Relatório da Campanha de Cereja 2012 - Cerfundão

Relatório da Campanha de Cereja 2012 - Cerfundão Relatório da Campanha de Cereja 2012 - Cerfundão

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<strong>Relatório</strong><br />

<strong>da</strong><br />

<strong>Campanha</strong> <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong> <strong>2012</strong>


Índice<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

1 – Introdução ................................................................................................................. 3<br />

2 – <strong>Campanha</strong> <strong>de</strong> cereja <strong>2012</strong> ........................................................................................ 4<br />

2.1 – Evolução <strong>da</strong> recepção <strong>de</strong> cereja ........................................................................... 4<br />

2.2 – Caracterização dos sócios <strong>da</strong> Cercobe ................................................................. 7<br />

2.3 – Caracterização <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ............................................................................. 9<br />

2.4 – Distribuição <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre .................................................................... 12<br />

2.5 – Distribuição <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre nas respectivas cultivares ........................... 13<br />

2.6 – Valorização <strong>da</strong> cereja......................................................................................... 14<br />

2.7 – Comercialização ................................................................................................ 16<br />

3 – Conclusões ............................................................................................................... 18<br />

3.1 – Aspectos positivos ............................................................................................. 19<br />

3.2 – Aspectos negativos ............................................................................................ 20<br />

2


1 – Introdução<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

A campanha <strong>de</strong> cereja <strong>de</strong> <strong>2012</strong> <strong>da</strong> região <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira pautou-se por um<br />

<strong>de</strong>créscimo significativo <strong>da</strong> produção comparando com os volumes regionais do ano<br />

passado. As condições climáticas verifica<strong>da</strong>s no período <strong>de</strong> floração e polinização <strong>da</strong>s<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s intermédias e tardias, nomea<strong>da</strong>mente as temperaturas baixas e a ocorrência<br />

<strong>de</strong> gea<strong>da</strong>s, foram propícias para reduções acentua<strong>da</strong>s <strong>de</strong> vingamento <strong>de</strong>vido às baixas<br />

taxas <strong>de</strong> fecun<strong>da</strong>ção. A incidência foi mais significativa nas freguesias <strong>de</strong> cota mais<br />

baixa que apresentam uma expressão relevante <strong>da</strong> área <strong>de</strong> produção <strong>da</strong> região.<br />

O período <strong>de</strong> colheita também ficou fortemente marcado pela ocorrência <strong>de</strong><br />

precipitação no período <strong>de</strong> maturação e pré-colheita <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s precoces,<br />

nomea<strong>da</strong>mente a ‘Burlat’ e a ‘Earlise’ provocando forte incidência <strong>de</strong> rachamento<br />

principalmente na Zona Sul <strong>da</strong> Gardunha <strong>de</strong>vido à antecipação natural que apresenta na<br />

fenologia <strong>da</strong> cerejeira. Nesse aspeto, a Zona Norte <strong>da</strong> Gardunha saiu claramente<br />

beneficia<strong>da</strong> <strong>de</strong>vido ao facto <strong>da</strong> maturação ser mais atrasa<strong>da</strong> e a precipitação, que chegou<br />

a incidir com alguma intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ter sido extremamente benéfica para irrigar a gran<strong>de</strong><br />

maioria dos pomares (cerca <strong>de</strong> 60% <strong>da</strong> área <strong>de</strong> cerejeiras é ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> sequeiro),<br />

atenuando situações <strong>de</strong> stress hídrico e aju<strong>da</strong>ndo a disponibilizar gran<strong>de</strong> parte dos<br />

adubos <strong>de</strong> cobertura que tinham sido aplicados no período <strong>de</strong> floração e vingamento.<br />

As circunstâncias económicas, sociais e financeiras que a Europa e o nosso país<br />

em particular atravessam também não <strong>de</strong>vem ser excluí<strong>da</strong>s <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> campanha uma<br />

vez que a forte retração que o consumo <strong>da</strong>s famílias tem evi<strong>de</strong>nciado <strong>de</strong>ve ser motivo <strong>de</strong><br />

reflexão e <strong>de</strong> análise influenciando <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva a evolução do mercado e o<br />

equilíbrio entre a oferta e a procura.<br />

A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cereja é também um dos aspetos essenciais a ter em linha <strong>de</strong><br />

conta, principalmente o calibre, a consistência e o estado fitossanitário, sendo essencial<br />

para alcançar novos mercados e marcar posição junto <strong>da</strong> concorrência internacional.<br />

Nos últimos anos tem sido claramente notória a tendência dos mercados <strong>de</strong> procurarem<br />

e <strong>de</strong> valorizarem a fruta <strong>de</strong> excelência e <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> em <strong>de</strong>trimento dos baixos<br />

calibres e <strong>da</strong> fruta <strong>de</strong> fraca consistência. O escoamento dos calibres baixos,<br />

nomea<strong>da</strong>mente os inferiores ao diâmetro 24mm, <strong>de</strong>ve ser motivo <strong>de</strong> análise uma vez<br />

que o mercado <strong>de</strong> fresco apresenta sérias dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em absorvê-los com uma<br />

remuneração aceitável.<br />

3


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

2 – <strong>Campanha</strong> <strong>de</strong> cereja <strong>2012</strong><br />

2.1 – Evolução <strong>da</strong> recepção <strong>de</strong> cereja<br />

Como é possível visualizar na Figura 1 o volume <strong>de</strong> cereja recebi<strong>da</strong> em <strong>2012</strong> foi<br />

<strong>de</strong> 370,43 ton. o valor máximo <strong>da</strong> história recente <strong>da</strong> <strong>Cerfundão</strong>. O facto é ain<strong>da</strong><br />

mais relevante se consi<strong>de</strong>rarmos as circunstâncias <strong>de</strong> redução <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cereja <strong>da</strong><br />

região próxima dos 30%. Tratou-se <strong>de</strong> um crescimento <strong>de</strong> 18,4% em relação a 2011<br />

e <strong>de</strong> 21,1% em relação a 2009 os anos anteriores com maior receção <strong>de</strong> cereja.<br />

400.000<br />

350.000<br />

300.000<br />

250.000<br />

200.000<br />

150.000<br />

100.000<br />

50.000<br />

-<br />

kg<br />

87.086 79.876<br />

248.003<br />

305.842<br />

191.666<br />

312.928<br />

370.429<br />

2006 2007 2008 2009 2010 2011 <strong>2012</strong><br />

Figura 1 – Evolução <strong>da</strong> receção global <strong>de</strong> cereja <strong>da</strong> <strong>Cerfundão</strong>.<br />

