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Projeto de Pesquisa<br />

Avaliação agronômica de acessos de<br />

mandioca de mesa e geração de populações<br />

híbridas<br />

Planaltina – DF<br />

Dezembro de 2009


http://www.upis.br<br />

Projeto de pesquisa<br />

Avaliação agronômica de acessos de<br />

mandioca de mesa e geração de populações<br />

híbridas<br />

Mário Ozeas Sampaio dos Santos Filho<br />

Orientador: M.S. Anderson cordeiro<br />

Co-orientador: Dr. Eduardo A. Vieira<br />

Trabalho apresentado, como parte das exigências<br />

para a conclusão do CURSO DE AGRONOMIA.<br />

Planaltina – DF<br />

Dezembro de 2009<br />

<strong>UPIS</strong> – Faculdades Integradas<br />

Departamento de Agronomia<br />

Rodovia BR 020, km 18<br />

DF 335, km 4,8<br />

Planaltina (DF) Brasil<br />

Endereço para correspondência:<br />

SEP/Sul Eq. 712/912 Conjunto A<br />

CEP: 70390-125 Brasília (DF) Brasil<br />

Fone/Fax: (0XX61) 3488-9909<br />

www.upis.br<br />

agronomia@upis.br<br />

Orientador: M.S Anderson Cordeiro<br />

Co-orientador: Dr. Eduardo Alano Vieira<br />

Supervisores: Profª. M.S. Rosemary de Araújo Gomes<br />

Prof. M.S. Adilson Jayme de Oliveira<br />

Membros da Banca:<br />

M.S. Anderson Cordeiro<br />

Dr. Eduardo Alano Vieira<br />

Drª. Francislete Rodrigues Melo<br />

M.S. Adilson Jayme de Oliveira<br />

Data da Defesa: 02/12/2009


ÍNDICE<br />

1. LINHA DE PESQUISA.......................................................8<br />

2. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ................................8<br />

3. OBJETIVO GERAL..........................................................11<br />

3.1 Objetivos específicos .....................................................11<br />

4. HIPÓTESE .........................................................................11<br />

5. REVISÃO BIBLIOGRAFICA..........................................11<br />

5.1 Cultura da mandioca ..................................................11<br />

5.2 Aspectos taxonômicos e estruturas da planta.............15<br />

5.2.1 Raízes................................................................16<br />

5.2.2 Caule .................................................................19<br />

5.2.3 Folhas ................................................................20<br />

5.2.4 Inflorescência ....................................................21<br />

5.2.4.1 Flor masculina........................................22<br />

5.2.4.2 Flor feminina..........................................23<br />

5.2.5 Fruto e semente .................................................24<br />

5.2.6 Sistema reprodutivo, estrutura floral e habito de<br />

floração.............................................................................26<br />

5.2.6.1 Fatores que Influenciam o Florescimento.28<br />

5.3 Melhoramento genético da mandioca ........................28<br />

5.3.1 Métodos de hibridação .......................................29<br />

5.3.1.1 Polinização aberta ......................................29<br />

5.3.1.2 Polinização controlada manual ..................29<br />

5.3.1.3 Polinização controlada em campos de<br />

cruzamento .......................................................................30<br />

5.3.1.4 Hibridação intraespecífica..........................31<br />

5.3.1.5 Hibridação interespecífica..........................31<br />

5.3.1.6 Indução de poliplóides ...............................31<br />

5.3.1.7 Policruzamento...........................................32<br />

4.4 Estruturas de um programa de melhoramento ...........32<br />

5.4.1 Critérios de seleção ...........................................33<br />

5.4.2 Período de colheita da mandioca ......................33<br />

5.4.2.1 Crescimento e estabelecimento...................33<br />

5.4.2.2 Emergência.................................................34<br />

5.4.2.3 Desenvolvimento dos ramos e folhas.........34<br />

5.4.2.4 Fotossíntese................................................34<br />

5.4.2.5 Tolerância a seca........................................35<br />

5.5 Mandioca de mesa......................................................35<br />

5.6 Doenças e pragas da cultura da mandioca .................36<br />

5.7 Plantio ........................................................................40<br />

5.7.1 Escolha de cultivar ............................................41<br />

5.7.2 Seleção de ramas...............................................41<br />

5.7.3 Conservação das ramas .....................................41<br />

5.7.4 Seleção e preparo das manivas..........................43<br />

5.7.5 Quantidade de manivas .....................................43<br />

5.7.6 Época de plantio................................................43<br />

5.7.7 Exigências nutricionais .....................................45<br />

5.7.8 Espaçamento e plantio ......................................46<br />

5.8 Métodos de controle de plantas danihas ....................48<br />

5.8.1 Controle cultural ...............................................48<br />

5.8.2 Controle mecânico ............................................49<br />

5.8.3 Controle químico...............................................50<br />

5.8.4 Controle integrado.............................................50<br />

6. DIAGRAMA DE FLUXOS CAUSAIS ............................51<br />

7. MATERIAL E METODOS...............................................51<br />

7.1 Avaliação agronômica de acessos de mandioca de<br />

mesa .................................................................................51<br />

7.2 Geração de híbridos de mandioca ..............................54<br />

8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES...............................55<br />

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................56<br />

LISTA DE FIGURAS:<br />

Figura 1: Raízes de mandioca. .................................................17<br />

Figura 2: Cor da película da raiz..............................................17<br />

Figura 3: Cores da polpa da raiz ..............................................18<br />

Figura 4: Planta de mandioca...................................................19


Figura 5: Cores de folha de mandioca .....................................20<br />

Figura 6: Inflorescência de mandioca ......................................21<br />

Figura 7: Flores masculinas de mandioca ................................22<br />

Figura 8: Flores femininas de mandioca ..................................23<br />

Figura 9: Frutos e sementes de mandioca ................................24<br />

Figura 10: flores femininas e masculinas.................................27<br />

Figura 11: Mandarová..............................................................39<br />

Figura 12: Armazenamento de ramas de mandioca na posição<br />

vertical......................................................................................42<br />

Figura 13: Abertura de sulcos de plantio com tração animal...47<br />

Figura 14: Plantadeiras mecanizadas de mandioca: duas linhas<br />

(esquerda) e quatro linhas (direita) ..........................................48<br />

Figura 15: Diagrama de fluxos causais....................................51<br />

Figura 16: Cronograma de execução .......................................55<br />

8<br />

1. LINHA DE PESQUISA<br />

Melhoramento de mandioca de mesa para o Distrito<br />

Federal.<br />

2. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />

A mandioca (Manihot esculenta Crantz), espécie<br />

tipicamente tropical, é um alimento básico de milhões de<br />

brasileiros sendo utilizado como um dos principais produtos de<br />

subsistência por grande parte da população devido a sua<br />

rusticidade e capacidade de produção de elevadas quantidades<br />

de amido em condições em que outras culturas sequer<br />

sobreviveriam (Horton e Fano, 1985). Esse fato, provavelmente<br />

esteja relacionado a elevada capacidade de extração de<br />

nutrientes do solo da espécie (Brochado, 1977; Martins, 1999;<br />

Pearsall, 1992).<br />

A espécie é cultivada em mais de 95 países em<br />

desenvolvimento, entre as latitudes 30º N e 30º S, em áreas que<br />

apresentam altitudes de até 2000m concentradas principalmente<br />

abaixo dos 1500m. Além de sua utilização na alimentação de<br />

uma grande parte da população, é também uma matéria prima<br />

de amplo emprego industrial e uma excelente fonte de forragem<br />

protéica a partir das suas partes aéreas e energética a partir das<br />

raízes. Em ambientes favoráveis seu potencial fica maximizado,<br />

chegando a produzir em sistema experimental até 80t/ha/ano e<br />

em cultivo convencional chega a 60t/ha ano de raízes contendo<br />

de, 20% a 40% de amido (Hershey e Amaya, 1989).<br />

A maior parte de sua produção é obtida em pequenas<br />

propriedades, onde a mão de obra familiar é utilizada. Os<br />

cultivares de mandioca (Manihot esculenta Crantz) são<br />

freqüentemente nativos com baixo valor genético, e cultivado<br />

em solos com baixa fertilidade, deficiências hídricas que<br />

acarretam na inadequação do cultivo de outras culturas anuais.


