Estudo da viabilidade técnica da implantação de pivô - Upis
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Boletim Técnico<br />
<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>técnica</strong> <strong>da</strong> <strong>implantação</strong> <strong>de</strong> <strong>pivô</strong><br />
central rebocável com a utilização <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> culturas<br />
no município <strong>de</strong> Cristalina - Goiás.<br />
Planaltina – DF<br />
Dezembro <strong>de</strong> 2008<br />
http://www.upis.br<br />
Boletim Técnico<br />
<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>técnica</strong> <strong>da</strong> <strong>implantação</strong> <strong>de</strong> <strong>pivô</strong><br />
central rebocável com a utilização <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> culturas<br />
no município <strong>de</strong> Cristalina - Goiás.<br />
Alessandro Andra<strong>de</strong> Dallasta<br />
Orientador: Prof. M.S. Cícero Célio <strong>de</strong> Figueiredo<br />
Co-Orientador: Prof. M.S. Caroline Jerke<br />
Trabalho apresentado, como parte <strong>da</strong>s exigências<br />
para a conclusão do CURSO DE AGRONOMIA.<br />
Planaltina – DF<br />
Dezembro <strong>de</strong> 2008<br />
UPIS – Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Integra<strong>da</strong>s<br />
Departamento <strong>de</strong> Agronomia<br />
Rodovia BR 020, km 18<br />
DF 335, km 4,8<br />
Planaltina (DF) Brasil<br />
En<strong>de</strong>reço para correspondência:<br />
SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A<br />
CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil<br />
Fone/Fax: (0XX61) 3488-9909<br />
www.upis.br<br />
agronomia@upis.br<br />
Orientador: Prof. M.S. Cícero Célio <strong>de</strong> Figueiredo<br />
Co-Orientador: Profª. Caroline Jerke<br />
Supervisores: Prof a . M.S. Rosemary <strong>de</strong> Araújo Gomes<br />
Prof. M.S. Adilson Jayme <strong>de</strong> Oliveira<br />
Membros <strong>da</strong> Banca:<br />
Prof. M.S. Cícero Célio <strong>de</strong> Figueiredo<br />
Profª. Caroline Jerke<br />
Prof. M.S. An<strong>de</strong>rson Cor<strong>de</strong>iro<br />
Data <strong>da</strong> Defesa: 03/12/2008
ÍNDICE<br />
RESUMO ..................................................................................9<br />
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ..............................10<br />
2. OBJETIVO.........................................................................14<br />
3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA.......................................15<br />
3.1 Importância <strong>da</strong> água para a agricultura ..........................15<br />
3.1.1. Importância <strong>da</strong> água para a agricultura no Cerrado .17<br />
3.2. A eficiência do uso <strong>da</strong> água ..........................................18<br />
3.3. Rotação <strong>de</strong> culturas .......................................................19<br />
3.3.1. Princípios básicos <strong>da</strong> rotação <strong>de</strong> culturas...................21<br />
3.3.2. O sistema <strong>de</strong> plantio direto (SPD)............................21<br />
3.4. Culturas irriga<strong>da</strong>s ..........................................................22<br />
3.4.1. A cultura do feijão....................................................23<br />
3.4.1.1. Doenças do feijoeiro ..........................................24<br />
3.4.1.2. Pragas do feijoeiro .............................................25<br />
3.4.2. A cultura do milho ...................................................26<br />
3.4.2.1. Doenças do milho...............................................26<br />
3.4.2.2. Pragas do milho..................................................27<br />
3.4.3. A cultura do trigo .....................................................28<br />
3.4.3.1. Doenças do trigo ................................................29<br />
3.4.3.2. Pragas do trigo ...................................................29<br />
3.5. Sistemas <strong>de</strong> irrigação por aspersão ...............................30<br />
3.5.1. Sistema <strong>pivô</strong> central.................................................30<br />
3.5.2. Sistema <strong>pivô</strong> central rebocável ................................31<br />
3.6. Manejo <strong>de</strong> irrigação ......................................................32<br />
3.6.1. Programa <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação para o<br />
Cerrado...............................................................................34<br />
3.6.2. Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> hídrica <strong>da</strong>s culturas do feijão, milho e<br />
trigo. ...................................................................................37<br />
3.7. Estratégia <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> água ....................................38<br />
3.7.1. O que é necessário para ter sucesso com o programa<br />
<strong>de</strong> monitoramento ..............................................................39<br />
3.7.1.1. Sistema <strong>de</strong> irrigação operando a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente .39<br />
5.4.2.3. Volume <strong>de</strong> água aplicado por dia em uma posição<br />
.........................................................................................59<br />
5.4.2.4. Vazão do Pivô (Q)..............................................59<br />
5.4.2.5. Tempo gasto para completar uma volta (T 100%)<br />
.........................................................................................59<br />
5.4.2.6. Lâmina aplica<strong>da</strong> a 100%....................................60<br />
5.4.2.7. Lâmina aplica<strong>da</strong> em outras porcentagens ..........60<br />
5.4.2.8. Percentagem para aplicar uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />
lâmina..............................................................................60<br />
5.4.2.9. Tempo gasto com percentagem ou <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />
lâmina por posição irriga<strong>da</strong>.............................................61<br />
5.4.2.10. Tempo máximo <strong>de</strong> funcionamento durante o<br />
turno <strong>de</strong> rega....................................................................61<br />
5.4.2.11. Tempo <strong>de</strong> folga para possíveis reparos e atrasos<br />
.........................................................................................61<br />
5.4.2.12. Bombeamento ..................................................62<br />
5.4.2.13. Potência <strong>da</strong> Motobomba (P).............................63<br />
5.4.2.14. Potência do motor (P motor)............................63<br />
5.4.2.15. Potência do transformador ...............................63<br />
5.5.3. Croqui <strong>da</strong> área ..........................................................64<br />
5.5.4. Coeficientes técnicos <strong>de</strong> 1 (uma) uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> irrigação<br />
(<strong>pivô</strong> rebocável) .................................................................65<br />
5.6. Feijão (Phaseolus vulgaris) ...........................................67<br />
5.6.1. Implantação <strong>da</strong> cultura do feijoeiro .........................67<br />
5.6.2. Adubação .................................................................68<br />
5.6.3. Manejo <strong>de</strong> pragas e doenças.....................................69<br />
5.6.4. Manejo <strong>da</strong> irrigação .................................................69<br />
5.6.5. Colheita, transporte e comercialização ....................70<br />
5.6.6. Coeficientes técnicos para produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> feijão .................................................................70<br />
5.7. A cultura do milho ........................................................72<br />
5.7.1 Implantação <strong>da</strong> cultura do milho...............................72<br />
5.7.2. Adubação .................................................................73<br />
5.7.3. Manejo <strong>de</strong> pragas e doenças.....................................74<br />
3.7.1.2. Monitoramento <strong>da</strong>s chuvas próximo <strong>da</strong> área<br />
irriga<strong>da</strong> ............................................................................39<br />
3.7.1.3. Irrigações até o estabelecimento <strong>da</strong>s culturas<br />
anuais ..............................................................................41<br />
4. PLANO DE NEGÓCIO.....................................................41<br />
4.1 I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> organização:.........................................41<br />
4.2 Finali<strong>da</strong><strong>de</strong> Social............................................................43<br />
4.3 Cenário <strong>de</strong> Mercado.......................................................44<br />
4.3.1 Formulação <strong>de</strong> estratégias.........................................45<br />
4. 3.1.1 Os 4Ps <strong>de</strong> marketing ..........................................45<br />
4.4 Ca<strong>de</strong>ia Produtiva............................................................47<br />
4.5 Fatores chaves do sucesso FCS:.....................................48<br />
4.6 Análise SWOT ...............................................................49<br />
4.7 Análise <strong>da</strong>s forças competitivas.....................................50<br />
4.8 Clientes...........................................................................50<br />
4.9 Fornecedores ..................................................................51<br />
4.10 Concorrentes ................................................................51<br />
4.11 Produtos Substitutos.....................................................51<br />
4.12 Valores .........................................................................52<br />
4.13 Visão ............................................................................52<br />
4.14 Missão ..........................................................................53<br />
5. ESTUDO DE CASO...........................................................53<br />
5.1. Localização <strong>de</strong> <strong>implantação</strong>..........................................53<br />
5.2. Clima <strong>da</strong> região .............................................................53<br />
5.3. Manejo <strong>da</strong> irrigação ......................................................54<br />
5.3.1. Como será utilizado o programa <strong>de</strong> monitoramento.<br />
............................................................................................54<br />
5.3.1.1. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> planilha que será utilizado para o<br />
monitoramento ...................................................................54<br />
5.4 Dimensionamento <strong>da</strong> área irriga<strong>da</strong> para o <strong>pivô</strong> .............55<br />
5.4.1. Manejo do Sistema – Pivô central rebocável ...........57<br />
5.4.2 Memória <strong>de</strong> Cálculos ................................................58<br />
5.4.2.1. Lâmina Bruta......................................................58<br />
5.4.2.2. Volume <strong>de</strong> água aplicado por dia.......................58<br />
5.7.4. Manejo <strong>da</strong> irrigação .................................................74<br />
5.7.5. Colheita, transporte e comercialização ....................75<br />
5.7.6. Coeficientes técnicos para produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> milho.................................................................75<br />
5.8. Trigo..............................................................................77<br />
5.8.1. Implantação <strong>da</strong> cultura do trigo ...............................77<br />
5.8.2. Adubação .................................................................78<br />
5.8.3. Manejo <strong>de</strong> pragas e doenças.....................................79<br />
5.8.4. Manejo <strong>da</strong> irrigação .................................................79<br />
5.8.5. Colheita, transporte e comercialização ....................79<br />
5.8.6. Coeficientes técnicos para produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> trigo...................................................................80<br />
6. CONCLUSÃO ....................................................................82<br />
7. AGRADECIMENTOS.......................................................82<br />
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................83<br />
LISTA DE FIGURAS:<br />
Figura 1: Superfície e produção agrícola colhi<strong>da</strong> anualmente no<br />
mundo.......................................................................................10<br />
Figura 2: ...................................................................................11<br />
Figura 4: Evolução <strong>da</strong>s áreas irriga<strong>da</strong>s no Brasil – 1950 a 2002<br />
..................................................................................................12<br />
Figura 5: Distribuição <strong>da</strong> água consumi<strong>da</strong> no mundo..............16<br />
Figura 6: Média <strong>de</strong> precipitação na região do PAD-DF (1998-<br />
2005)¹ .......................................................................................18<br />
Figura 7: Disposição <strong>de</strong> um <strong>pivô</strong> central <strong>de</strong> base fixa em uma<br />
proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> rural......................................................................30<br />
Figura 8: Disposição <strong>de</strong> um <strong>pivô</strong> rebocável <strong>de</strong> base móvel em<br />
uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> rural. .............................................................31<br />
Figura 9: Base móvel do <strong>pivô</strong> rebocável mu<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong> posição.<br />
..................................................................................................32<br />
Figura 10: Primeiro passo ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação (Embrapa CPAC, 2006). .......35
Figura 11: Segundo passo ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação................................................36<br />
Figura 12: Terceiro passo ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação................................................36<br />
Figura 13: Resultado ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong><br />
Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação.....................................................37<br />
Figura 14: Organograma <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó. .........................42<br />
Figura 15: Cronograma <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> culturas ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
anos. .........................................................................................43<br />
Figura 16: Ca<strong>de</strong>ia produtiva do milho .....................................47<br />
Figura 17: Ca<strong>de</strong>ia produtiva do feijão......................................47<br />
Figura 18: Ca<strong>de</strong>ia produtiva do trigo. ......................................48<br />
Figura 19: Mapa <strong>da</strong> área cultiva<strong>da</strong> na Fazen<strong>da</strong>........................64<br />
LISTA DE TABELAS:<br />
Tabela 01: Déficit Maximo diário <strong>de</strong> água para as culturas do<br />
feijão, milho e trigo..................................................................38<br />
Tabela 2 - Armazenamento <strong>de</strong> água do solo a ser consi<strong>de</strong>rado<br />
no cálculo <strong>da</strong> precipitação efetiva............................................40<br />
Tabela 3: Análise SWOT <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> Marajó. .........................49<br />
Tabela 4: Exemplo <strong>de</strong> planilha <strong>de</strong> monitoramento ..................55<br />
Tabela 5: Dados utilizados para o dimensionamento e manejo<br />
do sistema <strong>de</strong> irrigação <strong>pivô</strong> central rebocável. .......................58<br />
Tabela 6: Custo <strong>da</strong> energia elétrica..........................................62<br />
Tabela 7: Dados gerais do <strong>pivô</strong>................................................62<br />
Tabela 8: Descrição <strong>de</strong> 01 (um) Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> irrigação, por<br />
aspersão, automática, PIVOT CENTRAL REBOCÁVEL ......65<br />
Tabela 9: Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para o feijão <strong>de</strong> acordo<br />
com a expectativa <strong>de</strong> rendimento.............................................68<br />
Tabela 10: Principais pragas e doenças do feijão com os<br />
respectivo princípios ativos utilizados. ....................................69<br />
Tabela 11: Coeficientes técnicos para a produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> feijão .......................................................................71<br />
9<br />
RESUMO<br />
<strong>Estudo</strong> <strong>da</strong> viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>técnica</strong> <strong>da</strong> <strong>implantação</strong> <strong>de</strong> <strong>pivô</strong><br />
rebocável com a utilização <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> culturas no<br />
município <strong>de</strong> Cristalina – Goiás<br />
Alessandro Andra<strong>de</strong> Dallasta 1<br />
Cícero Célio <strong>de</strong> Figueiredo 2<br />
Caroline Jerke 3<br />
An<strong>de</strong>rson Cor<strong>de</strong>iro 4<br />
Um sistema <strong>de</strong> irrigação <strong>de</strong>ve possibilitar o manejo eficiente <strong>da</strong><br />
lâmina <strong>de</strong> água aplica<strong>da</strong>. Para tal, é necessário avaliar o<br />
<strong>de</strong>sempenho do sistema em operação. O presente trabalho teve<br />
como objetivo estu<strong>da</strong>r a viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>técnica</strong> <strong>da</strong> <strong>implantação</strong> <strong>de</strong><br />
um sistema <strong>de</strong> irrigação por aspersão do tipo <strong>pivô</strong> central<br />
rebocável operando em 3 (três) posições no Distrito <strong>de</strong> Campos<br />
Lindos, município <strong>de</strong> Cristalina - Goiás. É sugeri<strong>da</strong> a sucessão<br />
<strong>de</strong> culturas partindo do interesse particular do proprietário pelo<br />
feijão, com as culturas <strong>de</strong> milho e trigo. O manejo <strong>de</strong> irrigação<br />
a ser utilizado para as culturas será feito através do Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação para o Cerrado <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela Embrapa Cerrados. Conclui-se que a <strong>implantação</strong> do<br />
sistema <strong>de</strong> irrigação do tipo <strong>pivô</strong> central rebocável na Fazen<strong>da</strong><br />
Marajó no distrito <strong>de</strong> Campos Lindos município <strong>de</strong> Cristalina-<br />
Goiás é tecnicamente viável.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Phaseolus vulgaris, Zea mays, Trigo,<br />
Plantio Direto.<br />
______________________<br />
1 Aluno <strong>de</strong> graduação do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: alessandrofaz@hotmail.com.br<br />
2 Eng. Agro., M.S., Prof. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: cceliofigueiredo@yahoo.com.br<br />
3 Engª. Agroª., Profª. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: carol@agronoma.eng.br<br />
4 Eng. Agro., M.S., Prof. do Dept. Agronomia/UPIS, e-mail: an<strong>de</strong>rson03166@upis.br<br />
Tabela 12: Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para o milho <strong>de</strong><br />
acordo com a expectativa <strong>de</strong> rendimento.................................74<br />
Tabela 13: Principais pragas e doenças do milho com os alguns<br />
princípios ativos utilizados.......................................................74<br />
Tabela 14: Coeficientes técnicos para a produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> milho.......................................................................76<br />
Tabela 15: Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para o milho <strong>de</strong><br />
acordo com a expectativa <strong>de</strong> rendimento.................................78<br />
Tabela 16: Principais pragas e doenças do milho com os alguns<br />
princípios ativos utilizados.......................................................79<br />
Tabela 17: Coeficientes técnicos para a produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> trigo.........................................................................81<br />
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />
A irrigação tem como principal propósito suprir as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hídricas <strong>da</strong>s plantas e é indispensável nas regiões<br />
on<strong>de</strong> a chuva natural não aten<strong>de</strong> às necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s plantas<br />
durante todo o seu ciclo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> ou em parte <strong>de</strong>le, assim como<br />
ampliar o tempo <strong>de</strong> exploração <strong>da</strong> cultura e o número <strong>de</strong><br />
colheitas, além <strong>de</strong> melhorar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Oliveira et al.,<br />
2000).<br />
A área irriga<strong>da</strong> no mundo está em torno <strong>de</strong> 278 milhões<br />
<strong>de</strong> hectares, que correspon<strong>de</strong> a 18% <strong>da</strong> área cultiva<strong>da</strong>, e é<br />
responsável por 42% <strong>da</strong> produção total <strong>de</strong> alimentos (figura 1).<br />
A <strong>técnica</strong> <strong>da</strong> irrigação é utiliza<strong>da</strong> não só para complementar as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hídricas <strong>da</strong>s culturas como também, para tornar<br />
produtivos, os solos <strong>da</strong>s zonas ári<strong>da</strong>s e semi-ári<strong>da</strong>s do planeta,<br />
no atendimento <strong>da</strong> <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> alimentos e matéria-prima<br />
gera<strong>da</strong> pelo contínuo crescimento <strong>de</strong>mográfico <strong>da</strong> humani<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
(ITEM, 2002).<br />
Figura 1: Superfície e produção agrícola colhi<strong>da</strong> anualmente no<br />
mundo.<br />
Fonte: ITEM (2002).<br />
10
11<br />
No Brasil a área irriga<strong>da</strong> ocupa cerca <strong>de</strong> 5 % <strong>da</strong> área<br />
total colhi<strong>da</strong> (2.629.446 ha) e é responsável por<br />
aproxima<strong>da</strong>mente 16 % <strong>da</strong> produção (Rodrigues et al. 2003).<br />
Nas figuras 2 e 3 po<strong>de</strong>mos confirmar e comparar <strong>da</strong>dos<br />
brasileiros com <strong>da</strong>dos mundiais.<br />
1,2<br />
1<br />
0,8<br />
0,6<br />
0,4<br />
0,2<br />
0<br />
Área colhi<strong>da</strong> no Mundo<br />
(bilhões <strong>de</strong> hectares)<br />
1,125<br />
0,275<br />
Sequeiro (82% ) Irrigado (18% )<br />
Sequeiro (82%) Irrigado (18%)<br />
Figura 2: Áreas colhi<strong>da</strong>s, (sequeiro x irrigação) no mundo.<br />
Fonte: IBGE (2006).<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
0%<br />
82%<br />
18%<br />
Mundo x Brasil<br />
56%<br />
44%<br />
51%<br />
48%<br />
Área Produção Valor <strong>da</strong> produção<br />
Brasil Mundo<br />
Figura 3: Comparação <strong>da</strong> área colhi<strong>da</strong>, produção e valor <strong>da</strong><br />
produção no Brasil e no mundo (IBGE, 2006).<br />
13<br />
hectare/dia, o sistema por inun<strong>da</strong>ção, chega a utilizar 130 mil<br />
litros por hectare/dia. Consi<strong>de</strong>rando que as reservas hídricas<br />
são finitas, logo concluímos que o <strong>pivô</strong> é um sistema não só<br />
econômico financeiramente, mas também com gran<strong>de</strong> respeito<br />
ao meio ambiente. No Centro Oeste a água utiliza<strong>da</strong> por esse<br />
equipamento é capta<strong>da</strong> em gran<strong>de</strong> maioria (80 a 90%) em<br />
barragens que acumulam a água <strong>da</strong> chuva (Cultivar, 2003).<br />
O sistema <strong>pivô</strong> central rebocável é prático, eficiente e<br />
versátil utilizado em formatos <strong>de</strong> terrenos on<strong>de</strong> o uso <strong>de</strong> <strong>pivô</strong>s<br />
fixos é inviável ou, simplesmente, como uma alternativa para a<br />
redução do custo por hectare irrigado. Também é uma ótima<br />
solução para a substituição <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> irrigação<br />
convencional e carretel irrigador, com a vantagem <strong>de</strong> reduzir<br />
custos com mão-<strong>de</strong>-obra e energia, aumentando a eficiência <strong>da</strong><br />
irrigação (Irrigabras, 2006).<br />
A freqüência <strong>da</strong>s irrigações <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> vários fatores,<br />
mas, ao longo do período seco a maioria <strong>da</strong>s culturas exige uma<br />
ou três aplicações semanalmente. Em muitas situações é mais<br />
vantajoso promover regas espaça<strong>da</strong>s e abun<strong>da</strong>ntes que diárias e<br />
superficiais. Então, o turno <strong>de</strong> rega po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> três a sete<br />
dias. No período chuvoso, a aspersão é aplica<strong>da</strong> para<br />
complementar as chuvas, sempre que o teor <strong>de</strong> água útil no solo<br />
baixar a um nível <strong>de</strong>sfavorável à cultura (Guerra et al., 2003).<br />
Portanto o manejo racional <strong>da</strong> irrigação visa minimizar<br />
o consumo <strong>de</strong> energia, maximizar a eficiência do uso <strong>da</strong> água e<br />
manter favoráveis as condições <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo e <strong>de</strong><br />
fitossani<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s plantas. Po<strong>de</strong> basear-se em critérios<br />
relacionados ao status <strong>da</strong> água no solo e nas plantas, na taxa <strong>de</strong><br />
evapotranspiração <strong>da</strong> cultura ou na combinação <strong>de</strong> dois ou mais<br />
<strong>de</strong>les. A escolha do critério a ser seguido vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r<br />
principalmente <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> informações relaciona<strong>da</strong>s<br />
ao sistema solo-água-planta-clima, <strong>de</strong> equipamentos para<br />
medições, e também do grau <strong>de</strong> conhecimento do irrigante<br />
(Marouelli et al., 1996).<br />
A agricultura irriga<strong>da</strong> apresenta muitas vantagens,<br />
<strong>de</strong>stacando-se a maior produção (mais <strong>de</strong> um plantio por ano),<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (melhores condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
cultura) e geração <strong>de</strong> empregos permanentes com os menores<br />
níveis <strong>de</strong> investimento comparativamente a outros setores <strong>da</strong><br />
economia, promovendo o aumento <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> e a diminuição do<br />
êxodo rural e melhorando sensivelmente as condições <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />
dos produtores e suas famílias (Bernardo et al., 2005).<br />
Segundo Rocha (2000) atualmente a área irriga<strong>da</strong> do<br />
Cerrado é superior a 300.000 ha, dos quais em sua maioria<br />
predomina culturas anuais como milho, arroz, trigo, feijão e<br />
outros, em sistema rotacionado.<br />
Figura 4: Evolução <strong>da</strong>s áreas irriga<strong>da</strong>s no Brasil – 1950 a 2002<br />
Fonte: ITEM (2002).<br />
Quando se pensa em um equipamento como o <strong>pivô</strong>,<br />
certamente o primeiro questionamento é se ele é<br />
economicamente viável. Nesse aspecto já se <strong>de</strong>monstrou o<br />
quanto se economiza ao utilizar este sistema <strong>de</strong> irrigação.<br />
Agora, é importante dizer quão reduzi<strong>da</strong> é a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />
utiliza<strong>da</strong> por esse sistema, se comparado a sistemas como<br />
irrigação por sulco ou por inun<strong>da</strong>ção, no caso do arroz irrigado.<br />
Enquanto um <strong>pivô</strong> utiliza em média 50 mil litros <strong>de</strong> água por<br />
A duração <strong>da</strong> rega e o volume <strong>de</strong> água aplicado em ca<strong>da</strong><br />
irrigação <strong>de</strong>vem possibilitar que a zona <strong>de</strong> maior concentração<br />
radicular atinja 100% <strong>de</strong> água útil – a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo,<br />
pois o solo funciona como um reservatório <strong>de</strong> água e o limite<br />
superior <strong>de</strong>sse reservatório chama-se capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo (Cc)<br />
(Bernardo et al., 2005).<br />
A capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> campo é expressa pelo valor <strong>de</strong><br />
umi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do solo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> encerra<strong>da</strong> a drenagem do<br />
exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> água, ou seja, é o valor <strong>da</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> quando a taxa<br />
<strong>de</strong> percolação profun<strong>da</strong> for pequena o suficiente, po<strong>de</strong>ndo ser<br />
<strong>de</strong>spreza<strong>da</strong> (Bernardo et al., 2005).<br />
Aceitando a analogia do reservatório, o limite inferior<br />
chama-se ponto <strong>de</strong> murcha permanente (PMP).<br />
Assume-se que o limite inferior <strong>de</strong> água disponível no<br />
solo ocorre quando a planta não consegue extrair água a uma<br />
taxa suficiente para suprir a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> atmosférica e assim<br />
murcha irreversivelmente até a morte <strong>da</strong>s plantas, mas ca<strong>da</strong><br />
cultura tem o seu PM crítico, correspon<strong>de</strong>nte ao momento <strong>de</strong><br />
retoma<strong>da</strong> <strong>da</strong> irrigação (Bernardo et al., 2005).<br />
Assim, o tempo <strong>de</strong> aplicação e o volume <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem<br />
ser controlados em ca<strong>da</strong> faixa do terreno irrigado, evitando a<br />
per<strong>da</strong> <strong>de</strong> água gravitacional.<br />
Segundo Guerra et al. (2003), seja qual for o<br />
equipamento <strong>de</strong> aspersão, <strong>de</strong>ve se cui<strong>da</strong>r para que a<br />
precipitação aplica<strong>da</strong> seja uniforme e com a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>seja<strong>da</strong>.<br />
2. OBJETIVO<br />
Avaliar a <strong>implantação</strong> <strong>de</strong> um <strong>pivô</strong> central rebocável<br />
<strong>de</strong>stinado a 3 (três) posições <strong>de</strong> 22,18 ha totalizando 66,54 ha<br />
com a sucessão <strong>da</strong>s culturas do feijão, milho e trigo, em sistema<br />
<strong>de</strong> plantio direto em área irriga<strong>da</strong> na região <strong>de</strong> Cristalina -<br />
Goiás.<br />
12<br />
14
15<br />
3. RECOMENDAÇÃO TÉCNICA<br />
3.1 Importância <strong>da</strong> água para a agricultura<br />
Existe, atualmente, um crescente aumento na escassez<br />
<strong>de</strong> água para o consumo humano. De fato, as disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
mais críticas encontram-se naquelas regiões <strong>de</strong> rápido<br />
crescimento populacional, especialmente o Sul <strong>da</strong> Ásia e o<br />
Oriente Médio. Estatísticas publica<strong>da</strong>s pela ONU indicam que,<br />
no ano <strong>de</strong> 2025, 40% <strong>da</strong> população mundial e 50% dos países<br />
terão problemas <strong>de</strong> acesso à água potável (Cultivar Máquinas,<br />
2004).<br />
Ain<strong>da</strong> segundo Cultivar Máquinas (2004), agricultura é<br />
a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> que <strong>de</strong>man<strong>da</strong> maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> total <strong>de</strong> água,<br />
consumindo aproxima<strong>da</strong>mente 70% <strong>da</strong> água disponível no<br />
mundo.<br />
A maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> água utiliza<strong>da</strong> na agricultura é<br />
pela irrigação, enquanto uma pequena porção é reserva<strong>da</strong> para a<br />
criação <strong>de</strong> animais domésticos. Segundo a revista Cultivar<br />
Máquinas (2004), a irrigação será um elemento <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental<br />
importância para prover a produção <strong>de</strong> alimentos e fibras em<br />
escala suficiente para uma população que cresce<br />
continuamente.<br />
Em termos <strong>de</strong> consumo, a água potável é geralmente<br />
dividi<strong>da</strong> em três categorias: água para uso doméstico e<br />
municipali<strong>da</strong><strong>de</strong>s, água utiliza<strong>da</strong> pelas indústrias e a água<br />
utiliza<strong>da</strong> na agricultura (figura 5).<br />
Segundo Folegatti et al. (1999), há previsão <strong>de</strong> que até o<br />
ano 2025 o planeta terá dobrado a população mundial que<br />
possui hoje. Porém, ao contrário do crescimento populacional,<br />
os recursos hídricos são finitos e a expansão <strong>da</strong>s terras<br />
cultiva<strong>da</strong>s limita<strong>da</strong>. Por isso, mu<strong>da</strong>remos, inevitavelmente, para<br />
uma agricultura intensiva na qual os insumos e recursos<br />
naturais serão amplamente usados com o objetivo <strong>de</strong> aumentar<br />
17<br />
3.1.1. Importância <strong>da</strong> água para a agricultura no Cerrado<br />
Rocha (2000), explica que no Cerrado existem duas<br />
estações bem <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s: estação chuvosa, entre outubro e abril,<br />
quando ocorrem mais <strong>de</strong> 90% <strong>da</strong>s chuvas, e estação seca, com<br />
ausência quase total <strong>de</strong> chuvas, que se prolonga <strong>de</strong> maio a<br />
setembro.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a água é um recurso natural escasso<br />
no Cerrado e que a maior parte dos solos na região é <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong><br />
permeabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>duzir que as irrigações, <strong>de</strong>verão ser<br />
pratica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> maneira a reduzir, ao mínimo, as per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> água<br />
que normalmente ocorrem, visando à máxima eficiência <strong>de</strong><br />
irrigação (Azevedo e Silva, 2001).<br />
Segundo Bedin (2006), atualmente em Cristalina muito<br />
se tem falado sobre irrigação e do uso <strong>da</strong> água. A fim <strong>de</strong> evitar<br />
uma possível escassez futura <strong>de</strong>sse insumo básico para a vi<strong>da</strong> e<br />
produção <strong>de</strong> alimentos. A preocupação é proce<strong>de</strong>nte, mas vale a<br />
pena fazermos algumas pon<strong>de</strong>rações pertinentes.<br />
Bedin (2006) explica que diferentemente <strong>de</strong> outras<br />
regiões com graves <strong>de</strong>ficiências hídricas, como o semi-árido<br />
nor<strong>de</strong>stino, on<strong>de</strong> o índice pluviométrico não passa <strong>de</strong> 300 a 500<br />
mm, em Cristalina temos aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> 1.500mm a<br />
1.700mm anuais <strong>de</strong> precipitação, concentra<strong>da</strong> nos meses <strong>de</strong><br />
outubro a abril como mostra a figura 6. Essa água, se bem<br />
utiliza<strong>da</strong>, permitiria o aumento substancial <strong>da</strong> área irriga<strong>da</strong>,<br />
contribuindo para geração <strong>de</strong> empregos, aumento <strong>da</strong><br />
arreca<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> impostos e conseqüente melhoria dos<br />
indicadores sociais <strong>da</strong> região.<br />
Segundo Bedin (2006), o represamento <strong>da</strong>s águas <strong>da</strong>s<br />
chuvas é imprescindível para viabilizar a irrigação nos meses<br />
secos do ano, sob pena <strong>de</strong>, se não efetuado com o<br />
acompanhamento <strong>de</strong> responsável técnico habilitado,<br />
compromete a vazão dos rios e vere<strong>da</strong>s.<br />
Figura 5: Distribuição <strong>da</strong> água consumi<strong>da</strong> no mundo.<br />
Fonte: Cultivar Máquinas (2004).<br />
a produção <strong>de</strong> alimentos. Nesse sentido, o melhoramento do<br />
manejo dos métodos <strong>de</strong> irrigação e <strong>da</strong> eficiência do uso <strong>da</strong> água<br />
serão particularmente importantes para o aumento <strong>da</strong> produção<br />
<strong>de</strong> alimentos, bem como para a proteção do ambiente e <strong>da</strong><br />
saú<strong>de</strong> pública.<br />
A agricultura irriga<strong>da</strong> é a maior consumidora <strong>de</strong> água e<br />
a essa é quase sempre associa<strong>da</strong> à idéia <strong>de</strong> que o volume <strong>de</strong><br />
água é, na sua maioria, <strong>de</strong>sperdiçado ou perdido, atribuindo à<br />
irrigação a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> pela escassez <strong>de</strong> água. Entretanto,<br />
é importante salientar que a água utiliza<strong>da</strong> para fins <strong>de</strong> irrigação<br />
é emprega<strong>da</strong> na produção <strong>de</strong> alimentos e que as plantas<br />
consomem um gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> água para completar o ciclo.<br />
Além disso, na agricultura não irriga<strong>da</strong>, as plantas necessitam<br />
do mesmo volume <strong>de</strong> água para completar o ciclo e produzir,<br />
na ausência <strong>de</strong> precipitações pluviais ocorre redução no<br />
rendimento <strong>de</strong> grãos em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> <strong>de</strong>ficiência hídrica no<br />
solo (Cultivar Máquinas, 2004).<br />
mm<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
231,54<br />
172,61 194,33<br />
33,71<br />
18,94<br />
1,25 0,19<br />
13,25 40,84<br />
78,19<br />
238,7<br />
J F M A M J J A S O N D<br />
Mêses do Ano<br />
Precipitação<br />
16<br />
18<br />
293,89<br />
Figura 6: Média <strong>de</strong> precipitação na região do PAD-DF (1998-<br />
2005)¹.<br />
A irrigação em franca expansão mostra a tecnificação <strong>da</strong><br />
agricultura brasileira, muito embora os abusos na utilização <strong>da</strong><br />
água <strong>de</strong>vam ser coibidos. Nesse sentido o estado <strong>de</strong> Goiás<br />
possui legislação avança<strong>da</strong> e vem <strong>de</strong>sempenhando seu papel<br />
através <strong>da</strong> Secretaria <strong>de</strong> Recursos Hídricos (Bedin, 2006).<br />
Armazenar o exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> água, que certamente iria<br />
para o oceano, permite o plantio e a colheita o ano todo, além<br />
<strong>de</strong> facilitar a diversificação <strong>de</strong> culturas como, feijão, milho,<br />
milho-doce, batata, algodão, café, tomate, cebola, alho, trigo,<br />
ceva<strong>da</strong> e muitas outras com potencial inexplorado, mas com<br />
perspectivas futuras bastante promissoras (Bedin, 2006).<br />
3.2. A eficiência do uso <strong>da</strong> água<br />
Segundo Rodrigues et al. (2003), a agricultura irriga<strong>da</strong><br />
per<strong>de</strong> conceito no que diz respeito ao consumo <strong>de</strong> água, pois,<br />
não é difícil encontrar sistemas operando com menos <strong>de</strong> 50 %<br />
<strong>de</strong> eficiência.<br />
¹ Coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos EMATER-DF, Estação Meteorológica do PAD-DF
19<br />
Uma <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s questões envolvendo o manejo <strong>da</strong><br />
água é a melhoria na eficiência <strong>de</strong> seu uso, a qual po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a partir <strong>de</strong> diferentes ângulos. Do ponto <strong>de</strong> vista<br />
econômico, a eficiência <strong>de</strong> uso <strong>da</strong> água vem a ser o retorno<br />
financeiro em relação ao investimento no seu suprimento.<br />
Fisiologicamente, a eficiência do uso <strong>da</strong> água é o total <strong>de</strong> massa<br />
seca produzi<strong>da</strong> pela planta por uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> água<br />
extraí<strong>da</strong> do solo por essa planta (ITEM, 2002).<br />
A água utiliza<strong>da</strong> com eficácia garante o suprimento<br />
<strong>de</strong>sse recurso para uso pessoal e para irrigação no Bioma<br />
Cerrado. Nessa região, a maioria <strong>da</strong>s áreas é irriga<strong>da</strong> por<br />
aspersão, com baixa per<strong>da</strong> <strong>de</strong> água entre o ponto <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é<br />
capta<strong>da</strong> até o ponto <strong>de</strong> distribuição. Entretanto, o<br />
<strong>de</strong>sconhecimento <strong>da</strong>s exigências <strong>de</strong> água pelas culturas faz com<br />
que muitos produtores irriguem em excesso tentando garantir<br />
que a falta <strong>de</strong> água não seja fator <strong>de</strong> redução no rendimento<br />
(ITEM, 2002).<br />
Segundo Curl (1963), citado por Guerra et al. (2003), o<br />
excesso <strong>de</strong> água apresenta efeitos <strong>da</strong>nosos às culturas e ao meio<br />
ambiente, tais como: lixiviação <strong>de</strong> nutrientes para cama<strong>da</strong>s<br />
profun<strong>da</strong>s do solo, contaminação do lençol freático, maior<br />
incidência <strong>de</strong> doenças do solo (mofo-branco, fusariose e<br />
rizoctoniose), o que requer aplicação intensiva <strong>de</strong> produtos<br />
químicos.<br />
3.3. Rotação <strong>de</strong> culturas<br />
Segundo Pereira e Daniels (2003), a rotação <strong>de</strong> culturas<br />
é uma prática agrícola milenar, <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pela observação e<br />
experiência. Ela mostrava aos agricultores a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
variar os cultivos em um mesmo campo. O reconhecimento <strong>da</strong>s<br />
vantagens <strong>da</strong> rotação <strong>de</strong> culturas <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3.000 anos,<br />
