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PREVENÇÃO de ACIDENTES PRIMEIROS SOCORROS

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Grupo <strong>de</strong> Ecofisiologia e Melhoramento Florestal<br />

<strong>PREVENÇÃO</strong> <strong>de</strong> <strong>ACIDENTES</strong><br />

E<br />

<strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong><br />

1


ÍNDECE<br />

<strong>ACIDENTES</strong> E <strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong> ............................................................................................... 3<br />

1.1.<strong>ACIDENTES</strong> QUE PÕEM EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA DE INDIVÍDUOS. ................................... 3<br />

1.2. <strong>ACIDENTES</strong> QUE PÕEM EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA DO EDIFÍCIO E/OU DE TODAS AS<br />

PESSOAS NO LOCAL ...................................................................................................................... 5<br />

2. EMERGÊNCIAS E <strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong> .......................................................................... 6<br />

2.1. EMERGÊNCIAS ................................................................................................................. 6<br />

2.1.1. DERRAMES QUÍMICOS 6<br />

2.1.2. BIOLÓGICOS 7<br />

2.2. MATERIAIS COMBUSTÍVEIS ..................................................................................................... 7<br />

2.2.1. GASES 9<br />

2.2.2. POTENCIAIS PERIGOS ASSOCIADOS AOS GASES COMPRIMIDOS 10<br />

2.3 ARMAZENAMENTO DE GASES COMPRIMIDOS ........................................................................... 11<br />

2.4 GASES LIQUEFEITOS ............................................................................................................ 14<br />

RISCOS ASSOCIADOS À UTILIZAÇÃO DE FLUIDOS CRIOGÉNICOS 14<br />

RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA NO MANUSEAMENTO DE AZOTO LÍQUIDO A BAIXAM<br />

TEMPERATURAS: 15<br />

2.5. FOGO ................................................................................................................................. 15<br />

2.5.1 PLANO DE EVACUAÇÃO 15<br />

2.6. INCÊNDIOS .......................................................................................................................... 16<br />

2.6.1.COMBATE A INCÊNDIOS 16<br />

3. <strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong> .............................................................................................................. 21<br />

3.1.CONTAMINAÇÃO POR INALAÇÃO ............................................................................................ 21<br />

3.2.CONTAMINAÇÃO POR CONTACTO: .......................................................................................... 21<br />

3.3.CORPOS ESTRANHOS NOS OLHOS ......................................................................................... 22<br />

3.4.QUEIMADURAS PELO CALOR .................................................................................................. 22<br />

3.5. HEMORRAGIAS .................................................................................................................... 23<br />

3.6. LACERAÇÕES ...................................................................................................................... 23<br />

3.7.DESINFECÇÃO DE FERIDAS ................................................................................................... 24<br />

4. FARMÁCIA ................................................................................................................................. 25<br />

TELEFONES DE EMERGÊNCIA .......................................................................................................... 26<br />

2


<strong>ACIDENTES</strong> E <strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong><br />

Sendo o laboratório um local <strong>de</strong> risco controlado, o conhecimento e<br />

cumprimento das normas <strong>de</strong> segurança po<strong>de</strong>m não ser suficientes para evitar a<br />

ocorrência <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes. Existem tratamentos <strong>de</strong> primeiros socorros a aplicar<br />

em cada tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte, sendo, no entanto, essencial a máxima presença <strong>de</strong><br />

espírito e rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> actuação, pelo que as pessoas vitimadas ou quem esteja<br />

presente <strong>de</strong>vem imediatamente comunicar a ocorrência ao professor<br />

responsável.<br />

1.1. <strong>ACIDENTES</strong> QUE PÕEM EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA DE<br />

INDIVÍDUOS.<br />

Em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ve-se, sempre que possível, não movimentar o<br />

sinistrado até à presença dos serviços <strong>de</strong> emergência médica. Em alguns<br />

casos, é necessário socorrer imediatamente o sinistrado enquanto se espera<br />

pelos serviços <strong>de</strong> emergência. A Tabela 1 mostra alguns dos aci<strong>de</strong>ntes que<br />

po<strong>de</strong>m ocorrer e que, até <strong>de</strong>terminado grau, po<strong>de</strong>m ser assistidos<br />

imediatamente.<br />

Tabela 1. Tipo <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>m ocorrer e procedimentos a seguir<br />

Tipo <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>nte Procedimento<br />

Golpes ligeiros<br />

Salpicos e queimaduras<br />

químicas superficiais<br />

Fazer sangrar o golpe por alguns segundos.<br />

Remover estilhaços (caso seja necessário) e lavar com<br />

água corrente.<br />

Desinfectar e proteger com um penso.<br />

Lavar abundantemente a área afectada com água<br />

corrente e sabão, o que facilita a remoção <strong>de</strong> produtos<br />

químicos, usando o chuveiro <strong>de</strong> emergência (caso exista).<br />

Remover o vestuário contaminado.<br />

As queimaduras com ácidos ou com bromo <strong>de</strong>vem ser<br />

posteriormente lavadas com uma solução <strong>de</strong> carbonato <strong>de</strong><br />

sódio a 5%. As queimaduras com bases <strong>de</strong>vem ser<br />

lavadas com ácido acético a 5% existente nos primeiros<br />

socorros <strong>de</strong> laboratório. Cobrir a área afectada com gaze<br />

esterilizada sem apertar.<br />

Consultar os serviços médicos ou levar directamente<br />

às urgências médicas.<br />

3


Queimaduras térmicas<br />

ou com fogo<br />

Salpicos <strong>de</strong> reagentes<br />

químicos nos olhos<br />

Inalação <strong>de</strong> substâncias<br />

tóxicas<br />

Ingestão <strong>de</strong> reagentes<br />

(sólidos, líquidos)<br />

Eléctrico<br />

Estado <strong>de</strong> choque<br />

Usar água ou gelo (apenas se a queimadura for<br />

superficial). Para queimaduras térmicas aplicar uma<br />

pomada própria existente na caixa <strong>de</strong> primeiros socorros e<br />

proteger com gaze esterilizada.<br />

Para queimaduras com fogo é necessário abafar a<br />

chama, eventualmente fazendo o sinistrado rolar no chão,<br />

e usar chuveiro <strong>de</strong> emergência quando possível.<br />

Consultar os serviços médicos ou levar directamente<br />

às urgências médicas.<br />

Lavar com soro fisiológico ou água <strong>de</strong> esguicho próprio<br />

(frasco lavador), mantendo as pálpebras afastadas com a<br />

ajuda <strong>de</strong> dois <strong>de</strong>dos para que o jacto <strong>de</strong> água seja<br />