As variedades de mandioca são classificadas em mansas ou<br />

bravas, dependendo do conteúdo de ácido cianídrico (HCN) em<br />

suas raízes, (Bourdoux et al., 1994; Akanji, 1994). A mandioca<br />

mansa, também denominada de mandioca de mesa, aipim ou<br />

macaxeira, se diferencia da brava ou industrial, principalmente,<br />

por apresentar baixos teores de HCN na raiz, ou seja, abaixo de<br />

100 mg kg -1 de raízes frescas. Assim, elas se destinam aos<br />

mercados e feiras livres, para consumo humano "in natura" e as<br />

bravas destinam-se para as indústrias de transformação (farinha<br />

e fécula) (Akanji, 1994).<br />

A espécie tem se revelado uma fonte potencial de<br />

carotenóides, beta-caroteno, precursor da vitamina A, nas raízes<br />

de coloração amarela e de licopeno, nas raízes de coloração<br />

vermelho-rosada, essa vitamina é associada a diversos fatores<br />

de proteção a saúde humana, como combate a cegueira noturna.<br />

Esta podendo ser ingerida na forma de pró-vitamina A<br />

(principalmente beta-caroteno), que após a ingestão é<br />

convertida em vitamina A, ou na forma de vitamina A préformada<br />

(retinol ou ésteres de retinol), que ocorre em algumas<br />

carnes e produtos de origem animal (Iglesias et al., 1997;<br />

Carvalho et al., 2000; Pereira et al., 2005).<br />

Em experimento envolvendo acessos biofortificados<br />

conduzido na Embrapa Cerrados na safra 2006-2007, o<br />

genótipo que evidenciou a maior produtividade de raízes foi o<br />

acesso BGMC 982, recomendado para o cultivo no DF, com<br />

uma produtividade de raízes aos 12 meses (PR) de 24.373 t ha -1<br />

e um tempo para a cocção das raízes (TC) de 21,33 min,<br />

enquanto que o melhor acesso com cor de polpa rosada foi o<br />

BGMC 1229, com PR de 6.339 t ha -1 e TC de 24 min e o<br />

melhor acesso com cor de polpa amarela foi à variedade<br />

recomendada para o cultivo na região nordeste do Brasil, BRS<br />

Gema de Ovo, com PR de 7.007 e TC de 30 min. Assim é<br />

possível afirmar que, no grupo dos acessos biofortificados (cor<br />

da polpa amarela ou rosada) existentes na Embrapa Cerrados,<br />

9<br />

10<br />

nenhum apresenta desempenho agronômico que permita o seu<br />

cultivo de forma comercial na região e que assim é necessário<br />

que esses acessos sejam submetidos ao melhoramento genético<br />

(Pereira et al., 2005).<br />

O Cerrado Brasileiro ocupa 24% do território nacional e<br />

é um dos principais centros de dispersão da mandioca,<br />

apresenta características climáticas e solo que a colocam como<br />

uma das regiões mais indicadas para a produção da cultura da<br />

mandioca (Manihot esculenta Crantz) no país. Mas tem uma<br />

produtividade média de raízes de 11,3 t ha -1 , produtividade 8%<br />

menor que a média nacional que é de 12,3 t ha -1 , e produz<br />

apenas 10% da produção nacional (Souza e Fialho, 2003). Um<br />

dos principais fatores que limitam a produtividade da cultura na<br />

região do Cerrado é a ausência de cultivares adaptados e<br />

resistentes a doenças. Sendo então necessária a realização de<br />

melhoramento genético para que seja elevado o potencial<br />

produtivo da cultura e que seja estudada a possibilidade de se<br />

dar novos usos a cultura na região do cerrado (Souza e Fialho,<br />

2003).<br />

Uma das principais formas de melhoramento genético,<br />

envolve a geração de variabilidade genética por meio da<br />

realização de cruzamentos artificiais. O importante nesse caso é<br />

que o melhorista selecione bem os genitores e que tenha bem<br />

claro os objetivos que pretende alcançar, sendo que outra<br />

vantagem na realização dos cruzamentos artificiais é que esses<br />

cruzamentos permitem estudos a cerca da herança dos<br />

principais caracteres envolvidos no melhoramento genético de<br />

mandioca bem como da correlação existente entre a expressão<br />

desses caracteres em genótipos oriundos de sementes (geração<br />

F1) e a expressão em genótipos oriundos de manivas-sementes<br />

(clonados) (Souza e Fialho, 2003).<br />

Em avaliação agronômica realizada na Embrapa<br />

Cerrados na safra 2006-2007 o acesso açucarado mais<br />

produtivo foi o BGMC 1213, com PR ao 12 meses de idade de


11<br />

8.900 t ha -1 , enquanto que no mesmo experimento, a variedade<br />

Japonesinha, que é recomendada para o cultivo na região do<br />

Cerrado, revelou uma PR de 28.183 kg ha -1 . Uma das principais<br />

causas para a baixa produtividade desses acessos na região do<br />

Cerrado é a elevada susceptibilidade dos mesmos a bacteriose<br />

(causada por Xanthomonas axonopodis pv. Manihotis), que a<br />

principal moléstia da cultura na região (Souza e Fialho, 2003).<br />

3. OBJETIVO GERAL<br />

Avaliar agronomicamente acessos de mandioca de mesa<br />

e gerar populações híbridas a partir dos acessos selecionados.<br />

3.1 Objetivos específicos<br />

mesa;<br />

Avaliar agronomicamente acessos de mandioca de<br />

Gerar híbridos de mandioca de mesa.<br />

4. HIPÓTESE<br />

Por meio de cruzamentos controlados entre acessos de<br />

mandioca é possível a geração de híbridos de mandioca de<br />

mesa, indústria (farinha e fécula) e açucaradas adaptados as<br />

condições do cerrado central.<br />

5. REVISÃO BIBLIOGRAFICA<br />

5.1 Cultura da mandioca<br />

A mandioca provavelmente foi cultivada pela primeira<br />

vez no Brasil , Venezuela e na America Central, Rogers,<br />

(1963). Ela foi domesticada por povos colombianos, visando a<br />

produção de raízes, algumas evidencias indicam que a<br />

12<br />

mandioca é cultivada na Colômbia e Venezuela á cerca de 3000<br />

a 7000 anos (Brown, 1978). Segundo (Hershey e Jennings<br />

1992), a domesticação da mandioca ocorreu em diversas áreas,<br />

pois após o descobrimento das Américas houve uma rápida<br />

dispersão dessa espécie. Sendo que na Ásia e na África a<br />

mandioca foi introduzida no século XVI, e teve um grande<br />

sucesso referente a sua utilização e, hoje, o continente africano<br />

é considerado um centro secundário de diversidade de<br />

mandiocas do mundo (Kitchakarn, 2003).<br />

Nos últimos anos, muita atenção tem sido dada a<br />

acessos que não armazenam amidos em suas raízes de reserva<br />

(como usualmente ocorre na cultura da mandioca), mas sim<br />

açúcares livres, as quais foram primeiramente estudadas por<br />

Carvalho et al. (2004). Esses genótipos conhecidos como<br />

“mandiocas açucaradas”, foram profundamente e<br />

eficientemente estudados quanto a sua composição bioquímica<br />

e molecular, e quanto ao seu potencial de uso no futuro na<br />

indústria na produção de xarope de glicose, de amido com<br />

variabilidade na proporção amilose/amilopectina, do tipo<br />

glicogênio, do tipo “waxy”, na produção de bebidas<br />

fermentadas, de álcool para indústria de cosméticos, na<br />

utilização de amidos específicos na indústria siderúrgica, na<br />

produção de álcool combustível; entre outras utilidades<br />

(Carvalho et al., 2004; Carvalho, 2005).<br />

Costa e Moraes (1994) relatam que a diversidade da<br />

mandioca esta concentrada principalmente na América Latina e<br />

Caribe. Sendo aproximadamente 8.500 acessos de mandioca<br />

que são mantidos nas diversas coleções a nível mundial, no<br />

qual 7.500 encontram-se na América do Sul. A mandioca é uma<br />

raiz que possui um alto teor de amido, sendo cultivada na<br />

América Tropical há mais de 5000 anos, sendo considerando<br />

como seu lugar de origem e de diversificação das espécies<br />

Manihot esculenta constituindo-se na principal fonte de calorias<br />

para mais de 500 milhões de pessoas na África e América do


13<br />

Sul (FAO, 1991). A área ocupada por esta espécie é de 2,6<br />

milhões de hectares, com produção de 26,7 milhões de<br />

toneladas de raiz. A Manihot esculenta possui diversidade<br />

genética necessárias para o interesse agronômico, incluindo<br />

resistência a pragas e doenças, base para o melhoramento<br />

genético,(Fukuda et al., 1996).<br />

Hershey (1985) afirma que os bancos de germoplasma<br />

do mundo e disponível e apresenta suficiente grau de<br />

variabilidade para fornecer aos melhoristas a maioria dos<br />

caracteres de interesse econômico. No Brasil, dentro da espécie<br />

Manihot esculenta, já foi identificada diversidade genética para<br />

quase todos os caracteres resistentes as principais pragas e<br />

doenças que afetam a cultura no país. (Fukuda et al., 1996 a).<br />

A maioria desses acessos são etnovariedades,<br />

variedades com alta capacidade de suportar stress biótico e<br />

abiótico, resultando em uma alta estabilidade produtiva. Estas<br />

também podem ser definida como raças locais conduzidas ou<br />

cultivadas por pequenos agricultores na qual o melhoramento<br />

não foi feito, tendo uma alta diversidade genética em relação<br />

as outras populações, sendo um grande reservatório de genes, o<br />

qual pode seu utilizado para formar novas variedades<br />

melhoradas podendo também transferir características<br />

desejáveis para variedades comerciais Carvalho (1995).<br />

Segundo Cury (1993); Martins (1994) a unidade básica<br />

evolutiva é chamada de roça, que é o local onde acontecem os<br />

processos de geração, amplificação e manutenção das<br />

variabilidades genéticas, indicando que a variabilidade genética<br />

esta localizada dentro das roças. Peroni et al. (1999),<br />

descreveram e analisaram e diversidade intra-específica de<br />

algumas variedades de mandioca da floresta Atlântica<br />

Brasileira, destacando-se pela importância de manutenção da<br />

agricultura tradicional.<br />