A campanha <strong>de</strong> cereja <strong>de</strong> <strong>2012</strong> ficou marca<strong>da</strong> por um início bastante tardio com<br />

a receção <strong>de</strong> cereja a iniciar-se no final <strong>da</strong> 3ª semana <strong>de</strong> Maio no dia 14. No primeiro<br />

mês <strong>de</strong> campanha registou-se uma entrega <strong>de</strong> cerejas próxima dos 17,5% com um<br />

volume a ron<strong>da</strong>r as 64,7 tonela<strong>da</strong>s. O comportamento <strong>da</strong>s entra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> cereja registou<br />

uma eleva<strong>da</strong> concentração no mês <strong>de</strong> Junho com uma quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 249,9 tonela<strong>da</strong>s<br />

correspon<strong>de</strong>ndo a 67,5% <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cereja labora<strong>da</strong>. No mês <strong>de</strong> Julho verificou-se<br />

um <strong>de</strong>créscimo nas entregas com uma prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> 15,0%, inferior ao registado<br />

nos últimos dois meses. É <strong>de</strong> assinalar mais uma vez, uma forte tendência <strong>de</strong><br />

encurtamento do período <strong>de</strong> campanha, claramente visível, nas Figura 3 e 4 quando<br />

forem analisa<strong>da</strong>s as evoluções anuais e mensais <strong>da</strong>s receções <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 2006. Esta<br />

excessiva concentração acarreta constrangimentos sérios na comercialização <strong>da</strong> cereja<br />

aten<strong>de</strong>ndo à limitação atual <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento.<br />

4


100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

-<br />

kg<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

- - 3.664<br />

36.297 33.068<br />

38.381<br />

66.171<br />

85.254<br />

59.174<br />

28.139<br />

14.840<br />

1ª Maio 2ª Maio 3ª Maio 4ª Maio 1ª Junho 2ª Junho 3ª Junho 4ª Junho 1ª Julho 2ª Julho 3ª Julho 4ª Julho 5ª Julho<br />

Figura 2 – Evolução <strong>da</strong>s entregas <strong>de</strong> cereja na <strong>Cerfundão</strong> no <strong>de</strong>correr do ano <strong>de</strong> <strong>2012</strong>.<br />

Analisando a evolução <strong>da</strong> receção <strong>da</strong> cereja nas últimas campanhas verificamos<br />

uma tendência <strong>de</strong> concentração <strong>da</strong> maturação <strong>da</strong> cereja no mês <strong>de</strong> Junho sendo<br />

extremamente prejudicial em termos comerciais <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>da</strong> relação entre<br />

a oferta e a procura. Na Figura 3 torna-se evi<strong>de</strong>nte, os picos <strong>de</strong> campanha posicionados<br />

na 2ª (2009), 3ª (2010 e 2011) e 4ª semana <strong>de</strong> Junho (<strong>2012</strong>). A campanha <strong>de</strong> 2009 foi a<br />

que apresentou o início mais precoce e com o mês <strong>de</strong> Maio mais representativo<br />

enquanto a última campanha superou to<strong>da</strong>s as outras quer em volume recebido quer na<br />

concentração <strong>da</strong> receção <strong>de</strong> cereja no mês <strong>de</strong> Junho.<br />

kg<br />

100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

-<br />

1ª Maio 2ª Maio 3ª Maio 4ª Maio 1ª J unho 2ª J unho 3ª J unho 4ª J unho 1ª J ulho 2ª J ulho 3ª J ulho 4ª J ulho 5ª J ulho<br />

2006 2007 2008 2009 2010 2011 <strong>2012</strong><br />

Figura 3 – Evolução <strong>da</strong>s entregas <strong>de</strong> cereja na <strong>Cerfundão</strong> nas últimas campanhas.<br />

5.441<br />

5<br />

-


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

Observando quantitativamente o <strong>de</strong>senvolvimento mensal <strong>da</strong>s entregas <strong>de</strong> cereja<br />

na <strong>Cerfundão</strong> constatamos que o mês <strong>de</strong> Junho é <strong>de</strong> longe o mais representativo com<br />

valores bem acima dos 60% <strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância e com o valor máximo a ser alcançado<br />

na última campanha registando quase 250 tonela<strong>da</strong>s (mais 34,1 tonela<strong>da</strong>s que em 2011)<br />

correspon<strong>de</strong>ndo a um crescimento <strong>de</strong> 15,8%. O mês <strong>de</strong> Maio foi praticamente<br />

equivalente em relação a 2011 enquanto o mês <strong>de</strong> Julho registou um crescimento <strong>de</strong><br />

23,4 tonela<strong>da</strong>s correspon<strong>de</strong>ndo a mais 72,4%, pautando-se como o 2º mês <strong>de</strong> Julho com<br />

maior receção <strong>de</strong> cereja superado apenas pelas 70,1 tonela<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 2008.<br />

300.000<br />

250.000<br />

200.000<br />

150.000<br />

100.000<br />

50.000<br />

-<br />

kg<br />

129.460<br />

64.692<br />

249.961<br />

215.796<br />

70.711<br />

Maio J unho J ulho<br />

2006 2007 2008 2009 2010 2011 <strong>2012</strong><br />

Figura 4 – Evolução <strong>da</strong> receção mensal nas últimas campanhas.<br />

55.776<br />

A campanha <strong>de</strong> <strong>2012</strong> pautou-se por um início bastante tardio fruto <strong>da</strong>s condições<br />

climáticas que se verificaram ao longo do ciclo vegetativo <strong>da</strong> cerejeira e a sua influência<br />

na evolução fenológica <strong>da</strong> cultura. A quebra regional <strong>de</strong> cereja foi aproxima<strong>da</strong>mente <strong>de</strong><br />

30%, fruto <strong>da</strong>s condições climáticas (temperaturas baixas) que se verificaram no<br />

período <strong>de</strong> floração e vingamento <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s intermédias e tardias. No entanto, a<br />

<strong>Cerfundão</strong> conseguiu superar o valor máximo <strong>de</strong> receção alcançado em 2011 crescendo<br />

cerca <strong>de</strong> 18,4%, atingindo um novo máximo histórico <strong>de</strong> 370 tonela<strong>da</strong>s.<br />

A concentração <strong>da</strong> receção <strong>de</strong> cereja no mês <strong>de</strong> Junho (média <strong>de</strong><br />

representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> próxima dos 65%) é ca<strong>da</strong> vez mais notória, fruto <strong>da</strong> introdução <strong>de</strong><br />

novas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mas principalmente <strong>da</strong>s condições climáticas que se têm sentido nas<br />

últimas campanhas. Este fenómeno é extremamente prejudicial para a comercialização<br />

do fruto uma vez que implica um <strong>de</strong>sequilíbrio forte do lado <strong>da</strong> oferta com a respetiva<br />

repercussão no preço <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>. Este fator aliado à fraca capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação e<br />