quando era utiliza<strong>da</strong> na China. Apesar dos ótimos resultados<br />
obtidos em quase to<strong>da</strong>s as partes do mundo, praticamente foi<br />
21<br />
3.3.1. Princípios básicos <strong>da</strong> rotação <strong>de</strong> culturas<br />
Segundo Bonin (1990), citado por Pereira e Daniels<br />
(2003), no planejamento <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> rotação para uma<br />
<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> cultura, alguns princípios <strong>de</strong>vem ser levados em<br />
conta para obter sucesso, <strong>de</strong>stacando-se:<br />
• Não utilizar, segui<strong>da</strong>mente, espécies pertencentes à<br />
mesma família botânica, pois são ataca<strong>da</strong>s pelas mesmas pragas<br />
e doenças.<br />
• Utilizar espécies mais exigentes em elementos<br />
minerais e, em segui<strong>da</strong>, explorar a área com outras menos<br />
exigentes, para aproveitamento dos resíduos dos adubos e <strong>da</strong>s<br />
potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do solo.<br />
• Alternar espécies com diferentes sistemas radiculares.<br />
• Utilizar culturas que forneçam material orgânico,<br />
alterna<strong>da</strong>s com outras que favoreçam sua <strong>de</strong>composição.<br />
Entre os princípios citados, o mais importante segundo<br />
Beet (1992), citado por Pereira e Daniels (2003), é a não<br />
utilização <strong>de</strong> cultivos pertencentes à mesma família botânica.<br />
Espécies botanicamente semelhantes têm doenças e pragas em<br />
comum, e não <strong>de</strong>vem ser planta<strong>da</strong>s ao mesmo tempo e nem em<br />
seqüência (sucessão). Os ciclos dos insetos e <strong>da</strong>s doenças são<br />
sincronizados, em geral, com o <strong>da</strong>s plantas hospe<strong>de</strong>iras, e são<br />
periodicamente <strong>de</strong>terminados por condições climáticas e<br />
ecológicas. Quando um hospe<strong>de</strong>iro mu<strong>da</strong> <strong>de</strong> estádio, a praga<br />
procura outro semelhante; se não achar, a população diminui e,<br />
se a situação persistir por um longo período, <strong>de</strong>saparece.<br />
O princípio, neste caso, é o <strong>de</strong> “matar o patógeno ou<br />
inseto <strong>de</strong> fome”.<br />
3.3.2. O sistema <strong>de</strong> plantio direto (SPD)<br />
O plantio direto iniciou com vistas a melhorar não só as<br />
condições físicas do solo, mas principalmente pelo fato <strong>de</strong> a<br />
esqueci<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido às gran<strong>de</strong>s guerras, quando a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por<br />
cereais favoreceu o surgimento <strong>da</strong> agricultura dirigi<strong>da</strong>,<br />
conduzindo para a monocultura. A monocultura e a manutenção<br />
do solo <strong>de</strong>scoberto por longos períodos causaram uma que<strong>da</strong> na<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola <strong>de</strong>vi<strong>da</strong> à erosão e à conseqüente<br />
<strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção dos solos. Como exemplo po<strong>de</strong> ser citado o que<br />
ocorreu no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, quando a agricultura, apoia<strong>da</strong> no<br />
binômio trigo-soja, levou ao <strong>de</strong>clínio o rendimento <strong>de</strong>ssas duas<br />
culturas.<br />
A monocultura é <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> como o uso continuado <strong>de</strong><br />
uma mesma cultura, numa mesma estação <strong>de</strong> crescimento e<br />
numa mesma área. Todos os anos, a mesma ou as mesmas<br />
espécies são semea<strong>da</strong>s ou planta<strong>da</strong>s no mesmo local (Pereira e<br />
Daniels, 2003).<br />
A sucessão <strong>de</strong> culturas é o estabelecimento <strong>de</strong> duas ou<br />
mais espécies em seqüência na mesma área, em um período<br />
igual ou inferior a 12 meses (Pereira e Daniels, 2003).<br />
A consorciação <strong>de</strong> culturas, por sua vez, é o<br />
estabelecimento <strong>de</strong> duas ou mais espécies, simultaneamente, na<br />
mesma área; neste tipo <strong>de</strong> cultivo há competição interespecífica<br />
em parte ou em todo o ciclo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> cultura<br />
(Pereira e Daniels, 2003).<br />
De acordo com Embrapa (2004), as espécies escolhi<strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>vem ter, ao mesmo tempo, propósitos comerciais e <strong>de</strong><br />
recuperação do solo. Além <strong>de</strong> proporcionar a produção<br />
diversifica<strong>da</strong> <strong>de</strong> alimentos e outros produtos agrícolas, se<br />
adota<strong>da</strong> e conduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> modo a<strong>de</strong>quado e por um período<br />
suficientemente longo, a rotação <strong>de</strong> culturas melhora as<br />
características físicas, químicas e biológicas do solo; auxilia no<br />
controle <strong>de</strong> plantas <strong>da</strong>ninhas, doenças e pragas; repõe matéria<br />
orgânica e protege o solo <strong>da</strong> ação dos agentes climáticos e<br />
aju<strong>da</strong> a viabilização do Sistema <strong>de</strong> Semeadura Direta e dos seus<br />
efeitos benéficos sobre a produção agropecuária e sobre o<br />
ambiente como um todo.<br />
palha<strong>da</strong> manter mais tempo a umi<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo. Com isso,<br />
percebeu-se que as raízes <strong>de</strong>senvolviam-se mais, encontrando<br />
umi<strong>da</strong><strong>de</strong> em pontos mais profundos do solo (Cultivar, 2003).<br />
Em áreas irriga<strong>da</strong>s, com duas ou mais culturas por ano é<br />
possível gerar uma cobertura consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> palha. Essa tem<br />
gran<strong>de</strong> importância para a irrigação, reduzindo a evaporação e<br />
conseqüentemente o consumo <strong>de</strong> água aplica<strong>da</strong> <strong>de</strong> 10 a 20 %,<br />
além <strong>de</strong> proporcionar incremento <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Lan<strong>de</strong>rs,<br />
1994).<br />
Segundo Lan<strong>de</strong>rs (1994), o Sistema <strong>de</strong> Plantio Direto<br />
(SPD) requer o mais alto nível <strong>de</strong> gerenciamento técnico. Devese<br />
evitar o trânsito <strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong>snecessariamente, ain<strong>da</strong> mais<br />
em áreas sob irrigação, pois po<strong>de</strong> acarretar a compactação do<br />
solo.<br />
3.4. Culturas irriga<strong>da</strong>s<br />
O sistema <strong>de</strong> irrigação <strong>pivô</strong> central rebocável permite a<br />
produção quase que contínua durante o ano, <strong>de</strong> grãos e outras<br />
espécies a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s à região.<br />
Segundo Guerra (2003), no Bioma Cerrado, as<br />
principais culturas <strong>de</strong> inverno são o feijão e o trigo que<br />
necessitam <strong>de</strong> suprimento total <strong>de</strong> água. No verão, <strong>de</strong>stacam-se<br />
o milho e o arroz que <strong>de</strong>man<strong>da</strong>m irrigação suplementar quando<br />
ocorrem veranicos. Se consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> dois a<br />
três cultivos anuais, o uso <strong>de</strong> água com as lavouras irriga<strong>da</strong>s<br />
torna-se expressivo, e o aumento na eficiência do uso <strong>de</strong>sse<br />
insumo representa economia <strong>de</strong> energia com melhor<br />
rendimento e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto.<br />
O planejamento <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> plantio, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um talhão,<br />
<strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar o ciclo cultural e a <strong>da</strong>ta prevista para o início<br />
<strong>da</strong> colheita, para que se possa prever os plantios seguintes e a<br />
rotação <strong>de</strong> culturas. A duração do ciclo vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>da</strong><br />
espécie, <strong>da</strong> cultivar, <strong>da</strong>s condições climáticas e <strong>da</strong> tecnologia<br />
20<br />
22
23<br />
utiliza<strong>da</strong>. Dessa forma, <strong>de</strong>ve-se prever o início e a duração <strong>de</strong><br />
ca<strong>da</strong> safra, para que se possa planejar, entre outras coisas, o<br />
intervalo entre plantios sucessivos <strong>de</strong> uma mesma espécie, a<br />
fim <strong>de</strong> ampliar o período <strong>de</strong> comercialização ou assegurar um<br />
abastecimento contínuo (Filgueira, 2003).<br />
3.4.1. A cultura do feijão<br />
Segundo Rocha (2000), o feijoeiro irrigado é,<br />
normalmente, a cultura anual <strong>de</strong> maior valor econômico e <strong>de</strong>ssa<br />
forma vem se <strong>de</strong>stacando no sistema produtivo <strong>da</strong> região.<br />
Silva et al. (1999), reforça dizendo que o feijão<br />
constitui uma <strong>da</strong>s alternativas preferi<strong>da</strong>s para composição do<br />
sistema <strong>de</strong> rotação em sistemas irrigados, <strong>de</strong>vido sua maior<br />
rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, do ciclo <strong>de</strong> produção mais curto e <strong>da</strong> tecnologia<br />
<strong>de</strong> condução disponível em termos <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, práticas<br />
culturais e outros segmentos do sistema produtivo. Esses<br />
autores ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>stacam que os níveis <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
alcançados são maiores em cultivos <strong>de</strong> inverno, sob regime <strong>de</strong><br />
irrigação por aspersão, po<strong>de</strong>ndo ren<strong>de</strong>r mais <strong>de</strong> 50 sacas por<br />
hectare, com lavouras bem conduzi<strong>da</strong>s.<br />
Nos últimos anos o cultivo do feijão nos Cerrados tem<br />
mostrado um crescimento significativo em área planta<strong>da</strong>,<br />
<strong>de</strong>vido, principalmente ao aumento <strong>da</strong> área irriga<strong>da</strong>, e a<br />
melhoria do nível tecnológico utilizado (Rocha, 2000).<br />
Rocha (2000) também comenta que o sistema <strong>de</strong> cultivo<br />
na região é multivariado, predominando três épocas <strong>de</strong> plantio:<br />
novembro (feijão <strong>da</strong>s águas), fevereiro (feijão <strong>da</strong> seca) e junho<br />
(feijão irrigado), correspon<strong>de</strong>ndo a uma área irriga<strong>da</strong> anual <strong>de</strong>,<br />
aproxima<strong>da</strong>mente, 290.000 ha. Muito embora a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
média <strong>de</strong> feijão no Brasil não ultrapasse 732 kg/ha, a<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> obti<strong>da</strong> em áreas irriga<strong>da</strong>s do Cerrado, tem<br />
ultrapassado os 2.000 kg/ha, fato que vem justificando<br />
investimentos no cultivo do feijão irrigado e,<br />
25<br />
incita<strong>da</strong>s por vírus, entre as quais, o mosaico comum (BCMV)<br />
e o mosaico dourado (BGMV) são os mais importantes.<br />
Finalmente, entre os nematói<strong>de</strong>s, aquele conhecido como<br />
nematói<strong>de</strong> <strong>da</strong>s galhas é, sem dúvi<strong>da</strong>, o que merece maior<br />
consi<strong>de</strong>ração (Embrapa CNPAF, 2008).<br />
3.4.1.2. Pragas do feijoeiro<br />
Dentre as principais pragas com ocorrência generaliza<strong>da</strong><br />
nas regiões produtoras incluem a mosca-branca, as vaquinhas, a<br />
cigarrinha-ver<strong>de</strong> e os carunchos (Embrapa CNPAF, 2008).<br />
Pragas principais com ocorrência regional incluem o<br />
ácaro-branco, a larva-minadora, a lagarta <strong>da</strong>s folhas, os tripés, a<br />
lagarta-elasmo, a lagarta rosca, as lesmas, as lagartas-<strong>da</strong>svagens<br />
e os percevejos.<br />
Como pragas ocasionais e <strong>de</strong> ocorrência localiza<strong>da</strong> temse<br />
o ácaro rajado, a bicheira-do-feijoeiro, a broca-<strong>da</strong>s-axilas, a<br />
broca-<strong>da</strong>-vagem, o gorgulho-do-solo e o tamanduá-<strong>da</strong>-soja<br />
(Embrapa CNPAF, 2008).<br />
Tecnologias <strong>de</strong> manejo integrado <strong>de</strong> pragas do feijoeiro<br />
(MIP-Feijão), se bem implementa<strong>da</strong>s, po<strong>de</strong>m reduzir, em<br />
média, 50% a aplicação <strong>de</strong> químicos, sem aumentar o risco <strong>de</strong><br />
per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>vido ao ataque <strong>de</strong> pragas. O MIP-Feijão<br />
leva em consi<strong>de</strong>ração o reconhecimento <strong>da</strong>s pragas que<br />
realmente causam <strong>da</strong>nos à cultura, a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação<br />
<strong>da</strong>s plantas aos <strong>da</strong>nos causados pelas pragas, o número máximo<br />
<strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong>ssas pragas que po<strong>de</strong>m ser tolerados antes que<br />
ocorra <strong>da</strong>no econômico (nível <strong>de</strong> controle), e o uso <strong>de</strong><br />
insetici<strong>da</strong>s seletivos <strong>de</strong> forma criteriosa. Desta forma, espera-se<br />
produzir feijão mais eficientemente, minimizando os custos,<br />
diminuindo o impacto ambiental dos produtos químicos e<br />
garantindo a sobrevivência dos inimigos naturais <strong>da</strong>s pragas<br />
(insetos benéficos) (Embrapa CNPAF, 2008).<br />
consequentemente, na produção <strong>de</strong> tecnologias a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s a<br />
cultura (Rocha, 2000).<br />
Guerra (1999) completa afirmando que, embora o feijão<br />
seja cultivado durante todo o ano, o período <strong>de</strong> maior<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s lavouras é <strong>de</strong> maio a setembro quando o<br />
custo <strong>da</strong> lavoura é mais baixo porque é menor a exigência <strong>de</strong><br />
controle fitossanitário.<br />
Guerra (1999) recomen<strong>da</strong> alguns cui<strong>da</strong>dos necessários<br />
para obter uma alta produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />
As aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser feitas <strong>de</strong> quatro em<br />
quatro dias.<br />
Logo após o plantio, as quatro primeiras irrigações<br />
<strong>de</strong>vem ser feitas <strong>de</strong> dois em dois dias, com lâmina <strong>de</strong> 10 a15<br />
mm para garantir o estabelecimento <strong>da</strong> cultura. No final do<br />
ciclo, as aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser suspensas quando os<br />
grãos estiverem com coloração, se o produtor esperar<br />
<strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente para arrancar o feijão, haverá per<strong>da</strong>s<br />
significativas por abertura <strong>da</strong>s vagens no campo e na quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
do produto.<br />
3.4.1.1. Doenças do feijoeiro<br />
O feijoeiro comum é afetado por inúmeras doenças as<br />
quais, além <strong>de</strong> diminuir a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cultura, <strong>de</strong>preciam a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto. Estas doenças po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> origem<br />
fúngica, bacteriana, virótica assim como as incita<strong>da</strong>s por<br />
nematói<strong>de</strong>s (Embrapa CNPAF, 2008).<br />
Entre as principais doenças fúngicas encontra-se a<br />
mancha angular, a antracnose, a ferrugem, o oídio, o mofo<br />
branco, as podridões radiculares <strong>de</strong> Fusarium e Rhizoctonia, a<br />
murcha <strong>de</strong> Fusarium, a podridão do colo e, mais recentemente o<br />
carvão e a sarna. Entre as doenças bacterianas merecem<br />
<strong>de</strong>staque, por sua importância, o crestamento bacteriano<br />
comum e a murcha-<strong>de</strong>-Curtobacterium. Várias são as doenças<br />
3.4.2. A cultura do milho<br />
De acordo com Duarte (2000), o milho é uma <strong>da</strong>s<br />
culturas mais antigas do mundo e, provavelmente, a <strong>de</strong> maior<br />
importância econômica com origem na América. Essa sua<br />
importância é caracteriza<strong>da</strong> pelas diversas formas <strong>de</strong> sua<br />
utilização, que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a alimentação animal até a indústria <strong>de</strong><br />
alta tecnologia. Na reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, o uso do milho em grão como<br />
alimentação animal representa a maior parte do consumo <strong>de</strong>sse<br />
cereal, isto é, cerca <strong>de</strong> 70 % no mundo.<br />
Segundo Guerra e Jacomazzi (2001), o milho é uma<br />
cultura largamente cultiva<strong>da</strong> nas áreas irriga<strong>da</strong>s, por <strong>pivô</strong>central,<br />
<strong>da</strong> região do Cerrado. Sua importância advém do alto<br />
valor econômico e <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> culturas nas<br />
áreas planta<strong>da</strong>s com feijão.<br />
Guerra e Jacomazzi (2001) recomen<strong>da</strong> que para<br />
obtenção <strong>de</strong> alta produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, se o produtor utilizar apenas o<br />
tanque classe A para monitorar as irrigações <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong><br />
milho, as aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser feitas <strong>de</strong> quatro em<br />
quatro dias.<br />
Logo <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> semeadura, se o solo não estiver úmido,<br />
as quatro primeiras irrigações <strong>de</strong>vem ser feitas, <strong>de</strong> 2 em 2 dias,<br />
com lâminas <strong>de</strong> 10 a 15 mm, para garantir o estabelecimento <strong>da</strong><br />
cultura. No final do ciclo, as aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser<br />
suspensas quando os grãos atingirem o estádio <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> maturação fisiológica, que correspon<strong>de</strong><br />
visualmente ao aparecimento <strong>de</strong> ponta escura nos grãos <strong>da</strong><br />
ponta <strong>da</strong> espiga (Guerra e Jacomazzi, 2001).<br />
3.4.2.1. Doenças do milho<br />
Trabalhos <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> doenças realizados pela<br />
Embrapa Milho e Sorgo e pelo setor privado, têm <strong>de</strong>monstrado<br />
que a mancha branca, a cercosporiose a ferrugem polissora, a<br />
24<br />
26
27<br />
ferrugem tropical, a ferrugem comum, a helmintosporiose e os<br />
enfezamentos pálido e vermelho estão entre as principais<br />
doenças <strong>da</strong> cultura do milho no momento. A importância <strong>de</strong><br />
ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>ssas doenças é variável <strong>de</strong> ano para ano e <strong>de</strong> região<br />
para região, mas não é possível afirmar que alguma <strong>de</strong>las seja<br />
<strong>de</strong> maior importância em relação às <strong>de</strong>mais. Além <strong>da</strong>s doenças<br />
acima menciona<strong>da</strong>s, novos <strong>de</strong>safios têm surgido ao longo dos<br />
últimos anos, como o aumento na severi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> antracnose<br />
foliar em algumas regiões do país e a ocorrência <strong>de</strong> podridões<br />
<strong>de</strong> causa<strong>da</strong>s por Stenocarpella maydis e S. macrospora, antes<br />
mais comuns em áreas <strong>de</strong> plantio na região Sul do país, em<br />
algumas áreas do Centro–Oeste (Embrapa CNPMS, 2008).<br />
Várias medi<strong>da</strong>s são sugeri<strong>da</strong>s para o manejo <strong>de</strong> doenças<br />
na cultura do milho, a mais atrativa estratégia <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong><br />
doenças é a utilização <strong>de</strong> cultivares geneticamente resistentes,<br />
uma vez que o seu uso não exige nenhum custo adicional ao<br />
produtor, não causa nenhum tipo <strong>de</strong> impacto negativo ao<br />
ambiente, é perfeitamente compatível com outras varias<br />
alternativas <strong>de</strong> controle e é, muitas vezes, suficiente para o<br />
controle <strong>da</strong> doença(Embrapa CNPMS, 2008).<br />
Dentre as doenças que ocorrem na cultura do milho,<br />
merecem <strong>de</strong>staque, pela sua importância, doenças foliares,<br />
podridões do colmo e <strong>da</strong>s raízes, doenças causa<strong>da</strong>s por<br />
molicutes e por vírus, doenças causa<strong>da</strong>s por nematói<strong>de</strong>s,<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> sanitária <strong>de</strong> grãos (Embrapa CNPMS, 2008).<br />
3.4.2.2. Pragas do milho<br />
Também os insetos pragas em especial, po<strong>de</strong>m afetar <strong>de</strong><br />
maneira total ou parcial esse potencial produtivo. É possível<br />
encontrar em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> região ou <strong>de</strong>terminado ano agrícola,<br />
a presença <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> pragas que têm a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
reduzir o número i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> plantas, seja por <strong>da</strong>nificar e matar a<br />
semente logo após o plantio, ou a plântula antes ou após a<br />
29<br />
