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O polvilho azedo é um derivado da fécula de mandioca. É ...

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Produtores que tentaram secagem<br />

artificial asseguram que não obtiveram<br />

produto seco com o mesmo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

expansão, sugerindo que mais do que o<br />

calor, <strong>é</strong> a radiação solar a responsável<br />

pela proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

A expansão ao forno do <strong>polvilho</strong><br />

<strong>azedo</strong> <strong>é</strong> diferente <strong>da</strong> expansão dos grânulos<br />

<strong>de</strong> amido, que tamb<strong>é</strong>m incham<br />

ou ent<strong>um</strong>escem em suspensão aquosa.<br />

Estudos mostram que nas mesmas<br />

condições, as pastas <strong>de</strong> <strong>polvilho</strong> doce<br />

(não fermentado e exposto ao sol) não<br />

se expan<strong>de</strong>m ao forno.<br />

Os índices <strong>de</strong> expansão ao forno <strong>é</strong><br />

a principal diferença entre o <strong>polvilho</strong><br />

doce e o <strong>azedo</strong>.<br />

Existem duas metodologias disponíveis<br />

para avaliar a expansão do <strong>polvilho</strong><br />

<strong>azedo</strong> no forno. A metodologia prática,<br />

ou simplifica<strong>da</strong>, <strong>é</strong> <strong>um</strong>a análise <strong>de</strong> baixo<br />

custo, necessitando apenas <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pessoa<br />

treina<strong>da</strong> para a sua realização. Já a<br />

metodologia instr<strong>um</strong>ental utiliza o farinógrafo<br />

<strong>de</strong> Braben<strong>de</strong>r e tem como base<br />

<strong>um</strong>a formulação padrão para biscoitos.<br />

<strong>É</strong> <strong>um</strong>a metodologia mais <strong>de</strong>mora<strong>da</strong>, que<br />

exige treinamento especializado do analista<br />

e investimento em equipamento.<br />

Partindo <strong>da</strong> hipótese <strong>de</strong> que a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

do <strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong> está relaciona<strong>da</strong><br />

com o seu <strong>de</strong>sempenho no forno, foi<br />

estabeleci<strong>da</strong> <strong>um</strong>a formulação básica<br />

para biscoito <strong>de</strong> <strong>polvilho</strong>. Com pequeno<br />

número <strong>de</strong> variáveis, essa metodologia<br />

<strong>é</strong> semelhante à usa<strong>da</strong> em panificação<br />

experimental. A formulação padrão<br />

consiste em: <strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong> 100%, gordura<br />

hidrogena<strong>da</strong> 15%, sal 4% e água ao<br />

redor <strong>de</strong> 80% (variáveis <strong>de</strong> acordo com<br />

o <strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong> utilizado).<br />

A formulação instr<strong>um</strong>ental foi<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> em <strong>um</strong> farinógrafo Braben<strong>de</strong>r<br />

para estabelecer <strong>um</strong>a massa <strong>de</strong><br />

consistência padrão <strong>de</strong> 40 UF. Ao ajustar<br />

essa consistência, a quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />

usa<strong>da</strong> <strong>é</strong> medi<strong>da</strong> e consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como<br />

o segundo índice <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong>, à se-<br />

melhança do que ocorre com a panificação<br />

experimental para farinha <strong>de</strong> trigo.<br />

Os corpos <strong>de</strong> prova com formato <strong>de</strong> biscoito<br />

são confeccionados diretamente<br />

sobre a assa<strong>de</strong>ira e levados ao forno com<br />

temperatura <strong>de</strong> 200°C, durante 10 a 20<br />

minutos. A assa<strong>de</strong>ira utiliza<strong>da</strong> po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong> al<strong>um</strong>ínio, sem necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> untar<br />

a forma. A avaliação <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

<strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong> tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> feita a partir<br />

do vol<strong>um</strong>e especifico, para a expansão ao<br />

forno, <strong>da</strong> porcentagem <strong>de</strong> água absorvi<strong>da</strong>,<br />

para avaliar o rendimento <strong>de</strong> massa,<br />

e do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> expansão, relação entre o<br />

vol<strong>um</strong>e <strong>da</strong> massa crua e <strong>da</strong> massa após<br />

o forneamento.<br />

O farinógrafo <strong>de</strong> Braben<strong>de</strong>r <strong>é</strong> empregado<br />

para medir as características e<br />

aptidões <strong>da</strong>s farinhas no amassamento.<br />

Com o farinograma <strong>é</strong> possível <strong>de</strong>tectar<br />

a tempo <strong>de</strong>svios nas variáveis-chave,<br />

permitindo correções <strong>de</strong> modo a obter<br />

farinhas que c<strong>um</strong>pram com as especificações<br />

particulares <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> cliente. A mais<br />

importante <strong>de</strong>stas variáveis <strong>é</strong> a estabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

(medi<strong>da</strong> em minutos), e indica a<br />

tolerância à fermentação que possui <strong>um</strong>a<br />

farinha quando esta se <strong>um</strong>idifica e amassa.<br />

Atrav<strong>é</strong>s <strong>de</strong>ste procedimento po<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>terminar não só o nível <strong>de</strong> absorção<br />