tangencial ao globo ocular. Consultar os serviços<br />

médicos ou levar directamente às urgências médicas.<br />

Afastar o aci<strong>de</strong>ntado do local contaminado, aliviando-lhe o<br />

vestuário no pescoço e no peito. Se ocorrer inconsciência,<br />

<strong>de</strong>itar o sinistrado <strong>de</strong> face virada para baixo, mantendo-o<br />

aquecido e eventualmente tentar a reanimação boca a<br />

boca (excepção para contaminação por venenos).<br />

Transportar para o hospital.<br />

Bochechar com água, sem ingerir, se a contaminação for<br />

apenas bucal. Caso tenha havido ingestão, beber água ou<br />

leite em abundância e <strong>de</strong>slocar rapidamente para o<br />

hospital.<br />

Desligar a corrente/quadro <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong> antes <strong>de</strong><br />

socorrer o aci<strong>de</strong>ntado. Se não for possível, colocar<br />

<strong>de</strong>baixo dos pés, material isolante e afaste a vítima da<br />

fonte com um cabo <strong>de</strong> vassoura ou uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira. Não utilizar materiais metálicos ou húmidos.<br />

O estado <strong>de</strong> choque po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> um aci<strong>de</strong>nte físico<br />

ou <strong>de</strong> um distúrbio emocional e os sintomas po<strong>de</strong>m ser<br />

prostração, pali<strong>de</strong>z, pele húmida e fria, <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>,<br />

tonturas, ansieda<strong>de</strong> ou problemas <strong>de</strong> visão. A vítima <strong>de</strong>ve<br />

ser colocada em posição horizontal com os pés num plano<br />

ligeiramente superior ao mesmo tempo que se tenta<br />

tranquilizar e diminuir a ansieda<strong>de</strong>. Deve ser <strong>de</strong>slocada<br />

até ao hospital<br />

4


1.2. <strong>ACIDENTES</strong> QUE PÕEM EM RISCO A INTEGRIDADE FÍSICA DO EDIFÍCIO<br />

E/OU DE TODAS AS PESSOAS NO LOCAL<br />

No caso <strong>de</strong> ocorrer um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> proporções elevadas, que ponha em<br />

risco a integrida<strong>de</strong> das pessoas presentes e do edifício, como um incêndio, o<br />

risco <strong>de</strong> uma explosão ou a libertação <strong>de</strong> gases tóxicos, o edifício <strong>de</strong>ve ser<br />

evacuado imediatamente. Na Tabela 2 apresentam-se os efeitos fisiológicos<br />

provocados por gases tóxicos e as concentrações expressas em ppm a partir<br />

das quais os efeitos tóxicos são produzidos.<br />

Tabela 2. Efeitos fisiológicos <strong>de</strong> gases tóxicos em ppm<br />

Gás Efeito após<br />

30-60 min<br />

Ácido cianídrico - HCN<br />

Mortal em 30<br />

min<br />

Imediatamente<br />

Mortal<br />

100 150 180<br />

Ácido Clorídrico - HCl 1 000 1 300 1 300<br />

Ácido fluorídrico – HF 50 250 --------<br />

Ácido sulfídrico – H2S 300 600 1 000<br />

Amoníaco – NH3 500 2 200 2 500<br />

Cloro – Cl2 40 150 1 000<br />

Dióxido <strong>de</strong> carbono – 3 500 --- 6 000<br />

Fosgénio – COCl2 25 30 50<br />

Monóxido <strong>de</strong> carbono – 1 500 4 000 10 000<br />

Vapores nitrosos – NO /<br />

NO2<br />

100 --- 200<br />

Fonte: Companhia <strong>de</strong> Bombeiros Sapadores <strong>de</strong> Lisboa<br />

5


2. EMERGÊNCIAS E <strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong><br />

Todos os trabalhadores <strong>de</strong> um laboratório estão sujeitos a pequenos aci<strong>de</strong>ntes<br />

(feridas/lacerações e queimaduras), que <strong>de</strong>vem ser tratados imediatamente. A<br />

caixa <strong>de</strong> primeiros socorros, que <strong>de</strong>ve existir no piso do laboratório para o<br />

efeito, terá <strong>de</strong> estar i<strong>de</strong>ntificada com uma cruz vermelha e o conhecimento da<br />

sua localização é obrigatório.<br />

2.1. EMERGÊNCIAS<br />

Problemas mais comuns em laboratório:<br />

2.1.1. DERRAMES QUÍMICOS<br />

⇒ Todos os técnicos <strong>de</strong> laboratório <strong>de</strong>vem conhecer os riscos<br />

associados aos reagentes químicos com que trabalham e saber<br />

quando é seguro limpar um <strong>de</strong>rrame menor.<br />

⇒ Para limpar pequenos <strong>de</strong>rrames po<strong>de</strong>m ser utilizadas toalhas <strong>de</strong><br />

papel, assumindo que o papel não reage com o material <strong>de</strong>rramado, ou<br />

material absorvente e/ou neutralizante (existem, no mercado, “kits” <strong>de</strong><br />

absorventes e/ou neutralizantes indicados para os vários tipos <strong>de</strong><br />

materiais <strong>de</strong>rramáveis, p.e. Chemisorb , da Merck), colocando o<br />

resíduo em recipiente apropriado para mais tar<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scartado.<br />

⇒ Quando o <strong>de</strong>rrame tem contacto directo com o operador <strong>de</strong>ve-se<br />

proce<strong>de</strong>r à lavagem da zona afectada, a baixa pressão durante 15 a 30<br />

minutos. Se a zona afectada for os olhos, <strong>de</strong>ve-se verificar se a pessoa<br />

usa lentes <strong>de</strong> contacto e removê-las antes <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à lavagem.<br />

Manter sempre os olhos bem abertos durante o procedimento.<br />

⇒ Quando se trata <strong>de</strong> substâncias voláteis, mesmo que o <strong>de</strong>rrame seja<br />

pequeno, se o aci<strong>de</strong>nte ocorrer fora da “hotte” <strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r à<br />

evacuação imediata do laboratório ou do edifício, se necessário, fechá-lo<br />

e chamar ajuda especializada. Pessoas directamente envolvidas no<br />

aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>vem-se manter disponíveis no exterior do laboratório ou do<br />

edifício para prestar assistência ao corpo <strong>de</strong> intervenção, a menos que<br />

necessitem <strong>de</strong> assistência médica imediata.<br />

6


2.1.2. BIOLÓGICOS<br />

⇒ Quando se trata <strong>de</strong> um <strong>de</strong>rrame <strong>de</strong> matéria não patogénica po<strong>de</strong><br />

proce<strong>de</strong>r-se à <strong>de</strong>sinfecção por reagentes químicos, como por exemplo,<br />

hipoclorito.<br />

⇒ Materiais patogénicos <strong>de</strong>vem ser trabalhados sob protecção <strong>de</strong> uma<br />

câmara <strong>de</strong> segurança biológica, a qual protege o operador e em caso<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rrame apenas torna necessária a <strong>de</strong>sinfecção da superfície com,<br />

por exemplo, hipoclorito, e do ar, filtros e condutas, com agentes que<br />

possam atingi-los, como por exemplo gás formal<strong>de</strong>ído. Quando o<br />