São cultivadas sob sistemas de agricultura tradicional,<br />

sendo que o maior centro de diversidade do gênero Manihot se<br />

14<br />

encontra especificamente no Brasil, entorno de 70% das<br />

espécies (Rogers e Appan, 1973). Brown (1978), definiu o<br />

termo etnovariedade como população ecológica ou<br />

geograficamente diferentes, na sua composição genética interna<br />

e entre outras populações. Com a adaptação específica das<br />

variedades de mandioca, formaram-se no Brasil, a partir de<br />

1994, sob a liderança da EMBRAPA, seis bancos regionais de<br />

germoplasma de mandioca (Fukuda et al., 1997), isto devido a<br />

cultura da mandioca oferece uma grande variabilidade genética<br />

devido a facilidade de polinização e a alta heterozigose da<br />

espécie, proporcionando uma infinidade de novos clones<br />

(Fukuda, 1986).<br />

Os termos landraces, folk variety ou primitive variety<br />

têm sido definidos como populações ecológica ou<br />

geograficamente distintas originadas a partir da seleção local<br />

realizada por agricultores (Brown, 1978). No entanto, para<br />

maior uniformização terminológica foi utilizado o termo<br />

etnovariedade, (Martins, 1994).<br />

Ultimamente a fome junto com a subnutrição afeta uma<br />

grande parte de população brasileira, mesmo com as condições<br />

climáticas e com solos de boa qualidade para a agricultura. O<br />

problema é que boa parte das plantações estão voltadas para a<br />

produção em larga escala, que apresenta maior ganho<br />

(lucratividade) e maior facilidade operacional. Assim culturas<br />

como a da mandioca vinham perdendo espaço em relação às<br />

novas formas produtivas agrícolas, mesmo perante as inúmeras<br />

vantagens que ela oferece, sendo elas: a renovação do solo,<br />

melhora e facilita a ciclagem de nutrientes para o solo,<br />

manutenção da biodiversidade entre outras , quando o papel das<br />

populações humanas tradicionais, mantendo a diversificação<br />

genética da mandioca, é interrompido, seja por conflitos<br />

agrários, pela migração forçada ou problemas de outra<br />

natureza, a geração da amplificação de novas variedades deixa<br />

de existir (Martins, 2001). Segundo Cury (1993), o sistema de


15<br />

agricultura autóctone observado nas localidades por ele<br />

estudada, tem alto valor histórico e biológico, necessitando<br />

assim preservar as práticas agrícolas e o ambiente onde<br />

ocorrem os processos de domesticação e diversificação da<br />

mandioca.<br />

5.2 Aspectos taxonômicos e estruturas da planta<br />

A mandioca pertence a classe das Dicotiledôneas,<br />

subclasse Archiclamydeae, ordem Euphorbiales, família<br />

Euphorbiaceae, tribo Manihoteae, ao gênero Manihot e a<br />

espécie Manihot esculenta Crantz (Fukuda, 1999), sendo que<br />

sua taxonomia é um enigma devido a superposição dos<br />

caracteres morfológicos entre as espécies, da plasticidade<br />

fenotípica destes caracteres, a falta de variação no número de<br />

cromossomos entre as espécies e do numero limitado de<br />

caracteres com informação taxonômica, Borem (1999), afirma<br />

que a mandioca é uma espécie alógama, com elevada<br />

heterozigose sendo também monóica contendo 36<br />

cromossomos. Segundo Fukuda (1999), 98 espécies do gênero<br />

Manihot foram identificadas, a mandioca (M. esculenta) é a<br />

única comestível.<br />

A Manihot esculenta crantz atualmente classifica-se<br />

como M. esculenta crantz SSP. Esculenta sendo que M.<br />

esculenta ssp. Flabellifolia (Pohl.) Cif e M. esculenta ssp.<br />

Peruviana (Müll.) Allem, são os prováveis progenitores<br />

selvagens que compõem, com a M. esculenta crantz ssp.<br />

Esculenta, o conjunto do gênico primário (Cury, 1993), embora<br />

as pesquisas mais recentes apontem M. esculenta ssp.<br />

Flabellifolia como sendo o único ancestral da mandioca (Olsen,<br />

2004).<br />

Ao longo do tempo a mandioca vem tendo sua<br />

propagação vegetativa por ação do homem, mesmo com a sua<br />

reprodução sexuada ativa, a espécie manteve a rusticidade, não<br />

16<br />

perdendo a capacidade de reproduzir-se sexuadamente; do<br />

ponto de vista etnoecológico, os bancos de sementes mantidos<br />

na agricultura tradicional revelam um papel primordial na<br />

evolução da cultura Alves (2002).<br />

5.2.1 Raízes<br />

As raízes que são obtidas via propagação por estacas<br />

(multiplicação de ramas), ocorrem em número variado, sendo<br />

que esta variação se dá devido a formação das raízes tuberosas,<br />

a partir das regiões onde se formam os calos que são resultante<br />

da cicatrização dos cortes das estacas. Em uma estaca podem se<br />

formar de uma a 10 raízes tuberosas, cuja distribuição e<br />

profundidade dependem tanto do genótipo quanto dos tratos<br />

culturais e do solo em que foi plantada, as raízes podem<br />

apresentar diversos tipos de formas, comprimentos, presença de<br />

constituições) (León, 1987), como mostra na figura 1.<br />

Na caracterização das raízes observa-se uma película<br />

fina que se destaca com facilidade e que pode apresentar<br />

diversas cores (León, 1987). Estrutura esta que se localiza no<br />

meristema secundário situada no córtex. Esta região apresenta<br />

variáveis cores, sendo de fundamental importância para a<br />

caracterização dos genótipos (figura 2).


Figura 1: Raízes de mandioca.<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

Figura 2: Cor da película da raiz<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

17<br />

18<br />

Segundo León (1987), a região do cambio tem uma<br />

distinção quanto a sua textura podendo proporcionar a<br />

separação da casca com outras partes da raiz, constituída pelo<br />

xilema, que é a parte comestível, sendo esta parte constituída de<br />

uma maça sólida resultante do cambio. Esta região pode<br />

apresentar diversas colorações, creme, amarelo, rosa e branca,<br />

sendo estas colorações em função de algumas substâncias<br />

presentes, como o carotenóide e o licopeno (figura 3).<br />

Figura 3: Cores da polpa da raiz<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).


5.2.2 Caule<br />

19<br />

A altura depende do tipo de ramificação, sendo que<br />

plantas originadas por semente apresentam um porte mais ereto,<br />

com apenas uma haste mais comprida e quase ausente de<br />

ramificações, (Viégas, 1976). Já para as plantas de propagação<br />

vegetativa, sua haste em certa altura se divide em duas, três ou<br />

mais ramificações, variação esta que depende da variedade,<br />

(León, 1987) como mostra (figura 4).<br />

Figura 4: Planta de mandioca<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

20<br />

5.2.3 Folhas<br />

As folhas duram de um a dois meses, dependendo da<br />

variedade e das condições climáticas e fitossanitárias. São<br />

constituída por pecíolo e limbo, tais constituições podem<br />

apresentar comprimentos variáveis, o pecíolo também apresenta<br />

comprimento variável, com diferentes inclinações em relação a<br />

haste, sendo mais comum as formas inclinadas para cima,<br />

horizontal e inclinado para baixo e de colorações variadas<br />

(Fukuda, 2006), como mostra a figura 5.<br />

Figura 5: Cores de folha de mandioca<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).


5.2.4 Inflorescência<br />

21<br />

São formadas nas extremidades superiores das hastes,<br />

sempre onde se ocorre uma ramificação, (Fukuda, 2006). Em<br />

uma mesma inflorescência podem se encontrar, em média 50<br />

Flores estaminadas (masculinas) na parte superior e 6 pistiladas<br />

(femininas) na região inferior, (figura 6).<br />

Figura 6: Inflorescência de mandioca<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

22<br />

5.2.4.1 Flor masculina<br />

As flores masculinas encontram-se na parte superior da<br />

inflorescência, sendo estaminadas, monoclamídeas, sendo que o<br />

seu perianto é reduzido ao cálice que é formado por cinco<br />

sépalas medindo de 6 a 8 mm de comprimento tendo uma<br />

variação devido ao genótipo, (Viégas, 1976), (figura7).<br />

Figura 7: Flores masculinas de mandioca<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).


5.2.4.2 Flor feminina<br />

23<br />

Essas flores são encontradas na porção basal da<br />

inflorescência, voltadas para cima e pendulas após a<br />

fecundação, apresentando cálice com tamanho variando de 10 a<br />

12 mm, sendo que suas sépalas são divididas até a base,<br />

(Viégas, 1976). O ovário se encontra em um disco bem<br />

desenvolvido, amarelo ou avermelhado com seis aristas<br />

longitudinais bem definidas. Importante aspecto evolutivo da<br />

espécie é o fato das flores femininas serem maiores que as<br />

masculinas e de apresentarem protoginia, ou seja, as flores<br />

femininas abrem cerca de 10 dias antes do que as masculinas,<br />

Figura 8, (Fukuda, 2006), (figura 8).<br />

Figura 8: Flores femininas de mandioca<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

24<br />

5.2.5 Fruto e semente<br />

Os frutos são esquizocarpáceo, com mais de 1,5 cm de<br />

comprimento, apresentando dorso alado, coluna central robusta,<br />

não partida (Barroso, 1991). A maturação dura em torno de<br />

cinco meses e ao abrir o fruto as sementes são expulsas. As<br />

sementes apresentam cerca de 10 mm de comprimento e em<br />

média de 5 mm de largura (Leon, 1987). No seu ápice se<br />

encontra a carúncula, branca e carnosa. Sendo que internamente<br />

apresenta um embrião entre as duas bases das folhas<br />

cotiledonares e rodeado por uma maça grossa de endosperma<br />

(figura 9).<br />

Figura 9: Frutos e sementes de mandioca<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

Graner (1942), estimou que a flor masculina produzia<br />

cerca de 1600 grãos de pólen, entretanto, (Crepaldi, 1987)<br />

constatou menor número quando ainda nas anteras de botões<br />

florais das cultivares Branca de Santa Catarina e Taquari.<br />

A viabilidade dos grãos de pólen apresenta uma<br />

variação de 0,03% a cerca de 95% (Crepaldi, 1987; Jos et al.,<br />

1990; Carvalho, 1995). Visando isto Orrego & Hershey (1984),


25<br />

estudaram a germinação in vitro dos grãos de pólen, contudo<br />

não verificaram crescimento do tubo polínico em nenhum dos<br />

meios de cultura testados confirmando a baixa viabilidade dos<br />

grãos de pólen. Sendo que três horas após a polinização ocorre<br />

a formação dos tubos polínicos; já com seis horas os tubos<br />

polínicos passam a base do estilete e por volta de 24 a 48 horas<br />

alcançam os sacos embrionários (Jos et al., 1990).<br />

Pereira et al. (1978), trabalhando com marcadores<br />

genéticos morfológicos, concluíram que a espécie Manihot<br />

esculenta Crantz apresenta polinização cruzada variando de<br />

63% a 100%. Trabalhos com marcadores isoenzimáticos,<br />

constataram 94% de polinização cruzada, sendo que as flores<br />

femininas das plantas do gênero Manihot tem como principais<br />

polinizadores insetos, principalmente abelhas e vespas.<br />

Portanto a mandioca pode apresentar a apomixia que é o<br />

processo de formação de sementes sem a ocorrência da<br />

fertilização, sendo este mecanismo uma ferramenta de grande<br />

importância para o melhoramento genético, já que os<br />

descendentes apresentam identidade genética identica com o<br />

parental feminino. O mesmo observado por Ogburia & Adachi<br />

(1996) que identificaram saco embrionário apomítico,<br />

constituindo-se na primeira identificação embriológica de<br />

apomixia facultativa em mandioca.<br />

Já visando a taxa de germinação das sementes após a<br />

fecundação Chandraratina e Nanayakkara (1948), constataram<br />

que as semente possui uma taxa de germinação baixa e<br />

desuniforme, constituindo-se no maior problema para obtenção<br />

de híbridos. Mas autores como Fukuda & Cerqueira (1986);<br />

Monteiro et al. (1984); Pinheiro, (1985); e Valle, (1990),<br />

obtiveram taxa de germinação variando de 70% a 90%.<br />

Ogburia & Adachi, (1995) classificaram as sementes de<br />

mandioca em: sementes verdadeiras, que são aquelas que<br />

afundam quando colocadas em água (densidade >1), e pseudosementes<br />

as que flutuam (densidade


Figura 10: flores femininas e masculinas<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

27<br />

As flores da mandioca apresentam protoginia, ou seja,<br />

as flores femininas se abrem primeiro que as masculinas na<br />

mesma inflorescência, mas na mesma planta pode ocorrer a<br />

abertura simultânea das flores Kawano et al. (1978); Fukuda<br />

(1980). Devido a esta característica é freqüente a ocorrência de<br />

autofecundação e de fecundação cruzada, naturalmente na<br />

mandioca (Pereira, 1989). Sendo assim, a estrutura reprodutiva<br />

da cultura é típica de espécies alógamas, porém sua taxa de<br />

cruzamento é facilmente manejável, desde 100% de autofecundação<br />

e 100% de fecundação cruzada, (Fukuda, 1999).<br />

As flores de mandioca são polinizadas por insetos,<br />

principalmente abelhas e vespas, uma vez que o polén é pesado<br />

de mais, para ser transportado pelo vento (Rogers & Apan,<br />

1973).<br />

28<br />

5.2.6.1 Fatores que Influenciam o Florescimento<br />

Os principais fatores são: genótipo, umidade, fertilidade<br />

dos solos, o fotoperíodo e a temperatura. As variedades com<br />

capacidade de florescimento apresenta hábito de ramificação,<br />

onde a planta inicialmente floresce e depois ramifica (Connor e<br />

Cock, 1981).<br />

Cours (1951), relatou que o florescimento da mandioca<br />

pode ser retardado em solos de baixa fertilidade. Já Keating et<br />

al., (1982), observou floração em mandiocas em solos de baixa<br />

fertilidade. Observando também que o florescimento da<br />

mandioca atrasou quando se teve uma variação da temperatura<br />

acima ou abaixo de 24ºC, (Irikura et al. 1979).<br />

5.3 Melhoramento genético da mandioca<br />

O melhoramento fundamenta-se na seleção de genótipos<br />

superiores, a grande variabilidade genética da cultura é de<br />

grande interesse para os melhoristas, pois sem a variabilidade<br />

genética a seleção não é efetiva, e portanto, não se pode fazer<br />

melhoramento, a biologia reprodutiva das espécies foram pouco<br />

estudada, viram que as plantas são monóicas e protogínicas,<br />

Mendes, (1982); Acosta-Espinoza, (1991).<br />

Dentre os métodos de melhoramento mais empregados<br />

em mandioca destacam-se a introdução e seleção de genótipos a<br />

partir de variabilidade preexistente em Bancos de Germoplasma<br />

e a geração de variabilidade a partir de cruzamentos<br />

(controlados ou não) e a seleção de genótipos superiores dentro<br />

das populações segregantes (Fukuda, 1999).<br />

Segundo Fukuda (1999), a introdução de genótipos<br />

seguida de seleção criteriosa e avaliações, aumentam muito as<br />

chances de sucesso no melhoramento, constituindo-se em um<br />

método mais simples e menos oneroso referente ao


29<br />

melhoramento. É ocasionada devido à grande variabilidade<br />

genética dessa espécie encontrada na natureza e ainda não<br />

explorada. (Kawano et al., 1978) Conseguiram elevação<br />

imediata da produtividade de mandioca (Manihot esculenta<br />

Crantz) em até 100%, mediante a simples avaliação e seleção<br />

de cultivares, e (Fukuda et al., 1983) alcançaram ganhos de até<br />

130% em relação aos cultivares tradicionais, somente pela<br />

simples avaliação e seleção de cultivares.<br />

5.3.1 Métodos de hibridação<br />

5.3.1.1 Polinização aberta<br />

Economicamente proporciona um menor custo, sendo<br />

mais simples para se obter variabilidade genética; mas<br />

apresenta algumas particularidades como permitir<br />

autofecundação e perda da identidade do genitor masculino.<br />

Para obter sucesso com este processo é importante que os<br />

genitores reúnam o maior número de características desejáveis<br />

e complementares (Bueno, 1985). Este tipo de polinização<br />

requer algumas informações, tipo de agentes polinizadores,<br />

transporte do pólen por estes agentes e as taxas de<br />

autofecundação. As abelhas são os maiores polinizadores da<br />

mandioca, sendo seu período de atuação por volta de 12 às 14<br />

horas, que coincide com o período de abertura das flores, mas<br />

este período de abertura pode variar de acordo com as<br />

condições climáticas do local (Fukuda, 1999).<br />

5.3.1.2 Polinização controlada manual<br />

O método de polinização manual controlado é o método<br />

que proporciona o maior controle da identidade dos genitores<br />

femininos e que descarta os riscos de autofecundações e de<br />

hibridações indesejadas. A polinização é efetuada<br />

30<br />

manualmente, entretanto para o êxito da polinização deve-se<br />

evitar ao máximo dano mecânicos nas inflorescências (Fukuda,<br />

1980; Kawano e Amaya, 1982). As flores femininas devem ser<br />

monitoradas visualmente e protegidas com saco de voal no<br />

momento em que for possível a visualização de uma pequena<br />

gotícula de néctar no seu interior. A cobertura da flor antes de<br />

sua abertura deve ser realizada visando evitar contaminação da<br />

mesma com outros polens, os sacos devem medir 20 cm x 15<br />

cm com cordão na boca para prendê-los na planta (Fukuda,<br />

1999). As flores masculinas devem ser colhidas<br />

antecipadamente a abertura da flor feminina e a polinização<br />

deve ser efetuada por meio do contato das anteras com o<br />

estigma das flores femininas. Após a polinização, as flores<br />

femininas polinizadas devem ser mantidas cobertas a fim de se<br />

evitar o ataque de insetos como a mosca das frutas (Anastrepha<br />

sp.) (Fukuda, 1980).<br />

5.3.1.3 Polinização controlada em campos de cruzamento<br />

Esta técnica permite a obtenção de um grande número<br />

de combinações híbridas com controle do genitor masculino e<br />

dos genitores femininos, a partir do estabelecimento de campos<br />

de cruzamento (Valle, 1990). Em cada campo, são plantadas<br />

duas fileiras de plantas de cada genitor feminino, que são<br />

intercalados por fileiras de plantas do genitor masculino. As<br />

plantas utilizadas como fêmeas são sistematicamente<br />

emasculadas e como resultado temos a colheita de sementes nos<br />

genitores femininos onde é conhecida a mãe e pai, que é o<br />

genitor masculino utilizado no campo de cruzamento. No<br />

plantio os campos são dispostos deforma com que um fique<br />

longe do outro, para evitar contaminação de pólen indesejável e<br />

ao se obter os frutos, tais são ensacados com sacos de pano,<br />

para evitar a perda de sementes por ataque de pragas.