6


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

armazenamento torna a comercialização <strong>da</strong> cereja uma tarefa bastante complica<strong>da</strong><br />

alcançando-se margens extremamente diminutas nesse período <strong>da</strong> campanha.<br />

É também essencial programar as entregas ao longo do ciclo <strong>de</strong> maturação <strong>da</strong><br />

cereja para se conseguir alcançar contratos programa com clientes externos que<br />

adquirem quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> diárias <strong>de</strong> cereja eleva<strong>da</strong>s (acima <strong>da</strong>s 15 tonela<strong>da</strong>s/dia) e evitar a<br />

excessiva concentração <strong>de</strong> volume no <strong>de</strong>correr do mês <strong>de</strong> Junho.<br />

2.2 – Caracterização dos sócios <strong>da</strong> Cercobe<br />

Analisando os <strong>da</strong>dos que constam no Quadro 1 verificamos uma gran<strong>de</strong><br />

representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cereja certifica<strong>da</strong> quer em Globalgap quer em Produção Integra<strong>da</strong><br />

próximas dos 50% e 64,2%, respetivamente. De realçar, também, as médias entregues<br />

por sócio com os produtores em Globalgap a entregarem cerca <strong>de</strong> 20,6 tonela<strong>da</strong>s<br />

contrastando com os não certificados com 2,2 tonela<strong>da</strong>s.<br />

Outro <strong>da</strong>do importante a sublinhar é a eleva<strong>da</strong> prepon<strong>de</strong>rância em volume dos<br />

produtores a entregar em média mais <strong>de</strong> 3 tonela<strong>da</strong>s com um valor muito próximo dos<br />

84,5% e com médias <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> 9,2 tonela<strong>da</strong>s por sócio. A média global <strong>de</strong> entrega<br />

dos sócios foi <strong>de</strong> 3,94 tonela<strong>da</strong>s.<br />

Quadro 1 – Caracterização dos sócios <strong>da</strong> Cercobe que entregam cereja.<br />

Nº SÓCIOS % <strong>2012</strong> (kg) % Média <strong>2012</strong> (kg)<br />

Globalgap 9 9,57 185.228,50 50,00 20.580,94<br />

Prod. Integra<strong>da</strong> 25 26,60 237.660,00 64,16 9.506,40<br />

Não Certif. 60 63,83 132.769,38 35,84 2.212,82<br />

Prod. > 3 ton. 34 36,17 312.928,00 84,48 9.203,76<br />

Prod. < 3 ton. 60 63,83 57.501,38 15,52 958,36<br />

Total 94 100,00 370.429,38 100,00 3.940,74<br />

Comparando a evolução <strong>da</strong> distribuição dos produtores certificados <strong>da</strong> Cercobe<br />

nos últimos anos bem como a dimensão média <strong>de</strong> todos os sócios e a consequente<br />

representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> verifica-se um aumento substancial <strong>da</strong> importância <strong>da</strong> cereja<br />

certifica<strong>da</strong> bem como dos produtores <strong>de</strong> maior dimensão. Relativamente aos produtores<br />

em Globalgap temos um crescimento <strong>de</strong> 46,9 ton. (+33,9%) em relação a 2011 o mesmo<br />

acontecendo nos sócios em Produção Integra<strong>da</strong> com um acréscimo <strong>de</strong> 53,9 ton.<br />

(+29,3%) bem como nos sócios <strong>de</strong> maior dimensão, com entregas superiores a 3 ton.,<br />

7


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

com um incremento <strong>de</strong> 78 tonela<strong>da</strong>s (+33,2%). Des<strong>de</strong> 2008 a cereja em Produção<br />

Integra<strong>da</strong> cresceu em volume mais 139,5% (+138,4 tonela<strong>da</strong>s) e em termos <strong>de</strong><br />

prepon<strong>de</strong>rância 24,2%, enquanto a cereja em Globalgap aumentou quantitativamente<br />

173,2% (+117,4 tonela<strong>da</strong>s) e em termos representativos 22,6%.<br />

Os valores médios <strong>de</strong> entregas também subiram com os sócios em Globalgap a<br />

entregarem mais 3,3 tonela<strong>da</strong>s (+19,1%) em comparação com 2011 o mesmo suce<strong>de</strong>ndo<br />

na Produção Integra<strong>da</strong> com mais 1,9 tonela<strong>da</strong>s por sócio (+25,0%). No caso dos<br />

maiores produtores verificou-se um crescimento <strong>de</strong> 13,5% com estes a entregarem mais<br />

1,1 tonela<strong>da</strong>s em comparação com o ano transato. A média global <strong>de</strong> entrega dos sócios<br />

cresceu 30,0% (+900kg) comparando com o anterior máximo <strong>de</strong> 2011.<br />

350.000<br />

300.000<br />

250.000<br />

200.000<br />

150.000<br />

100.000<br />

50.000<br />

-<br />

kg<br />

138.313<br />

185.229<br />

183.740<br />

237.660<br />

234.979<br />

312.928<br />

Globalgap Prod. Integr. Não Certif. Prod. > 3 ton. Prod. < 3 ton.<br />

2008 2009 2010 2011 <strong>2012</strong><br />

Média 2008 Média 2009 Média 2010 Média 2011 Média <strong>2012</strong><br />

Figura 5 – Evolução <strong>da</strong> distribuição dos sócios <strong>da</strong> Cercobe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008.<br />

A <strong>Cerfundão</strong> nos últimos anos tem vindo a <strong>de</strong>senvolver um esforço significativo<br />

na tentativa <strong>de</strong> promover e incrementar as quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> cereja certifica<strong>da</strong> com o<br />

principal objetivo <strong>de</strong> satisfazer as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e exigências dos seus principais clientes.<br />

Pela análise dos <strong>da</strong>dos evi<strong>de</strong>nciados no Quadro 1 e principalmente na Figura 5<br />

verificamos que a resposta <strong>da</strong> produção tem sido bastante significativa com os<br />

produtores certificados a entregarem perto <strong>de</strong> 65% do volume <strong>de</strong> cereja laborado pela<br />

empresa. Trata-se, claramente, <strong>de</strong> uma resposta <strong>da</strong> produção às fortes exigências dos<br />

mercados relaciona<strong>da</strong>s com a temática <strong>da</strong> higiene e segurança alimentar. Os<br />

consumidores procuram ca<strong>da</strong> vez mais produtos agrícolas <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> com preço<br />

competitivo e seguros do ponto <strong>de</strong> vista alimentar.<br />

kg/sócio<br />

25.000<br />

20.000<br />

15.000<br />

10.000<br />

5.000<br />

-<br />

8


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

É também importante realçar a evolução dos produtores <strong>de</strong> maior dimensão na<br />

respetiva representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> no volume <strong>de</strong> cereja laborado, constatando-se uma<br />

evolução crescente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 atingindo o máximo histórico nesta última campanha<br />

com uma prepon<strong>de</strong>rância próxima <strong>de</strong> 85%. Esta evolução é explica<strong>da</strong> pelo aumento <strong>da</strong><br />

competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> nos mercados relaciona<strong>da</strong> com a maior globalização <strong>da</strong><br />

comercialização e as consequentes exigências na certificação, na normalização e<br />

calibragem <strong>da</strong> cereja. Também interligado com este fenómeno encontra-se uma redução<br />

<strong>da</strong>s margens <strong>de</strong> comercialização e uma diminuição progressiva <strong>da</strong> rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

económica <strong>da</strong>s explorações agrícolas aten<strong>de</strong>ndo também ao aumento vertiginoso dos<br />

custos <strong>de</strong> produção relacionados principalmente com os factores <strong>de</strong> produção e os<br />

respetivos consumíveis utilizados nas operações culturais.<br />

Assim sendo, torna-se imperial aumentar a produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e reduzir os custos <strong>de</strong><br />

produção só alcançável por uma maximização e optimização dos recursos disponíveis.<br />

Nesse sentido, as explorações <strong>de</strong> maior dimensão são as menos afecta<strong>da</strong>s através <strong>da</strong><br />

consequente diluição dos custos fixos e uma melhor capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rentabilizar os<br />

recursos existentes.<br />

2.3 – Caracterização <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Relativamente à distribuição varietal temos a realçar a prepon<strong>de</strong>rância <strong>da</strong><br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> ‘Saco’ com 21,8% segui<strong>da</strong> <strong>da</strong> ‘Burlat’, <strong>da</strong> ‘Sweetheart’ e <strong>da</strong> ‘Maring’ com<br />

12,9%, 10,9% e 10,0%, respetivamente.<br />

Nas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s tardias a ‘Sweetheart’ é merecedora <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque ganhando ca<strong>da</strong><br />

vez mais importância no volume <strong>de</strong> cultivares labora<strong>da</strong>s na <strong>Cerfundão</strong> encontrando-se<br />

em 3º lugar. Convém realçar a presença <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s como a ‘Earlise’ e a ‘Satin’ que<br />

têm vindo a crescer <strong>de</strong> forma significativa no universo <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s produzi<strong>da</strong>s na<br />

região.<br />

No aspeto quantitativo a cultivar ‘Saco’ foi a mais prepon<strong>de</strong>rante com um<br />

volume <strong>de</strong> receção próximo <strong>de</strong> 80,6 tonela<strong>da</strong>s sendo segui<strong>da</strong> pela ‘Burlat’ e pela<br />

‘Sweetheart’ com 47,6 ton. e 40,4 tonela<strong>da</strong>s, respetivamente. As varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s intermédias<br />

juntas (‘Maring’, ‘Summit’, ‘Sunburst’ e ‘Satin’) alcançaram 93,9 tonela<strong>da</strong>s com uma<br />

representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 25,4%. É importante <strong>de</strong> salientar a relevância crescente <strong>da</strong><br />

‘Earlise’ (24,4 tonela<strong>da</strong>s) nas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s precoces on<strong>de</strong> alcançou este ano cerca <strong>de</strong><br />

meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> recebi<strong>da</strong> <strong>de</strong> ‘Burlat’ a cultivar mais dominante nesta fase.<br />

9


90.000<br />

80.000<br />

70.000<br />

60.000<br />

50.000<br />

40.000<br />

30.000<br />

20.000<br />

10.000<br />

-<br />

kg<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

18.149<br />

Brooks<br />

47.650<br />

Burlat<br />

9.003<br />

Cristalina<br />

24.384<br />

Earlise<br />

2.137 9.552<br />

Garnet<br />

Lapins<br />

37.141<br />

Maring<br />

80.663<br />

Saco<br />

40.388<br />

28.737<br />

24.344<br />

17.472<br />

10.654<br />

10.342<br />

Satin<br />

Summit<br />

Figura 6 – Distribuição <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> campanha <strong>de</strong> <strong>2012</strong>.<br />

Sunburst<br />

Sweetheart<br />

Relativamente ao comportamento evolutivo <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas últimas<br />

campanhas (Figura 7) verificamos que na cultivar mais importante, a ‘Saco’, as<br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>s recebi<strong>da</strong>s na presente campanha ficaram bastante aquém do máximo<br />

histórico <strong>de</strong> 2008 (119,0 ton.), com uma redução <strong>de</strong> 32,3% (- 38,4 tonela<strong>da</strong>s), e abaixo<br />

do valor do ano transato (110,6 ton.) com menos 27,1%. O mesmo suce<strong>de</strong>u com a<br />

cultivar precoce mais representativa, a ‘Burlat’, que diminuiu 23,9% (-15,0 ton.)<br />

comparando com o máximo <strong>de</strong> 2009. Esta diminuição foi provoca<strong>da</strong>, em particular na<br />

cultivar ‘Saco’, pelo aumento súbito <strong>da</strong> temperatura média no período <strong>de</strong> colheita<br />

ocasionando estragos consi<strong>de</strong>ráveis por escaldão e <strong>de</strong>sidratação enquanto na varie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

‘Burlat’ foram as temperaturas baixas no período floral que inviabilizaram o i<strong>de</strong>al<br />

vingamento.<br />

A assinalar pela positiva temos o elevado crescimento <strong>da</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> tardia<br />

‘Sweetheart’ com um aumento <strong>da</strong> sua representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 149% (+24,2 tonela<strong>da</strong>s)<br />

comparando com o anterior máximo <strong>de</strong> 2011 <strong>de</strong> 16,2 tonela<strong>da</strong>s.<br />

140.000<br />

120.000<br />

100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

-<br />

kg<br />

B ro ok s<br />

62.577<br />

B ur la t<br />

C ris ta lin a<br />

E a rlis e<br />

24.384<br />

G a r ne t<br />

L a pin s<br />

Ma rin g<br />

119.017<br />

110.659<br />

37.141<br />

S a c o<br />

80.663<br />

S um m it<br />

S un b u rs t<br />

S we e th e a rt<br />

2008 2009 2010 2011 <strong>2012</strong><br />

Figura 7 – Evolução <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a campanha <strong>de</strong> 2008.<br />

40.388<br />

T á v or a<br />

Van<br />

V a n<br />

Outras<br />

O u tra s<br />

10


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

Na distribuição e consequente evolução <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s labora<strong>da</strong>s na <strong>Cerfundão</strong><br />

temos a ressalvar a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cultivar regional ‘Saco’ e um ligeiro<br />