<strong>de</strong>rrame <strong>de</strong> patogénicos ocorre fora da câmara, <strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r à<br />

evacuação e fecho do laboratório, respirando o mínimo <strong>de</strong> aerossóis<br />

possível. Qualquer material contaminado, como batas, luvas, calças,<br />

sapatos, etc., <strong>de</strong>ve ser removido e colocado em recipientes fechados<br />

para posterior <strong>de</strong>scontaminação. Quem estiver presente no laboratório<br />

<strong>de</strong>ve-se lavar muito bem e proce<strong>de</strong>r a um exame médico.<br />

2.2. MATERIAIS COMBUSTÍVEIS<br />

Os materiais combustíveis po<strong>de</strong>m existir nas três fases – sólida, líquida e<br />

gasosa, tendo obviamente proprieda<strong>de</strong>s diferentes. Num laboratório, é fácil<br />

encontrar exemplos para cada um dos tipos, sendo assim necessário saber<br />

reconhecer o tipo <strong>de</strong> combustível e as proprieda<strong>de</strong>s associadas.<br />

Os gases e vapores combustíveis mais conhecidos são o butano, o<br />

propano, o acetileno, o hidrogénio, o éter etílico e vapores <strong>de</strong> gasolina.<br />

Uma mistura <strong>de</strong> ar e um combustível gasoso só se torna inflamável quanto<br />

está <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado intervalo <strong>de</strong> concentração. Para o monóxido <strong>de</strong><br />

carbono o intervalo varia entre 12,5 e 74%, sendo o restante ar. Estes valores<br />

são <strong>de</strong>signados por limite mínimo e máximo <strong>de</strong> inflamável (ou explosão). O<br />

intervalo entre estes valores é <strong>de</strong>signado por zona inflamável. Apresentam-se,<br />

na Tabela 3, alguns valores mínimos e máximos <strong>de</strong> explosão para alguns<br />

combustíveis.<br />

7


Tabela 3. Valores mínimos e máximos <strong>de</strong> inflamabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> combustíveis<br />

Combustível Limite Mínimo<br />

Acetileno<br />

Limite Máximo<br />

Inflamável<br />

Inflamável<br />

1,5 % 82%<br />

Acetona 2,5% 13%<br />

Álcool etílico 3,5% 15%<br />

Amoníaco 15% 28%<br />

Benzeno 0,7% 8%<br />

Butano 1,5% 8,5%<br />

Hidrogénio 4% 75,6%<br />

Gás sulfídrico 4,3% 45,5%<br />

Metano 5% 15%<br />

Propano 2,1% 9,5%<br />

Fonte: Companhia <strong>de</strong> Bombeiros Sapadores<br />

Tal como para os gases, a percentagem da mistura vapores e ar (oxigénio) tem<br />

<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>ntro da zona inflamável para que se inicie um fogo. Para os líquidos<br />

combustíveis existem três temperaturas que <strong>de</strong>terminam o seu comportamento<br />

relativamente à combustão, que são as seguintes: temperatura <strong>de</strong> inflamação;<br />

temperatura <strong>de</strong> combustão e temperatura <strong>de</strong> ignição.<br />

⇒ Temperatura <strong>de</strong> inflamação (Flash Point): é a temperatura mínima a que<br />

uma substância liberta vapores combustíveis em quantida<strong>de</strong> suficiente<br />

para formar com o ar e na presença <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> ignição uma<br />

mistura inflamável, que se extingue logo que a fonte <strong>de</strong> ignição seja<br />

retirada por insuficiência <strong>de</strong> vapores.<br />

⇒ Temperatura <strong>de</strong> combustão (Fire Point): é a temperatura mínima a que<br />

uma substância liberta vapores combustíveis em quantida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z<br />

suficientes para formar com o ar e na presença <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> ignição<br />

uma mistura inflamável, continuando a sua combustão mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

retirada a fonte <strong>de</strong> ignição.<br />

8


⇒ Temperatura <strong>de</strong> ignição (Ignition Point): é a temperatura mínima a que<br />

uma substância liberta vapores combustíveis que, em mistura com o ar e<br />

sem a presença <strong>de</strong> uma fonte <strong>de</strong> ignição, se inflamam.<br />

Na Tabela 4, apresentam-se as temperaturas <strong>de</strong> inflamação, combustão e<br />

ignição <strong>de</strong> vários líquidos combustíveis <strong>de</strong> uso comum, tanto em casa como<br />

num laboratório.<br />

Tabela 4. Temperaturas <strong>de</strong> inflamação, combustão e ignição <strong>de</strong> combustíveis<br />

Combustível<br />

Temperatura<br />

Inflamação<br />

Temperatura<br />

Combustão<br />

Temperatura<br />

Ignição<br />

Gasolina - 40 º C - 20 º C 277 º C<br />

Fuel oil 66 ºC 93 º C 230 º C<br />

Gasóleo 90 ºC 104 º C 330 º C<br />

Álcool 13 ºC ---- 370 º C<br />

Butano - 60 ºC ---- 430 º C<br />

Benzeno - 12 ºC ---- 538 º C<br />

Éter dietílico - 45 ºC ---- 170 º C<br />

Fonte: Companhia <strong>de</strong> Bombeiros Sapadores<br />

2.2.1. GASES<br />

Na maioria dos laboratórios é necessário trabalhar com gases comprimidos.<br />

Estes são divididos em três grupos: gases liquefeitos, gases comprimidos (nãoliquefeitos)<br />

e gases dissolvidos.<br />

GASES LIQUEFEITOS: É um gás parcialmente líquido a 21ºC, à pressão <strong>de</strong><br />

carga da garrafa. São exemplos <strong>de</strong> gases comprimidos liquefeitos o propano e<br />

o dióxido <strong>de</strong> carbono.<br />

9


GASES NÃO LIQUEFEITOS: É um gás que se encontra completamente no estado<br />

gasoso a 21ºC, à pressão <strong>de</strong> carga da garrafa. Oxigénio, azoto, hélio, árgon e<br />

hidrogénio são exemplos <strong>de</strong> gases comprimidos não liquefeitos.<br />