grãos com a unha e verificar se é possível fazer um sulco sem o<br />
grão se quebrar. Se o produtor continuar aplicando água no<br />
trigo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sse estádio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, haverá uma<br />
redução no peso, por hectolitro, do trigo, comprometendo a<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e o valor <strong>de</strong> comércio do produto.<br />
3.4.3.1. Doenças do trigo<br />
Na região, as doenças <strong>de</strong> maior importância são: oídio<br />
(Blumeria graminis f.sp. hor<strong>de</strong>i), ferrugem <strong>da</strong> folha (Puccinia<br />
hor<strong>de</strong>i), septoriose (Phaeosphaeria nodorum) e giberela<br />
(Fusarium graminearum) (Embrapa CNPTIA, 2008).<br />
Além <strong>de</strong>ssas, po<strong>de</strong>m ocorrer esporadicamente a<br />
ferrugem do colmo do trigo (Puccinia graminis tritici), o<br />
carvão nu (Ustilago nu<strong>da</strong>) e o carvão coberto (Ustilago hor<strong>de</strong>i).<br />
As medi<strong>da</strong>s indica<strong>da</strong>s para o controle <strong>da</strong>s principais<br />
doenças é a rotação <strong>de</strong> culturas, tratamento <strong>de</strong> semente e<br />
tratamento <strong>da</strong> parte aérea (Embrapa CNPTIA, 2008).<br />
3.4.3.2. Pragas do trigo<br />
As pragas <strong>de</strong> campo mais comuns na cultura <strong>de</strong> trigo<br />
são os pulgões e as lagartas, as quais po<strong>de</strong>m reduzir a produção<br />
<strong>de</strong> grãos, caso não maneja<strong>da</strong>s a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente. Os corós<br />
também têm ocorrido e causado <strong>da</strong>nos econômicos em algumas<br />
áreas (Embrapa CNPTIA, 2008).<br />
Os pulgões, Metopolophium dirhodum, Schizaphis<br />
graminum, Sitobion avenae e Rhopalosiphum padi (Hem.,<br />
Aphidi<strong>da</strong>e), causam <strong>da</strong>nos diretos pela sucção <strong>da</strong> seiva <strong>da</strong><br />
planta, o que po<strong>de</strong> reduzir o número <strong>de</strong> grãos por espiga, o<br />
tamanho do grão, o peso dos grãos e o po<strong>de</strong>r germinativo <strong>da</strong>s<br />
sementes (Embrapa CNPTIA, 2008).<br />
Geralmente, as lagartas Pseu<strong>da</strong>letia sequax e P.<br />
adultera (Lep., Noctui<strong>da</strong>e) atacam a cultura a partir do mês <strong>de</strong><br />
emergência. Em função <strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> insetos e <strong>da</strong> época <strong>de</strong><br />
ataque po<strong>de</strong> não ocorrer a morte <strong>da</strong> planta, e sim uma redução<br />
parcial <strong>de</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção. No entanto, como po<strong>de</strong><br />
haver ataques por mais <strong>de</strong> uma espécie, o somatório <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s<br />
po<strong>de</strong> atingir valores significativos, a ponto <strong>de</strong> comprometer a<br />
rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do agronegócio. O manejo <strong>de</strong> pragas tem sido<br />
consi<strong>de</strong>rado como fator fun<strong>da</strong>mental para reduzir as per<strong>da</strong>s<br />
ocasiona<strong>da</strong>s pelas pragas levando em consi<strong>de</strong>ração além dos<br />
aspectos econômicos, também os aspectos ambientais,<br />
nota<strong>da</strong>mente quando ain<strong>da</strong> se consi<strong>de</strong>ra a utilização <strong>de</strong> um<br />
insetici<strong>da</strong> químico como parte <strong>da</strong>s táticas do manejo.<br />
Na região <strong>de</strong>stacam-se como principais pragas a lagartado-cartucho<br />
(Spodoptera frugiper<strong>da</strong>), lagarta-rosca (Agrotis<br />
ipsilon), curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes), pulgão-domilho<br />
(Rhopalosiphum maidis) e a lagarta-<strong>da</strong>-espiga<br />
(Helicoverpa zea).<br />
3.4.3. A cultura do trigo<br />
O trigo é uma cultura <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância nos<br />
sistemas irrigados <strong>da</strong> região do Cerrado, pois a cultura<br />
apresenta alto valor econômico e é uma gramínea <strong>de</strong> inverno<br />
que possibilita a rotação <strong>de</strong> culturas nas áreas irriga<strong>da</strong>s (Guerra<br />
e Jacomazzi, 2001).<br />
Guerra e Jacomazzi (2001) recomen<strong>da</strong>m que logo<br />
<strong>de</strong>pois <strong>da</strong> semeadura, as quatro ou cinco primeiras irrigações<br />
<strong>de</strong>vem ser feitas, <strong>de</strong> 2 em 2 dias, com lâminas <strong>de</strong> 10 a 15 mm,<br />
para preencher com água o perfil do solo <strong>de</strong> 50 cm e para<br />
garantir o estabelecimento <strong>da</strong> cultura. No final do ciclo, as<br />
aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser suspensas quando os grãos<br />
atingirem o estádio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> grãos em estado <strong>de</strong><br />
massa dura. Esse estádio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong> ser<br />
verificado, no campo, pela análise dos grãos, ou seja, o<br />
produtor ou o técnico <strong>da</strong> assistência <strong>técnica</strong> <strong>de</strong>ve pressionar os<br />
setembro po<strong>de</strong>ndo se prolongar até a maturação. Como o efeito<br />
<strong>de</strong> insetici<strong>da</strong>s no controle <strong>de</strong>ssas lagartas dá-se mais pela<br />
ingestão do produto do que pela ação <strong>de</strong> contato, recomen<strong>da</strong>-se<br />
iniciar o controle nos focos <strong>de</strong> infestação quando ain<strong>da</strong> houver<br />
folhas ver<strong>de</strong>s nas plantas <strong>de</strong> trigo.<br />
3.5. Sistemas <strong>de</strong> irrigação por aspersão<br />
3.5.1. Sistema <strong>pivô</strong> central<br />
O <strong>pivô</strong> central é uma linha lateral <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong> aço,<br />
dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> vários aspersores, e suspensa por torres, com ro<strong>da</strong>s<br />
motores, que fornecem um movimento ao redor <strong>de</strong> um ponto<br />
chamado <strong>pivô</strong> (figura 7). Esse sistema foi <strong>de</strong>senvolvido no<br />
Colorado (EUA), em 1952, mas seu uso não foi consoli<strong>da</strong>do até<br />
1960 (Bernardo, 1995).<br />
Figura 7: Disposição <strong>de</strong> um <strong>pivô</strong> central <strong>de</strong> base fixa em uma<br />
proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> rural.<br />
Fonte: Krebsfer (2006).<br />
28<br />
30
31<br />
Bernardo (1995) afirma que a irrigação por aspersão,<br />
como o caso do <strong>pivô</strong> central, a<strong>da</strong>pta-se a quase todos os tipos<br />
<strong>de</strong> culturas.<br />
Esse sistema se caracteriza pela aplicação <strong>de</strong> água em<br />
taxas crescentes a partir do ponto <strong>pivô</strong>, sendo que a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> água no final do equipamento aumenta com o<br />
comprimento <strong>da</strong> lateral (Silva e Azevedo, 1998).<br />
3.5.2. Sistema <strong>pivô</strong> central rebocável<br />
O <strong>pivô</strong> central rebocável é um equipamento com os<br />
mesmos princípios <strong>de</strong> funcionamento do <strong>pivô</strong> central <strong>de</strong> base<br />
fixa, o que difere os sistemas é a disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reboque <strong>da</strong><br />
base, que possibilita ser <strong>de</strong>slocado <strong>de</strong> um campo produtivo a<br />
outro, com rapi<strong>de</strong>z, conforme indicado nas figuras 8 e 9. O <strong>pivô</strong><br />
rebocável é indicado para áreas on<strong>de</strong> há rotação do local <strong>de</strong><br />
cultivo (Krebsfer, 2006).<br />
Figura 8: Disposição <strong>de</strong> um <strong>pivô</strong> rebocável <strong>de</strong> base móvel em<br />
uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> rural.<br />
Fonte: Krebsfer (2006).<br />
33<br />
A irrigação no Brasil é maneja<strong>da</strong>, em sua gran<strong>de</strong> parte,<br />
<strong>de</strong> forma não tecnifica<strong>da</strong>, gerando per<strong>da</strong>s significativas, por não<br />
existir um sistema técnico <strong>de</strong> controle. A falta <strong>de</strong> um manejo<br />
a<strong>de</strong>quado na irrigação ocasiona prejuízos como per<strong>da</strong>s <strong>de</strong><br />
energia e <strong>de</strong> água. Tais prejuízos afetam diretamente a<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Uma análise do manejo <strong>da</strong><br />
irrigação atualmente praticado indica uma total carência <strong>de</strong><br />
resultados, muitas vezes proporciona<strong>da</strong> pelas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
atuação dos técnicos, que não dispõem <strong>de</strong> instrumental<br />
necessário para toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> forma simples, rápi<strong>da</strong> e<br />
com base científica (Valmot, 2006).<br />
De acordo com Bernardo (1995), o manejo racional <strong>de</strong><br />
qualquer projeto <strong>de</strong> irrigação <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar os aspectos<br />
sociais e econômicos e procurar maximizar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a<br />
eficiência do uso <strong>da</strong> água e minimizar os custos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra<br />
e capital, sem prejudicar as condições <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo e <strong>de</strong><br />
fitos sani<strong>da</strong><strong>de</strong> favoráveis ao bom <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> cultura<br />
irriga<strong>da</strong>, bem como ter em mente a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar ou,<br />
no mínimo, manter as condições físicas, químicas e biológicas<br />
do solo, pois isto afetará em muito o comprimento do período<br />
<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> útil do projeto.<br />
Como a água é um recurso finito, seu uso <strong>de</strong>ve ser<br />
cui<strong>da</strong>dosamente planejado, para evitar per<strong>da</strong>s no processo <strong>de</strong><br />
captação, condução e distribuição. A eficiência do uso <strong>da</strong> água<br />
na agricultura po<strong>de</strong> ser bastante melhora<strong>da</strong> através do manejo<br />
<strong>da</strong> cultura visando o melhor aproveitamento <strong>da</strong>s precipitações<br />
pluviais através <strong>da</strong> programação <strong>da</strong> irrigação. O controle <strong>da</strong><br />
lâmina <strong>de</strong> água a ser aplica<strong>da</strong> é importante no manejo <strong>da</strong><br />
agricultura irriga<strong>da</strong>, pois tanto o excesso como a falta causa<br />
redução no rendimento <strong>de</strong> grãos <strong>da</strong>s culturas (Cultivar<br />
Máquinas, 2003).<br />
Silva et al. (1999), afirma que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> implantado o<br />
sistema <strong>de</strong> irrigação, há necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong><br />
manejo <strong>de</strong> água que <strong>de</strong>fina, <strong>de</strong> forma racional, o momento certo<br />
Figura 9: Base móvel do <strong>pivô</strong> rebocável mu<strong>da</strong>ndo <strong>de</strong> posição.<br />
Fonte: Valmot (2006).<br />
Também é uma ótima solução para a substituição <strong>de</strong><br />
sistemas <strong>de</strong> irrigação convencional e carretel irrigador, com a<br />
vantagem <strong>de</strong> reduzir custos com mão-<strong>de</strong>-obra e energia,<br />
aumentando a eficiência <strong>da</strong> irrigação, ou simplesmente, como<br />
uma alternativa para a redução do custo por hectare irrigado<br />
(Irrigabras, 2006).<br />
3.6. Manejo <strong>de</strong> irrigação<br />
O conceito <strong>de</strong> manejo eficiente <strong>da</strong> irrigação é complexo<br />
e, em sentido mais amplo, relaciona tanto o aspecto do manejo<br />
<strong>da</strong> água como do equipamento, com o objetivo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar a<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água a ser aplica<strong>da</strong> e o momento certo <strong>de</strong>sta<br />
aplicação. O manejo a<strong>de</strong>quado <strong>da</strong> irrigação não po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rado uma etapa in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ntro do processo <strong>de</strong><br />
produção agrícola, tendo por um lado o compromisso com a<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cultura explora<strong>da</strong> e, por outro, o uso eficiente<br />
<strong>da</strong> água, promovendo a conservação do meio ambiente<br />
(Valmot, 2006).<br />
e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para aten<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
hídricas <strong>da</strong> cultura reduzindo o tempo <strong>de</strong> aplicação.<br />
Gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> preocupação dos irrigantes são os<br />
questionamentos <strong>de</strong> quando e quanto irrigar. Saber o momento<br />
certo <strong>de</strong> iniciar as irrigações e quanto <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem aplicar é o<br />
objetivo do manejo racional <strong>da</strong> irrigação. Nos dias atuais tem se<br />
verificado não somente uma elevação dos custos <strong>da</strong> energia,<br />
mas também a escassez do recurso água, obrinha o irrigante a<br />
assumir posturas diferencia<strong>da</strong>s a cerca <strong>de</strong>ste assunto. Portanto,<br />
o manejo racional <strong>da</strong> irrigação passa necessariamente pelos<br />
aspectos econômicos envolvidos no processo (Hernan<strong>de</strong>z,<br />
1999).<br />
O manejo não serve apenas para diminuir a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> água aplica<strong>da</strong>, serve também para realizar as regas no<br />
momento certo e com a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> requeri<strong>da</strong> pela planta (Silva<br />
et al., 1998).<br />
Existem diversos métodos utilizados no manejo <strong>da</strong><br />
irrigação. Neles são utilizados <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> planta, do solo e do<br />
clima. Há ain<strong>da</strong> programas computadorizados que consi<strong>de</strong>ram<br />
<strong>da</strong>dos climáticos históricos e as características <strong>da</strong>s culturas para<br />
se <strong>de</strong>terminar quanto e quando irrigar(Silva et al., 1998).<br />
3.6.1. Programa <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação para o<br />
Cerrado<br />
A Embrapa Cerrados <strong>de</strong>senvolveu e aperfeiçoou<br />
diversas tecnologias volta<strong>da</strong>s para o manejo <strong>de</strong> irrigação.<br />
Inicialmente, buscando <strong>de</strong>finir o momento e a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
água a ser aplica<strong>da</strong> por irrigação, <strong>de</strong>u-se preferência ao método<br />
<strong>de</strong> manejo baseado em medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> água no solo com<br />
tensiômetros. Para isso, foram <strong>de</strong>terminados os níveis críticos<br />
<strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> água no solo para serem usados como parâmetro<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão do momento <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> água para as principais<br />
culturas do sistema produtivo irrigado do Cerrado. Embora seja<br />
32<br />
34
35<br />
um método que permite o monitoramento direto <strong>da</strong> condição<br />
hídrica do solo, seu uso se limita a poucos produtores <strong>de</strong>vido à<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção diária dos equipamentos para o seu<br />
perfeito funcionamento (Embrapa CPAC, 2006).<br />
Devido às dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s operacionais <strong>da</strong> tensiometria,<br />
buscou-se então <strong>de</strong>finir os coeficientes <strong>de</strong> cultura necessários<br />
ao uso <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> manejo baseados em parâmetros<br />
climatológicos tais como tanque <strong>de</strong> evaporação Classe A e<br />
mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> evapotranspiração <strong>de</strong> referência.<br />
Entretanto, apesar <strong>de</strong> confiável, essa tecnologia não foi<br />
amplamente adota<strong>da</strong> pelos produtores por causa <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos climatológicos confiáveis pelos irrigantes<br />
(Embrapa CPAC, 2006).<br />
Buscando tornar a prática do manejo <strong>de</strong> irrigação<br />
rotineira, a Embrapa Cerrados usou os resultados <strong>de</strong> pesquisa<br />
<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> vinte anos para <strong>de</strong>senvolver o Programa <strong>de</strong><br />
Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação para o Cerrado. Essa ferramenta é<br />
simples e permite estimar com a confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> necessária a<br />
lâmina líqui<strong>da</strong> a ser aplica<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> irrigação ao longo do<br />
ciclo <strong>da</strong>s culturas como po<strong>de</strong>mos observar na figuras 10, 11, 12<br />
e 13 (Embrapa CPAC, 2006).<br />
Figura 10: Primeiro passo ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação (Embrapa CPAC, 2006).<br />
37<br />
Figura 13: Resultado ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa <strong>de</strong><br />
Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação (Embrapa CPAC, 2006).<br />
3.6.2. Necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> hídrica <strong>da</strong>s culturas do feijão, milho e<br />
trigo.<br />
Segundo Guerra et al. (2003), os valores máximos <strong>de</strong><br />
evapotranspiração para feijão, milho e trigo são <strong>de</strong> 7,3; 6,6 e<br />
6,2 mm/dia respectivamente. Nas condições experimentais, as<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s médias obti<strong>da</strong>s foram: 3000 kg/ha <strong>de</strong> feijão,<br />
9600 kg/ha <strong>de</strong> milho e 5400 kg/ha <strong>de</strong> trigo. De modo geral,<br />
po<strong>de</strong>-se afirmar que esses valores são compatíveis com aqueles<br />
obtidos nas melhores lavouras irriga<strong>da</strong>s do Bioma Cerrado.<br />
No período <strong>de</strong> máxima <strong>de</strong>man<strong>da</strong>, as culturas <strong>de</strong> feijão,<br />
milho e trigo apresentam coeficientes <strong>de</strong> cultura em torno <strong>de</strong><br />
1,51; 1,63; 1,57 respectivamente. As evaporações diárias foram<br />
multiplica<strong>da</strong>s pelos coeficientes <strong>da</strong>s culturas em ca<strong>da</strong> época nos<br />
diferentes <strong>pivô</strong>s e o resultado foi subtraído <strong>da</strong> precipitação,<br />
obtendo-se, assim, o déficit.<br />
O segundo passo ao utilizar o programa consiste em<br />
indicar a cultura e varie<strong>da</strong><strong>de</strong> no caso do trigo e ceva<strong>da</strong>.<br />
Figura 11: Segundo passo ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação (Embrapa CPAC, 2006).<br />
O terceiro passo ao utilizar o programa consiste em<br />
indicar a <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> emergência <strong>da</strong> cultura e varie<strong>da</strong><strong>de</strong> no caso do<br />
trigo e ceva<strong>da</strong>, em segui<strong>da</strong> basta clicar em (calcular).<br />
Figura 12: Terceiro passo ao utilizar o programa <strong>de</strong> Programa<br />
<strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação. (Embrapa CPAC, 2006).<br />
Tabela 01: Déficit Maximo diário <strong>de</strong> água para as culturas do<br />
feijão, milho e trigo.<br />
Data ET Prec. Kc ETp Kc ETp Kc ETp média Def.<br />
mm (mm)<br />
ETp Max<br />
Média 15 anos trigo mm Feijão mm milho mm mm mm<br />
22/08 6,3 0,0 0,75 3,9 1,15 5,98 0,93 4,8 4.89 6,3<br />
Fonte: A<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Guerra et al. (2003).<br />
Os coeficientes <strong>de</strong> cultura (Kc) do feijoeiro resultaram<br />
em valores próximos a 0,9 no início do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
vegetativo <strong>da</strong> cultura, 1,51 nas fases <strong>de</strong> floração e formação <strong>de</strong><br />
vagens e 0,8 no final do ciclo <strong>da</strong> planta. Essa que<strong>da</strong> <strong>de</strong> Kc no<br />
final do ciclo ocorre com a senescência <strong>da</strong>s folhas inferiores e a<br />
translocação dos fotossintetizados aos grãos.<br />
Os coeficientes <strong>de</strong> cultura do milho resultaram em<br />
valores próximos a 0,20 no início do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />
cultura. Atingiram 1,63 no florescimento e formação <strong>de</strong> espigas<br />
e reduziram a 0,75 no final do ciclo.<br />
Os coeficientes em trigo resultaram em valores<br />
próximos a 0,70, no início do estádio <strong>de</strong> perfilhamento. Esses<br />
valores aumentaram para 1,57 nas fases <strong>de</strong> enlongamento,<br />
emborrachamento, florescimento e início do enchimento <strong>de</strong><br />
grãos com que<strong>da</strong> <strong>de</strong> 0,60 no final do ciclo.<br />
Dessa forma, aplica-se apenas a água requeri<strong>da</strong> pelas<br />