<strong>de</strong>créscimo <strong>da</strong> receção <strong>da</strong> ‘Burlat’ contrastando com o aumento significativo <strong>da</strong> cultivar<br />

‘Earlise’.<br />

Convém assinalar o aumento <strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong> novas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s com<br />

elevado potencial qualitativo e produtivo como é exemplo a ‘Cristalina’, a ‘Santina’, a<br />

‘Satin’ e principalmente a ‘Sweetheart’ com um crescimento bastante importante nos<br />

últimos anos.<br />

A renovação varietal dos pomares acompanha<strong>da</strong> pela substituição dos porta-<br />

enxertos antigos tem vindo a acentuar-se indo em busca <strong>de</strong> melhores calibres, maior<br />

dureza e melhores produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> forma a rentabilizar economicamente o cerejal.<br />

Com o aumento substancial dos custos <strong>de</strong> produção torna-se essencial aumentar as<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> produção e a eficiência <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra na colheita <strong>de</strong><br />

maneira a conseguir alguma margem que permita um crescimento sustentável <strong>da</strong><br />

ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

As extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> campanha são propícias ao acréscimo <strong>de</strong> valorização do<br />

preço médio <strong>da</strong> cereja <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>sequilíbrio entre a oferta e a procura. É essencial<br />

apostar em novas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s que apresentem uma época <strong>de</strong> maturação <strong>de</strong>sfasa<strong>da</strong> do<br />

pico <strong>de</strong> campanha.<br />

Analisando o mercado europeu <strong>de</strong> cereja e aten<strong>de</strong>ndo às características edáficas<br />

e climáticas <strong>da</strong> região verificamos que a aposta <strong>de</strong>verá incidir mais em varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

colheita precoce. Outro ponto importante a realçar <strong>de</strong>verá ser a entra<strong>da</strong> tardia <strong>da</strong> cereja<br />

<strong>da</strong> Turquia (última quinzena <strong>de</strong> Junho e princípios <strong>de</strong> Julho) uma vez que a sua<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> produtiva e a sua agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em preço não encontram qualquer<br />

concorrência nos mercados internacionais. Contudo, o mercado português é <strong>de</strong>ficitário<br />

em cereja e a aposta em varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s tardias também não <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>scora<strong>da</strong> uma vez que<br />

a partir do mês <strong>de</strong> Julho assiste-se a uma eleva<strong>da</strong> quebra na oferta <strong>de</strong> cereja colmata<strong>da</strong> a<br />

espaços por cereja espanhola <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> sendo bem valoriza<strong>da</strong>.<br />

Para o período intermédio é necessário apresentar varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> eleva<strong>da</strong><br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> nomea<strong>da</strong>mente ao nível do calibre e <strong>da</strong> consistência <strong>de</strong> forma a alcançar<br />

alguma valorização num período crítico <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> oferta <strong>de</strong>vido ao pico <strong>de</strong><br />

produção <strong>da</strong> cereja nacional e à agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> importação <strong>da</strong> cereja espanhola.<br />

11


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

A quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é sempre bem valoriza<strong>da</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do período <strong>de</strong><br />

campanha mas as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s são potenciadoras <strong>de</strong> acréscimos <strong>de</strong> remuneração.<br />

2.4 – Distribuição <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre<br />

Na campanha <strong>de</strong> <strong>2012</strong> a Classe <strong>de</strong> Calibre 24+ foi a que apresentou maior<br />

prepon<strong>de</strong>rância com 42,9% (159,3 ton.) sendo imediatamente segui<strong>da</strong> pelo Calibre 26+<br />

com 40,5% (150,1 ton.) e pelo Calibre 22+ com 15,2% (56,5 tonela<strong>da</strong>s).<br />

Nesta campanha a <strong>Cerfundão</strong> incluiu mais uma Classe <strong>de</strong> Calibre na receção, o<br />

28+, aten<strong>de</strong>ndo ao aumento consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> novas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s indutoras <strong>de</strong> bons<br />

diâmetros acompanhando a própria tendência dos mercados em busca <strong>da</strong> melhor<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Esta gama <strong>de</strong> diâmetro apresentou uma importância diminuta próxima dos<br />

1,2% (4,5 tonela<strong>da</strong>s).<br />

180.000<br />

160.000<br />

140.000<br />

120.000<br />

100.000<br />

80.000<br />

60.000<br />

40.000<br />

20.000<br />

-<br />

kg<br />

56.465<br />

159.344<br />

150.138<br />

4.482<br />

22+ 24+ 26+ 28+<br />

Figura 8 – Distribuição <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre na presente campanha.<br />

Acompanhando a evolução <strong>da</strong>s Classes <strong>de</strong> Calibre labora<strong>da</strong>s na <strong>Cerfundão</strong><br />

observa-se uma clara tendência <strong>de</strong> melhoria nos diâmetros <strong>de</strong> cereja trabalhados uma<br />

vez que a Classe <strong>de</strong> Calibre 26+ tem <strong>de</strong>monstrado um contínuo crescimento quantitativo<br />

alcançando o máximo no presente ano com 150,1 tonela<strong>da</strong>s. A própria Classe <strong>de</strong> Calibre<br />

22+ tem evi<strong>de</strong>nciado uma diminuição progressiva ao longo <strong>da</strong>s últimas campanhas<br />

registando o valor mais baixo em <strong>2012</strong>. Quanto ao Calibre 24+ a sua distribuição tem<br />

sido irregular tendo alcançado o valor máximo no ano <strong>de</strong> 2009 com 176,6 tonela<strong>da</strong>s.<br />

12


200.000<br />

150.000<br />

100.000<br />

50.000<br />

-<br />

kg<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

-<br />

84.178 81.073<br />

176.624<br />

159.344<br />

150.138<br />

129.735<br />

17-21 22+ 24+ 26+ 28+<br />

2008 2009 2010 2011 <strong>2012</strong><br />

Figura 9 – Evolução <strong>da</strong> distribuição <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008.<br />

Ao longo <strong>da</strong>s últimas campanhas tem sido notório a evolução extremamente<br />

positiva <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cereja recebi<strong>da</strong> na <strong>Cerfundão</strong>. O Calibre 26+ alcançou o<br />

máximo quantitativo enquanto o Calibre 22+ tem <strong>de</strong>notado uma evolução gradual<br />

negativa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008. O caminho a trilhar pela produção tem <strong>de</strong> ser claramente este, ou<br />

seja, apostar em varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, porta-enxertos e técnicas culturais indutoras <strong>de</strong> boas<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s com bons calibres uma vez que a competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mercados é ca<strong>da</strong><br />

vez mais acentua<strong>da</strong> e a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é sempre melhor remunera<strong>da</strong> seja em anos <strong>de</strong><br />

equilíbrio ou não entre a oferta e a procura.<br />

2.5 – Distribuição <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre nas respectivas cultivares<br />