GASES DISSOLVIDOS: É um gás que se encontra dissolvido num solvente. O<br />

único exemplo <strong>de</strong> uso comum é o acetileno. Este gás é geralmente dissolvido<br />

em acetona dado que é instável na ausência <strong>de</strong> um solvente (é<br />

espontaneamente combustível em contacto com o ar a pressões ligeiramente<br />

superiores à pressão atmosférica à temperatura ambiente).<br />

2.2.2. POTENCIAIS PERIGOS ASSOCIADOS AOS GASES COMPRIMIDOS<br />

Pressão: A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotura <strong>de</strong> cilindros <strong>de</strong> gás é extremamente<br />

pequena quando estes são manipulados correctamente. Estes po<strong>de</strong>m, no<br />

entanto, sofrer rotura <strong>de</strong>vido a técnicas <strong>de</strong> enchimento impróprias, à corrosão<br />

ou a um incêndio. Todos os gases comprimidos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados<br />

potencialmente perigosos <strong>de</strong>vido à elevada pressão a que estão sujeitos.<br />

Inflamação: São exemplo <strong>de</strong> gases inflamáveis hidrogénio, acetileno, metano.<br />

Oxidantes: Os gases oxidantes são aqueles que provocam ou aceleram a<br />

combustão <strong>de</strong> materiais inflamáveis. Exemplos <strong>de</strong> gases oxidantes são<br />

oxigénio, óxido nitroso e cloro.<br />

Asfixia: A asfixia é o principal perigo associado a gases inertes. Sendo<br />

completamente inodoros e invisíveis é possível a ocorrência <strong>de</strong> uma fuga por<br />

um intervalo <strong>de</strong> tempo alargado sem que seja <strong>de</strong>tectada. Exemplos <strong>de</strong> gases<br />

inertes <strong>de</strong> uso comum são o azoto e o árgon.<br />

Corrosivos: Os gases corrosivos po<strong>de</strong>m queimar metais e atacam<br />

rapidamente a pele. Gases corrosivos, como o NH3, HCl ou HCN, po<strong>de</strong>m<br />

atacar roupa protectora contra fogo.<br />

Toxicida<strong>de</strong>: A toxicida<strong>de</strong> dos gases varia entre a toxicida<strong>de</strong> extrema<br />

(causando a morte ou danos graves após breve contacto) e a toxicida<strong>de</strong> ligeira<br />

(causando irritação). Cianeto <strong>de</strong> hidrogénio e monóxido <strong>de</strong> carbono são<br />

exemplos <strong>de</strong> gases tóxicos. Gases tóxicos, como o Cl2 ou NO, provocam<br />

envenenamento mas os sintomas po<strong>de</strong>m não ser imediatos, alguns gases<br />

po<strong>de</strong>m ser tóxicos e corrosivos em simultâneo.<br />

A Tabela 5 mostra a classificação <strong>de</strong> alguns gases comprimidos <strong>de</strong> uso<br />

industrial comum.<br />

10


Tabela 5. Exemplos <strong>de</strong> gases comprimidos tóxicos e/ou corrosivos<br />

Gás Tóxico Corrosivo Gás Tóxico Corrosivo<br />

NH3 X H2S X<br />

BCl3 X CH3Br X<br />

BF3 X CH3SH X X<br />

CO X CH3NH2 X<br />

CF2O X X NO* X<br />

COS X X ClNO X X<br />

Cl2 x x PF5 x<br />

C2N2 x SiF6 x x<br />

SiCl2 x x SiF4 x x<br />

(CH3)2NH X SO2 X<br />

HBr X SO2F2 X<br />

HCl x (CH3)3N X<br />

2.3 ARMAZENAMENTO DE GASES COMPRIMIDOS<br />

O armazenamento dos gases é muito importante em termos <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho. Os gases corrosivos não po<strong>de</strong>m estar armazenados<br />

mais <strong>de</strong> 6 meses pois po<strong>de</strong>m atacar o cilindro e a válvula. O monóxido <strong>de</strong><br />

carbono não <strong>de</strong>ve ser armazenado mais <strong>de</strong> 1 ano pois po<strong>de</strong> levar à formação<br />

<strong>de</strong> carbonilos, o que resulta na <strong>de</strong>gradação do cilindro.<br />

11


Gases que po<strong>de</strong>m polimerizar quando armazenados mais <strong>de</strong> 6 meses estão<br />

i<strong>de</strong>ntificado na Tabela 6. O óxido <strong>de</strong> etileno não <strong>de</strong>ve ser armazenado mais <strong>de</strong><br />

3 meses num local não refrigerado.<br />

Tabela 6. Exemplos <strong>de</strong> gases que polimerizam quando armazenados<br />

Gases que polimerizam<br />

1,3-butadieno<br />

Óxido <strong>de</strong> etileno<br />

Brometo <strong>de</strong> vinilo<br />

Cloreto <strong>de</strong> vinilo<br />

Fluoreto <strong>de</strong> vinilo<br />

Deve existir um cuidado especial com os reguladores dos cilindros.<br />

Este mecanismo é que regula a saída do gás sendo necessário estar garantida<br />

a sua segurança. Os reguladores <strong>de</strong> alta pressão <strong>de</strong>vem ser alvo <strong>de</strong><br />

manutenção, sendo preferível a substituição, a cada 5 anos. Cada regulador é<br />

feito para utilização <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado gás. Nunca se <strong>de</strong>ve utilizar um<br />

regulador com um gás para o qual não está especificado, po<strong>de</strong>ndo ocorrer,<br />

além <strong>de</strong> contaminações, fugas <strong>de</strong> gás.<br />

REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA PARA UTILIZAR E ARMAZENAR GASES<br />

⇒ Ter o mínimo possível <strong>de</strong> cilindros no laboratório;<br />

⇒ Os cilindros <strong>de</strong>vem estar seguros a uma pare<strong>de</strong> ou bancada com<br />

correntes;<br />

⇒ Retirar o selo da válvula apenas na altura da sua utilização;<br />

12


⇒ Usar apenas os equipamentos aprovados pelo fornecedor.<br />

⇒ Utilizar materiais compatíveis com o gás;<br />

⇒ Aquando da abertura <strong>de</strong> uma garrafa, o operador <strong>de</strong>ve colocar-se fora<br />

da trajectória <strong>de</strong> ejecção do nano redutor;<br />

⇒ Nunca abrir completamente a válvula, meia volta é suficiente para um<br />

fluxo normal, em caso <strong>de</strong> emergência uma válvula aberta é mais difícil<br />

<strong>de</strong> fechar;<br />

⇒ Ter sempre ventilação a<strong>de</strong>quada quando existem gases inflamáveis;<br />

⇒ Todas as fontes <strong>de</strong> ignição são afastadas <strong>de</strong> locais <strong>de</strong> trabalho com<br />

gases;<br />

⇒ Aparelhos eléctricos não utilizados são <strong>de</strong>sligados da tomada;<br />

