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universidade federal de santa catarina centro de comunicação e ...

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CAPÍTULO II<br />

A TRADUÇÃO DO LIVRO DE MEMÓRIAS, A TEORIA<br />

DE CHRISTIANE NORD E OUTRAS VOZES<br />

“Dentro <strong>de</strong> uma língua, outras línguas; <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

um texto, outros textos; <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada sujeito,<br />

outros sujeitos: cada fala vem carregada <strong>de</strong><br />

outros, outras vozes, outros olhares, outros<br />

textos...” (Maria José Coracini)<br />

O método <strong>de</strong>senvolvido por Christiane Nord 5 em 1988 foi elaborado a partir da<br />

experiência em sala <strong>de</strong> aula voltada para a tradução. A<strong>de</strong>pta à abordagem funcionalista, essa<br />

surgiu na Alemanha nas décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980 em oposição às antigas teorias lingüísticas<br />

formalistas com o propósito <strong>de</strong> viabilizar a interação comunicativa, cujo processo visa a<br />

produção <strong>de</strong> um texto funcional para o leitor <strong>de</strong> <strong>de</strong>stino inserido em um contexto cultural.<br />

O tradutor, por sua vez, que ocupa posição central no procedimento tradutório é ao<br />

mesmo tempo receptor do texto-fonte como também produtor do texto-meta, <strong>de</strong>vendo ter<br />

lealda<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>stinatário, o que Nord (1988) <strong>de</strong>nomina Loyalität, e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> na<br />

representação entre textos, como Treue.<br />

Nord (1988 p. 24-25) explica que geralmente se espera que a tradução seja fiel. Mas<br />

ao que parece a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> é equiparada com a equivalência entre os especialistas nesta área, o<br />

que gera muita discussão. O conceito <strong>de</strong> equivalência abrange: a mesma função do texto-fonte<br />

e texto-meta; transmissão aos mesmos receptores; texto-meta <strong>de</strong>ve espelhar, copiar, imitar,<br />

apresentar a beleza do texto-fonte.<br />

Para Eco (2007 p. 426) fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> é “acreditar que a tradução é sempre possível se o<br />

texto fonte foi interpretado com apaixonada cumplicida<strong>de</strong>, é o empenho em i<strong>de</strong>ntificar aquilo<br />

que, para nós, é o sentido profundo do texto e é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociar a cada instante a<br />

solução que nos parece mais justa”. Ao consultar um dicionário, enfatiza ainda Eco,<br />

encontramos os seguintes sinônimos para fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>: lealda<strong>de</strong>, honestida<strong>de</strong>, respeito, pieda<strong>de</strong><br />

e entre essas não consta a palavra exatidão.<br />

Segundo Rosenthal (1976) “ao se traduzir um texto, o tradutor <strong>de</strong>ve procurar ser fiel<br />

com o texto original e que traduzir não significa simplesmente substituir palavras <strong>de</strong> um<br />

5 Christiane Nord, pesquisadora alemã <strong>de</strong> carreira rica nasceu em 1943, hoje aposentada, mas não<br />

<strong>de</strong>sligada das ativida<strong>de</strong>s acadêmicas, continua a divulgar a sua teoria pelo mundo em palestras e<br />

conferências que oferece como professora convidada.<br />

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