5.3.1.4 Hibridação intraespecífica<br />

31<br />

Este método é o mais utilizado em mandiocas, sendo<br />

que os cruzamentos são realizados entre parentais de mesma<br />

espécie, condutores de características complementares,<br />

seguidos de seleção fenotípica dos clones, individualmente<br />

baseada no seu desempenho através de anos e em diferentes<br />

locas (Fukuda, 1996). Para se ter sucesso com este método tem<br />

que se fazer a escolha ideal dos parentais e da eficiência da<br />

seleção dos genótipos dentro das progênies resultantes de cada<br />

cruzamento (Fukuda, 1999).<br />

5.3.1.5 Hibridação interespecífica<br />

Jennings (1959), afirmou que híbridos interespecíficos<br />

em mandiocas ocorrem freqüentemente e podem ser obtidos<br />

com relativa facilidade, sendo que não foram encontrados<br />

evidencias de barreiras reprodutivas. Em geral quando uma<br />

espécie cultivada é cruzada com uma espécie silvestre que<br />

contem alelos favoráveis para uma determinada característica,<br />

uma série de alelos desfavoráveis para outras características<br />

agronômicas também são transferidas, o que exige uma série de<br />

gerações de retrocruzamentos para se recuperar as<br />

características originais (Valle, 1991).<br />

5.3.1.6 Indução de poliplóides<br />

É um método pouco utilizado, baseado que a poliploidia<br />

está associada a certas características da planta, como vigor da<br />

parte aérea, vigor das folhas maiores, mais especas e boa<br />

retenção foliar, sendo que este método vem sendo estudado na<br />

índia mediante tratamento com colquicina, Streekumari et al.<br />

(1995). Sendo que poliplóides espontâneos, sexuais e assexuais,<br />

de cruzamentos intra e interespecíficos tem sidos testados<br />

32<br />

quanto ao seu valor agronômico. Estes cruzamentos são muito<br />

promissores representando novos horizontes para a ampliação<br />

da base genética da mandioca, (Hahn et al., 1990; Asiedu et al.,<br />

1994; streekumari et al., 1995).<br />

5.3.1.7 Policruzamento<br />

Para se ter sucesso com esta técnica é necessário o<br />

cruzamento múltiplo entre um grupo de genótipos,em campos<br />

isolados. Acosta-Espinoza (1991), relatou que existe seis<br />

fatores que afetam a eficiência desta técnica sendo:<br />

espaçamento e o arranjo das plantas dentro de cada bloco, o<br />

grau de incompatibilidades dos genótipos, a época e a duração<br />

da floração, a qualidade do material de plantio, atividade dos<br />

insetos polinizadores e a direção predominante dos ventos.<br />

Com base nestes princípios, Olesen e Olesen (1973) e Olesen<br />

(1976), desenvolveram formulas para se realizar os<br />

policruzamentos, sendo que em cada bloco de cruzamento, cada<br />

clone é repetido o mesmo número de vezes, proporcionando a<br />

probabilidade de cruzamentos recíprocos entre todos os<br />

paretais, não se destacando a possibilidade de autofecundações.<br />

5.4 Estruturas de um programa de melhoramento<br />

Em razão da mandioca ser uma planta alógama que<br />

apresenta elevada heterozigosidade, a segregação ocorre na<br />

primeira geração para maioria dos locos gênicos (Fukuda,<br />

2006). Sendo assim, a primeira seleção é realizada dentro de<br />

famílias F1. A partir dessa geração, cada indivíduo passa a ser<br />

propagado vegetativamente e avaliado em testes de<br />

produtividade. Em razão do novo clone ser derivado de uma<br />

única planta, o processo é mais demorado em função da baixa<br />

taxa de propagação da espécie (Fukuda, 2006).