culturas, com economia <strong>de</strong> energia contribuindo para a<br />
sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção (Guerra et al., 2003).<br />
3.7. Estratégia <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> água<br />
A estratégia <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong>ve ser bastante simples e<br />
financeiramente acessível para que o produtor execute-a com<br />
eficácia, segurança e persistência (Silva et al., 1998).<br />
Azevedo e Silva (2001) reforça que é <strong>de</strong> suma<br />
importância estratégica, que o produtor irrigante tenha<br />
conhecimento do horário <strong>de</strong> “ponta”, que é a não realização<br />
36<br />
38
39<br />
durante três horas consecutivas, <strong>da</strong>s 18 às 21 horas, em razão<br />
do custo <strong>da</strong> tarifa energia mais elevado neste horário.<br />
O manejo <strong>da</strong> irrigação para as culturas do feijão, milho<br />
e trigo será através do Programa <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação<br />
para o Cerrado (Embrapa CPAC, 2006).<br />
3.7.1. O que é necessário para ter sucesso com o programa<br />
<strong>de</strong> monitoramento<br />
Segundo a Embrapa CPAC (2006), alguns cui<strong>da</strong>dos e<br />
prevenções <strong>de</strong>vem ser tomados como base para um bom<br />
<strong>de</strong>sempenho do programa <strong>de</strong> monitoramento.<br />
3.7.1.1. Sistema <strong>de</strong> irrigação operando a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente<br />
Uma <strong>da</strong>s principais causas <strong>da</strong> baixa produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s<br />
culturas no sistema <strong>de</strong> produção irrigado do Cerrado é a falta <strong>de</strong><br />
manutenção dos equipamentos <strong>de</strong> irrigação (Embrapa CPAC,<br />
2006).<br />
Os problemas mais comuns são: operação com pressão<br />
ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> em razão do aumento do atrito causado pelo<br />
envelhecimento dos tubos, <strong>de</strong>sgaste dos reguladores <strong>de</strong> pressão<br />
e <strong>da</strong>s partes internas <strong>da</strong>s bombas. Isso leva à <strong>de</strong>suniformi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
na distribuição <strong>de</strong> água com conseqüente redução <strong>da</strong><br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> pela falta <strong>de</strong> uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>da</strong>s lavouras. Portanto, é imprescindível a manutenção dos<br />
equipamentos para que a aplicação <strong>de</strong> água seja uniforme em<br />
to<strong>da</strong> a área cultiva<strong>da</strong> (Embrapa CPAC, 2006).<br />
3.7.1.2. Monitoramento <strong>da</strong>s chuvas próximo <strong>da</strong> área<br />
irriga<strong>da</strong><br />
Consi<strong>de</strong>rando o padrão <strong>de</strong> chuvas <strong>da</strong> Região do Cerrado<br />
on<strong>de</strong> é comum a ocorrência <strong>de</strong> precipitações localiza<strong>da</strong>s, é<br />
41<br />
3.7.1.3. Irrigações até o estabelecimento <strong>da</strong>s culturas anuais<br />
Após o plantio <strong>da</strong>s culturas anuais, o produtor <strong>de</strong>ve<br />
fazer irrigações freqüentes para possibilitar o estabelecimento<br />
<strong>da</strong>s lavouras. Normalmente, recomen<strong>da</strong>m-se cinco a seis<br />
irrigações <strong>de</strong> dois em dois dias com lâminas <strong>de</strong> 10 a 12 mm<br />
para garantir a germinação <strong>da</strong>s sementes e preencher com água<br />
o perfil <strong>de</strong> solo <strong>de</strong> 40 a 50 cm. Depois do estabelecimento <strong>da</strong><br />
lavoura, acesse o programa <strong>de</strong> monitoramento para calcular a<br />
lâmina líqui<strong>da</strong> <strong>de</strong> água a ser aplica<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> irrigação durante<br />
o ciclo <strong>da</strong>s culturas. Para efeito <strong>de</strong> uso do programa, consi<strong>de</strong>re<br />
tipo <strong>de</strong> solo argiloso aquele com mais <strong>de</strong> 30% <strong>de</strong> argila<br />
(Embrapa Cerrados, 2006).<br />
4. PLANO DE NEGÓCIO<br />
Existe certa dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> na conceituação <strong>da</strong> função do<br />
planejamento nas organizações e <strong>de</strong> se estabelecer ao certo sua<br />
amplitu<strong>de</strong> e a abrangência. Desta forma, conforme esse autor, o<br />
planejamento po<strong>de</strong> ser conceituado como um processo<br />
elaborado para alcançar uma situação <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>, utilizando a<br />
melhor concentração <strong>de</strong> esforços e recursos pela empresa <strong>de</strong><br />
uma maneira mais eficiente e efetiva (Oliveira, 1997).<br />
Ain<strong>da</strong>, segundo esse autor, a importância do<br />
planejamento ain<strong>da</strong> resi<strong>de</strong> no fato <strong>de</strong> que se o realizarmos<br />
várias vezes, existe uma tendência <strong>de</strong> que a incerteza envolvi<strong>da</strong><br />
no processo <strong>de</strong>cisório possa ser reduzi<strong>da</strong> e, por conseqüente,<br />
provocar o aumento <strong>da</strong> probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> alcance dos objetivos e<br />
metas estabelecidos para a empresa.<br />
4.1 I<strong>de</strong>ntificação <strong>da</strong> organização:<br />
A fazen<strong>da</strong> está localiza<strong>da</strong> em Cristalina – GO, na<br />
rodovia BR 251, a aproxima<strong>da</strong>mente 75 km do centro <strong>de</strong><br />
necessário que o produtor rural instale um pluviômetro próximo<br />
a ca<strong>da</strong> área irriga<strong>da</strong> para medir a altura <strong>de</strong> chuvas. Desse modo,<br />
será possível subtrair <strong>da</strong> lâmina líqui<strong>da</strong>, calcula<strong>da</strong> pelo<br />
programa <strong>de</strong> monitoramento, a contribuição <strong>da</strong>s precipitações<br />
pluviométricas quando ocorrerem (Embrapa Cerrados, 2006).<br />
Segundo Embrapa Cerrados (2006), o usuário <strong>de</strong>ve<br />
observar que nem to<strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong> chuvas po<strong>de</strong> ser<br />
subtraí<strong>da</strong> <strong>da</strong> lâmina líqui<strong>da</strong> calcula<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> turno <strong>de</strong> rega.<br />
Isso por que, quando ocorrem precipitações eleva<strong>da</strong>s, parte <strong>da</strong><br />
água é percola<strong>da</strong> para fora do alcance do sistema radicular <strong>da</strong>s<br />
plantas. Desse modo, sugere-se <strong>de</strong>terminar a precipitação<br />
efetiva (Pe) <strong>da</strong> seguinte forma: se a precipitação total (Pt) for<br />
igual ou superior à capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> armazenamento <strong>de</strong><br />
água do solo (ARM), até a profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> efetiva, consi<strong>de</strong>re<br />
Pe=ARM, caso contrário, consi<strong>de</strong>re Pe=Pt. Use como<br />
referência a tabela para <strong>de</strong>finir o ARM. Caso a precipitação<br />
efetiva seja suficiente para suprir a lâmina recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>, volte<br />
a consultar o programa <strong>de</strong> monitoramento <strong>de</strong> irrigação <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>corrido o turno <strong>de</strong> rega recomen<strong>da</strong>do e irrigue se<br />
necessário.<br />
Tabela 2 - Armazenamento <strong>de</strong> água do solo a ser consi<strong>de</strong>rado<br />
no cálculo <strong>da</strong> precipitação efetiva.<br />
Culturas<br />
anuais<br />
Tipo <strong>de</strong><br />
solo<br />
Solos<br />
arenosos<br />
Solos<br />
argilosos<br />
Profundi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
efetiva do<br />
sistema<br />
radicular<br />
Fonte: Embrapa Cerrados, (2006).<br />
Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
retenção <strong>de</strong> água<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />
(mm/cm)<br />
ARM<br />
(mm)<br />
30 cm 0,6 18 mm<br />
30 cm 1,0 30 mm<br />
Brasília - DF. O nome <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> é Marajó e terá dois<br />
funcionários fixos (dois funcionários <strong>de</strong> campo), realizaram os<br />
serviços em geral <strong>de</strong> campo, operando, regulando e na<br />
manutenção dos maquinários, estes também observarão a<br />
lavoura e fornecerão informações para sobre a lavoura. O<br />
proprietário ficará no escritório, cui<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong> parte<br />
administrativa e supervisionando as operações.<br />
A figura 14 mostra a organização funcional e hierarquia<br />
<strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó.<br />
FUNCIONÁRIO<br />
DE CAMPO 1<br />
PROPRIETÁRIO<br />
Figura 14: Organograma <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó.<br />
FUNCIONÁRIO<br />
DE CAMPO 2<br />
A fazen<strong>da</strong> produzirá milho, feijão e trigo irrigados<br />
sendo que a cultura <strong>de</strong> milho será implanta<strong>da</strong> pouco antes <strong>da</strong><br />
época <strong>da</strong>s águas, por ser mais exigente hidricamente e em<br />
temperatura. Po<strong>de</strong>-se observar na figura 15 o cronograma <strong>de</strong><br />
sucessão <strong>de</strong> culturas ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos.<br />
40<br />
42
43<br />
2009 A<br />
2009 B<br />
2009 C<br />
2010 A<br />
2010 B<br />
2010 C<br />
2011 A<br />
2011 B<br />
2011 C<br />
2012 A<br />
2012 B<br />
2012 C<br />
2013 A<br />
2013 B<br />
2013 C<br />
2014 A<br />
2014 B<br />
2014 C<br />
2015 A<br />
2015 B<br />
2015 C<br />
2016 A<br />
2016 B<br />
2016 C<br />
2017 A<br />
2017 B<br />
2017 C<br />
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez<br />
s e s<br />
s e s<br />
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e s e s e<br />
e s e s e s<br />
e s e s e s<br />
s e s e s<br />
e s e s<br />
2018 A<br />
e s e s e<br />
2018 B<br />
e s e s e<br />
2018 C e s e s e s e<br />
Feijão Trigo Milho<br />
Figura 15: Cronograma <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> culturas ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
anos.<br />
4.2 Finali<strong>da</strong><strong>de</strong> Social<br />
O presente projeto tem como finali<strong>da</strong><strong>de</strong> produzir grãos<br />
<strong>de</strong> feijão, milho e trigo com quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, tendo em vista a gran<strong>de</strong><br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> população brasileira por produtos com gran<strong>de</strong>s<br />
teores <strong>de</strong> proteínas, além <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> dos setores <strong>de</strong><br />
avicultura e <strong>de</strong> suinocultura.<br />
45<br />
os produtores <strong>de</strong> milho enfrentam concorrência do mercado<br />
externo.<br />
4.3.1 Formulação <strong>de</strong> estratégias<br />
Segundo Kotler (1998), metas indicam o objetivo que o<br />
negócio <strong>de</strong>seja atingir: A estratégia é como fazer para chegar a<br />
este objetivo. Ca<strong>da</strong> negócio <strong>de</strong>ve estabelecer suas metas para<br />
alcançar seus objetivos. Michael Porter (1986) citado pelo autor<br />
resumiu as estratégias em três tipos genéricos, sendo, li<strong>de</strong>rança<br />
total em custos, diferenciação e foco.<br />
Segundo Megido e Xavier (2003) citado por Silva et al.<br />
(2008), os “Ps" do marketing são ferramentas clássicas <strong>de</strong><br />
operação, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s a qualquer ramo <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> qualquer<br />
gestor <strong>de</strong> marketing. É muito importante a compreensão dos Ps<br />
do marketing, por exigirem um raciocínio integrado e<br />
sistêmico. Desta forma a empresa que apresentar o melhor<br />
gerenciamento sobre todos os Ps <strong>de</strong> marketing, será aquela com<br />
mais chances <strong>de</strong> se tornar a mais bem sucedi<strong>da</strong> seja a curto,<br />
médio ou longo prazo.<br />
4. 3.1.1 Os 4Ps <strong>de</strong> marketing<br />
Segundo Kotler (1998), abaixo são <strong>de</strong>scritos os 4Ps <strong>de</strong><br />
marketing:<br />
Produto - Os gerentes <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong>vem orientar e focar suas<br />
atenções para necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos clientes, aperfeiçoando seus<br />
produtos ao longo do tempo, pois os consumidores <strong>da</strong>rão<br />
preferência a produtos <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> com <strong>de</strong>sempenho<br />
ou características inovadoras.<br />
Promoção - São métodos adotados pelas organizações para<br />
<strong>de</strong>monstrar seus produtos, serviços, marcas, valores e<br />
benefícios gerados visando o fortalecimento <strong>da</strong> marca ou<br />
produto. O principal objetivo <strong>da</strong> promoção é fortalecer o<br />
4.3 Cenário <strong>de</strong> Mercado<br />
O Brasil é o maior produtor <strong>de</strong> feijão do mundo e o<br />
maior consumidor também, estima-se um consumo médio <strong>de</strong><br />
16 kg/ano por pessoa nos últimos anos, vale ressaltar que esse<br />
consumo médio já foi estimado em 25 kg/ano na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70<br />
(CONAB, 2007).<br />
Alguns fatores como época <strong>de</strong> plantio, pragas e doenças<br />
e a alta oscilação dos preços afastam os gran<strong>de</strong>s agricultores <strong>de</strong><br />
praticarem a cultura do feijoeiro, que, ain<strong>da</strong> hoje, é <strong>de</strong><br />
predomínio dos pequenos produtores.<br />
O milho e o trigo por sua vez, é uma commoditie. No<br />
Brasil, a produção <strong>de</strong> milho na última safra foi <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 50<br />
milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s, numa área <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 13,9<br />
milhões <strong>de</strong> ha. As regiões Sul e Su<strong>de</strong>ste li<strong>de</strong>ram em relação à<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em 2007 o estado <strong>de</strong> Goiás apresentou uma<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> média <strong>de</strong> 4.932 kg/ha <strong>de</strong> milho em uma área<br />
planta <strong>de</strong> 785.000 ha (CONAB, 2007).<br />
Os maiores produtores mundiais <strong>de</strong> milho são os<br />
Estados Unidos, China e Brasil, que, em 2005, produziram:<br />
280,2; 131,1; e 34,8 milhões <strong>de</strong> tonela<strong>da</strong>s, respectivamente<br />
(FAO, 2007).<br />
Desta forma, os produtores <strong>de</strong> milho enfrentam<br />
concorrência do mercado externo e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong>s indústrias <strong>de</strong><br />
alimentação humana e rações animais, visto que o consumo <strong>de</strong><br />
milho na avicultura e suinocultura, que chega a ser <strong>de</strong> 60 a 80%<br />
<strong>da</strong> produção total, influencia diretamente no mercado <strong>de</strong>sse<br />
grão.<br />
O Brasil é um gra<strong>de</strong> importador <strong>de</strong> trigo, mas mesmo<br />
com este cenário a variação <strong>de</strong> preços não são repassados,<br />
aumentando ain<strong>da</strong> mais os resultados <strong>da</strong> margem <strong>de</strong><br />
contribuição. To<strong>da</strong>via quando ocorre aumento no volume<br />
vendido os resultados <strong>da</strong> margem <strong>de</strong> contribuição caem em<br />
<strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> diminuição dos preços <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>. Desta forma,<br />
relacionamento com o cliente em longo prazo e influenciar na<br />
<strong>de</strong>cisão final <strong>de</strong> comprar o produto ou serviço.<br />
Ponto - O ponto é constituído por um conjunto <strong>de</strong> organizações<br />
inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes responsáveis por tornar produtos e serviços<br />
disponíveis para consumo.<br />
Preço - O preço é na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o valor agregado sobre um<br />
<strong>de</strong>terminado produto que justifica a troca. A transferência <strong>de</strong><br />
posse <strong>de</strong> tal produto é planeja<strong>da</strong> e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do fator preço.<br />
Os 4P’s no presente projeto, estão <strong>de</strong>scritos a seguir:<br />
Produto - Os grãos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> produzidos serão<br />
transportados para agroindústrias, recebendo o beneficiamento<br />
necessário para aten<strong>de</strong>r aos consumidores, no caso do feijão e<br />
do trigo, estes serões <strong>de</strong>stinados à alimentação humana, já o<br />
milho, por possuir gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> utilização, será<br />
<strong>de</strong>stinado a alimentação humana e animal, principalmente para<br />
aves e suínos.<br />
Promoção – A negociação dos produtos será feita com os<br />
intermediários (pessoas que repassam os produtos para as<br />
agroindústrias), agroindústrias e cooperativa. No caso do milho,<br />
existe a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses grãos para proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
vizinhas que utilizam o milho para formulação <strong>de</strong> ração para<br />
aves e suínos. O trigo conta com a indústria a poucos<br />
quilômetros <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> facilitando a logística e<br />
aumentando a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se efetuar contratos pré<strong>de</strong>finidos<br />
acor<strong>da</strong>ndo preço e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> antecipa<strong>da</strong>mente. A<br />
apresentação dos produtos <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> Marajó será feita através<br />
<strong>de</strong> dias <strong>de</strong> campo, feiras e eventos voltados para o setor.<br />
Ponto - A fazen<strong>da</strong> tem como diferencial estar localiza<strong>da</strong><br />
próxima as beneficiadoras, além disso, há pouca oferta dos<br />
grãos <strong>de</strong> trigo na região e assim po<strong>de</strong>m ser vendidos facilmente<br />
para as agroindústrias.<br />
Preço - Será <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> acordo com as condições <strong>de</strong> mercado,<br />
oferta e procura.<br />
44<br />
46
47<br />
4.4 Ca<strong>de</strong>ia Produtiva<br />
Segundo Silva et al. (2008) os mo<strong>de</strong>los apresentados<br />
abaixo refletem, <strong>de</strong> forma esquemática, a ca<strong>de</strong>ia produtiva <strong>da</strong>s<br />
culturas do milho, feijão e do trigo, que <strong>de</strong>vem ser vistas como<br />
uma ca<strong>de</strong>ia completa, pois apresentam todos os elos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />
fornecedores <strong>de</strong> insumos até os consumidores finais (figuras<br />
16,17 e18).<br />
Figura 16: Ca<strong>de</strong>ia produtiva do milho<br />
Fonte: Silva et al. (2008).<br />
Insumos<br />
Insumos<br />
Ensacamento<br />
Indústria<br />
<strong>de</strong> rações<br />
Indústria<br />
alimentação<br />
humana<br />
Produção<br />
<strong>de</strong> Milho<br />
Produção<br />
<strong>de</strong> Feijão<br />
Figura 17: Ca<strong>de</strong>ia produtiva do feijão.<br />
Fonte: Silva et al. (2008).<br />
49<br />
Indústria<br />
<strong>de</strong> carnes<br />
Distribuição<br />
Consumidor<br />
Distribuição<br />
Consumidor<br />
Beneficiadoras<br />
Distribuição Consumidor<br />
Mesmo que a organização possa ser eficiente em suas<br />
diversas áreas operacionais, se ela estiver vulnerável em fatores<br />
chave <strong>de</strong> sucesso, é muito provável que não consiga ter<br />
competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> (Tiffany, 1998).<br />
4.6 Análise SWOT<br />
Segundo Tiffany (1998) citado por Silva et al. (2008), a<br />
análise SWOT permite construir um balanço estratégico <strong>de</strong> uma<br />
empresa, reúnem-se todos os fatores internos, inclusive os<br />
pontos fortes e fracos <strong>da</strong> empresa. Em segui<strong>da</strong>, avaliam-se<br />
esses fatores em relação às externas i<strong>de</strong>ntifica<strong>da</strong>s, como as<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e riscos que a empresa enfrenta em conseqüência<br />
<strong>de</strong> forças competitivas ou tendências em seu ambiente <strong>de</strong><br />
negócios. O equilíbrio entre estes fatores <strong>de</strong>termina o que a<br />
empresa <strong>de</strong>ve fazer e quando <strong>de</strong>ve fazer.<br />
As estratégias são estabeleci<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acordo com a<br />
situação <strong>da</strong> organização. A estratégia geralmente está volta<strong>da</strong> à<br />
sobrevivência, manutenção, crescimento ou <strong>de</strong>senvolvimento,<br />
conforme a postura estratégica estabeleci<strong>da</strong> pela empresa<br />
(Oliveira, 1997).<br />
A tabela 3 apresenta a análise SWOT com os pontos<br />
fortes e fracos e oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ameaças <strong>da</strong> organização.<br />