⇒ A válvula <strong>de</strong> segurança e o regulador dos cilindros são fechados quando<br />

não se utiliza o cilindro. O mesmo se aplica para as garrafas vazias;<br />

⇒ Nunca usar óleo ou outras gorduras nas ligações ou equipamentos para<br />

gases;<br />

⇒ Usar um sistema eficaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> fugas;<br />

⇒ Cilindros <strong>de</strong> acetileno são movidos sempre na vertical, com a<br />

válvula para cima, ou têm <strong>de</strong> repousar durante 1 hora antes <strong>de</strong> os<br />

utilizar;<br />

⇒ O equipamento que utiliza acetileno não po<strong>de</strong> ter Cu, Ag e Hg pois<br />

formam potenciais explosivos;<br />

⇒ Devem existir sempre extintores <strong>de</strong> pó seco nas proximida<strong>de</strong>s;<br />

equipamento <strong>de</strong> queima (bico <strong>de</strong> Bünsen, absorção atómica, etc.) <strong>de</strong>ve<br />

ter reguladores <strong>de</strong> flashback;<br />

⇒ Nunca usar um cilindro não i<strong>de</strong>ntificado ou i<strong>de</strong>ntificado apenas pela cor;<br />

⇒ Nunca usar fita <strong>de</strong> PTFE, silicone ou outro material selante para um<br />

sistema fechado – em caso <strong>de</strong> fuga mudar o regulador ou o cilindro;<br />

⇒ Um cilindro nunca está vazio, tem gás à pressão atmosférica;<br />

⇒ Deve consultar sempre a ficha <strong>de</strong> segurança do produto.<br />

13


2.4 GASES LIQUEFEITOS<br />

A manipulação <strong>de</strong> fluidos criogénicos (gases liquefeitos) tem associado alguns<br />

riscos, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> estes serem caracterizados por temperaturas<br />

extremamente baixas e por uma elevada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão em volume<br />

quando passam do estado líquido ao estado gasoso.<br />

Os gases liquefeitos à pressão atmosférica estão a baixas temperaturas e em<br />

estado <strong>de</strong> ebulição. Na tabela 7 apresentam-se algumas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

alguns dos fluidos criogénicos mais utilizados.<br />

Tabela 7. Proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fluidos criogénicos<br />

Fluido<br />

criogénico<br />

Árgon<br />

Temperatura <strong>de</strong> ebulição<br />

a<br />

1030 mbar (ºC)<br />

Volume <strong>de</strong><br />

expansão<br />

para gás<br />

Tóxico<br />

Inflamável<br />

-186 847 para 1 Não Não<br />

Azoto -196 696 para 1 Não Não<br />

Dióxido <strong>de</strong><br />

Carbono<br />

-78,5<br />

553 para 1<br />

Hélio -296 757 para 1 Não Não<br />

Hidrogénio -253 851 para1 Não Sim<br />

Oxigénio -183 860 para 1 Não Não<br />

RISCOS ASSOCIADOS À UTILIZAÇÃO DE FLUIDOS CRIOGÉNICOS<br />

Asfixia: Gases liquefeitos como o azoto e o hélio po<strong>de</strong>m causar asfixia por<br />

po<strong>de</strong>rem substituir o oxigénio do ar. Os sintomas vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a diminuição dos<br />

reflexos até à perda do conhecimento. A exposição a um ambiente em que a<br />

concentração <strong>de</strong> oxigénio é inferior a 10% provoca em poucos minutos lesões<br />

cerebrais irreversíveis, coma e morte. Por esta razão o local <strong>de</strong> trabalho com<br />

estes fluidos <strong>de</strong>ve ter boa ventilação.<br />

Queimaduras: O contacto <strong>de</strong> fluidos criogénicos com a pele provoca<br />

queimaduras. Durante qualquer manipulação é necessário usar luvas <strong>de</strong><br />

Sim<br />

Não<br />

14


protecção adaptadas ao ambiente criogénico. As mãos não <strong>de</strong>vem ser<br />

submersas em caso nenhum no azoto líquido mesmo que se encontrem<br />

protegidas Após contacto lavar imediatamente a área afectada com água<br />

durante pelo menos 15 minutos e contacte um médico.<br />

RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA NO MANUSEAMENTO DE AZOTO LÍQUIDO A<br />

BAIXAM TEMPERATURAS:<br />

⇒ Consulte a ficha <strong>de</strong> segurança (MSDS) do azoto líquido.<br />

⇒ No manuseamento directo do azoto líquido utilize protecção pessoal<br />

(roupas secas cobrindo todo o corpo, sapatos fechados, luvas, óculos).<br />

⇒ Armazenar e utilizar em locais bem ventilados.<br />

⇒ Não utilizar anéis, relógios ou outros ornamentos que permitam um<br />

contacto mais prolongado do fluído criogénico com a pele.<br />

⇒ Utilize unicamente material e contentores a<strong>de</strong>quados para o azoto<br />

líquido: aço inoxidável, cobre, bronze, alumínio, latão, dacron, teflon e<br />

nylon.<br />

Materiais tais como ma<strong>de</strong>ira, plásticos e borracha não são a<strong>de</strong>quados.<br />

⇒ Não colocar os contentores <strong>de</strong> azoto líquido perto <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> ignição<br />

pois a exposição ao fogo po<strong>de</strong> provocar rotura e/ou explosão dos<br />

recipientes.<br />

⇒ Se o azoto líquido apresentar uma cor azulada é porque está<br />

contaminado com oxigénio e <strong>de</strong>ve ser substituído. O material<br />

contaminado é perigoso e potencialmente explosivo.<br />

2.5. FOGO<br />

2.5.1 PLANO DE EVACUAÇÃO<br />

Na ocorrência <strong>de</strong> um alarme generalizado, é obrigatória a evacuação do<br />

edifício. A evacuação <strong>de</strong>verá ocorrer seguindo a sinalização presente no<br />

edifício após a verificação dos seguintes pontos:<br />

a) Todos os equipamentos eléctricos <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>sligados e todas as garrafas<br />

com gases inflamáveis <strong>de</strong>vem ser fechadas. As experiências que estejam a<br />

<strong>de</strong>correr <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>ixadas em segurança, isto é, <strong>de</strong>sligando fontes <strong>de</strong> calor<br />

e sistemas <strong>de</strong> vazio ou pressão.<br />

15


) Antes <strong>de</strong> sair do laboratório, gabinete ou sala a pessoa responsável pelo<br />

espaço <strong>de</strong>ve verificar que a evacuação foi completa e <strong>de</strong>pois fechar todas as<br />

portas sem, no entanto, as trancar.<br />

c) Todos <strong>de</strong>vem dirigir-se calmamente para as saídas do edifício utilizando as<br />

escadas. Não se <strong>de</strong>ve utilizar o elevador pois é provável um corte <strong>de</strong> energia.<br />

d) Os docentes <strong>de</strong> aulas práticas <strong>de</strong>vem indicar a saída aos alunos e são<br />

responsáveis por <strong>de</strong>ixar todas as experiências em segurança.<br />

e) Não reentrar no edifício até que a Comissão <strong>de</strong> Segurança ou responsáveis<br />

pelo edifício, diga que é seguro fazê-lo.<br />

2.6. INCÊNDIOS<br />

Os fumos são, na maioria dos casos, o principal inimigo das pessoas durante o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do incêndio. Expan<strong>de</strong>m-se muito rapidamente, principalmente<br />

das zonas baixas para andares superiores, dificultando a visibilida<strong>de</strong> e irritando<br />

o sistema respiratório. O fogo, para além <strong>de</strong> calor e <strong>de</strong> fumos, produz vários<br />

gases tóxicos, po<strong>de</strong>ndo provocar a morte muito antes da aproximação das<br />

chamas. Não <strong>de</strong>ve abrir as janelas quando há um incêndio.<br />

Os principais gases libertados durante uma combustão são: o monóxido <strong>de</strong><br />

carbono que é menos <strong>de</strong>nso que o ar, é muito tóxico (impe<strong>de</strong> o transporte <strong>de</strong><br />

oxigénio pelo sangue) e combustível; o dióxido <strong>de</strong> carbono que é mais <strong>de</strong>nso<br />

que o ar, é asfixiante (provoca aceleração na respiração facilitando a absorção<br />

<strong>de</strong> outros gases tóxicos); o ácido sulfídrico que afecta o sistema nervoso,<br />

provocando tonturas e dores no aparelho respiratório; o dióxido <strong>de</strong> azoto que é<br />

muito tóxico e provoca paralisação da garganta. Para além dos gases tóxicos já<br />

referidos, outros são susceptíveis <strong>de</strong> aparecer conforme a composição química<br />

do material combustível. Entre esses gases tóxicos <strong>de</strong>stacam-se pela sua<br />

toxicida<strong>de</strong> e probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> surgirem os seguintes: ácido fluorídrico, ácido<br />

cianídrico ou prússico, ácido clorídrico, amoníaco, anidrido sulfuroso, cloro,<br />

vapores nitrosos.<br />

2.6.1.COMBATE A INCÊNDIOS<br />

ACTUAÇÃO EM CASO DE PEQUENOS INCÊNDIOS<br />

Ao <strong>de</strong>scobrir um fogo, ligue imediatamente o alarme <strong>de</strong> incêndio, no caso <strong>de</strong><br />

o alarme não ter disparado automaticamente. Os alarmes manuais <strong>de</strong> incêndio<br />

estão colocados junto dos elevadores.<br />

16


Pequenos fogos po<strong>de</strong>m ser apagados com os extintores existentes nas<br />

entradas dos laboratórios ou perto dos elevadores, e/ou com mantas <strong>de</strong><br />

incêndio existentes à entrada dos laboratórios. Des<strong>de</strong> que não se coloque a si<br />

nem aos outros em perigo, se o fogo for no laboratório, feche o gás na válvula<br />

existente no tecto falso à porta dos laboratórios. Não utilize água.<br />

Todo o pessoal dos laboratórios <strong>de</strong>ve estar familiarizado com os locais on<strong>de</strong><br />

se encontram os alarmes <strong>de</strong> fogo e o equipamento para o combater.<br />

O conhecimento do tipo <strong>de</strong> fogo na maior parte dos casos leva a uma extinção<br />

apropriada. A Tabela 8 apresenta as diferentes classes <strong>de</strong> fogos.<br />

Tabela 8. Classes <strong>de</strong> fogos<br />

Classes <strong>de</strong><br />

Fogos<br />

A<br />

(fogos secos)<br />

B<br />

(fogos gordos)<br />

C<br />

(fogos <strong>de</strong><br />

gases)<br />

D<br />

(fogos <strong>de</strong><br />

metais)<br />

Descrição Exemplos <strong>de</strong><br />

Fogos <strong>de</strong> superfície e<br />

profundida<strong>de</strong>. Geralmente<br />

dão origem a brasa.<br />

Fogos <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong><br />

líquidos combustíveis e<br />

sólidos liquidificavam<br />

Fogos em garrafas <strong>de</strong> gás.<br />

Envolvem reacções <strong>de</strong><br />

combustão <strong>de</strong> metais<br />

alcalinos ou pirofosfóricos<br />

matérias<br />

Ma<strong>de</strong>iras, papel,<br />

tecidos, carvão, lixo...<br />

Petróleo, gasolina,<br />

óleos, álcool, vernizes,<br />

cera, plásticos, alcatrão,<br />

parafina...<br />

Propano, butano,<br />

acetileno, hidrogénio...<br />

Sódio, alumínio,<br />

magnésio, lítio, urânio...<br />

Todos os laboratórios <strong>de</strong>vem estar equipados com extintores <strong>de</strong> combate a<br />

incêndios <strong>de</strong>vidamente sinalizados, bem como mantas anti-fogo e recipientes<br />

com areia. O extintor é um instrumento simples <strong>de</strong> manusear, portátil e eficiente.<br />

A utilização <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> extintor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do tipo <strong>de</strong> incêndio. Como <strong>de</strong>scrito<br />

17


na tabela 8, existem quatro classes <strong>de</strong> fogos – A, B, C e D – com características<br />

diferentes, logo com formas <strong>de</strong> extinção diferentes, (tabela 9).<br />