5.4.1 Critérios de seleção<br />

33<br />

Dentre os critérios de seleção mais importantes para o<br />

melhoramento de mandioca destacam-se peso de raízes, peso da<br />

parte aérea, altura da planta, teor de amido nas raízes, tempo<br />

para cocção e resistência a pragas e doenças (Kawano et al.<br />

1978; Fukuda et al. 1983).<br />

5.4.2 Período de colheita da mandioca<br />

A mandioca embora seja uma espécie perene, e tenha<br />

suas raízes de reservas com autonomia de colheita a partir de 6<br />

a 24 meses, normalmente os produtores fazem a colheita por<br />

volta de 18 a 24 meses (Fukuda, 2006).<br />

5.4.2.1 Crescimento e estabelecimento<br />

Por ser uma planta perene, a mandioca pode apresentar<br />

crescimento indefinido, com alterações no período de<br />

crescimento vegetativo, podendo ter até períodos de quase<br />

dormência, em condições climáticas severas, como baixa<br />

temperatura e déficit prolongado de água (Boerboom, 1978;<br />

Ramanujam, 1990). No período de crescimento o<br />

desenvolvimento da cultura depende de vários fatores<br />

relacionados a diferenças varietais, condições ambientais e<br />

praticas culturais. Sendo que os principais eventos fisiológicos<br />

ocorrem até 150 dias após a sua emergência (Howeler &<br />

Cadavid, 1983; Ramanujam & Biradar, 1987; Távora et al.,<br />

1995; Peressin et al., 1998).<br />

34<br />

5.4.2.2 Emergência<br />

A emergência é dada de 5 a 15 dias após o plantio<br />

(DAP) período em que ocorre a formação das primeiras raízes<br />

adventícias a partir da superfície basal da estaca, entre 10 a 12<br />

DAP ocorre o aparecimento dos primeiros brotos, seguindo<br />

pelo surgimento das primeiras folhas, tendo sua emergência<br />

completa aos 15 DAP (Conceição, 1979).<br />

Segundo Conceição (1979), dos 15 aos 30 dias após o<br />

aparecimento das primeiras folhas, essas folhas se nutrem da<br />

reserva de nutrientes da maniva mãe, sendo que somente após<br />

os 30 dias o processo fotossintético é considerado positivo.<br />

Com a iniciação da fotossíntese pela planta, começa o<br />

desenvolvimento das primeiras raízes fibrosas, tais raízes que<br />

irão substituir as primeiras raízes adventícias.<br />

5.4.2.3 Desenvolvimento dos ramos e folhas<br />

O desenvolvimento foliar e dos ramos ocorrem com<br />

maior intensidade por volta dos 90 a 189 DAP, de 120 a 150<br />

dias as folhas já são capazes de captar grande parte da<br />

luminosidade que é incidida na copa, sendo que nesta fase é<br />

quando ocorre o maior acumulo de matéria seca pela planta<br />

(Veltkamp, 1985).<br />

5.4.2.4 Fotossíntese<br />

Na mandioca se tem o modelo C3 em que<br />

aproximadamente 30% de sua atividade catalítica será como<br />

oxigenase, e o restante como carboxilase. A atividade<br />

oxigenase da rubisco durante o dia, consumindo carboidratos e<br />

liberando CO2 constituir a fotorrespiração. (Veltkamp, 1985e;<br />

Edwards et al., 1990; Angelov et al., 1993; Ueno & Agarie,<br />

1997), sendo que a planta de mandioca apresenta maior taxa


35<br />

fotossintética a campo do que em casa de vegetação,<br />

morfologicamente a folha da mandioca possui características<br />

especiais, como tolerância a seca e alta taxa fotossintética,<br />

sendo que sua superfície inferior possui epiderme com células<br />

papiliformes, enquanto que a superfície superior é lisa, com<br />

alguns estômatos e tricomas dispersos (Ueno e Agarie, 1997).<br />

5.4.2.5 Tolerância a seca<br />

A mandioca responde de diferentes formas quanto ao<br />

déficit hídrico em diferentes níveis: morfológico, fisiológico,<br />

celular e metabólico. Tais respostas dependem do quanto este<br />

déficit irá durar, e em qual estágio de desenvolvimento se<br />

encontra a planta que está em questão (Bray, 1994).<br />

Relacionado ao quanto este déficit irá durar, a planta é capaz de<br />

perceber que as condições do ambiente foram alteradas e<br />

responder fisiologicamente de forma apropriada (Bray, 1994).<br />

5.5 Mandioca de mesa<br />

Uma boa variedade de mandioca de mesa, além de<br />

teores de HCN inferiores a 100 ppm nas raízes deve apresentar<br />

o maior número possível dos seguintes atributos: i) elevado<br />

rendimento de raízes; ii) arquitetura favorável (elevada altura<br />

da primeira ramificação); iii) resistência a pragas e doenças; iv)<br />

cocção rápida (menos de 30 minutos); v) elevada qualidade<br />

culinária (sabor, fibras, palatabilidade, entre outras); vi) baixa<br />

deterioração pós-colheita; vii) cor marrom da película da raiz;<br />

viii) raízes lisas (sem cintas); ix) pedúnculo curto nas raízes; x)<br />

ramas com pequena distância entre os nós; xi) maioria das<br />

raízes com tamanho comercial; e xii) raízes bem distribuídas<br />

(facilidade de separação da cepa) (Borges et al., 2002; Welch e<br />

Graham, 2002; Zinsou et al., 2005; Fukuda et al., 2006).<br />

36<br />

Foram montados oito campos experimentas para a<br />

produção de raízes, no ano de 1981/82 em campinas e em<br />

Pindamonhangaba. Realizaram análises individuais e em<br />

conjunto das variâncias, verificou-se que não ouve efeito de<br />

tratamentos sendo que nenhum clone tenha se destacado em<br />

relação as testemunhas locais utilizadas. Analisando os ensaios<br />

conjuntamente, verifica-se que não houve efeito de tratamento,<br />

mostrando importância significativa a interação tratamento X<br />

local, em quatro grupos foram considerados: evidencia o<br />

comportamento diferencial dos clones, em relação à variação<br />

local, que deve ser totalmente considerada em estudos desta<br />

natureza. (Lorenzi et al, 1983; Lozano et al, 1982; Pereira et al,<br />

1977), estes dados mostram que as mandiocas plantadas por<br />

multiplicação vegetativa deve ser selecionada, procurando ter o<br />

Maximo de adaptações.<br />

Para as culturas denominadas de fundo de quintais<br />

podem ser plantadas diversas variedades como a SRT 1 –<br />

Vassourinha, SRT 797 – ouro do vale e SRT 1140 –<br />

vassourinha-amarela, devido apresentar ótimas qualidades<br />

culinárias, mas sendo susceptível ao agente causal da<br />

bacteriose. Essas variedades apresentam raízes de coloração de<br />

polpa amarela. Segundo Maravilha (1964), isto se dá perante a<br />

concentração de carotenóides, estes que as dão a coloração<br />

amarelada, estas substancias tem uma grande importância no<br />

organismo humano, sendo esta em transformar-se em vitaminas<br />

A.<br />

5.6 Doenças e pragas da cultura da mandioca<br />

As principais doenças que atacam a cultura da mandioca<br />

são a bacteriose, podridão radicular, super-alongamento,<br />

superbrotamento, viroses: (mosaico das nervuras, couro de sapo<br />

e mosaico comum) e as principais pragas são percevejo de<br />

renda, mandarová, mosca branca, mosca do broto ou mosca das


37<br />

mandiocas, broca das hastes, cupins e formigas (Fukuda, 1982).<br />

Sendo que as principais doenças que assolam a cultura da<br />

mandioca no DF são a bacteriose, percevejo-de-renda,<br />

mandarová, podridão de raízes e superbrotamento.<br />

A bacteriose é causada por Xanthomonas axonoponodis<br />

pv. manihotis, sendo que os principais sintomas são manchas<br />

angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas<br />

e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes,<br />

alem de necrose dos feixes vasculares e morte da planta (Fialho<br />

e Pereira, 2001). Sendo que a utilização de variedades<br />

resistentes é o único método de controle efetivo da moléstia<br />

(Fukuda, 1982).<br />

Bacteriose, como não existe controle químico curativo,<br />

os métodos de controle preventivos são de suma importância.<br />

Dentre os métodos preventivos, citam-se o uso cultivares<br />

tolerantes ou resistentes à doença, a seleção criteriosa das<br />

manivas-sementes para plantio, a erradicação das plantas<br />

doentes, a retirada de restos de cultura da área, rotação de<br />

culturas e restrição ao trânsito de pessoas, máquinas e animais<br />

em áreas atacadas (Souza e Fialho, 2003). O cultivo de<br />

variedades suscetíveis e contaminadas com a bactéria sob<br />

condições climáticas favoráveis a ocorrência da doença, pode<br />

ocasionar perda total na lavoura e no caso de bancos de<br />

germoplasma e programas de melhoramento, na perda de<br />

acessos/genitores e genes de grande interesse. Neste contexto, é<br />

imprescindível que um programa de melhoramento genético<br />

voltado para a região do Cerrado focalize na geração e seleção<br />

de genótipos resistentes à X. axonopodis pv. manihotis e na<br />

identificação de possíveis fontes de resistência à moléstia<br />

(Souza e Fialho, 2003).<br />

O percevejo-de-renda, Vatiga illudens, segundo<br />

Oliveira et al. (2009), tem se mostrado um problema nas áreas<br />

de pesquisa como nas áreas de produtores, é uma praga de<br />

habito sugador que ocorre no início da estação da seca, o adulto<br />

38<br />

é de cor cinzenta e a ninfa é de cor branca, sendo ambos<br />

encontrados na parte inferior das folhas, o dano é causado tanto<br />

pelas ninfas quanto pelos adultos, cujos sinais de ataque são<br />

pontuações amarelas pequenas, podendo causar queda na<br />

produção de 21% a 50% (Fialho et al., 2009). O melhor método<br />

de controle é a utilização de variedades resistentes, podendo<br />

também ser controlada com a aplicação de um inseticida<br />

organofosforado sistêmico. Embora eficientes estes inseticidas,<br />

não estão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e<br />

Abastecimento (MAPA) para a utilização na cultura da<br />

mandioca (Fialho et al., 2001).<br />

Na região do Cerrado, o percevejo-de-renda, Vatiga<br />

illudens, Oliveira et al.,(2009) constitui-se em importante praga<br />

na cultura da mandioca e é considerada uma praga-chave e que<br />

vem crescendo de importância com o aumento da área plantada<br />

com mandioca na região. O maior impacto do ataque ocorre na<br />

época seca, quando pode ocasionar redução de 21% no<br />

rendimento de raízes e de 50% no terço superior da parte aérea<br />

(Fialho et al., 1999). Considerando as características<br />

socioeconômicas dos agricultores que exploram a cultura, a<br />

utilização de variedades resistentes é considerada a medida<br />

mais eficiente do ponto de vista econômico-social para o<br />

controle do percevejo-de-renda.<br />

No momento da implantação da cultura, estariam sendo<br />

estabelecidas plantas com características que minimizariam os<br />

danos do ataque da praga ou mesmo a desfavorecessem, em<br />

função do mecanismo de resistência envolvido. Deve-se<br />

considerar também que se trata de uma medida de controle que<br />

demanda menos nível tecnológico do agricultor e é menos<br />

influenciada pela inabilidade na sua aplicação. Entretanto, para<br />

a disponibilização de variedades resistentes ao percevejo-derenda<br />

é imprescindível que o programa de melhoramento<br />

genético voltado para as condições do Cerrado utilize como<br />

genitores acessos com resistência à praga e que no processo de


39<br />

seleção seja priorizada a seleção de genótipos resistentes ao<br />

percevejo-de-renda.<br />

O Mandarová, Erinnyis ello, apresenta alta capacidade<br />

de consumo principalmente na sua fase larval. A lagarta causa<br />

um severo desfolhamento, podendo reduzir severamente o<br />

rendimento da cultura podendo até levar a morte da planta. A<br />

lagarta passa por cinco estágios que vão de 12 a 15 dias<br />

podendo comer em média 1.107 cm² de área folear como<br />

mostra na (figura 11), um dos melhores métodos de controle é:<br />

se for em pequenas áreas a eliminação manual, se for em áreas<br />

mais extensas aplicar um inseticida biológico seletivo, á base<br />

de bacillus thuringiensis dentre outros (Farias, 1991a).<br />

Figura 11: Mandarová.<br />

Fonte: Santos Filho e Vieira (2009).<br />

Podridão de raízes, particularmente tem maior<br />

incidência em várzeas no qual as perdas chagam a 50%, o<br />

maior causador da podridão são os fungos, Phytophthora sp. e<br />

Fusariun sp. As medidas de controle envolvem variedades<br />

40<br />

resistentes, rotação de cultura reduz a podridão em até 60%<br />

(Fukuda, 1991).<br />

No Superbrotamento, causada pelo fitoplasma, os<br />

sintomas se caracterizam pelo lançamento excessivo de hastes,<br />

também chamado de envassoramento, o controle pode ser<br />

efetuado preventivamente evitando a introdução de material<br />

doente no campo, e a utilização de variedades resistentes<br />

(Fukuda, 1996).<br />

5.7 Plantio<br />

O plantio comercial da mandioca é feito com manivas<br />

ou manivas-sementes, também conhecidas como manaíba,<br />

toletes ou rebolos, que são partes das hastes ou ramas do terço<br />

médio da planta, com aproximadamente 20 cm de comprimento<br />

e com 5 a 7 gemas. Por sua multiplicação ser vegetativa a<br />

seleção das ramas e o preparo das manivas é muito importante<br />

para o sucesso da plantação (Souza e Fialho, 2003).<br />

Para um ótimo desenvolvimento da cultura da<br />

mandioca, a seleção e preparo do material de plantio são<br />

determinantes para se ter um bom resultado em aumento de<br />

produção com pequenos custos. Nesta fase deve-se observar<br />

alguns aspectos fitossanitários e agronômicos. Dentro do<br />

aspecto fitossanitário vale ressaltar que o material de plantio<br />

deve estar sadio, livre de pragas e doenças, considerando que a<br />

disseminação de patógenos é maior nas culturas propagadas<br />

vegetativamente do que nas espécies propagadas por meio de<br />

sementes sexuais. Com isto, se tem uma necessidade de<br />

inspeção constante da área do plantio e de onde serão retiradas<br />

as ramas para fazer a avaliação da sua sanidade (Souza e<br />

Fialho, 2003).


5.7.1 Escolha de cultivar<br />

41<br />

A escolha deverá ser efetuada de acordo com o objetivo<br />

da exploração, se para alimentação humana in natura, uso<br />

industrial ou forrageiro, e a que melhor se adapte às condições<br />

da região. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa<br />

mesma área, evitando-se a mistura de cultivares. Necessitandose<br />

usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em<br />

quadras separadas (Souza e Fialho, 2003).<br />

5.7.2 Seleção de ramas<br />

Devem estar maduras, provenientes de plantas com 10 a<br />

14 meses de idade, e do terço médio da planta, eliminando-se a<br />

parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte<br />

de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou<br />

machucadas. É importante verificar o teor de umidade da rama,<br />

fazendo um simples corte que pode comprovar se ocorrer o<br />

fluxo de látex imediatamente após o corte mostrando a<br />

viabilidade da maniva (Souza e Fialho, 2003).<br />

5.7.3 Conservação das ramas<br />

Há ausência de sincronia entre as épocas de colheita e<br />

de plantio da mandioca, tem sido um dos problemas na<br />

preservação do material genético para o plantio de cultivares de<br />

mandioca, a nível de produtor. Sendo assim, quando as ramas<br />

não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a<br />

colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não<br />

reduzirem ou perderem a viabilidade. É recomendado que a<br />

conservação das ramas ocorra o mais próximo possível da área<br />

a ser plantada, em local fresco, com umidade moderada,<br />

sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de<br />

ventos frios e quentes. Este período de conservação deve ser o<br />

42<br />

menor possível, podendo as ramas, serem dispostas vertical ou<br />

horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas<br />

cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo a suas bases<br />

enterradas, cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e<br />

molhado durante o período do armazenamento. Quando<br />

armazenadas na posição horizontal (figura 12), as ramas devem<br />

conservar a cepa (maniva-mãe) e serem empilhadas e cobertas<br />

com capim seco ou outro material (Souza e Fialho, 2003).<br />

.<br />

Figura 12: Armazenamento de ramas de mandioca na posição<br />

vertical.<br />

Fonte: CNPMF, (2003).<br />

Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área, com<br />

cerca de 20% do mandiocal, como campo de multiplicação de<br />

maniva-semente, para a instalação de novos plantios, exceto em<br />

áreas com riscos de geadas e para as regiões de maior<br />

incidência de frio (Souza e Fialho, 2003).