Tabela 3: Análise SWOT <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> Marajó.<br />
Pontos fortes Pontos fracos<br />
-Localização <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> -Custo <strong>de</strong> produção alto<br />
-Adoção <strong>de</strong> tecnologia -Ven<strong>da</strong> dos produtos através<br />
-Maior eficiência do uso <strong>da</strong> <strong>de</strong> intermediários<br />
água e capital investido<br />
-Contato com clientes<br />
-Garantia <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos<br />
grãos produzidos<br />
Insumos<br />
Atacado<br />
Produção<br />
<strong>de</strong> Trigo<br />
Figura 18: Ca<strong>de</strong>ia produtiva do trigo.<br />
Fonte: A<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Silva et al. (2008).<br />
4.5 Fatores chaves do sucesso FCS:<br />
Beneficiadoras<br />
(Moinho)<br />
Varejo Consumidor<br />
Segundo Tiffany, (1998), as habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s especiais são<br />
fatores-chave <strong>de</strong> sucesso, organização e recursos que precisam<br />
estar disponíveis para que a empresa sobreviva e vença a<br />
batalha do mercado, ou seja, são as condições fun<strong>da</strong>mentais que<br />
precisam necessariamente ser satisfeitas para que a empresa<br />
tenha sucesso no mercado.<br />
De acordo com o mesmo autor os principais fatores<br />
chaves <strong>de</strong> sucesso <strong>da</strong> organização são:<br />
• Preços dos produtos acessíveis<br />
• Gestão eficiente <strong>da</strong> irrigação na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
• Capital <strong>de</strong> investimentos<br />
• Sabor diferenciado dos grãos <strong>de</strong> trigo e feijão<br />
• Localização <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> perto dos compradores<br />
• Controle <strong>de</strong> custos e recursos naturais<br />
• Produtos com ótima quali<strong>da</strong><strong>de</strong> oferecidos ao<br />
consumidor<br />
Oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Ameaças<br />
-Aumento do preço <strong>da</strong>s sacas<br />
-Aumento dos investimentos<br />
por parte do governo<br />
-Redução do custo <strong>de</strong><br />
produção<br />
4.7 Análise <strong>da</strong>s forças competitivas<br />
48<br />
50<br />
-Juros elevados para<br />
empréstimos<br />
-Que<strong>da</strong> do preço no mercado<br />
-Muitos concorrentes (outras<br />
fazen<strong>da</strong>s e produtos<br />
substitutos).<br />
Segundo Porter (1986) existem cinco forças<br />
competitivas básicas que influenciam o grau <strong>de</strong> concorrência<br />
em uma indústria.<br />
Essas forças são:<br />
• Entra<strong>da</strong><br />
• Ameaça <strong>de</strong> substituição<br />
• Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação dos compradores<br />
• Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação dos fornecedores<br />
• Rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre os principais concorrentes.<br />
O conjunto <strong>de</strong>ssas forças <strong>de</strong>termina o potencial <strong>de</strong> lucro<br />
final na empresa, estipulado em termos <strong>de</strong> retorno a longo<br />
prazo sobre o capital investido.<br />
A competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> empresa num <strong>da</strong>do mercado é<br />
<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pelos seus recursos técnicos e econômicos, bem<br />
como por cinco “forças” ambientais, sendo que ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>las<br />
ameaça, a entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> organização em um novo mercado.<br />
4.8 Clientes<br />
Os clientes dos produtos <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó serão as<br />
agroindústrias e mercados existentes na região. Os produtos<br />
serão vendidos para essas organizações através dos
51<br />
intermediários e negociações diretas com as agroindústrias,<br />
após isso, os produtos são levados a varejo <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong><br />
organização.<br />
4.9 Fornecedores<br />
Os fornecedores são empresas que comercializam<br />
insumos e serviços <strong>de</strong>stinados ao setor agropecuário na região.<br />
4.10 Concorrentes<br />
Os concorrentes <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó são os produtores<br />
existentes na região que produzem grãos <strong>de</strong> milho, feijão e trigo<br />
irrigados. Um fator importante é lembrar que a cultura do<br />
milho, sofre com a concorrência <strong>de</strong> grãos <strong>de</strong> outras culturas,<br />
como o sorgo e a soja, produzidos pelas fazen<strong>da</strong>s vizinhas na<br />
região.<br />
4.11 Produtos Substitutos<br />
Para o milho, um dos produtos substitutos po<strong>de</strong> ser a<br />
cultura do sorgo, que assim como o milho é usado pelas<br />
indústrias <strong>de</strong> rações, além <strong>de</strong> também po<strong>de</strong> ser usado para<br />
fabricação <strong>de</strong> silagem. Outro produto que po<strong>de</strong> substituir o<br />
milho e a soja, que é muito usa<strong>da</strong> para a fabricação <strong>de</strong> rações <strong>de</strong><br />
aves.<br />
Para o feijão, o gran<strong>de</strong> produto substituto é o próprio<br />
feijão preto, que apesar <strong>de</strong> não ter o mesmo sabor, é um<br />
produto o qual não po<strong>de</strong> faltar no cardápio diário dos<br />
brasileiros <strong>de</strong> algumas regiões do país.<br />
No caso do trigo a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição pela<br />
ceva<strong>da</strong> e outras farinhas como a <strong>de</strong> milho e mandioca que só<br />
não é possível no caso extremo do monopólio puro;<br />
excetuando-se este caso-limite, a existência <strong>de</strong> produtos<br />
53<br />
4.14 Missão<br />
Segundo Oliveira (1997), missão é a razão <strong>de</strong> ser <strong>da</strong><br />
empresa, representa um “horizonte” no qual a empresa <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
atuar, exerce a função orientadora e <strong>de</strong>limitadora <strong>da</strong> ação<br />
empresarial <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> tempo geralmente longo.<br />
O que distingue uma empresa <strong>da</strong> outra <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
mesmo negócio é a sua missão, seu papel <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste negócio.<br />
Algumas missões são complementares outras semelhantes<br />
(Vasconcellos, 2001) citado por (Silva et al., 2008).<br />
A missão <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó é:<br />
Produzir gran<strong>de</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> grãos com ótima<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira sustentável, a fim <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nutricionais e financeiras dos consumidores.<br />
5. ESTUDO DE CASO<br />
5.1. Localização <strong>de</strong> <strong>implantação</strong><br />
O projeto será implantado na proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> rural<br />
<strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó (Latitu<strong>de</strong>: 16°5’14” S; Longitu<strong>de</strong>:<br />
47°30’24” W;), localiza<strong>da</strong> na zona rural do Distrito <strong>de</strong> Campos<br />
Lindos município <strong>de</strong> Cristalina-GO, no km 45 <strong>da</strong> rodovia BR<br />
251, à 70 km do centro <strong>de</strong> Brasília. O solo é classificado na sua<br />
maioria como Latossolo Vermelho Amarelo, <strong>de</strong> textura argilosa<br />
(32%) e <strong>de</strong>clivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 3%, a altitu<strong>de</strong> varia entre 998 a 1021<br />
metros.<br />
5.2. Clima <strong>da</strong> região<br />
A região <strong>de</strong> Cristalina-GO apresenta altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong> 1050 metros. Apresenta duas estações<br />
distintas, uma seca e outra chuvosa, além <strong>de</strong> caracteristicas <strong>de</strong><br />
substitutos, com preços mais baixos ou em que<strong>da</strong>, diminui as<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s procura<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> preços mais altos ou em<br />
expansão.<br />
4.12 Valores<br />
As crenças, os i<strong>de</strong>ais e éticas po<strong>de</strong>m ser entendi<strong>da</strong>s por<br />
meio dos valores, esse entendimento será a base na avaliação e<br />
toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> organização. A escala hierárquica<br />
<strong>da</strong>s empresas em uma organização e o estabelecimento <strong>da</strong>s<br />
regras <strong>de</strong> conduta <strong>de</strong> todos os componentes po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s<br />
através <strong>de</strong> uma escala <strong>de</strong> valores. Empresas com valores<br />
in<strong>de</strong>finidos criam ambiência interna ausente <strong>de</strong> ética, crenças e<br />
i<strong>de</strong>ais (Silva et al., 2004).<br />
Os valores <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó são:<br />
Oferecer produtos <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>; serie<strong>da</strong><strong>de</strong> na relação<br />
com o cliente; valorização dos empregados; responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
sócio-ambiental.<br />
4.13 Visão<br />
Visão é i<strong>de</strong>ntificar os limites que os administradores <strong>da</strong><br />
empresa conseguem avaliar por um período maior e uma<br />
abor<strong>da</strong>gem mais ampla. A<strong>da</strong>pta o esboço do planejamento<br />
estratégico a ser <strong>de</strong>senvolvido e implementado pela<br />
organização (Oliveira, 1997).<br />
A visão <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Marajó é:<br />
Ser reconhecido no mercado interno pelos<br />
consumidores por produzir grãos <strong>de</strong> feijão, milho e trigo com<br />
excelente quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong> forma sustentável.<br />
clima tropical sazonal e inverno seco. A temperatura máxima<br />
<strong>da</strong> região po<strong>de</strong> chegar a 35ºC e a mínima a 4ºC, a temperatura<br />
média fica em torno <strong>de</strong> 20-23ºC. O período <strong>de</strong> seca vai <strong>de</strong> abril<br />
a setembro e o chuvoso <strong>de</strong> outubro a março. A pluviometria<br />
média é <strong>de</strong> 1200mm, sendo que durante a época chuvosa<br />
acontece um fenômeno chamado veranico (déficit hídrico) o<br />
qual po<strong>de</strong> ser prejudicial para o <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cultura.<br />
5.3. Manejo <strong>da</strong> irrigação<br />
Para o manejo <strong>da</strong>s culturas do feijão, milho e trigo será<br />
utilizado o Programa <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação para o<br />
Cerrado <strong>de</strong>senvolvido pela Embrapa Cerrados. O programa <strong>de</strong><br />
monitoramento adota um turno <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> 4 dias, o qual será<br />
seguido durante o ciclo <strong>da</strong>s culturas e base para o<br />
dimensionamento do sistema <strong>de</strong> irrigação.<br />
A adoção <strong>de</strong>ste programa levará em consi<strong>de</strong>ração o<br />
custo operacional <strong>da</strong> obtenção dos <strong>da</strong>dos, a rapi<strong>de</strong>z na qual as<br />
informações são coleta<strong>da</strong>s para tomar as <strong>de</strong>cisões, e a eficiência<br />
do programa que é <strong>de</strong> 95%.<br />
5.3.1. Como será utilizado o programa <strong>de</strong> monitoramento.<br />
Para usar o programa <strong>de</strong> monitoramento, o usuário<br />
<strong>de</strong>verá acessar a página <strong>da</strong> Embrapa Cerrados<br />
http://www.cpac.embrapa.br ou <strong>da</strong> Embrapa Se<strong>de</strong><br />
http://www.embrapa.br/.<br />
5.3.1.1. Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> planilha que será utilizado para o<br />
monitoramento<br />
Será utiliza<strong>da</strong> uma planilha <strong>de</strong> monitoramento que<br />
regula o sistema <strong>de</strong> irrigação para proce<strong>de</strong>r a aplicação <strong>de</strong> água.<br />
Po<strong>de</strong> ser conferido um exemplo <strong>de</strong> planilha na tabela 4.<br />
52<br />
54
55<br />
Tabela 4: Exemplo <strong>de</strong> planilha <strong>de</strong> monitoramento<br />
Fazen<strong>da</strong>: Marajó<br />
Equipamento: Pivô 1<br />
Lâmina aplica<strong>da</strong> a 100% <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> = 9,6 mm<br />
Tempo para uma volta completa a 100% <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> = 5,72 horas<br />
Uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água (CUC) = 90%<br />
Cultura: Trigo Embrapa 42<br />
Solo: Argiloso (Programa indica turno <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> 4 dias)<br />
Data <strong>de</strong> emergência = 10/05<br />
Data<br />
Chuva<br />
acum ula<strong>da</strong><br />
no período<br />
(mm)<br />
Lâmina<br />
líqui<strong>da</strong><br />
calcula<strong>da</strong><br />
(mm)<br />
Lâm ina bruta<br />
a ser<br />
aplica<strong>da</strong><br />
(m m )<br />
Regulagem<br />
do<br />
percentím etro<br />
(% )<br />
15/06 - - - -<br />
19/06 - - - -<br />
23/06 - - - -<br />
27/06 - - - -<br />
01/07 - - - -<br />
14/06 - - - -<br />
5.4 Dimensionamento <strong>da</strong> área irriga<strong>da</strong> para o <strong>pivô</strong><br />
A área irriga<strong>da</strong>, para uma mesma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
comprimento <strong>da</strong> linha lateral, aumenta quanto mais distante do<br />
ponto <strong>pivô</strong>. Por isso, o custo por hectare <strong>de</strong>cresce com o<br />
aumento do raio do <strong>pivô</strong>. Da mesma forma utilizando a mesma<br />
linha lateral rebocando o <strong>pivô</strong> para outra área cultiva<strong>da</strong> o custo<br />
<strong>de</strong> <strong>implantação</strong> por hectare irrigado <strong>de</strong>cresce ain<strong>da</strong> mais<br />
(Lindsay, 2006).<br />
Para o dimensionamento serão seleciona<strong>da</strong>s as mais<br />
diversas variáveis, principalmente características do solo,<br />
topografia, clima, culturas a serem irriga<strong>da</strong>s e disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
custo <strong>de</strong> energia.<br />
57<br />
Para este projeto é recomen<strong>da</strong>do dimensionar o sistema<br />
<strong>de</strong> irrigação para um turno <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> 4 dias com lamina d’água<br />
média <strong>de</strong> 28,8 mm por turno <strong>de</strong> rega, assim com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
7,2 mm por dia no rele à 100 %. Portanto a ca<strong>da</strong> 96 horas (4<br />
dias) será completado um ciclo <strong>de</strong> irrigação (turno <strong>de</strong> rega) nas<br />
três posições, que é o i<strong>de</strong>al para que o programa <strong>de</strong><br />
monitoramento seja utilizado com sucesso, ressalta-se,<br />
entretanto, que as culturas não po<strong>de</strong>m ser implanta<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma<br />
que as máximas exigências hídricas se coinci<strong>da</strong>m, para evitar<br />
possíveis per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> por déficit hídrico.<br />
Das 96 horas para completar um ciclo <strong>de</strong> irrigação<br />
apenas 76 horas o sistema estará em pleno funcionamento, 12<br />
horas são <strong>de</strong>stina<strong>da</strong>s ao cumprimento <strong>da</strong> paralisação do sistema<br />
no horário <strong>de</strong> ponta, 8 horas é <strong>de</strong>stinado ao reboque do sistema<br />
<strong>de</strong> irrigação para outro campo produtivo.<br />
Portanto o sistema estará disponível para pleno<br />
funcionamento durante 76 horas, estando disponível por 20<br />
horas para manutenção, eventuais quebras, atraso na ignição do<br />
sistema por falta <strong>de</strong> energia, efetuar fertirigação, ou até mesmo<br />
eventuais para<strong>da</strong>s do turno <strong>de</strong> rega completado em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />
posição durante a noite, tendo que esperar o dia seguinte para<br />
rebocar o <strong>pivô</strong>.<br />
5.4.1. Manejo do Sistema – Pivô central rebocável<br />
O manejo do sistema <strong>de</strong> irrigação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>da</strong>s variáveis<br />
coleta<strong>da</strong>s e analisa<strong>da</strong>s. Na tabela 5 encontram-se <strong>da</strong>dos <strong>de</strong><br />
extrema importância para dimensionar e manejar o sistema.<br />
Devido às condições <strong>de</strong> topografia, dimensões <strong>da</strong> área e<br />
recursos disponíveis é recomen<strong>da</strong>do a <strong>implantação</strong> <strong>de</strong> um<br />
sistema <strong>de</strong> irrigação <strong>pivô</strong> rebocável, <strong>de</strong>stinado a três posições<br />
<strong>de</strong> 22,4 ha ca<strong>da</strong> totalizando 67,21 ha.<br />
No Brasil os equipamentos <strong>de</strong> irrigação normalmente<br />
são dimensionados pelos próprios fabricantes e reven<strong>de</strong>dores, o<br />
que evi<strong>de</strong>ntemente é um erro, uma vez que prevalece o critério<br />
do custo <strong>de</strong> aquisição sobre o critério técnico. Como em<br />
qualquer máquina, a utilização dos equipamentos <strong>de</strong> irrigação<br />
provocará <strong>de</strong>sgastes <strong>de</strong> componentes que po<strong>de</strong>rão comprometer<br />
a sua eficiência geral; portanto, necessitará <strong>de</strong> monitoramento<br />
para evitar a <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> sua performance.<br />
A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> possui uma barragem que foi construí<strong>da</strong><br />
em 1999, em conjunto com vizinho <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> com um<br />
espelho d’água <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 33,00 hectares,<br />
dimensiona<strong>da</strong> inicialmente para fornecer água para uma área <strong>de</strong><br />
500 hectares, a proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> vizinha irriga 320 hectares,<br />
portanto a barragem possui água disponível para 180 hectares.<br />
O represamento foi feito sobre o Córrego Vere<strong>da</strong>s, tendo como<br />
finali<strong>da</strong><strong>de</strong> básica a reserva <strong>de</strong> água para irrigação. O<br />
proprietário já dispõe <strong>de</strong> portarias do Governo Estadual,<br />
outorgando o uso <strong>da</strong>s águas estaduais.<br />
Informações relevantes foram obti<strong>da</strong>s na Fazen<strong>da</strong> Bom<br />
Sossego situa<strong>da</strong> a 25 km <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> do projeto em questão.<br />
Ela possui um <strong>pivô</strong> rebocável <strong>de</strong> 20 hectares que se <strong>de</strong>sloca<br />
para duas posições. O tempo gasto para que o <strong>pivô</strong> aplique uma<br />
lamina d’água <strong>de</strong> 15 mm em uma posição é <strong>de</strong> 19 horas, o<br />
tempo gasto para rebocar e instalar o <strong>pivô</strong> em outra posição é<br />
por volta <strong>de</strong> 2 horas com mão-<strong>de</strong>-obra <strong>de</strong> duas pessoas.<br />
Deverá ser <strong>de</strong> extrema importância que se obe<strong>de</strong>ça o<br />
“horário <strong>de</strong> ponta”, compreendido no período <strong>da</strong>s 18 à 21<br />
horas, levado em consi<strong>de</strong>ração que neste período o custo <strong>da</strong><br />
energia elétrica é alto tornando inviável a irrigação neste<br />
período.<br />
Tabela 5: Dados utilizados para o dimensionamento e manejo<br />
do sistema <strong>de</strong> irrigação <strong>pivô</strong> central rebocável.<br />
Área a ser irriga<strong>da</strong> por posição (hectares) 22,40<br />
Área total a ser irriga<strong>da</strong> (hectares) 67,21<br />
Total <strong>de</strong> posições 3,00<br />
Período útil diário para irrigação (horas) 19,00<br />
Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> última torre (m/hora) 233,32<br />
Balanço (metros) 27,80<br />
Pressão total (mca) 53,68<br />
Rendimento <strong>da</strong> Bomba (%) 90,00<br />
Turno <strong>de</strong> rega adotado (dias) 4,00<br />
5.4.2 Memória <strong>de</strong> Cálculos<br />
5.4.2.1. Lâmina Bruta<br />
Kc máx.<br />
xETo máx.<br />
LB =<br />
Efic.<br />
irrigação<br />
On<strong>de</strong>:<br />
LB = lâmina bruta (mm/dia)<br />
Kcmáx = coeficiente <strong>de</strong> cultivo máximo <strong>da</strong> cultura 1,15<br />
(adimensional)<br />
Eto = evapotranspiração <strong>de</strong> referência média <strong>de</strong> 16 anos<br />
(5,64 mm/dia)<br />
Efic. = eficiência <strong>de</strong> irrigação (90 %)<br />
LB = 1.15 x 5,64 mm/dia = 7,21 mm/dia<br />
0,9<br />
5.4.2.2. Volume <strong>de</strong> água aplicado por dia<br />
V máx. = (Área (m²) x LB (m/dia)<br />
56<br />
58
59<br />
On<strong>de</strong>:<br />
V = volume <strong>de</strong> água aplicado por dia (m³/dia)<br />
Área = área irriga<strong>da</strong> pelo <strong>pivô</strong> (m²)<br />
LB = Lâmina bruta (m/dia = mm/dia/1000)<br />
V (m3/dia) = (224.000 m² x 0.00721m/dia) = 1.615,04 m³ / dia<br />
5.4.2.3. Volume <strong>de</strong> água aplicado por dia em uma posição<br />