Tabela 9. Agente extintor a utilizar consoante a classe do fogo<br />

Agente<br />

Extintor<br />

A B C D<br />

Água em jacto Eficaz Não Usar Não Usar Não Usar<br />

Água em<br />

nevoeiro<br />

Muito Eficaz Não Usar Não Usar Não Usar<br />

Espuma Eficaz Muito Eficaz Não Usar Não Usar<br />

CO2 Pouco eficaz Eficaz Eficaz Não Usar<br />

Pó Químico Não Usar Não Usar Não Usar Eficaz<br />

Fonte: Bombeiros Sapadores<br />

EQUIPAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS<br />

Deve-se conhecer os vários tipos <strong>de</strong> extintores para uso correcto dos<br />

mesmos, no entanto, estes apenas <strong>de</strong>vem ser utilizados quando se tem certeza<br />

que o fogo po<strong>de</strong> ser apagado com eles.<br />

Pó químico – cartões e papéis<br />

Neve carbónica (CO2) – equipamento e bancadas<br />

O modo <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong> ambos os extintores consiste:<br />

a) Não inverter os extintores<br />

b) Tirar as cavilhas <strong>de</strong> segurança<br />

c) Apertar o gatilho e dirigir o jacto à base da chama<br />

18


As mantas são usadas para roupa, equipamento e líquidos a ar<strong>de</strong>r. A sua<br />

utilização é a seguinte:<br />

a) Para retirar a manta, puxe cada uma das pegas para baixo e para fora.<br />

b) Cubra as chamas com a manta da melhor maneira possível. Desligue a<br />

fonte do calor. Mantenha a manta aplicada até ao arrefecimento final.<br />

c) Vestuário em chamas – se o vestuário estiver em chamas, force a vítima<br />

a esten<strong>de</strong>r-se no solo e envolva-a com a manta (para as chamas não<br />

irem para a cara). Peça assistência médica para aplicar o tratamento<br />

contra o choque. A Tabela 10 mostra os diversos agentes extintores e o<br />

modo <strong>de</strong> actuação.<br />

Tabela 10. Agentes extintores e modo <strong>de</strong> actuação<br />

Agente extintor Modo <strong>de</strong> actuação Símbolo<br />

Dispersão Físico<br />

Água Arrefecimento<br />

Areais<br />

CO2<br />

Abafamento<br />

Espuma Abafamento<br />

Pó Químico (Halon) Inibição<br />

19


EVACUAÇÃO EM CASO DE EMERGÊNCIA (FOGO, FUGA DE GÁS OU OUTROS)<br />

Ao serem disparados os alarmes <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong>ve fazer o seguinte, o<br />

mais <strong>de</strong>pressa possível, sem se colocar a si ou aos outros em perigo:<br />

Assegurar-se que o equipamento laboratorial não ficará fora <strong>de</strong> controlo na<br />

sua ausência;<br />

No caso do fogo se dar na “hotte”, <strong>de</strong>ve-se simplesmente fechar a janela <strong>de</strong><br />

protecção, o que para além <strong>de</strong> isolar o fogo do laboratório, reduz a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigénio disponível para a combustão;<br />

Deixar o laboratório/sala o mais <strong>de</strong>pressa possível <strong>de</strong>ixando as luzes<br />

acesas;<br />

Num caso <strong>de</strong> um alarme <strong>de</strong> incêndio, fechar as portas do seu laboratório se<br />

for o último a sair;<br />

No caso <strong>de</strong> um outro tipo <strong>de</strong> alarme <strong>de</strong> evacuação, <strong>de</strong>ixar as portas<br />

abertas;<br />

Se houver muito calor <strong>de</strong>vido às chamas, vá caminhando <strong>de</strong>baixo dos<br />

"sprinklers" que existem nos corredores,<br />

Não usar os elevadores do edifício. Não <strong>de</strong>ve sair do seu percurso<br />

normal ou <strong>de</strong>morar-se <strong>de</strong>snecessariamente para ir buscar bens pessoais.<br />

Se <strong>de</strong>morar a sua saída não se <strong>de</strong>ve colocar a si nem aos outros em perigo;<br />

Sair do edifício pelas saídas indicadas no plano <strong>de</strong> evacuação afixado nos<br />

laboratórios e espaços comuns;<br />

Não voltar a entrar no edifício até que os alarmes tenham parado, ou que<br />

lhe seja especificamente comunicado que já é seguro entrar.<br />

ACTUAÇÃO EM CASO DE UM QUADRO ELÉCTRICO ESTAR A ARDER<br />

Se um aparelho/sistema eléctrico se incendiar não lhe toque. Desligar o<br />

quadro do laboratório com o interruptor geral <strong>de</strong> electricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emergência<br />

(botão existente para o efeito), localizado no exterior junto a entrada. Avisar os<br />

serviços técnicos.<br />

ACTUAÇÃO EM CASO DE FUGA DE GÁS NO LABORATÓRIO<br />

Fechar a torneira <strong>de</strong> gás na válvula existente para o efeito. Abrir janelas para<br />

ventilação. Avisar os serviços técnicos.<br />

20


3. <strong>PRIMEIROS</strong> <strong>SOCORROS</strong><br />

3.1.CONTAMINAÇÃO POR INALAÇÃO<br />

1- Evacuar a vítima para um lugar seguro.<br />

2- Verificar se há odores anormais no hálito da vítima, se esta está a<br />

respirar.<br />

3- Desapertar a roupa na cintura e pescoço da vítima.<br />

4- Manter arejado o local on<strong>de</strong> a vítima se encontra.<br />

5- Contactar, se necessário, os serviços <strong>de</strong> emergência.<br />

3.2.CONTAMINAÇÃO POR CONTACTO:<br />

1. Se um reagente entrar nos olhos da vítima, procurar e remover<br />

quaisquer lentes <strong>de</strong> contacto. Lavar abundantemente os olhos durante cerca <strong>de</strong><br />

15 minutos, assegurando-se que as pálpebras estão bem abertas e que o<br />

reagente foi removido.<br />

2. Não utilize pomada para olhos nem nenhum agente neutralizante.<br />

3. Nunca se <strong>de</strong>ve tentar remover um corpo estranho, por muito<br />

pequeno e simples que pareça ser esta remoção; se ele não saiu só com a<br />

lavagem com água corrente, que <strong>de</strong>ve ser feita no sentido do canto interno<br />

para o canto externo.<br />

4. Se o reagente apenas entrou em contacto com a pele exposta da vítima,<br />

como por exemplo as mãos, lavar abundantemente com água até que o<br />

reagente saia.<br />

5. Se o reagente entrou em contacto com a parte vestida do corpo,<br />

remover a roupa contaminada o mais rapidamente possível, protegendo as<br />

suas próprias mãos e corpo e ponha a vítima no duche <strong>de</strong> emergência. Se os<br />

olhos não foram afectados proteja-os enquanto lavar as zonas contaminadas.<br />

6. Se os olhos e partes do corpo forem expostos levar a vitima para o<br />

duche <strong>de</strong> emergência e segurando-lhe a cabeça para cima e as pálpebras dos<br />

olhos abertas lavar todo o corpo.<br />

21


3.3.CORPOS ESTRANHOS NOS OLHOS<br />

Em caso <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> corpos estranhos nos olhos e estes não saírem só<br />

com a lavagem Se um reagente entrar nos olhos da vítima, procurar e remover<br />

quaisquer lentes <strong>de</strong> contacto. Lavar abundantemente os olhos durante cerca <strong>de</strong><br />

