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Neste aspecto, desde muitos séculos, há grandes discussões teológicas sobre a intervenção de Deus na<br />

vontade do homem, segundo seu decreto, sobretudo no que tange à salvação. De um lado, há os que crêem<br />

firmemente que Deus, em sua soberania, elegeu e predestinou algumas pessoas para serem salvas, e outras, para<br />

serem condenadas. Dentre os ensinos teológicos sobre os decretos de Deus em relação aos homens, destacamos os<br />

seguintes:<br />

2.1. CALVINISMO - PREDESTINAÇÃO ABSOLUTA<br />

É a doutrina formulada por João Calvino (1509-1564). Teólogo protestante francês, formou-se em filosofia na<br />

Universidade de Paris. Estudou direito, mas não se dedicou à vida jurídica. Mudou-se para a Suíça, onde escreveu sua<br />

grande obra, Institutas. Sua doutrina defende a idéia da predestinação absoluta, fundamentada na soberania de Deus.<br />

O homem nada pode fazer para ser salvo; nem mesmo ter fé, pois nessa interpretação, a fé, a vontade, a decisão, e<br />

tudo o que diz respeito à salvação, depende de Deus. Pode ser resumida em cinco pontos:<br />

(1) Total depravação. “O homem natural não tem condição de entender as coisas de Deus; Jamais poderá<br />

salvar-se, a menos que Deus lhe infunda a fé. Sua depravação faz parte de sua natureza (Jr 13.23; Rm 3.10-12; 1 Co<br />

2.14; Ef 1.3);”<br />

Segundo essa doutrina, nem a fé para a salvação pode o homem ter; é necessário que Deus lhe conceda.<br />

(2) Eleição incondicional. Ensina que “Deus elegeu somente alguns para serem salvos; Cristo morreu apenas pelos<br />

eleitos” (Jo 6.65; At 13.48; Rm 8.29; Ef 1.4,5; 1 Pe 2.8,9);<br />

Esse é um ponto fundamental da doutrina esposada por Calvino. Aceitá-la é concordar que Deus faz<br />

discriminação, ou acepção de pessoas; mais crucial ainda é aceitar que Deus elege pessoas para serem salvas, desde<br />

o ventre; enquanto predestina a maior parte, irremediavelmente, para a condenação eterna; tais assertivas, não<br />

obstante arrimarem-se em referências bíblicas, contrariam o sentido geral da Palavra de Deus, bem como contradizem<br />

de forma contundente o caráter de Deus revelado nas Escrituras.<br />

(3) Expiação limitada (ou particular). “A salvação, ainda que para todos só é alcançada pelos eleitos” (Jo<br />

17.6,9,10; At 20.28; Ef 5.25; Tt 3.5).<br />

Se a eleição condicional colide com a idéia de um Deus justo, que não faz acepção de pessoas, a idéia da<br />

expiação limitada faz do sacrifício de Cristo uma encenação terrível. Se alguns já nascem, de antemão eleitos,<br />

certamente, a Bíblia deveria afirmar que Jesus viera ao mundo para salvar apenas os eleitos.<br />

(4) Graça irresistível. “<strong>Para</strong> os eleitos, a graça é irresistível. Mesmo que pequem, serão salvos; para os não-eleitos, a<br />

graça não lhes alcança; mas agem livremente”.<br />

Um pouco de leitura da Bíblia, confrontando passagens de seu conteúdo nos mostram que a graça de Deus se<br />

manifestou a todos os homens e não apenas a um seleto grupo de eleitos, ou predestinados.<br />

(5) Perseverança dos salvos. Segundo Calvino, “o Espírito Santo faz com que os eleitos perseverem. Não são<br />

eles que têm a decisão de perseverar. Eles não podem perder a salvação. É impossível um eleito se perder”.<br />

Essas são as alegações usadas pelos calvinistas para fundamentar a doutrina da predestinação absoluta.<br />

Strong afirma que os “decretos de Deus podem ser divididos em: relativos à natureza, e aos seres morais. A<br />

estes chamamos preordenação, ou predestinação; e destes decretos sobre os seres morais há dois tipos: o decreto da<br />

eleição e o da reprovação […]”9<br />

A visão de Strong é calvinista. Admite que Deus predestina uns para serem salvos, queiram ou não; e outros,<br />

para a perdição eterna, queiram ou não. Parece-nos que essa doutrina contraria diversos atributos naturais de Deus,<br />

tais como o da justiça, do amor, e da bondade divinos. A Bíblia diz: “Pois o Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e<br />

o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas, nem aceita<br />

recompensas” (Dt 10.17). “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de<br />

pessoas” (At 10.34). “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas” (Rm 2.11).<br />

O Deus que não faz acepção de pessoas também reprova quem o faz: “Meus irmãos, não tenhais a fé de<br />

nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas” (Tg 2.1). “Mas, se fazeis acepção de pessoas,<br />

cometeis pecado e sois redargüidos pela lei como transgressores” (Tg 2.9). “E vós, senhores, fazei o mesmo para com<br />

eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu e que para com ele não há<br />

acepção de pessoas” (Ef 6.9). Assim, se Deus não faz acepção de pessoas, não podemos aceitar que alguns já<br />

nasçam predestinados para a salvação, e outros, eleitos, já nasçam predestinados para a perdição.<br />

Strong, mesmo defendendo a predestinação, diz que “Nenhum decreto de Deus reza: “Pecarás”. Porque 1)<br />

nenhum decreto é dirigido a você; 2) nenhum decreto sobre você diz: “você fará”; 3) Deus não pode fazer pecar, ou<br />

decretar fazê-lo. Ele somente decreta criar, e Ele mesmo age, de tal modo que você queira, de sua livre escolha,<br />

cometer pecado. Deus determina sobre os seus atos prever qual será o resultado dos atos livres das suas criaturas e,<br />

deste modo, determina os resultados” (grifos meus).<br />

Ora, se Deus “não pode fazer pecar”, mas condena pessoas desde o ventre à condenação, elas terão que<br />

pecar, para que se cumpra o decreto condenatório. Do contrário, se não pecarem, como serão condenadas? Por outro<br />

lado, se as pessoas “de sua livre escolha”, podem cometer ou não, o pecado, não vemos como harmonizar o livrearbítrio<br />

com a doutrina da predestinação. De fato, os que defendem a predestinação absoluta negam que Deus tenha<br />

dado livre-arbítrio ao homem. Simplesmente, os homens se comportariam como se fossem marionetes do destino<br />

traçado por Deus. Nos parece que a predestinação absoluta equivale ao fatalismo dos árabes, que dizem “maktub”,<br />

“está escrito”. Sua aceitação entra em conflito com os atributos morais de Deus, de bondade, amor e justiça. Por mais<br />

que os teólogos defensores dessa doutrina argumentem, buscando embasamento bíblico, jamais poderão convencer<br />

que Deus discrimina uns em detrimento de outros, com base no caráter de Deus, revelado nas Escrituras Sagradas.<br />

Portal Escola Dominical – www.portalebd.org.br Página 12

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