Adotando um turno <strong>de</strong> rega <strong>de</strong> 4 dias indicado pelo<br />
programa <strong>de</strong> monitoramento, o volume máximo d’água<br />
necessário por posição dia é indicado na memória <strong>de</strong> cálculo.<br />
Lâmina máxima por posição adotando um turno <strong>de</strong> rega<br />
<strong>de</strong> 4 dias.<br />
5.4.2.4. Vazão do Pivô (Q)<br />
(7,21mm x 4 dias) = 28,83 mm/posição/turno<br />
V máxima<br />
Q =<br />
Jona<strong>da</strong> máx.<br />
diária<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Q = Vazão do <strong>pivô</strong> (m³/dia)<br />
V = volume <strong>de</strong> água necessaria na posição por dia<br />
(m³/dia)<br />
Jorna<strong>da</strong> máxima diária = 19 horas<br />
Q = 1.615,04 m³/dia = 85,002 m³ / hora ou 0,0236 m³/s ou<br />
19 horas 23,61 litros/s<br />
5.4.2.5. Tempo gasto para completar uma volta (T 100%)<br />
61<br />
T 100% = última torre (233,32 m/hora)<br />
% = 8,66 mm x (100%) = 39,36 %<br />
22,00 mm<br />
5.4.2.9. Tempo gasto com percentagem ou <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />
lâmina por posição irriga<strong>da</strong><br />
Exemplo:<br />
Tempo (horas) = (tempo a 100% x Lâmina <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>)<br />
mm a 100%<br />
(5,71 horas x 22,00) = 14,5 horas<br />
8,66 mm<br />
5.4.2.10. Tempo máximo <strong>de</strong> funcionamento durante o turno<br />
<strong>de</strong> rega<br />
1 dia <strong>de</strong> funcionamento = horas do dia - "horário <strong>de</strong> ponta"-<br />
horas para rebocar<br />
1 dia = (24 horas - 3 horas - 2 horas) = 19 horas<br />
Turno <strong>de</strong> rega adotado = 4 dias<br />
4 dias x 19 horas = 76 horas<br />
5.4.2.11. Tempo <strong>de</strong> folga para possíveis reparos e atrasos<br />
Folga do sistema (horas) = Tempo máximo <strong>de</strong><br />
funcionamento - (Tempo gasto por posição x 3 posições)<br />
Exemplo:<br />
Tempo <strong>de</strong> folga = 76 horas - (11,86 horas x 3 posições)<br />
= 32,5 horas<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Balanço = 27,80 metros<br />
T 100% = Perímetro <strong>da</strong> última torre<br />
Veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> Última torre<br />
Raio total = (√ (224.033 m²) /π) = 267 metros<br />
Raio <strong>da</strong> última torre = (Raio - Balanço) = 239,22 metros<br />
Perímetro última torre = (2 x π x Raio <strong>da</strong> última torre) =<br />
1.503,09 metros<br />
Tempo gasto a 100% = (1.503,09) = 6,44 horas<br />
233,32<br />
5.4.2.6. Lâmina aplica<strong>da</strong> a 100%<br />
Q = (Vazão do Pivô (m³/hora) x Tempo gasto a 100% (horas)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Q = (85,002 m³/hora x 6,44 horas) = 2.189,38 m³<br />
L 100% = (1.920,56 m³) x 1000 = 9,77 mm<br />
(66,54 ha x 10.000 m2)<br />
5.4.2.7. Lâmina aplica<strong>da</strong> em outras porcentagens<br />
Lâmina = (Lâmina a 100%) x (100 % )<br />
Percentual <strong>de</strong>sejado<br />
Exemplo: 30 %<br />
Lâmina = 7,21 mm x (100% / 30%) = 28,86 mm<br />
5.4.2.8. Percentagem para aplicar uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> lâmina<br />
% = (Lâmina a 100%) x (100 / Lâmina <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>)<br />
Exemplo – 22 mm<br />
5.4.2.12. Bombeamento<br />
O sistema <strong>de</strong> irrigação é um equipamento que <strong>de</strong>man<strong>da</strong><br />
gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> energia elétrica, por isto é importante que<br />
se faça uma estimativa previa do gasto com eletrici<strong>da</strong><strong>de</strong>. Na<br />
tabela 6 encontram-se <strong>da</strong>dos <strong>de</strong> extrema importância para<br />
estimar os gastos com energia elétrica.<br />
Tabela 6: Custo <strong>da</strong> energia elétrica<br />
Horário<br />
Custo <strong>da</strong> Energia Elétrica (CELG)<br />
Período Custo Kwh (R$)<br />
18:00 - 21:00 Horário <strong>de</strong> ponta 0,0090680<br />
6:00 - 9:30 Horário fora <strong>de</strong> ponta 0,10097600<br />
21:00 - 6:00 Horário reservado 0,00968000<br />
Deman<strong>da</strong> (R$/Kw) 30 dias 9,46<br />
Além dos valores pagos pelo consumo, <strong>de</strong>ve ser pago a<br />
<strong>de</strong>man<strong>da</strong> mensalmente conforme a potência do sistema<br />
instalado. Aproxima<strong>da</strong>mente R$ 9,46 por Kw instalado.<br />
A tabela 7 mostra <strong>da</strong>dos gerais do sistema <strong>de</strong> irrigação<br />
<strong>pivô</strong> central rebocável <strong>de</strong>stinado à Fazen<strong>da</strong> Marajó.<br />
Tabela 7: Dados gerais do <strong>pivô</strong><br />
Área do <strong>pivô</strong> (hectares)<br />
22,40<br />
Lâmina (mm/dia)<br />
7,21<br />
Bomba (cv)<br />
75,00<br />
Funcionamento diário (horas)<br />
19,00<br />
Transferir: cv para Kw = (75 cv x 0.736) 55,20<br />
21:00 - 6:00 (9 horas x 92 Kw) x 0.0968 4,809024000<br />
6:00 - 9:30 (3.5 horas x 92 Kw) x 0.10976 19,508563200<br />
Deman<strong>da</strong>/ dia (92 Kw x R$ 9.46/Kw) / 30 17,41<br />
Pagamento Diário (R$)<br />
41,72<br />
Pagamento Diário (R$/mm <strong>de</strong> água/ha)<br />
0,26<br />
60<br />
62
63<br />
5.4.2.13. Potência <strong>da</strong> Motobomba (P)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
Q = Vazão em m³/hora<br />
P = pressão em mca<br />
h = rendimento em %<br />
P (cv) = (Q x P) / 2.7 x h)<br />
Portanto:<br />
P (cv) = (85,002 x 55) / (2.7 x 80%) = 20,91 cv<br />
Comercial 20 cv<br />
5.4.2.14. Potência do motor (P motor)<br />
P motor (CV) = (Potência <strong>da</strong> motobomba / Rendimento %)<br />
P motor (CV) = (20,91 / 70%) = 29,87 cv<br />
P motor (Kw) = (29,87 x 0.736) = 21,98 Kw<br />
5.4.2.15. Potência do transformador<br />
P transformador (KVA) = (P motor / cosseno θ)<br />
On<strong>de</strong>:<br />
cosseno θ = fator <strong>de</strong> potência = 0,86<br />
P transformador (KVA) = (29,87 cv / 0.86) = 34,73 KVA<br />
65<br />
1 W = 1 Volt (V) x 1 Ampere (A)<br />
Comercial = 35 KVA<br />
5.5.4. Coeficientes técnicos <strong>de</strong> 1 (uma) uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> irrigação<br />
(<strong>pivô</strong> rebocável)<br />
Os coeficientes técnicos <strong>de</strong>scritos abaixo refere-se à<br />
uni<strong>da</strong><strong>de</strong> rebocável para 3 (três) posições <strong>de</strong> 22,4 hectares.<br />
Tabela 8: Descrição <strong>de</strong> 01 (um) Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> irrigação, por<br />
aspersão, automática, PIVOT CENTRAL REBOCÁVEL,<br />
mo<strong>de</strong>lo 4971 - 8000 - VSL / 5 - 698, propulsão elétrica, 5 torres<br />
acionadoras, alcance total 265,70 m; área circular irriga<strong>da</strong> 22,4<br />
ha; altura livre entre as torres em terreno plano: Stan<strong>da</strong>rd -<br />
2.74m.<br />
DESCRIÇÃO QUANTIDADE<br />
1. Equipamento<br />
1.1 Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Irrigação<br />
Torre central 4 ro<strong>da</strong>s – rebocável stan<strong>da</strong>rd 1,00<br />
Conjunto tubos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> flexível lance médio 5,00<br />
Conjunto tubos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> flexível para balanço 25 m 1,00<br />
Lance do pivot médio inicial 6.5/8” x 2,7m rebocável 1,00<br />
Lance do pivot médio interm. 6.5/8” x 2,7m 3,00<br />
rebocável<br />
Lance do pivot médio final 6.5/8” x 2,7m rebocável 1,00<br />
Conjunto do balanço 25 metros 1,00<br />
Painel principal stan<strong>da</strong>rd com kit liga bomba injetora 1,00<br />
Kit luminária interna painel 1,00<br />
Alinhamento alta sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> 4,00<br />
Luminária sinalizadora 2,00<br />
Kit <strong>de</strong> aspersão tipo super spray com reguladores 1,00<br />
senninger 10 psi para 158,43m³/hora<br />
1.2. Conjunto moto bomba<br />
Motor elétrico trifásico IV pólos; 1750 rpm 85cv 1,00<br />
Bomba centrifuga IMBIL INI 100-315 1,00<br />
Luva elástica E-148 1,00<br />
Base fixa ferro F-75<br />
1.3. Materiais elétricos<br />
1,00<br />
Chave serie // auto. Siem. spe 3.0 17/380v-050cv 1,00<br />
Cabo energia BWF isolamento 750v cobre 2x2,<br />
5mm²<br />
1.360,00<br />
5.5.3. Croqui <strong>da</strong> área<br />
A figura 19 mostra a disposição <strong>da</strong> área em receber o<br />
referido sistema <strong>de</strong> irrigação e suas posições <strong>de</strong> cultivo, sem<br />
que afete os limites territoriais, principalmente a reserva legal e<br />
a distância mínima <strong>de</strong> 30 metros <strong>de</strong> mananciais <strong>de</strong> água.<br />
Figura 19: Mapa <strong>da</strong> área cultiva<strong>da</strong> na Fazen<strong>da</strong> Marajó e a<br />
proposta <strong>de</strong> disposição <strong>de</strong> 3 três posições <strong>de</strong> 22,18 hectares<br />
tonalizando 66,54 hectares.<br />
Com base nos <strong>da</strong>dos obtidos, é proposta a instalação <strong>de</strong><br />
1 equipamento <strong>de</strong> irrigação do tipo <strong>pivô</strong> rebocável com<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> irrigar 3 (três) posições <strong>de</strong> 22,4 hectares ca<strong>da</strong><br />
uma, totalizando 66,54 hectares. O sistema foi projetado com<br />
lâmina d’água <strong>de</strong> 28 mm/19 horas ou seja 7,21 mm no relê à<br />
100% na posição 1, cujas características do sistema são<br />
<strong>de</strong>scritas na Tabela 6.<br />
DESCRIÇÃO QUANTIDADE<br />
Cabo energia isolamento 1kv cobre 3 x 10mm² 1.360,00<br />
Cabo cobre nu 25mm² 1.360,00<br />
Cabo energia isolado 1kv cobre 1 x 25 mm² 45,00<br />
Cabo energia isolado 1kv cobre 1 x 10 mm² 45,00<br />
Cabo energia isolado 1kv cobre 1 x 16 mm² 30,00<br />
Autotrafo trifásico 10kva 380/480v saí<strong>da</strong> com 4 taps 1,00<br />
Kit automatização do painel Stan<strong>da</strong>rd (via pressão)<br />
1.4. Ligação <strong>de</strong> pressão e sucção<br />
1,00<br />
Tubulação sucção AZ com flange 8” x 5 metros 1,00<br />
Tubo AZ com flange 8” x 6 metros 1,00<br />
Re<strong>de</strong> exc. AZ FLXFL 8” x 4” (ANSIB.16-<br />
1/2534/2535)<br />
1,00<br />
Manômetro e torneira (0 – 20kgf/cm²) com escorva 1,00<br />
Curva saí<strong>da</strong> AZ FL 6” x 900 1,00<br />
Peça aum. AZ FLXFL 5” x 6” (Din 2502/ANSI B-<br />
16.1)<br />
1,00<br />
Conjunto <strong>de</strong> registro Gaveta FL 6” 1,00<br />
Tubo AZ com flange 6” x 3 metros 1,00<br />
(Din2502/32/33/b16<br />
Curva dupla AZ FL 6” x 1,40 metros 1,00<br />
Tubo AZ com flange 6” x 2,0 metros 1,00<br />
Conjunto <strong>de</strong> válvula <strong>de</strong> retenção BY-PASS FL 6”<br />
1.5. Adutora<br />
1,00<br />
Peça aumento AZ FLXFL 6” x 8” 1,00<br />
(Din2502/32/33/ANSIB16)<br />
Extremi<strong>da</strong><strong>de</strong> FL x bolsa 8” x 200mm com ve<strong>da</strong>ção<br />
(DEFOFO)<br />
8,00<br />
Tubo PVC PN80 JE 200mm x 6m com ve<strong>da</strong>ção 232,00<br />
(DEFOFO)<br />
1.6. Ligação do <strong>pivô</strong><br />
Hidrante com toma<strong>da</strong> elétrica <strong>pivô</strong> rebocável 6” 3,00<br />
Tubo AZ com flange 6” x 3,0m 3,00<br />
Curva dupla AZ FL 6” x 1,90m 3,00<br />
Tubo AZ com flange 6” x 1,5m 3,00<br />
Peça aumento AZ FLXFL 6” x 8” 3,00<br />
64<br />
66
67<br />
5.6. Feijão (Phaseolus vulgaris)<br />
A <strong>implantação</strong> <strong>da</strong> cultura do feijão será após o cultivo<br />
do milho, pois é uma leguminosa, sendo assim uma ótima<br />
alternativa <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong> cultura por não ser hospe<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />
pragas e doenças <strong>da</strong>s gramíneas. O seu alto valor monetário<br />
contribui para a rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do produtor e sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
sistema produtivo irrigado, pois é uma cultura relativamente<br />
rápi<strong>da</strong> tendo assim um retorno do investimento em curto prazo.<br />
Será utilizado o cultivar Pérola, que possui um ciclo <strong>de</strong><br />
aproxima<strong>da</strong>mente 90 dias, que proporciona ao sistema <strong>de</strong><br />
produção um maior tempo para o plantio e colheita <strong>da</strong>s culturas<br />
e assim maior intervalo <strong>de</strong>stinado à manutenção do sistema.<br />
As tecnologias adota<strong>da</strong>s neste projeto possibilitarão uma<br />
produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 3 tonela<strong>da</strong>s por hectare.<br />
5.6.1. Implantação <strong>da</strong> cultura do feijoeiro<br />
O preparo <strong>da</strong> área por ser em sistema <strong>de</strong> plantio direto<br />
necessitará apenas <strong>da</strong> <strong>de</strong>ssecação prévia, utilizando trator 2x4<br />
<strong>de</strong> 75 cv e pulverizador <strong>de</strong> arrasto <strong>de</strong> 2 mil litros com herbici<strong>da</strong><br />
(Glifosato) na dosagem <strong>de</strong> 3 litros/ha.<br />
Será utilizado no ato <strong>de</strong> semeadura um trator 4x4 <strong>de</strong> 105<br />
cv e semeadora <strong>de</strong> 8 linhas.<br />
As sementes serão imuniza<strong>da</strong>s com micronutrientes <strong>de</strong><br />
nome comercial (Comol), fungici<strong>da</strong> (Vitavax) e inoculante<br />
turfoso. No momento <strong>da</strong> semeadura o espaçamento utilizado<br />
será <strong>de</strong> 45 cm entre linhas e 13 sementes por metro linear, com<br />
objetivo <strong>de</strong> alcançar um estan<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantas viáveis próximo a<br />
300 mil plantas/ha.<br />
O combate <strong>de</strong> plantas <strong>da</strong>ninhas, pragas e doenças será<br />
através <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos agrícolas recomen<strong>da</strong>dos para a cultura.<br />
69<br />
5.6.3. Manejo <strong>de</strong> pragas e doenças<br />
Na tabela 10 são apresentados as principais pragas e<br />
doenças <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong> feijão, com os produtos recomen<strong>da</strong>dos<br />
para o controle <strong>da</strong>s mesmas, com registro no ministério <strong>da</strong><br />
agricultura.<br />
Tabela 10: Principais pragas e doenças do feijão com os<br />
respectivo princípios ativos utilizados.<br />
Nome Comum<br />
Pragas<br />
Nome Científico Princípio Ativo<br />
Mosca Branca Bemisia tabaci beta-ciflutrina (piretrói<strong>de</strong>)<br />
Lagarta <strong>da</strong>s Vagens Michaelus jebus clorpirifós (organofosforado)<br />
Acaro-vermelho Mononychellus planki<br />
Doenças<br />
tetradifona (clorodifenilsulfona)<br />
Mancha angular Phaeoisariopsis griseola piraclostrobina (estrobilurina)<br />
Antracnose Colletotrichum lin<strong>de</strong>muthianum hidróxido <strong>de</strong> fentina (organoestânico)<br />
Mofo-braco Sclerotinia sclerotiorum procimidona (dicarboximi<strong>da</strong>)<br />
5.6.4. Manejo <strong>da</strong> irrigação<br />
A lâmina d’água será <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> através do programa<br />
<strong>de</strong> monitoramento disponível no site <strong>da</strong> Embrapa Cerrados.<br />
Logo após o plantio, as quatro primeiras irrigações<br />
<strong>de</strong>vem ser feitas <strong>de</strong> dois em dois dias, com lâmina <strong>de</strong> 10 a 15<br />
mm para garantir o estabelecimento <strong>da</strong> cultura. No final do<br />
ciclo, as aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser suspensas quando os<br />
grãos estiverem com coloração. Se o produtor esperar<br />
<strong>de</strong>masia<strong>da</strong>mente para o arranquio do feijão, haverá per<strong>da</strong>s<br />
significativas por abertura <strong>da</strong>s vagens no campo.<br />
As aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>verão seguir um turno <strong>de</strong> rega<br />
fixado <strong>de</strong> quatro dias.<br />
5.6.2. Adubação<br />
A adubação para a cultura do feijão é uma prática<br />
indispensável nos solos do cerrado, porém, não é correto o<br />
procedimento <strong>de</strong> generalizar os critérios <strong>de</strong> recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong><br />
adubação, <strong>de</strong>vido à complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores inerentes a esta<br />
prática e às peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> solo, clima e <strong>de</strong> aspectos sócio<br />
econômicos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região (Embrapa, 2008).<br />
A in<strong>da</strong> segundo o autor citado acima, a pesquisa na área<br />
<strong>de</strong> adubação é concentra<strong>da</strong> em assuntos mais específicos tais<br />
como a absorção <strong>de</strong> nutrientes pelo feijoeiro, avaliação <strong>de</strong><br />
fontes <strong>de</strong> nitrogênio, fósforo e micronutrientes,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metodologia para análise <strong>de</strong> silício solúvel<br />
nos solos e resposta <strong>da</strong>s culturas à aplicação <strong>de</strong> fertilizantes e<br />
corretivos, bem como os aspectos econômicos <strong>da</strong> adubação e o<br />
comportamento <strong>da</strong> cultura do feijoeiro quando inseri<strong>da</strong> em<br />
sistemas agrícolas. A partir <strong>de</strong>sses conhecimentos são<br />
estabeleci<strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para essa cultura <strong>de</strong><br />
acordo com as tabelas 9.<br />
Atualmente, as pesquisas são direciona<strong>da</strong>s para as<br />
práticas <strong>de</strong> manejo <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos solos do cerrado, nos<br />
diferentes sistemas agrícolas, em que se insere a cultura do<br />
feijoeiro, visando a sua produção econômica e sustentável<br />
(Embrapa, 2008).<br />
Tabela 9: Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para o feijão <strong>de</strong> acordo<br />
com a expectativa <strong>de</strong> rendimento.<br />
Expectativa <strong>de</strong> Dose <strong>de</strong> P extraível K extraível Doses <strong>de</strong><br />
rendimento N ----------------------------- ----------------------------- N<br />
Plantio A<strong>de</strong>quado Alto A<strong>de</strong>quado Alto Cobertura<br />
- Dose <strong>de</strong> P2O5 - - Dose <strong>de</strong> K2O- (t/ha)<br />
(t/ha)<br />
3 20 60 30 50 40 40<br />
4 20 80 40 70 60 60<br />
5 20 120 60 90 80 80<br />
Fonte: Souza e Lobato (2004).<br />
5.6.5. Colheita, transporte e comercialização<br />
A colheita a será feita em duas etapas: o arranquio<br />
manual, que será efetuado por trabalhadores vinculados a um<br />
condomínio trabalhista contratado com prestador <strong>de</strong> serviço,<br />
com contrato pré-estabelecido. Posteriormente recolhido e<br />
trilhado por uma MIAC <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> acopla<strong>da</strong> a um trator <strong>de</strong><br />
105 cv. Este sistema <strong>de</strong> colheita trás benefícios com a melhoria<br />
<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do produto e menos <strong>de</strong>sperdícios causados por<br />
máquinas não <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s para colheita do feijão.<br />
O transporte será feito por prestador <strong>de</strong> serviço, que<br />
estará <strong>de</strong>stinando este produto aos pontos <strong>de</strong> comercialização<br />
mais próximos.<br />
5.6.6. Coeficientes técnicos para produção <strong>de</strong> 1 (um) hectare<br />
<strong>de</strong> feijão<br />
Para a produção <strong>de</strong> feijão com produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 50<br />
sacas por hectare, <strong>de</strong> acordo com as tecnologias <strong>de</strong>scritas neste<br />
boletim, como: horas-máquina, mão-<strong>de</strong>-obra e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
insumos estão cita<strong>da</strong>s nas tabelas 11.<br />
68<br />
70
71<br />
Tabela 11: Coeficientes técnicos para a produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> feijão.<br />
DESCRIÇÃO UNIDADE QUANT.<br />
1. Operações<br />
1.1. Preparo do solo<br />
Dessecação HM 0,15<br />
1.2. Plantio<br />
Plantio HM 0,91<br />
Transporte interno HM 0,33<br />
1.3. Tratos culturais<br />
Adubação <strong>de</strong> cobertura HM 0,17<br />
Pulverização pós-emergente HM 0,30<br />
Aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos HM 0,30<br />
Suporte (tanque 6000 litros) HM 0,66<br />
1.4. Colheita<br />
Aranquio <strong>de</strong> feijão ha. 1,00<br />
Trilha<strong>de</strong>ira recolhedora (MIAK) HM 0,74<br />
Sub-total Colheita<br />
Energia KW/h 9,56<br />
Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> posição com trator MF-292 HM 0,80<br />
2. Insumos<br />
2.1. Fertilizantes/Corretivos<br />
Uréia Ton 0,15<br />
05-25-15 + Micro Ton 0,40<br />
Adubo Foliar Kg 6,00<br />
2.2. Sementes para o plantio<br />
Sementes Kg 60,00<br />
2.3. Defensivos Agricolas<br />
Glifosato (Dessecação) litro 3,00<br />
Fungici<strong>da</strong>s Litro-kg 2,50<br />
Herbici<strong>da</strong>s Litro 3,00<br />
Insetici<strong>da</strong>s Litro 2,50<br />
Outros produtos químicos Litros 0,50<br />
3. Pós colheita<br />
Transporte até armazém sc 50,00<br />
73<br />
Durante todo o ciclo <strong>da</strong> cultura, haverá<br />
acompanhamento técnico, portanto, <strong>de</strong> acordo com as<br />
recomen<strong>da</strong>ções e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s aplicações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos e<br />
fertilizantes os tratos culturais serão efetuados com trator<br />
Massey Fergunson 275 <strong>de</strong> 75 cv, pulverizador Jacto A-18 <strong>de</strong> 2<br />