<strong>de</strong> água (em ml/100g) que exibem as<br />

farinhas e o comportamento <strong>da</strong>s massas<br />

elabora<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong>las, mas tamb<strong>é</strong>m a<br />

consistência ou resistência (em uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

farinográficas) apresenta<strong>da</strong>s pelas pastas<br />

ao serem amassa<strong>da</strong>s a <strong>um</strong>a veloci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

constante no farinógrafo.<br />

Pesquisas adicionais ajustaram essa<br />

metodologia para <strong>um</strong>a viscosi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

massa em 60 UF. Em paralelo, a metodologia<br />

prática foi simplifica<strong>da</strong>, passando<br />

a ser feita em bate<strong>de</strong>ira e a consistência<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> em consistômetro Bostwick<br />

(aparelho que <strong>de</strong>termina a consistência<br />

<strong>de</strong> substâncias semiflui<strong>da</strong>s ou plásticas),<br />

com textura similar à <strong>de</strong> pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte.<br />

Os corpos <strong>de</strong> prova são confeccionados<br />

diretamente sobre a assa<strong>de</strong>ira, e forneados<br />

a 200°C, por 10 a 20 minutos.<br />

Após a aplicação <strong>de</strong>ssa metodologia<br />

em amostras comerciais e materiais <strong>de</strong><br />

pesquisa, foram estabelecidos índices<br />

para classificar a expansão em pequena<br />

<strong>de</strong> ≤ 5,0 mL/g, m<strong>é</strong>dia <strong>de</strong> 5,0 a 10 mL/g,<br />

e gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> ≥ 10,0 mL/g.<br />

Essa metodologia simples foi adota<strong>da</strong><br />

por pesquisadores no Brasil e no exterior.<br />

Pesquisas foram realiza<strong>da</strong>s para avaliar<br />

amostras <strong>de</strong> <strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong> atrav<strong>é</strong>s do<br />

teste do biscoito, seguindo a formulação<br />

padrão <strong>de</strong>scrita anteriormente, com redução<br />

do sal para 3%. O menor vol<strong>um</strong>e<br />

especifico obtido foi <strong>de</strong> 11 mL/g e o<br />

maior foi <strong>de</strong> 15 mL/g. Uma nova pesqui-<br />

<strong>polvilho</strong> AZedo<br />

sa analisou amostras <strong>de</strong> <strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong><br />

coleta<strong>da</strong>s junto ao com<strong>é</strong>rcio no Estado<br />

do Paraná. A proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão<br />

foi avalia<strong>da</strong> e o vol<strong>um</strong>e especifico m<strong>é</strong>dio<br />

encontrado foi <strong>de</strong> 6,66 mL/g.<br />

Apesar <strong>da</strong> metodologia simplifica<strong>da</strong><br />

ter sido populariza<strong>da</strong> em relação à mais<br />

complexa, sempre restaram dúvi<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> que essa fosse a melhor forma <strong>de</strong><br />

avaliação em laboratórios <strong>de</strong> pesquisa,<br />

on<strong>de</strong> se necessita <strong>de</strong> <strong>um</strong> m<strong>é</strong>todo com<br />

medições acura<strong>da</strong>s. Para esclarecer essa<br />

dúvi<strong>da</strong> foi realizado <strong>um</strong> extenso trabalho<br />

<strong>de</strong> comparação entra as metodologia.<br />

Foram testa<strong>da</strong>s as duas metodologias <strong>de</strong><br />

expansão ao forno, com 52 amostras <strong>de</strong><br />

<strong>polvilho</strong> <strong>azedo</strong> comercial coleta<strong>da</strong>s diretamente<br />

nas indústrias <strong>de</strong> três Estados<br />

brasileiros: Santa Catarina, Paraná e<br />

Minas Gerais. As massas foram elabora<strong>da</strong>s<br />

com as t<strong>é</strong>cnicas padrão já <strong>de</strong>scritas<br />

e com a consistência em Braben<strong>de</strong>r já<br />

ajusta<strong>da</strong> para 60 UF.<br />

Os resultados <strong>de</strong> expansão ao forno,<br />

obtidos pelas metodologias prática e<br />

instr<strong>um</strong>ental, po<strong>de</strong>m ser classificados<br />

atrav<strong>é</strong>s dos índices estabelecidos como<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s expansões, com resultados<br />

superiores a 10,0 mL/g.<br />

Comparando-se as metodologias,<br />

observa-se que a metodologia instr<strong>um</strong>ental<br />

indica sempre resultados<br />

maiores do que a metodologia simplifica<strong>da</strong>.<br />

No entanto, as duas metodologias<br />

permitem classificar os produtos como<br />

tendo <strong>um</strong>a boa expansão. Atrav<strong>é</strong>s do resultados<br />

<strong>de</strong> variância obtidos para o conjunto<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as amostras, observa-se<br />

que a variância para a metodologia prática<br />

foi menor do que para os resultados<br />

obtidos por metodologia instr<strong>um</strong>ental,<br />

mesmo com número maior <strong>de</strong> amostras.<br />

Quando se comparam os resultados<br />

obtidos, a análise indica resultados significativamente<br />

diferentes (p=0,000) com<br />

as duas metodologias. Quando se analisa<br />

região por região, a metodologia simplifica<strong>da</strong><br />

não indica diferenças significativas<br />

entre os vol<strong>um</strong>es específicos. No entanto,<br />

no caso <strong>da</strong> metodologia instr<strong>um</strong>ental, a<br />

análise indica <strong>um</strong>a diferença significativa<br />

(p=0,02) entre a expansão <strong>de</strong> amostras<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais e Paraná.<br />

Os resultados obtidos permitem<br />

concluir que a metodologia instr<strong>um</strong>ental<br />

<strong>é</strong> mais sensível do que a simplifica<strong>da</strong>, o<br />

que a torna indica<strong>da</strong> para avaliações em<br />

AdiTivoS & iNgredieNTeS<br />

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