1989, p.42). Entre<br />

os romanos, quem se <strong>de</strong>stacou foi Galeno (131-201 d.C.) que, na <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

Hipócrates também <strong>de</strong>finiu saú<strong>de</strong> como sendo o equilíbrio íntegro dos princípios da<br />

natureza, ou dos humores em nós existentes, ou a atuação sem nenhum obstáculo das<br />

forças naturais. Ou, também: é a cômoda harmonia dos elementos (Moura, 1989,<br />

p.42). É o próprio Galeno que acaba permitindo, com seus estudos, o início do<br />

predomínio do estudo <strong>de</strong> patologias em <strong>de</strong>trimento da investigação da saú<strong>de</strong><br />

propriamente dita. Começou <strong>de</strong>sse modo a tradição do conhecimento da saú<strong>de</strong> através<br />

do paradoxal estudo das doenças.<br />

Assim, os conceitos que giram em torno da saú<strong>de</strong> são vários. É comum ouvir<br />

das pessoas que saú<strong>de</strong> é não ter doença. No entanto, conceituar saú<strong>de</strong> como ausência<br />

<strong>de</strong> doença encontra seus limites exatamente no fato <strong>de</strong> que a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um<br />

estado consi<strong>de</strong>rado patológico, ou seja, <strong>de</strong> que a i<strong>de</strong>ntificação da doença é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> quem consi<strong>de</strong>ra e do seu universo. Ainda quando se busca tal conceito no dicionário<br />

( Ferreira, 1993), encontrar-se-á que saú<strong>de</strong> é o estado daquele cujas funções<br />

orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal (p.495). Mas o que se po<strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar como normal? E o que é anormal? É o mesmo que patológico? Ou não?<br />

Assim, assimilar tal conceito torna-se complicado, na medida em que cada pessoa,<br />

cada comunida<strong>de</strong> tem um entendimento particular do que é patológico e do que é<br />

normal. Além disso, todos os avanços nos conhecimentos em saú<strong>de</strong> caminham para<br />

o estreitamento do que é normal, e até mesmo nos centros formadores acadêmicos<br />

envereda-se pelas inúmeras patologias, muitas vezes per<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong> vista a<br />

importância a ser dada ao que é tido como saudável, normal.<br />

Em 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1948, a Organização Mundial da <strong>Saú<strong>de</strong></strong> (O.M.S.) propôs o<br />

conceito <strong>de</strong> que saú<strong>de</strong> é um estado <strong>de</strong> completo bem-estar físico, mental e social e<br />

não apenas a ausência <strong>de</strong> afecção ou doença. (Rezen<strong>de</strong>, 1989, p. 85). Mas o que<br />

é o bem-estar? É o mesmo que o estar bem ? Bem-estar tem sido consi<strong>de</strong>rado como<br />

<strong>uma</strong> adaptação do homem ao ambiente e, pensando assim, então, a doença seria a<br />

<strong>de</strong>sadaptação a esse ambiente, o mal-estar. Na verda<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rar saú<strong>de</strong> como pura<br />

adaptação é bastante simplista diante da relativida<strong>de</strong> e da dinamicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal<br />

fenômeno. Além disso, tal conceito (O.M.S.) acaba por ser utópico, tornando a saú<strong>de</strong><br />

algo difícil <strong>de</strong> ser atingido e <strong>de</strong> ser medido. E se for levado ao pé-da-letra, todos

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