Saúde Bucal de Gestantes: uma Abordagem de Gênero
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atenção tal fato na medida em que toda a especificida<strong>de</strong> da saú<strong>de</strong> da mulher se reflete<br />
na sua saú<strong>de</strong> bucal não apenas durante a gestação, mas ao longo <strong>de</strong> toda a sua vida,<br />
sendo necessários estudos que i<strong>de</strong>ntifiquem tais particularida<strong>de</strong>s.<br />
Este item dos conhecimentos construídos sobre saú<strong>de</strong> bucal pelas<br />
entrevistadas traz à tona <strong>uma</strong> vasta possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobertas contida no discurso<br />
<strong>de</strong>ssas mulheres. Revelaram-se em sua maioria insatisfeitas com sua saú<strong>de</strong> bucal,<br />
apontando como principais motivos para esta insatisfação dores, quedas <strong>de</strong><br />
restaurações, impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitar o <strong>de</strong>ntista em virtu<strong>de</strong> da gestação, entre outros.<br />
Além disso, as gestantes também i<strong>de</strong>ntificaram a boca como importante para se<br />
alimentar, falar, e até xingar. Reconheceram a importância do tratamento <strong>de</strong>ntário,<br />
principalmente para evitar problemas com dores, tendo sido i<strong>de</strong>ntificada como solução<br />
<strong>de</strong> primeira escolha para as dores a extração <strong>de</strong>ntária. As mulheres <strong>de</strong>monstraram<br />
saber i<strong>de</strong>ntificar os problemas bucais que enfrentam, embora tenham também<br />
<strong>de</strong>monstrado em seu discurso <strong>uma</strong> certa aceitação <strong>de</strong> tais problemas como inerentes<br />
à gestação e que, portanto, <strong>de</strong>vem ser aceitos como parte da condição <strong>de</strong> ser mãe.<br />
Evitam o tratamento odontológico pois acreditam que este oferece riscos a saú<strong>de</strong> do<br />
bebê, que <strong>de</strong>ve sempre estar em primeiro lugar, mesmo que isso signifique prejuízos<br />
irreversíveis à sua saú<strong>de</strong> bucal. E tais prejuízos, <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar, são um preço um<br />
tanto alto a ser pago pelas gestantes em função <strong>de</strong> sua condição feminina no<br />
cumprimento do seu papel <strong>de</strong> mãe <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong>.<br />
E CRENÇAS<br />
3.2.5. IR OU NÃO IR AO DENTISTA DURANTE A GESTAÇÃO?- MITOS<br />
Neste momento da pesquisa buscou-se saber a freqüência <strong>de</strong> visita <strong>de</strong>ssas<br />
mulheres ao <strong>de</strong>ntista e também os principais motivos <strong>de</strong>ssa freqüência.<br />
Quando se perguntou às gestantes qual a freqüência com que iam ao<br />
<strong>de</strong>ntista mesmo quando não estão grávidas, 35,42% revelaram somente ir ao <strong>de</strong>ntista<br />
quando sentem alg<strong>uma</strong> dor; 29,17% disseram ir ao <strong>de</strong>ntista <strong>de</strong> 6 em 6 meses; 13, 54%<br />
revelaram ir <strong>uma</strong> vez ao ano.