Espécies de Brocas do Caule Atacando Mandioca em Cruz das ...

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MANDIOCA EM FOCO
Número 25 Julho/2004
Espécies de Brocas do Caule Atacando Mandioca
em Cruz das Almas, BA
Alba Rejane Nunes Farias 1
As brocas do caule, embora se encontrem em todo o mundo, são de especial importância nas
Américas, particularmente no Brasil.
Em Cruz das Almas, BA, no Banco de Germoplasma de Mandioca da Embrapa Mandioca e
Fruticultura foram identificadas duas espécies de brocas atacando as hastes: Sternocoelus manihoti
(Marshall, 1925) (Coleoptera: Curculionidae) (Figura 1) e Tropidozineus fulveolus (Lameere, 1884)
(Coleoptera: Cerambycidae) (Figura 2).
Fig. 1 – Adulto de Sternocoelus manihoti.
Fig. 2 – Adulto de Tropidozineus fulveolus
Os coleópteros do gênero Sternocoelus são pequenos, medindo de 6 a 13 mm de comprimento,
de coloração marrom, apresentando o corpo recoberto de escamas amareladas. As fêmeas efetuam a
postura em orifícios que fazem na casca, preferindo as partes mais tenras da haste. As larvas penetram
na haste e escavam túneis na região central da medula, debilitando a planta. Elas vão se alimentando
em direção descendente, sem alcançar a parte subterrânea da planta. As hastes se partem, reduzindo
a qualidade do material para o plantio. Pelo orifício de entrada, sai também uma exsudação viscosa,
¹Pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Rua Embrapa, s/n, Caixa Postal 007, 44380-000, Cruz das Almas, BA.

Tiragem: 1000 exemplares
o que facilita o reconhecimento da planta atacada. As larvas totalmente desenvolvidas constroem
uma câmara dentro da própria haste (na medula) e se transformam em pupas. Estas se mantêm
firmemente seguras, em sua câmara, em um dos extremos da galeria, por meio dos excrementos
larvais. Depois da emergência, o adulto pode permanecer na câmara durante vários dias antes de
abandonar a haste.
Nas hastes infestadas ou sobre o solo, ao lado das plantas, podem ser encontrados dejetos
(excrementos) e serragens provenientes do lenho da haste que caem da galeria escavada pelas larvas.
Os adultos de T. fulveolus são pequenos cerambicídeos que medem de 6 a 9 mm de
comprimento, apresentam coloração marrom e depositam os ovos sob o córtex da haste. As larvas
causam dano semelhante ao que ocasionam as de Sternocoelus. A fase de pupa também ocorre nas
galerias construídas pela larva na haste.
O gênero Sternocoelus é mais comum em nossos mandiocais, entretanto podem ser encontradas
as duas espécies aqui mencionadas na mesma haste.
Recomenda-se observar periodicamente a cultura, especialmente durante o verão. As hastes
atacadas devem ser cortadas e queimadas, a fim de evitar o desenvolvimento das larvas.
Recomenda-se ainda utilizar manivas sadias para o plantio e procurando sempre usar material
proveniente de plantações onde não houve ataque da praga.
Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento