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Leia mais... - De Sambas e Congadas

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conclui Dino, hoje a cidade toda é festeira de São<br />

Benedito.<br />

Dino fala também dos congueiros antigos,<br />

grande parte deles com o nome de Benedito.<br />

Já quando crianças, algumas mães colocavam os<br />

filhos na Congada, com a intenção de pagamento<br />

de promessas. Muitos destes congueiros antigos<br />

faleceram e levaram consigo elementos importantes<br />

presentes nas falas cênicas da Congada, os<br />

quais estavam registrados apenas na memória e<br />

na oralidade. Dino menciona que pouco se entendia<br />

da fala de algumas figuras da Congada devido<br />

à grande quantidade de palavras de origem<br />

africana, misturadas ao modo de falar caiçara.<br />

Em pesquisa realizada por Iracema Corrêa,<br />

a autora menciona que houve momentos de<br />

repressão e até proibição da Congada pela igreja<br />

na cidade de Ilhabela. Esta atitude do poder religioso<br />

local esteve relacionada ao uso das imagens<br />

de santos junto com enfeites, compreendido pela<br />

igreja como uma aproximação da Congada com<br />

a religiosidade do universo afro-brasileiro. Se outrora<br />

a manifestação passou por estes episódios,<br />

nos dias atuais podemos afirmar que a Congada<br />

ocupa posição privilegiada de destaque na cidade<br />

em ocasião da festa dedicada ao santo padroeiro.<br />

Na Festa de São Benedito, a equipe do projeto<br />

“<strong>De</strong> <strong>Sambas</strong> e <strong>Congadas</strong>”, observou a Congada<br />

de Ilhabela e entrevistou o congueiro Dino.<br />

<strong>De</strong>vido à complexidade desta organização, os aspectos<br />

aqui apresentados apenas ilustram a prática<br />

deste grupo. Pesquisas aprofundadas como a<br />

realizada por Iracema Corrêa revelam a riqueza e<br />

sutileza das relações tecidas no seio desta expressão<br />

cultural que se mantém ativa, sobretudo, pela<br />

religiosidade e devoção dos congueiros. Concor-<br />

~ 113 ~<br />

damos com Dino, quando o congueiro menciona<br />

que o elemento que mantém e condiciona a participação<br />

dos envolvidos na Congada é a religiosidade.<br />

É a devoção, e não a obrigação, que caracteriza<br />

e define um bom congueiro em Ilhabela.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

CORRÊA, Iracema França Lopes. A Congada de<br />

Ilhabela na Festa de São Benedito. São Paulo, Escola<br />

de Folclore, Ed. Livramento, 1981.

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