Através <strong>da</strong> análise <strong>da</strong> Figura 10 visualizamos uma eleva<strong>da</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

Classe <strong>de</strong> Calibre 26+ na generali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais importantes em volume<br />

on<strong>de</strong> realçamos a ‘Summit’ com 72,4% e a ‘Bigalise’ com 63,6%.<br />

Quanto ao Calibre 24+ merece <strong>de</strong>staque a ‘Saco’ com uma prepon<strong>de</strong>rância <strong>de</strong><br />

63,3%, a ‘Maring’ com 52,7% e a ‘Burlat’ com 50,7%.<br />

No Calibre 22+ sublinhamos as varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ‘Burlat’, ‘Saco’ e ‘Van’ como as<br />

mais significativas e com menor índice <strong>de</strong> calibre <strong>de</strong> uma forma global alcançando<br />

valores próximos dos 21,8% e 16,8%, respetivamente.<br />

4.482<br />

13


%<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

-<br />

63,63<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

50,69<br />

21,75<br />

14,48<br />

- 2,78 - -<br />

63,32<br />

52,72<br />

72,37<br />

16,88 16,43 16,82<br />

8,05<br />

B ig a lis e<br />

B ro ok s<br />

B ur la t<br />

C ris ta lin a<br />

E a rlis e<br />

G a r ne t<br />

L a pin s<br />

Ma rin g<br />

S a c o<br />

S a tin<br />

S um m it<br />

S un b u rs t<br />

S we e th e a rt<br />

V a n<br />

O u tra s<br />

22+ 24+ 26+ 28+<br />

Figura 10 – Representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s classes <strong>de</strong> calibre nas respectivas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

O Calibre e a Dureza são as duas principais características físicas <strong>de</strong> avaliação<br />

comercial <strong>da</strong> cereja sendo essenciais para a sua valorização. Os produtores quando<br />

planeiam os seus investimentos com vista à mo<strong>de</strong>rnização dos seus pomares <strong>de</strong>vem<br />

selecionar as varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais competitivas <strong>de</strong> forma a rentabilizarem <strong>da</strong> melhor<br />

maneira a sua ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola. Os principais critérios <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong>verão incidir sobre<br />

estas duas componentes bem como a sua a<strong>da</strong>ptação e<strong>da</strong>fo-climática, o seu período <strong>de</strong><br />

colheita, a sua produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e a regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção. São as pequenas diferenças<br />

que por vezes <strong>de</strong>terminam o sucesso ou o fracasso económico e financeiro <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

2.6 – Valorização <strong>da</strong> cereja<br />

No que concerne à valorização <strong>da</strong> cereja aos sócios <strong>da</strong> Cercobe com base nas<br />

Classes <strong>de</strong> Calibre <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>, verificamos que o Calibre 26+ variou entre os<br />

2,50€/kg e os 1,70€/kg, o Calibre 24+ intervalou entre os 2,00€/kg e o 1,20€/kg<br />

enquanto o Calibre 22+ ficou entre o 1,50€/kg e os 0,50€/kg (Figura 11).<br />

Como seria <strong>de</strong> esperar as extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> campanha possibilitam a atribuição <strong>de</strong><br />

melhores valorizações aos sócios do que propriamente o pico <strong>de</strong> campanha que neste<br />

ano se situou na 3ª e 4ª semana <strong>de</strong> Junho. É <strong>de</strong> fulcral importância a distribuição regular<br />

<strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s nos pomares <strong>de</strong> forma a evitar a excessiva concentração <strong>da</strong> maturação<br />

em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s fases do ciclo vegetativo.<br />

14


3,00<br />

2,50<br />

2,00<br />

1,50<br />

1,00<br />

0,50<br />

-<br />

€/kg<br />

- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

Calibre 22+ Calibre 24+ Calibre 26+<br />

Figura 11 – Variação <strong>da</strong> valorização <strong>da</strong> cereja paga aos sócios <strong>da</strong> Cercobe em <strong>2012</strong>.<br />

Na vertente <strong>da</strong> oferta esta campanha pautou-se por algumas quebras <strong>de</strong> produção<br />

nos pomares situados a quotas mais baixas bem como por estragos significativos nas<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s precoces nas explorações a Sul <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Gardunha. Mais uma vez<br />

verificou-se uma forte concentração <strong>da</strong> produção regional no mês <strong>de</strong> Junho que<br />

<strong>de</strong>sequilibrou a oferta em relação à procura. A cereja “supostamente” proveniente <strong>da</strong><br />

região <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong> tem também penalizado o mercado nacional provocando excessos <strong>de</strong><br />

oferta em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s fases <strong>da</strong> campanha, principalmente coinci<strong>de</strong>ntes com o pico <strong>de</strong><br />

campanha na região <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira. No mercado internacional a Espanha apresentou<br />

algumas quebras <strong>de</strong> produção nas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s precoces e intermédias o que facilitou,<br />

inicialmente, a Exportação <strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s como a ‘Burlat’, a ‘Earlise’, a ‘Brooks’, a<br />

‘Bigalise’ e a ‘Garnet’. O mesmo não se passou com as varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s semi-tardias e<br />

tardias, que <strong>de</strong>vido à produção espanhola e principalmente à entra<strong>da</strong> precoce <strong>da</strong> cereja<br />

turca, saturou o mercado europeu nas últimas semanas <strong>de</strong> Junho o que constringiu a sua<br />

valorização e o consequente escoamento.<br />

Do lado <strong>da</strong> procura tem-se observado quebras significativas no consumo <strong>da</strong>s<br />

famílias aten<strong>de</strong>ndo à crise económica e financeira em Portugal e no resto <strong>da</strong> Europa que<br />

acarreta fortes restrições orçamentais e por consequência fortes contrações no consumo.<br />

Tendo em consi<strong>de</strong>ração todos estes factores e tendo por base as variações <strong>de</strong><br />

preços dos anos anteriores, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar os valores <strong>de</strong>ste ano foram bastante<br />

interessantes entrando em linha <strong>de</strong> conta com os preços médios base para as 3 classes <strong>de</strong><br />

calibres terem sido superiores aos verificados no ano anterior.<br />

15


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

2.7 – Comercialização<br />

Tal como foi referido anteriormente, a comercialização <strong>da</strong> cereja em <strong>2012</strong><br />

apresentou alguns constrangimentos no <strong>de</strong>correr do mês <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong>vido ao início<br />

tardio <strong>da</strong> campanha (3ª semana <strong>de</strong> Maio) e à consequente excessiva concentração <strong>da</strong><br />

produção. O <strong>de</strong>sequilíbrio entre a oferta e a procura foi notório mesmo no mercado<br />

europeu com a cereja turca a penalizar a valorização.<br />

Assim sendo, a Gran<strong>de</strong> Distribuição foi o cliente com maior representativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

na comercialização alcançando um valor <strong>de</strong> 214,8 ton. (58,0%) sendo segui<strong>da</strong> pelos<br />

