Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
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agora. . Ter ido ao <strong>de</strong>ntista para ela parece ter gerado bem-estar, no entanto, foi<br />
apenas <strong>uma</strong> entre essas noventa e seis gestantes.<br />
O principal procedimento visto como problema para 23 das 55(57,29%)<br />
gestantes, que disseram existirem problemas da visita ao <strong>de</strong>ntista, foi a anestesia. Uma<br />
gestante relatou que, por pressão baixa, já havia <strong>de</strong>smaiado, por causa da anestesia<br />
e por isso não quis se arriscar . Outra gestante revelou ter vomitado após a aplicação<br />
do anestésico, daí ver no procedimento um problema. Além disso, duas gestantes<br />
acreditam que existe algum anestésico próprio , ou seja, um tipo especial <strong>de</strong><br />
anestésico, para o atendimento <strong>de</strong> gestantes. Nove gestantes, por sua vez,<br />
<strong>de</strong>monstraram medo em realizar extrações <strong>de</strong>ntárias em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r haver,<br />
segundo elas, <strong>uma</strong> hemorragia. Nove gestantes também relataram medo em relação<br />
a conseqüências negativas para o <strong>de</strong>senvolvimento do bebê. Outros procedimentos ou<br />
fatos vistos como problemas também foram citados: radiografias (4); medicamentos (4);<br />
medo (2); restauração que cai (1). Uma gestante reclamou do fato que, segundo ela,<br />
a maioria dos <strong>de</strong>ntistas também se for pra obturar só fica colocando remédio . Deste<br />
modo, segundo Cozzupoli (1981), fatores como a resistência do próprio cirurgião-<br />
<strong>de</strong>ntista, que se recusa a aten<strong>de</strong>r gestantes ou que o faz ina<strong>de</strong>quadamente, somado<br />
à pouca freqüência <strong>de</strong> serviços odontológicos nas entida<strong>de</strong>s que prestam assistência<br />
pré-natal fazem, muitas vezes, com que passem em branco as <strong>de</strong>ficiências na saú<strong>de</strong><br />
bucal <strong>de</strong>ssas mulheres.<br />
Uma gestante justificou que não é possível ir ao <strong>de</strong>ntista durante a gestação<br />
<strong>uma</strong> vez que, segundo ela, tem <strong>de</strong> seguir o que o médico fala . Apesar <strong>de</strong> acreditar<br />
que gestante não po<strong>de</strong> ir ao <strong>de</strong>ntista, quando a mesma é autorizada pelo médico, ela<br />
ten<strong>de</strong> a buscar a atenção odontológica. Mais <strong>uma</strong> vez reforça-se a importância do papel<br />
do médico nesse processo, o qual po<strong>de</strong> interferir tanto positiva quanto negativamente<br />
na atitu<strong>de</strong> a ser tomada pela gestante. Uma das respostas também <strong>de</strong>monstrou<br />
claramente outra questão, que é o fato <strong>de</strong> muitas gestantes, por total <strong>de</strong>sinformação<br />
ou mesmo porque não são ouvidas como <strong>de</strong>veriam pelos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mesmo<br />
sentindo dores acreditam que não lhes é permitido o uso nem mesmo <strong>de</strong> analgésico,<br />
não buscando, assim, o alívio <strong>de</strong>stas através <strong>de</strong> medicamentos <strong>de</strong>vidamente<br />
prescritos, chegando mesmo <strong>uma</strong> das gestantes a fazer a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que pelo<br />
menos um remedinho para dor <strong>de</strong>veria haver. Este parece ser um momento oportuno