5.7.4 Seleção e preparo das manivas<br />

43<br />

As manivas que servirão de sementes (manivassemente)<br />

devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5<br />

a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula<br />

ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com<br />

auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em<br />

motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas<br />

plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no<br />

qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte<br />

em bisel. No caso da utilização de facão, o corte é realizado<br />

segurando a rama com uma mão dando-lhe um golpe com o<br />

facão de um lado, gira a rama 180 graus, e dá outro golpe no<br />

outro lado da rama cortando a maniva; evitando, assim, apoiar a<br />

rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das<br />

manivas (Souza e Fialho, 2003).<br />

5.7.5 Quantidade de manivas<br />

Para o plantio de um hectare é necessário de 4 m³ a 6<br />

m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo,<br />

produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico<br />

de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca<br />

de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento (Dantas<br />

et al., 1986).<br />

5.7.6 Época de plantio<br />

A cultura apresenta alto potencial de rendimento, baixa<br />

exigência em insumos, relativa tolerância à acidez e ao<br />

alumínio tóxico, a planta tem ciclo de cultivo bi-anual, requer<br />

clima quente, sendo que temperaturas do ar (médias anuais)<br />

ideais encontram-se entre 18ºC e 35ºC. No Brasil a época de<br />

44<br />

plantio se inicia em 1º de outubro e vai até 30 de novembro,<br />

nos solos classificados em três classes, de acordo com a<br />

porcentagem de água disponível na zona radicular,<br />

considerando-se as Capacidades de Armazenamento (CADs) de<br />

75 mm, 100 mm e 150 mm para os solos tipo 1, tipo 2 e tipo 3,<br />

respectivamente, para cultivares de mesa e indústria. No caso<br />

de ocorrer algum evento atípico que impeça o plantio nas<br />

épocas indicadas, recomenda-se aos produtores não efetivarem<br />

a implantação da lavoura nesta safra (CNPMF, 2003).<br />

Índices pluviométricos anuais entre 1000 mm e 1500<br />

mm são ideais para o cultivo da mandioca, como o principal<br />

produto da mandioca são as raízes, a cultura necessita de solos<br />

profundos e friáveis, sendo ideais os solos arenosos ou de<br />

textura média, por possibilitarem um fácil crescimento das<br />

raízes. Objetivou-se, com o zoneamento agrícola, identificar os<br />

períodos que apresentam menor risco climático para o cultivo<br />

da mandioca no Distrito Federal.<br />

Foi utilizado o seguinte critério de risco para o cultivo<br />

da mandioca, em condições de sequeiro: Temperatura Média<br />

Anual (Ta) ≥ 19ºC e Índice Hídrico Anual (IH) 100. O IH,<br />

determinado a partir de balanço hídrico, leva em conta os<br />

excedentes hídricos acumulados no período chuvoso, bem<br />

como as eventuais deficiências hídricas acumuladas no período<br />

seco do ano. O risco climático foi calculado a partir do balanço<br />

hídrico anual para cada posto pluviométrico, com a utilização<br />

de séries pluviométricas com mais de 15 anos de dados diários<br />

disponíveis no Distrito Federal: Os solos foram classificados<br />

em três classes, de acordo com a porcentagem de água<br />

disponível na zona radicular, considerando-se as Capacidades<br />

de Armazenamento (CADs) de 75 mm, 100 mm e 150 mm para<br />

os solos tipo 1, tipo 2 e tipo 3, respectivamente (CNPMF,<br />

2003).<br />

O sistema de produção de mandioca no Distrito Federal<br />

permite colheitas em períodos diferenciados, de acordo com sua


45<br />

utilização, ou seja, para mandioca de mesa, colheitas a partir do<br />

7º ao 14º mês do plantio e, para mandioca para fins industriais,<br />

colheita do 16º aos 24º mês, com dois ciclos vegetativos de<br />

crescimento.<br />

A análise dos dados permitiu identificar que as datas de<br />

plantio com menor risco climático para a cultura de mandioca<br />

foram idênticas para os três tipos de solos e variedades<br />

estudadas (CNPMF, 2003).<br />

5.7.7 Exigências nutricionais<br />

A cultura da mandioca extrai do solo grandes<br />

quantidades de nutrientes, sendo estes nutrientes o potássio<br />

seguido do nitrogênio, onde em média para cada tonelada<br />

produzida de raízes são extraída de 2,33 a 4,91 kg de N, 0,52 a<br />

1,08 kg de P, 4,11 e 5,83 kg de K, 0,61 e 1,83 kg de CA e 0,34<br />

e 0,79 kg de MG, (Howeler, 1981; Lorenzi, 1978; Embrapa,<br />

1980). Para a calagem alem de outros benefícios, estão<br />

relacionados a disponibilidade de micronutrientes no solo,<br />

principalmente o zinco, ( CIAT, 1975; Howeler, 2002),<br />

O sucesso da adubação relacionada com as quantidades<br />

adequadas, e a épocas de aplicação. Para adubos nitrogenados<br />

que apresentam alta taxa de lixiviação para as camadas mais<br />

profundas do solo, recomenda-se aplicá-los em cobertura<br />

distribuindo em faixas de 15 cm das plantas, de 30 a 60 dias<br />

após a brotação (Santana et al., 1975; Gomes et al., 1983). Os<br />

adubos fosfatados pela sua pouca mobilidade, devem ser<br />

aplicados na época de plantio no fundo da cova ou do sulco de<br />

plantio (Gomes et al., 1983).<br />

Os adubos potássicos, são aplicados em misturas<br />

formuladas na maioria das vezes, e de forma similar a aplicação<br />

de fósforo no sulco de plantio, podendo também ser aplicado<br />

parceladamente, sendo uma parte no plantio e outra na<br />

46<br />

cobertura junto com a segunda aplicação de N (Gomes, 1989;<br />

Nguyen et al., 2002).<br />

5.7.8 Espaçamento e plantio<br />

O espaçamento no cultivo da mandioca depende da<br />

fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da<br />

produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de<br />

colheita (manual ou mecanizada) (Fukuda, 1993).<br />

No geral se recomenda os espaçamentos de 1,00 x 0,50<br />

m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m,<br />

em fileiras duplas, em solos mais férteis deve-se aumentar a<br />

distância entre fileiras simples para 1,20 m, já para o plantio<br />

destinado para a produção de ramas para ração animal<br />

recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre<br />

linhas e 0,50 m entre plantas, para se ter maior produção,<br />

quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas<br />

deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina<br />

colhedeira, para a capina com equipamento mecanizado, devese<br />

adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar<br />

a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras<br />

duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos,<br />

ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores Fukuda, (1993).<br />

A forma de plantio em fileiras duplas oferece como<br />

vantagens: a) aumento da produtividade; b) facilidade de<br />

mecanização; c) facilidade de consorciação; d) redução do<br />

consumo de manivas e de adubos; e) a possibilidade da<br />

realização de rotação de culturas na mesma área, pela<br />

alternância das fileiras; f) a redução da pressão de cultivo sobre<br />

o solo; e g) facilidade da inspeção fitossanitária e a aplicação de<br />

defensivos Fukuda, (1993).<br />

O plantio da mandioca, geralmente, é uma operação<br />

manual, sendo em solos não sujeitos a encharcamento pode ser<br />

feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos


47<br />

construídos com enxada, sulcador a tração animal (Figura 13).<br />

Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10<br />

cm de profundidade (CNPMF, 2003).<br />

Figura 13: Abertura de sulcos de plantio com tração animal.<br />

Fonte: CNPMF, (2003).<br />

Para o plantio de grandes áreas, com fins industriais, são<br />

utilizadas plantadeiras mecanizadas que realizam de uma só vez<br />

as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas,<br />

plantio e cobertura das manivas. Nesse caso, há plantadeiras<br />

com duas linhas de plantio, com capacidade para plantar até 5<br />

ha/dia e as de quatro linhas, com o dobro da capacidade de<br />

plantio da anterior, porém, com necessidade de tratores com<br />

alta potência para sua operação. Nas regiões produtoras de<br />

mandioca o uso, é significativo dessas máquinas para a<br />

operação de plantio (figura 14), (CNPMF, 2003).<br />

48<br />

Figura 14: Plantadeiras mecanizadas de mandioca: duas linhas<br />

(esquerda) e quatro linhas (direita)<br />

Fonte: CNPMF, (2003)<br />

Nos solos muito argilosos ou com problemas de<br />

escoamento, recomenda-se o plantio em cova alta, em leirões<br />

ou camalhões, que podem ser construídos com enxada, arados<br />

ou taipadeiras. A posição de plantio das manivas-sementes mais<br />

indicada é a horizontal, porque facilita a colheita das raízes,<br />

colocando-se as manivas no fundo das covas ou dos sulcos.<br />

Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também<br />

são colocadas na posição horizontal. As posições inclinadas e<br />

verticais são menos utilizadas porque as raízes aprofundam<br />

mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas<br />

para plantios em camalhões, (CNPMF, 2003). Após o plantio<br />

deve-se efetuar o controle das plantas daninhas.<br />

5.8 Métodos de controle de plantas danihas<br />

5.8.1 Controle cultural<br />

Consiste em utilizar as características ecológicas das<br />

culturas e das plantas daninhas, no intuito de criar condições<br />

favoráveis para o rápido estabelecimento da mandioca,


49<br />

proporcionando-lhe vantagem no balanço competitivo com as<br />

invasoras na disputa por água e nutrientes. O sucesso dessa<br />

estratégia depende principalmente do preparo adequado do<br />

solo, da qualidade das manivas, da escolha da variedade<br />

adaptada ao ecossistema, da densidade de plantio, da rotação de<br />

culturas e do uso de cobertura verde (CNPMF, 2003).<br />

A rotação de culturas é um meio cultural que impede o<br />

surgimento de altas populações de certas espécies de plantas<br />

daninhas adaptáveis a determinada cultura. Quando são<br />

aplicadas as mesmas práticas culturais seguidamente, ano após<br />

ano, no mesmo solo, a associação plantas daninhas-culturas<br />

tende a multiplicar-se, rapidamente, aumentando sua<br />

interferência sobre a cultura. As coberturas verdes, como o<br />

feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), são culturas geralmente<br />