Grossistas com 79,3 ton. (21,4%) e outros clientes (Diversos), on<strong>de</strong> incluímos<br />

campanhas e parcerias comerciais com empresas priva<strong>da</strong>s bem como ven<strong>da</strong>s diretas em<br />

feiras temáticas, com 35,7 ton. (9,6%), respetivamente.<br />

A Exportação para países como a Holan<strong>da</strong>, a Finlândia, a Alemanha, o Brasil e a<br />

China, registou um valor percentual <strong>de</strong> 11,0% que correspon<strong>de</strong>u a 40,7 tonela<strong>da</strong>s. Trata-<br />

se <strong>de</strong> um valor interessante que é necessário aumentar aten<strong>de</strong>ndo à tendência do<br />

mercado nacional caraterizado por uma progressiva quebra no consumo e um aumento<br />

<strong>da</strong> área <strong>de</strong> produção na região.<br />

A sublinhar temos o valor muito reduzido <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s efetivas <strong>de</strong> cereja<br />

regista<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong> a campanha que representou cerca <strong>de</strong> 0,05% (192,0kg).<br />

Figura 12 – Principais clientes na campanha <strong>de</strong> <strong>2012</strong>.<br />

16


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

Observando o comportamento <strong>da</strong> comercialização <strong>da</strong> cereja (Figura 13)<br />

verificamos que os Grossistas foram dominantes até ao ano <strong>de</strong> 2007 sendo substituídos<br />

pela Gran<strong>de</strong> Distribuição a partir <strong>de</strong> 2008. O valor percentual máximo foi alcançado no<br />

ano 2007 com uma expressão <strong>de</strong> 79,4%, mas a partir <strong>de</strong> 2008 a sua prepon<strong>de</strong>rância<br />

diminuiu significativamente registando valores entre os 30 e 40% com o mínimo <strong>de</strong><br />

21,4% a verificar-se na presente campanha.<br />

A partir <strong>de</strong> 2008 a Gran<strong>de</strong> Distribuição tornou-se dominante com valores <strong>de</strong><br />

60,2% em 2008 e 63,0% em 2011. Em <strong>2012</strong> voltou a <strong>de</strong>stacar-se com 58,0% mas com<br />

uma <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 5% ocasiona<strong>da</strong> pelo aumento <strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância<br />

<strong>da</strong> Exportação no volume <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s. Esta última obteve o valor mais elevado no ano <strong>de</strong><br />

2009 com uma representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> 11,1% tendo <strong>de</strong>crescido o ano <strong>de</strong> 2010 para 4,5%<br />

<strong>de</strong>vido à quebra <strong>de</strong> produção regional, enquanto em 2011 registou-se uma nova <strong>de</strong>sci<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>vido à forte perecibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cereja ocasiona<strong>da</strong> pelas condições climáticas que<br />

reduziram substancialmente a sua vi<strong>da</strong> útil pós-colheita. No ano <strong>de</strong> <strong>2012</strong> alcançou-se<br />

um novo máximo quantitativo com 40 tonela<strong>da</strong>s exporta<strong>da</strong>s nivelando em termos<br />

representativos com o valor registado em 2009 <strong>de</strong> 11,0%.<br />

No que concerne ao índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s registado nesta campanha verificou-se um<br />

valor global <strong>de</strong> 0,05% (o mais baixo <strong>de</strong> sempre) traduzindo-se numa <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> <strong>da</strong>s per<strong>da</strong>s<br />

em 806 kg (-79,7%) relativamente ao ano anterior resultante <strong>de</strong> uma melhor rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>da</strong> cereja labora<strong>da</strong> pela <strong>Cerfundão</strong> originando uma melhor vi<strong>da</strong> pós-colheita do produto<br />

final.<br />

90,00<br />

80,00<br />

70,00<br />

60,00<br />

50,00<br />

40,00<br />

30,00<br />

20,00<br />

10,00<br />

-<br />

%<br />

60,2<br />

63,0<br />

58,0<br />

64,6<br />

79,4<br />

44,1<br />

32,9<br />

21,4<br />

G ran<strong>de</strong> Dis tribuição G ros s is tas Divers os E x portação<br />

Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011 Ano <strong>2012</strong><br />

Figura 13 – Evolução <strong>da</strong> comercialização <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006.<br />

35,4<br />

9,6<br />

11,1<br />

11,0<br />

17


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

3 – Conclusões<br />

As condições climáticas verifica<strong>da</strong>s no período <strong>de</strong> floração foram prejudiciais<br />

para a ocorrência <strong>de</strong> bons vingamentos nas varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s intermédias e tardias verificando-<br />

se quebras significativas <strong>de</strong> produção nos pomares situados a cotas mais baixas. A<br />

precipitação ocorri<strong>da</strong> no início <strong>da</strong> campanha inviabilizou a colheita <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

precoces na região Sul <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Gardunha. Apesar <strong>de</strong>sses fatores adversos, a<br />

campanha <strong>de</strong> cereja <strong>de</strong> <strong>2012</strong> na <strong>Cerfundão</strong> foi pauta<strong>da</strong> por um novo aumento do volume<br />

<strong>de</strong> cereja laborado comparando com os anos anteriores.<br />

A concentração <strong>da</strong> receção <strong>de</strong> cereja no mês <strong>de</strong> Junho (cerca <strong>de</strong> 67,5%),<br />

verifica<strong>da</strong> nos últimos anos, tem sido extremamente prejudicial para a sua<br />

comercialização uma vez que implica um <strong>de</strong>sequilíbrio forte do lado <strong>da</strong> oferta com a<br />

respetiva repercussão no preço <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>. Este fator aliado à fraca capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conservação torna a comercialização <strong>da</strong> cereja uma tarefa bastante complica<strong>da</strong><br />

alcançando-se margens reduzi<strong>da</strong>s neste período <strong>de</strong> campanha.<br />

É importante <strong>de</strong> salientar a crescente representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cereja certifica<strong>da</strong><br />

quer em Globalgap quer em Produção Integra<strong>da</strong> próximas dos 50% (9 sócios) e 64,2%<br />

(25 sócios). Outro <strong>da</strong>do importante a sublinhar é a eleva<strong>da</strong> prepon<strong>de</strong>rância em volume<br />

dos produtores a entregar em média mais <strong>de</strong> 3 tonela<strong>da</strong>s com um valor muito próximo<br />

dos 84,5% sendo representados por apenas 34 associados.<br />

De realçar também o resultado alcançado pela representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> do Calibre 26+<br />

nos últimos anos revelando-se um crescente melhoramento qualitativo. A Classe <strong>de</strong><br />