15 minutos, assegurando-se que as pálpebras estão bem abertas e que o<br />

reagente foi removido.<br />

Não utilize pomada para olhos nem nenhum agente neutralizante, com<br />

água corrente, nunca tentar removê-los.<br />

3.4.QUEIMADURAS PELO CALOR<br />

1º Grau: Doloroso ou vermelho. Sem bolhas.<br />

Aplicar água fria corrente até aliviar a dor e facilitar a cura.<br />

Evitar reexposição, pois a pele magoada está mais susceptíveis os mais<br />

danos do que a pele normal.<br />

2º Grau: Severo e doloroso, mas sem danos imediatos <strong>de</strong> tecido. Bolhas ou<br />

estrias. Inchaço. Envolve epi<strong>de</strong>rme e <strong>de</strong>rme.<br />

Mergulhar a área afectada em água fria para abater a dor.<br />

Aplicar panos limpos e frios na área afectada.<br />

Secar com cuidado.<br />

Não rebentar bolhas.<br />

Se houver braços ou pernas envolvidos, mantê-los elevados em relação ao<br />

tronco do corpo.<br />

3º Grau: Queimaduras severas e profundas, prováveis danos <strong>de</strong> tecidos.<br />

Sem dor, envolve espessamento completo da pele.<br />

1- Não remover roupa queimada da zona afectada.<br />

2- Cobrir a zona queimada com gaze estéril e panos limpos.<br />

22


3- Não mergulhar uma zona extensivamente queimada em água fria, pois<br />

isto po<strong>de</strong> exacerbar o choque e causar infecção. Um pano frio po<strong>de</strong> ser usado<br />

em áreas limitadas como a cara.<br />

4- Se as mãos, pés ou pernas estiverem envolvidas, mantê-las elevadas em<br />

relação ao tronco.<br />

5- Queimaduras <strong>de</strong> 3º Grau <strong>de</strong>vem receber tratamento médico e/ou<br />

hospitalar.<br />

Se a queimadura for extensa e houver roupa sobre o corpo, não a retire,<br />

porque a pele po<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rir ao vestuário. Deite o doente para evitar respiração<br />

ofegante, suores frios, arrepios e pali<strong>de</strong>z. Não lhe dê bebidas. Contacte<br />

imediatamente o 112.<br />

Queimaduras por corrente eléctrica: Contacte o 112.<br />

3.5. HEMORRAGIAS<br />

1. O tratamento mais eficaz é aplicar pressão directamente na ferida, por<br />

cima da qual foi colocada uma gaze estéril, ou se não houver disponível, um<br />

lenço, colocando a palma da mão por cima da gaze e aplicando pressão.<br />

2. Se a gaze ficar ensopada, não retire, coloque outra por cima da inicial.<br />

Mantenha a pressão até conseguir uma ligadura para colocar por cima da gaze<br />

e mantê-la no lugar.<br />

3. Se a hemorragia persistir, <strong>de</strong>ve-se aplicar pressão às artérias que<br />

irrigam a zona afectada, <strong>de</strong> modo a parar a circulação <strong>de</strong> sangue nessa zona.<br />

No entanto esta técnica não <strong>de</strong>ve ser aplicada durante muito tempo, pois po<strong>de</strong><br />

causar outras complicações.<br />

3.6. LACERAÇÕES<br />

As lacerações são um dos tipos <strong>de</strong> ferida mais frequentes causadas por<br />

aci<strong>de</strong>ntes envolvendo o manuseamento <strong>de</strong> lâminas, bisturis, tesouras, e outros<br />

materiais cortantes como material <strong>de</strong> vidro e pipetas <strong>de</strong> Pasteur.<br />

⇒ Ferida suja - Lave com água e sabão; retire o excesso <strong>de</strong> sabão com<br />

água abundante ou use um <strong>de</strong>sinfectante. Cubra com penso a<strong>de</strong>quado.<br />

23


⇒ Ferida que sangra - Após a limpeza, coloque o penso e faça pressão<br />

por 5-15 minutos, até parar a hemorragia.<br />

⇒ Ferida profunda - Cubra com gaze ou compressa e dirija-se ao médico<br />

para ser suturada (“cosida”).<br />

3.7.DESINFECÇÃO DE FERIDAS<br />

1. Limpeza com água e sabão ou <strong>de</strong>sinfectante.<br />

2. Lavagem com água abundante, para remover o excesso <strong>de</strong> sabão.<br />

3. Desinfecção com anti-séptico, do centro para os bordos da ferida.<br />

24


4. FARMÁCIA<br />

A farmácia a manter em cada laboratório <strong>de</strong>ve respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s do<br />

próprio local <strong>de</strong> trabalho.<br />

Os produtos usuais numa farmácia <strong>de</strong> primeiros socorros são:<br />

Álcool etílico 70%<br />

Água oxigenada 10%<br />

Algodão hidrófilo<br />

Anti-séptico <strong>de</strong>sinfectante (ex. Betadine)<br />

Calmante queimaduras<br />

Pomada anti-séptica<br />

Pensos hemostáticos<br />

Luvas látex <strong>de</strong>scartáveis<br />

Soro fisiológico<br />

Fita a<strong>de</strong>siva <strong>de</strong> uso médico<br />

Caixa <strong>de</strong> compressas gran<strong>de</strong><br />

Gases esterilizadas<br />

Pensos rápidos sortidos<br />

Pinças<br />

Tesoura<br />

etc.<br />

Deve haver um responsável pela farmácia do laboratório e verificar as<br />

existências e os prazos <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> dos produtos que a formam.<br />

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TELEFONES DE EMERGÊNCIA<br />

Números <strong>de</strong> telefone a utilizar em caso <strong>de</strong> emergência<br />

É importante saber a localização das pessoas e equipamentos necessários<br />

quando um aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> laboratório imponha a assistência especializada.<br />

Serviço Nacional <strong>de</strong> Emergência (SOS) tel.: 112<br />

INEM-centro <strong>de</strong> informação antivenenos tel.: 808 250 143<br />

(em caso <strong>de</strong> intoxicação alimentar ou química. Este serviço<br />

tem também uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> queimaduras).<br />

Hospital <strong>de</strong> S. Francisco Xavier<br />

tel.: 21 043 10 00 Fax: 21 043 15 89<br />

Morada: Estrada do Forte do Alto do Duque 1495-005 Lisboa<br />

Cruz Vermelha Portuguesa tel.: 217714000 (Hospital)<br />

Serviço Nacional <strong>de</strong> Bombeiros tel.: 213422222<br />

Protecção Civil tel.: 214247100<br />

Segurança do ISA:<br />

Tel:213653139 ext. 3139 Tm: 935807020/2<br />

PSP: tel.: 213619600 Fax: 213633290<br />

Morada: largo do Calvário, n.º 7 1300-113 LISBOA<br />

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