muito competitivas com as plantas daninhas. O objetivo<br />

principal do uso dessas coberturas é a melhoria das<br />

propriedades físicas e químicas do solo. Além disso, muitas<br />

dessas plantas possuem grande poder inibitório sobre<br />

determinadas invasoras, mesmo após o corte e formação de<br />

cobertura morta sobre o solo (CNPMF, 2003).<br />

5.8.2 Controle mecânico<br />

É realizado por meio de práticas de eliminação do<br />

mato, como o arranque manual, a capina manual, a roçada e o<br />

cultivo mecanizado feito por cultivadores tracionados por<br />

animais ou por trator. Atualmente, o custo de duas limpas com<br />

enxada para manter a cultura livre de competição por<br />

aproximadamente 120 dias (período crítico de interferência)<br />

gira em torno de 19% do custo total, reduzindo<br />

consideravelmente a renda líquida do produtor (CNPMF,<br />

2003).<br />

50<br />

5.8.3 Controle químico<br />

A maioria dos herbicidas utilizados no cultivo da<br />

mandioca são de pré-emergência total (antes da germinação do<br />

mato e da brotação da cultura) e aplicados logo após o plantio<br />

ou, no máximo, cinco dias depois. A escolha do herbicida<br />

depende das espécies de plantas daninhas presentes e do custo<br />

do produto. Atualmente, uma aplicação da mistura de tanque do<br />

diuron + alachlor representa 8,5% do custo total de produção e<br />

substitui aproximadamente duas limpas com enxada. Essa<br />

mistura é de grande eficácia no controle de mono e<br />

dicotiledôneas em várias regiões do Brasil e de outros países. A<br />

mandioca é uma planta que apresenta boa resistência a vários<br />

herbicidas, quando aplicados antes de sua brotação e nas doses<br />

recomendadas (CNPMF, 2003).<br />

5.8.4 Controle integrado<br />

Consiste na integração dos métodos químico, mecânico,<br />

biológico e cultural, com o objetivo de eliminar as deficiências<br />

de cada um deles e, assim, obter um resultado mais eficiente,<br />

redução de custos e menor impacto sobre o meio ambiente.<br />

O uso de herbicidas nas linhas de plantio, combinado<br />

com o de cultivador a tração animal ou tratorizado nas<br />

entrelinhas da mandioca, tem proporcionado o mais baixo<br />

percentual de participação no custo total de produção em<br />

comparação com outros métodos mecânicos de controle<br />

(CNPMF, 2003).


6. DIAGRAMA DE FLUXOS CAUSAIS<br />

+<br />

+<br />

Produção de<br />

farinha<br />

Consumidor final<br />

+<br />

Consumo in natura<br />

+<br />

Concentração de<br />

HCN<br />

+<br />

Produtividade<br />

Figura 15: Diagrama de fluxos causais.<br />

7. MATERIAL E METODOS<br />

-<br />

+<br />

Métodos de<br />

hibridação<br />

Geração de<br />

hibridos<br />

+<br />

-<br />

Susceptibilidade a<br />

doenças e pragas<br />

7.1 Avaliação agronômica de acessos de mandioca de mesa<br />

51<br />

Nas safras 2006-2007 e 2007-2008, dezesseis acesos de<br />

mandioca de mesa conservados no Banco Regional de<br />

Germoplasma de Mandioca do Cerrado (BGMC) (Tabela 1),<br />

foram avaliados a campo, em área experimental da Embrapa<br />

Cerrados no município de Planaltina-DF (15º 35'30'' de latitude<br />

Sul, 47º 42' 30'' de longitude oeste a 1000 m de altitude). O<br />

52<br />

delineamento experimental que será empregado é o de blocos<br />

casualizados com três repetições, sendo cada parcela<br />

constituída por 4 linhas de 10 plantas, em espaçamento de 1,20<br />

m entre linhas e 0,80 m entre plantas e a área útil constituída<br />

pelas 16 plantas centrais de cada parcela. A seleção do material<br />

de propagação e os tratos culturais seguiram as recomendações<br />

do sistema de produção de mandioca para a região do Cerrado<br />

(Souza & Fialho, 2003). O controle de ervas daninhas será<br />

efetuado por meio de capinas ao longo do ciclo da cultura. A<br />

adubação foi efetuada mediante análise de solo de acordo com<br />

as recomendações de Souza & Fialho (2003).<br />

Tabela 1: Acessos de mandioca de mesa que serão analisados<br />

com respectivos nomes comuns e coloração da polpa da raiz.<br />

Acessos Nome comum Coloração<br />

da raiz<br />

polpa<br />

BGMC 982 Iapar 19/Pioneira creme<br />

BGMC 753 IAC 756-70/Japonesinha creme<br />

BGMC 1289 Taquara Amarela creme<br />

BGMC 1290 Taquara Amarela 1 creme<br />

BGMC 1291 Taquara Amarela 2 creme<br />

BGMC 1292 Taquara Amarela 3 creme<br />

BGMC 751 Japonesa creme<br />

BGMC 764 Não possui denominação creme<br />

BGMC 1341 Pioneira diferente creme<br />

BGMC 1246 Americana branca<br />

BGMC 1266 Flores de Goias branca<br />

BGMC 1254 Buriti branca<br />

BGMC 1096 Não possui denominação branca<br />

BGMC 34 Mantiqueira branca<br />

BGMC 962 Vassourinha branca<br />

BGMC 1250 Branca de Unai branca


53<br />

Os caracteres aferidos a campo por duas safras serão:<br />

altura da planta em m (AP); altura da primeira ramificação em<br />

m (APR); peso da parte aérea sem a cepa em kg ha -1 (PPA);<br />

peso da cepa em kg ha -1 (PC); produtividade de raízes em kg<br />

ha -1 (PR); porcentagem de amido nas raízes por meio do<br />

método da balança hidrostática (AM) e tempo para a cocção em<br />

minutos (TC). Os dados obtidos serão submetidos à análise de<br />

variância e as médias foram comparadas por meio do teste de<br />

comparação de médias de Tukey a 5% de probabilidade de erro.<br />

As análises estatísticas serão realizadas com auxílio do<br />

programa Genes. Para testar todas as comparações entre as<br />

médias emparelhadas usando o HSD de Tukey, calcule t para<br />

cada par de meios através da fórmula:<br />

Formula teste Tukey<br />

Os caracteres aferidos apenas na safra 2006-2007<br />

foram: número médio de ninfas e adultos de percevejo-de-renda<br />

(NMP) obtido por meio da contagem do número de ninfas e de<br />

adultos de percevejos-de-renda em três avaliações (28/12/06,<br />

10/01/07 e 06/03/07) em três plantas amostradas por parcela;<br />

incidência de bacteriose (Xantomonas axonopodis pv<br />

manihotis) em porcentagem (IB) obtido por meio da contagem<br />

do número total de plantas com sintomas da moléstia nas<br />

parcelas em duas avaliações (13/03/07 e 18/05/07); e<br />

severidade da bacteriose (SB) por meio da avaliação de três<br />

plantas por parcela, em duas avaliações (13/03/07 e 18/05/07),<br />

utilizando-se a escala de notas que varia de 1 a 5, onde: 1 = não<br />

há sintomas visíveis; 2 = há apenas manchas foliares; 3 = há<br />

manchas foliares e pus no caule; 4 = há manchas foliares, pus<br />

no caule e desfolha; 5 = há morte descendente.<br />

54<br />

Os dados serão submetidos à análise de variância e as<br />

médias foram comparadas por meio do teste de comparação de<br />

médias de Scott e Knott a 5% de probabilidade de erro teste<br />

este mais simplificado que o tukey, com auxílio do programa<br />

Genes. Os dados de SB serão transformados para raiz quadrada<br />

de x antes da análise de variância. No momento da colheita<br />

também foi determinado o teor de ácido cianídrico (HCN) nas<br />

raízes tuberosas (mg kg -1 ) por meio do método qualitativo, a<br />

partir de cinco raízes tuberosas tomadas ao acaso por parcela.<br />

Como os dados de HCN obtidos são qualitativos, os mesmos<br />

não serão utilizados nas análises estatísticas.<br />

7.2 Geração de híbridos de mandioca<br />

Em novembro de 2008 na Embrapa Cerrados será<br />

estabelecido um campo de cruzamento controlado de mandioca,<br />

utilizando como genitor masculino o acesso de mesa BGMC<br />

753 e como genitores femininos os acessos BGMC 751, BGMC<br />

982 e BGMC 1289.<br />

O campo será estabelecido em área isolada a fim de<br />

evitar contaminação genética. Será composto por linhas de 15<br />

plantas do parental masculino intercaladas por duas linhas de<br />

15 plantas do parental feminino. Em cada campo de<br />

cruzamento isolado, todas as plantas dos parentais femininos<br />

sistematicamente emasculadas, assim as sementes oriundas<br />

desses parentais serão fecundadas pelo pólen do parental<br />

masculino (que não será emasculado). Tão logo quando<br />

ocorrida à fecundação, os frutos serão cobertos por um saco de<br />

voal a fim de evitar o ataque da mosca das frutas. Após a<br />

colheita as sementes obtidas serão armazenadas em geladeira.


8. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES<br />

Figura 16: Cronograma de execução<br />

Fonte: Filho (2009)<br />

55<br />

56<br />

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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<strong>UPIS</strong> – Faculdades Integradas<br />

Departamento de Agronomia

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