Calibre é um parâmetro comercial crucial observando-se uma forte diminuição <strong>da</strong><br />

procura por calibres pequenos, o que tem ocasionado eleva<strong>da</strong>s quebras <strong>da</strong> respetiva<br />

valorização comercial não acontecendo o mesmo com os Calibre 24+ e 26+. Aliás, a<br />

principal concorrência internacional tem vindo a evi<strong>de</strong>nciar uma forte pressão na oferta<br />

quantitativa <strong>de</strong> outras Classes <strong>de</strong> Calibre superiores, nomea<strong>da</strong>mente o 28+ e o 30+.<br />

Em termos comerciais temos a registar o aumento substancial <strong>da</strong> prepon<strong>de</strong>rância<br />

<strong>da</strong> Exportação em comparação com a campanha anterior e o respetivo aumento do leque<br />

<strong>de</strong> clientes com repercussões nas representativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Gran<strong>de</strong> Distribuição e dos<br />

Grossistas no volume <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s global.<br />

18


- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

3.1 – Aspectos positivos<br />

- O aumento do volume <strong>de</strong> cereja recebi<strong>da</strong> em <strong>2012</strong> mais 57,5 tonela<strong>da</strong>s (+18,4%) em<br />

relação a 2011 e mais 122 tonela<strong>da</strong>s (+49,3%) comparando com 2008;<br />

- O aumento <strong>da</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> cereja certifica<strong>da</strong> em Produção Integra<strong>da</strong> que em<br />

<strong>2012</strong> correspon<strong>de</strong>u a 64,5% crescendo 53,9 tonela<strong>da</strong>s em relação a 2011. Des<strong>de</strong> 2008<br />

cresceu em volume mais 139,5% (+138,4 tonela<strong>da</strong>s) e em termos <strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância<br />

24,2%;<br />

- A cereja certifica<strong>da</strong> em Globalgap cresceu 33,9% (+46,9 ton.) em relação a 2011.<br />

Des<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 2008 a cereja em Globalgap aumentou quantitativamente 173,2%<br />

(+117,4 tonela<strong>da</strong>s) e em termos representativos 22,6%;<br />

- Os sócios <strong>de</strong> maior dimensão, com entregas superiores a 3 ton., apresentaram um<br />

incremento <strong>de</strong> +78 tonela<strong>da</strong>s (+33,2%) em relação ao ano transato. Des<strong>de</strong> 2008 a cereja<br />

proveniente dos produtores <strong>de</strong> maior dimensão cresceu 164,4 tonela<strong>da</strong>s (+110,7%) e em<br />

termos <strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>rância no universo <strong>de</strong> cereja trabalha<strong>da</strong> 24,6%;<br />

- A média global <strong>de</strong> entrega dos sócios <strong>da</strong> Cercobe foi <strong>de</strong> 3,94 tonela<strong>da</strong>s crescendo<br />

30,0% (+900kg) comparando com o anterior máximo <strong>de</strong> 2011;<br />

- A varie<strong>da</strong><strong>de</strong> ‘Saco’ alcançou um valor global <strong>de</strong> 80,6 tonela<strong>da</strong>s (21,8%) segui<strong>da</strong> pela<br />

‘Burlat’, a ‘Sweetheart’ e a ‘Maring’ com 12,9%, 10,9% e 10,0%, respetivamente. A<br />

cultivar tardia ‘Sweetheart’ registou um crescimento <strong>de</strong> 149% (+24,2 tonela<strong>da</strong>s)<br />

comparando com o anterior máximo <strong>de</strong> 2011 <strong>de</strong> 16,2 tonela<strong>da</strong>s tornando-se a 3ª<br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> mais importante;<br />

- O Calibre 26+ cresceu quantitativamente 15,7% (+20,4 ton.) em relação ao anterior<br />

máximo <strong>de</strong> 2011. O calibre 22+ diminui em volume cerca <strong>de</strong> 27,7 ton. (-32,9%) em<br />

relação ao anterior máximo <strong>de</strong> 2008;<br />

- A Classe <strong>de</strong> Calibre 22+ tem evi<strong>de</strong>nciado uma diminuição progressiva ao longo <strong>da</strong>s<br />

últimas campanhas registando o valor mais baixo em <strong>2012</strong>;<br />

- No ano <strong>de</strong> <strong>2012</strong> alcançou-se um novo máximo quantitativo com mais <strong>de</strong> 40 tonela<strong>da</strong>s<br />

exporta<strong>da</strong>s nivelando em termos percentuais com o valor registado em 2009 <strong>de</strong> 11,0%;<br />

- O índice <strong>de</strong> per<strong>da</strong>s registado nesta campanha foi <strong>de</strong> 0,05% (192 kg), o mais baixo <strong>de</strong><br />

sempre, traduzindo-se numa <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> <strong>de</strong> 806 kg (-79,7%) relativamente ao ano anterior.<br />

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- Embalamento e Comercialização <strong>de</strong> <strong>Cereja</strong>s <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira, L<strong>da</strong>.<br />

3.2 – Aspectos negativos<br />

- A eleva<strong>da</strong> concentração <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> cereja no mês <strong>de</strong> Junho representando mais <strong>de</strong><br />

65% do total <strong>da</strong> laboração;<br />

- Cerca <strong>de</strong> 73,4% dos sócios <strong>da</strong> Cercobe que entregam cereja não estão certificados<br />

representando, no entanto, apenas 35,8% do volume global;<br />

- Os pequenos produtores têm registado uma trajectória <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009<br />

totalizando um <strong>de</strong>créscimo quantitativo <strong>de</strong> 44,9% (-46,8 ton.) o que em termos <strong>de</strong><br />

representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> a uma <strong>de</strong>sci<strong>da</strong> percentual <strong>de</strong> 23,5%;<br />

- A excessiva concentração <strong>da</strong> comercialização na Gran<strong>de</strong> Distribuição, cerca <strong>de</strong> 58,0%.<br />

Elaborado por:<br />

Filipe Costa<br />

(Coor<strong>de</strong>nador Técnico)<br />

Mercado Abastecedor <strong>da</strong> Cova <strong>da</strong> Beira - Zona Industrial do Fundão – Lote 154<br />

6230 – 348 - Fundão – Portugal<br />

Telemóvel: +351 926 354 108 Telef. e Fax: +351 275 776 132<br />

E-mail: cerfun<strong>da</strong>o@gmail.com<br />

Site: www.cerfun<strong>da</strong>o.com<br />

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