mil litros e espalhador <strong>de</strong> fertilizantes Stara Estil 1200, <strong>de</strong><br />
reservatório com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para 1.200 kg <strong>de</strong> fertilizante.<br />
5.7.2. Adubação<br />
Para que o objetivo do manejo racional <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
solo seja atingido, é imprescindível a utilização <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />
instrumentos <strong>de</strong> diagnose <strong>de</strong> possíveis problemas nutricionais<br />
que, uma vez corrigidos, aumentarão as probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
sucesso na agricultura.<br />
Ao planejar a adubação do milho, <strong>de</strong>ve levar em<br />
consi<strong>de</strong>ração os seguintes aspectos:<br />
a) diagnose a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> dos problemas - feita pela análise<br />
<strong>de</strong> solo e histórico <strong>de</strong> calagem e adubação <strong>da</strong>s glebas;<br />
b) quais nutrientes <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados nesse caso<br />
em particular (muitos solos têm a<strong>de</strong>quado suprimento <strong>de</strong> Ca,<br />
Mg, etc.);<br />
c) quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> N, P e K necessárias na semeadura -<br />
<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pela análise <strong>de</strong> solo consi<strong>de</strong>rando o que for<br />
removido pela cultura;<br />
d) qual a fonte, quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> e quando aplicar N (baseado<br />
na produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>seja<strong>da</strong>);<br />
e) quais nutrientes po<strong>de</strong>m ter problemas nesse solo<br />
(lixiviação <strong>de</strong> nitrogênio em solos arenosos ou se são<br />
necessários em gran<strong>de</strong>s quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s).<br />
5.7. A cultura do milho<br />
A cultura do milho por ser <strong>de</strong> ciclo relativamente longo<br />
cerca <strong>de</strong> 140 dias e <strong>de</strong>vido à cultura ter alta exigente hídrica no<br />
florescimento e enchimento <strong>de</strong> grãos, por apresentar relativa<br />
resistência a pragas, doenças e a períodos chuvosos, a mesma<br />
será implanta<strong>da</strong> nos meses do ano que apresenta chuva ou que<br />
pelo menos coinci<strong>da</strong>m as máximas exigências hídricas com<br />
meses chuvosos. A finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ste manejo é visando uma<br />
maior economia com energia elétrica, água e <strong>de</strong>fensivos, assim<br />
necessitando <strong>de</strong> irrigação apenas para suplementação no caso<br />
<strong>de</strong> veranicos.<br />
O milho é uma boa alternativa para áreas irriga<strong>da</strong>s, pois<br />
faz um benéfico ciclo <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> cultura com o feijão, por<br />
não ser hospe<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> pragas e doenças <strong>da</strong>s leguminosas.<br />
Também traz como contribuinte para sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
sistema plantio direto e irrigação que é a palha<strong>da</strong>, pois essa tem<br />
gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reduzindo a evaporação e<br />
conseqüentemente as per<strong>da</strong>s <strong>de</strong> água aplica<strong>da</strong>, também, com o<br />
passar do tempo, melhora a estrutura e fertili<strong>da</strong><strong>de</strong> do solo.<br />
5.7.1 Implantação <strong>da</strong> cultura do milho<br />
A sistemática <strong>de</strong> plantio será feita após a <strong>de</strong>ssecação<br />
que utilizará trator <strong>de</strong> 75 cv e pulverizador <strong>de</strong> arrasto 2 mil<br />
litros <strong>de</strong> cal<strong>da</strong> com (Glifosato) na dose <strong>de</strong> 3,0 litros por hectare<br />
e o produto comercial 2,4 D na dosagem <strong>de</strong> 0,7 litros por<br />
hectare.<br />
O plantio será efetuado com semeadora adubadora, a<br />
mesma utiliza<strong>da</strong> para o plantio do feijão, a mu<strong>da</strong>nça a ser<br />
efetua<strong>da</strong> é a retira<strong>da</strong> <strong>de</strong> três linhas <strong>de</strong> plantio e o afastamento<br />
entre as linhas até atingir o espaçamento <strong>de</strong>sejado <strong>de</strong> 0,9 metros<br />
entre linhas.<br />
Tabela 12: Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para o milho <strong>de</strong><br />
acordo com a expectativa <strong>de</strong> rendimento.<br />
Produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> Dose <strong>de</strong> Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> P<br />
Disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> K Doses <strong>de</strong><br />
N -----------------------------<br />
-----------------------------<br />
N<br />
Plantio Baixa Média A<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> Baixa Média A<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> Cobertura<br />
- Dose <strong>de</strong> P2O5 -<br />
- Dose <strong>de</strong> K2O- (t/ha)<br />
-----------------------------------kg/ha-------------------------------------<br />
4 - 6 10 - 20 80 60 30 50 40 20 60<br />
6 - 8 10 - 20 100 80 50 70 60 40 100<br />
> 8 10 - 20 120 100 100 90 80 60 140<br />
Fonte: Souza e Lobato (2004).<br />
5.7.3. Manejo <strong>de</strong> pragas e doenças<br />
Na tabela 13 são apresentados as principais pragas e<br />
doenças <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong> milho, com os produtos recomen<strong>da</strong>dos<br />
para o controle <strong>da</strong>s mesmas, com registro no ministério <strong>da</strong><br />
agricultura.<br />
Tabela 13: Principais pragas e doenças do milho com os alguns<br />
princípios ativos utilizados.<br />
Nome Comum<br />
Pragas<br />
Nome Científico Princípio Ativo<br />
Lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiper<strong>da</strong> espinosa<strong>de</strong> (espinosinas)<br />
Pulgão-do-milho Rhopalosiphum maidis imi<strong>da</strong>cloprido (neonicotinói<strong>de</strong>)<br />
Curuquerê-dos-capinzais Mocis latipes<br />
Doenças<br />
clorpirifós (organofosforado)<br />
Ferrugem; Ferrugem-polisora Puccinia polysora tebuconazol (triazol)<br />
Mancha-<strong>de</strong>-Phaeosphaeria Phaeosphaeria maydis tebuconazol (triazol) +<br />
trifloxistrobina (estrobilurina)<br />
Helminthosporium; Mancha-foliar Exserohilum turcicum propiconazol (triazol)<br />
5.7.4. Manejo <strong>da</strong> irrigação<br />
As aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>verão segui um turno <strong>de</strong> rega<br />
fixado <strong>de</strong> quatro em quatro dias. A lâmina d’água será<br />
<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> através do programa <strong>de</strong> monitoramento.<br />
72<br />
74
75<br />
Após a semeadura <strong>da</strong> cultura, as quatro primeiras<br />
irrigações, se o solo não estiver úmido, <strong>de</strong>verão ser feitas, <strong>de</strong> 2<br />
em 2 dias, com lâminas <strong>de</strong>10 a 15 mm, para garantir o<br />
estabelecimento <strong>da</strong> cultura.<br />
No final do ciclo, as aplicações <strong>de</strong> água <strong>de</strong>vem ser<br />
suspensas quando os grãos atingirem o estádio <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> maturação fisiológica, que correspon<strong>de</strong><br />
visualmente ao aparecimento <strong>de</strong> ponta escura nos grãos <strong>da</strong><br />
ponta <strong>da</strong> espiga. Outra maneira <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a maturação<br />
fisiológica no campo sem abrir a espiga e quando a espiga se<br />
volta para baixo.<br />
5.7.5. Colheita, transporte e comercialização<br />
A colheita do milho será feita por colhedora<br />
terceiriza<strong>da</strong>, o serviço será previamente formalizado por<br />
contrato.<br />
O transporte será feito por prestador <strong>de</strong> serviço, que<br />
estará <strong>de</strong>stinando os grãos até a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> recebimento que<br />
fica a 10 km <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
5.7.6. Coeficientes técnicos para produção <strong>de</strong> 1 (um) hectare<br />
<strong>de</strong> milho<br />
Segundo as tecnologias <strong>de</strong>scritas acima seguem na<br />
tabela 14 os coeficientes técnicos que conferem a uma<br />
produção <strong>de</strong> 8,4 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> milho por hectare.<br />
77<br />
5.8. Trigo<br />
Para <strong>implantação</strong> <strong>da</strong> cultura do trigo, será utiliza<strong>da</strong> a<br />
cultivar BR 42 <strong>da</strong> Embrapa, a qual possui um ciclo <strong>de</strong><br />
aproxima<strong>da</strong>mente 105 dias. Foi escolhi<strong>da</strong> por ser bem a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong><br />
a região, possui alta produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos grãos, pois<br />
apresenta alto peso ectolítrico o qual é essencial para quali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> farinha <strong>de</strong> trigo.<br />
A cultura do trigo será uma ótima opção <strong>de</strong> sucessão <strong>de</strong><br />
cultura após o feijão, pois é uma gramínea não hospe<strong>de</strong>ira,<br />
assim quebrando o ciclo <strong>da</strong>s pragas e patógenos do feijoeiro.<br />
O cultivar <strong>de</strong> trigo traz gran<strong>de</strong>s vantagens para o<br />
sistema plantio direto e <strong>de</strong> irrigação, por fornecer gran<strong>de</strong><br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> palha, melhorando a estrutura física e química do<br />
solo e protege o solo contra os efeitos <strong>da</strong>s gotas <strong>da</strong> chuva.<br />
5.8.1. Implantação <strong>da</strong> cultura do trigo<br />
Será feita a <strong>de</strong>ssecação prévia <strong>da</strong> área para que se<br />
elimine as plantas <strong>da</strong>ninhas, será utilizado trator <strong>de</strong> 75 cv e<br />
pulverizador <strong>de</strong> barras Jacto <strong>de</strong> 2000 litros <strong>de</strong> cal<strong>da</strong> com<br />
herbici<strong>da</strong> (glifosato) na dosagem <strong>de</strong> 3 litros por hectare e 2,4- D<br />
na dosagem <strong>de</strong> 1 litros por hectare.<br />
A cultura será implanta<strong>da</strong> no mês <strong>de</strong> maio, pois nessa<br />
época o trigo irrigado encontra as melhores condições do<br />
Cerrado do Brasil Central para seu <strong>de</strong>senvolvimento, com<br />
colheita em setembro, antes <strong>da</strong> época chuvosa.<br />
Para o plantio será utilizado semeadora adubadora <strong>da</strong><br />
marca comercial Semeato e trator 4x4 <strong>de</strong> 105 cv Massey<br />
Fergunson 292.<br />
A <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> a ser utiliza<strong>da</strong> é <strong>de</strong> 310 sementes viáveis<br />
por metro quadrado, o espaçamento utilizado é <strong>de</strong> 17 cm entre<br />
linhas e profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> semeadura <strong>de</strong> aproxima<strong>da</strong>mente 5 cm.<br />
Tabela 14: Coeficientes técnicos para a produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> milho.<br />
DESCRIÇÃO<br />
1. Operações<br />
1.1. Preparo do solo<br />
UNIDADE QUANT.<br />
Dessecação<br />
1.2. Plantio<br />
HM 0,14<br />
Plantio HM 0,82<br />
Transporte interno<br />
1.3. Tratos culturais<br />
HM 0,32<br />
Adubação <strong>de</strong> cobertura HM 0,15<br />
Aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos HM 0,16<br />
Aplicação <strong>de</strong> herbici<strong>da</strong>s HM 0,28<br />
Transporte interno HM 0,40<br />
Manejo do restos culturais<br />
1.4. Colheita<br />
HM 0,73<br />
Colheita (terceiriza<strong>da</strong>)<br />
1.5 Irrigação<br />
ha. 1,00<br />
Energia KW/h 2,73<br />
Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> posição<br />
2. Insumos<br />
2.1. Fertilizantes<br />
HM 0,40<br />
Uréia ton 0,15<br />
Adubo 08-20-20 + Micro<br />
Sub-total Fetilizantes<br />
2.2. Semente<br />
ton 0,50<br />
Sementes<br />
Sub-total Semente<br />
2.3. Defensivos<br />
Kg/ha 10,00<br />
Glifosato litro 2,50<br />
Herbici<strong>da</strong>s litro 3,00<br />
Insetici<strong>da</strong>s litro 0,70<br />
Fungici<strong>da</strong><br />
Sub-total Defensivos<br />
3. Pós colheita<br />
litro 0,75<br />
Transporte até armazém sc 160,00<br />
Semeaduras com profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> inferior favorecem o<br />
acamamento.<br />
Para os tratos culturais durante todo o ciclo <strong>da</strong> cultura<br />
haverá acompanhamento técnico, portanto, <strong>de</strong> acordo com as<br />
recomen<strong>da</strong>ções e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s aplicações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos e<br />
fertilizantes os tratos culturais serão efetuados com trator<br />
Massey Fergunson 275 <strong>de</strong> 75 cv, pulverizador Jacto A-18 <strong>de</strong> 2<br />
mil litros e espalhador <strong>de</strong> fertilizantes Stara Estil 1200, <strong>de</strong><br />
reservatório com capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para 1.200 kg <strong>de</strong> fertilizante.<br />
5.8.2. Adubação<br />
As recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> corretivos <strong>da</strong> aci<strong>de</strong>z <strong>de</strong> solo e <strong>de</strong><br />
fertilizantes são basea<strong>da</strong>s em resultados <strong>de</strong> análises <strong>de</strong> solo<br />
realiza<strong>da</strong>s em amostras representativas <strong>da</strong>s condições <strong>da</strong><br />
lavoura. As quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s indica<strong>da</strong>s <strong>de</strong> calcário, <strong>de</strong> nitrogênio, <strong>de</strong><br />
fósforo e <strong>de</strong> potássio pressupõem que os <strong>de</strong>mais fatores que<br />
influenciam a produção <strong>de</strong> trigo estejam em níveis satisfatórios.<br />
Dessa forma, as doses apresenta<strong>da</strong>s constituem um indicativo<br />
para a obtenção do máximo retorno econômico no uso dos<br />
insumos para a cultura.<br />
Tabela 15: Recomen<strong>da</strong>ções <strong>de</strong> adubação para o milho <strong>de</strong><br />
acordo com a expectativa <strong>de</strong> rendimento.<br />
Expectativa <strong>de</strong> Dose <strong>de</strong> P extraível K extraível Doses <strong>de</strong><br />
rendimento N ----------------------------- ----------------------------- N<br />
Plantio A<strong>de</strong>quado Alto A<strong>de</strong>quado Alto Cobertura<br />
- Dose <strong>de</strong> P2O5 - - Dose <strong>de</strong> K2O- (t/ha)<br />
kg/há<br />
3 20 60 30 30 15 10<br />
4 20 70 35 40 20 40<br />
5 20 80 40 50 25 70<br />
6 20 90 45 60 30 100<br />
Fonte: Souza e Lobato (2004).<br />
76<br />
78
79<br />
5.8.3. Manejo <strong>de</strong> pragas e doenças<br />
Na tabela 16 são apresentados as principais pragas e<br />
doenças <strong>da</strong> cultura <strong>de</strong> milho, com os produtos recomen<strong>da</strong>dos<br />
para o controle <strong>da</strong>s mesmas, com registro no ministério <strong>da</strong><br />
agricultura.<br />
Tabela 16: Principais pragas e doenças do milho com os alguns<br />
princípios ativos utilizados.<br />
Nome Comum<br />
Pragas<br />
Nome Científico Princípio Ativo<br />
Pulgão-<strong>da</strong>-folha Metopolophium dirhodum triazofós (organofosforado)<br />
Pulgão-<strong>da</strong>-raiz Rhopalosiphum rufiabdominale imi<strong>da</strong>cloprido (neonicotinói<strong>de</strong>)<br />
Lagarta-do-cartucho; Lagarta-militar Spodoptera frugiper<strong>da</strong><br />
Doenças<br />
metomil (metilcarbamato <strong>de</strong> oxima)<br />
Giberela Fusarium graminearum procloraz (imi<strong>da</strong>zolilcarboxami<strong>da</strong>)<br />
Ferrugem-<strong>da</strong>-folha Puccinia recondita f.sp. tritici ciproconazol (triazol) +<br />
propiconazol (triazol)<br />
Mancha-<strong>de</strong>-Alternaria Alternaria alternata carboxina (carboxanili<strong>da</strong>) +<br />
tiram (dimetilditiocarbamato)<br />
5.8.4. Manejo <strong>da</strong> irrigação<br />
O objetivo do manejo <strong>da</strong>s irrigações é aplicar água no<br />
momento certo e na quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> para suprir as<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s hídricas <strong>da</strong> cultura. É necessário <strong>da</strong> utilização do<br />
Programa <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong> Irrigação para o Cerrado para<br />
indicar o momento <strong>da</strong>s irrigações, bem como para calcular a<br />
quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água a ser aplica<strong>da</strong>. O turno <strong>de</strong> rega será <strong>de</strong> 4<br />
dias.<br />
Próximo à época <strong>de</strong> colheita a irrigação será suspensa,<br />
para que os grãos não percam quali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
5.8.5. Colheita, transporte e comercialização<br />
A colheita <strong>de</strong> trigo ocorrerá antes do período chuvoso<br />
(setembro), o que possibilitará a obtenção <strong>de</strong> produto <strong>de</strong> melhor<br />
81<br />
Tabela 17: Coeficientes técnicos para a produção <strong>de</strong> 1 (um)<br />
hectare <strong>de</strong> trigo.<br />
DESCRIÇÃO<br />
1. Operações<br />
1.1. Preparo do solo<br />
UNIDADE QUANT.<br />
Dessecação<br />
1.2. Plantio<br />
HM 0,14<br />
Plantio HM 0,90<br />
Transportes internos<br />
1.3. tratos culturais<br />
HM 0,33<br />
Adubação <strong>de</strong> cobertura HM 0,16<br />
Aplicação <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensivos HM 0,32<br />
Aplicação <strong>de</strong> Herbici<strong>da</strong>s (FL+FE) HM 0,28<br />
Suporte (taque 6000 litros) HM 1,00<br />
Transportes internos HM 0,33<br />
Roça<strong>da</strong> com o triton<br />
1.4. Colheita<br />
HM 0,73<br />
Colheita<br />
2. Irrigação<br />
ha. 1,00<br />
Energia KW/h 10,92<br />
Mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> posiç.do <strong>pivô</strong><br />
3. Insumos<br />
3.1 Fertilizantes<br />
HM 0,80<br />
05-25-15+ micronutrientes tonela<strong>da</strong> 0,40<br />
Uréia<br />
3.2 Sementes/ Mat. Plantio<br />
tonela<strong>da</strong> 0,12<br />
Sementes<br />
3.3 Defensivos Agrícolas<br />
Kg 40,00<br />
Glifosato litro 3,00<br />
Fungici<strong>da</strong>s litro 1,50<br />
Herbici<strong>da</strong>s litro 3,00<br />
Insetici<strong>da</strong>s litro 2,00<br />
Outros insumos utilizados<br />
4. Pós colheita<br />
Kg 4,00<br />
Transporte até armazém sc 85,00<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> industrial e com baixa umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que dispensa o uso<br />
<strong>de</strong> secadores e facilitará a armazenagem. Assim, <strong>de</strong>verá se<br />
seguir rigorosamente a época <strong>de</strong> semeadura.<br />
O transporte será feito por prestador <strong>de</strong> serviço<br />
contratado.<br />
A comercialização do trigo será realiza<strong>da</strong> mediante<br />
contrato que garante a compra pelo moinho Buriti <strong>da</strong> COOPA-<br />
DF que se localiza a 10 quilômetros <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
5.8.6. Coeficientes técnicos para produção <strong>de</strong> 1 (um) hectare<br />
<strong>de</strong> trigo<br />
De acordo com as tecnologias <strong>de</strong>scritas acima segue na<br />
tabela 17 os coeficientes técnicos que correspon<strong>de</strong>m a uma<br />
produção <strong>de</strong> 6 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> trigo por hectare ou 100 sacas por<br />
ha.<br />
6. CONCLUSÃO<br />
A <strong>implantação</strong> do sistema <strong>de</strong> irrigação do tipo <strong>pivô</strong><br />
central rebocável na Fazen<strong>da</strong> Marajó no distrito <strong>de</strong> Campos<br />
Lindos município <strong>de</strong> Cristalina-Goiás é tecnicamente viável.<br />
O sistema <strong>de</strong> irrigação rebocável permite um melhor<br />
aproveitamento <strong>da</strong> área, do maquinário e <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra que<br />
se encontram ociosos durante a época seca do ano. A utilização<br />
do manejo <strong>da</strong> irrigação pelo Programa <strong>de</strong> Monitoramento <strong>de</strong><br />
Irrigação para o Cerrado é simples e permite estimar com a<br />
confiabili<strong>da</strong><strong>de</strong> necessária a lâmina líqui<strong>da</strong> a ser aplica<strong>da</strong> em<br />
ca<strong>da</strong> irrigação ao longo do ciclo <strong>da</strong>s culturas.<br />
7. AGRADECIMENTOS<br />
A Deus por estar sempre presente em minha vi<strong>da</strong>.<br />
A minha família pelos incentivos, apoio e força que me<br />
<strong>de</strong>ram ao longo <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>.<br />
A minha esposa e filhos pela companhia constante, me<br />
animando e aju<strong>da</strong>ndo nos bons e maus momentos.<br />
Aos professores e orientadores que sempre foram<br />
prestativos e pacientes, esforçando-se para melhor nos ensinar.<br />
Finalmente, a todos que colaboram para meu<br />
crescimento e sucesso, tornando o meu sonho em reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
80<br />
82
83<br />
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
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