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28.04.2013 Views

TURISMO | ENTREVISTA Dírcia Lopes Presidente do Turismo de Portugal FREDERICO COSTA “Turismo gerou 8.600 milhões de euros em receitas em 2012” AAPOSTA em novos mercados permitiu que Portugal fechasse o ano de 2012 com mais dormidas internacionais e mais receitas turísticas. Frederico Costa, o presidente do Turismo de Portugal, revela ainda que este ano houve uma subida no número de PME Líder neste sector em 45% face ao número de distinguidos na edição anterior. O turismo tem sido apontado como um motor de desenvolvimento económico. O sector tem conseguido dar resposta a este desafi o? Sim, o sector do turismo pela sua natureza transversal e efeitos multiplicadores tem claramente um impacte alargado a toda a economia. Além disso, é uma actividade não deslocalizável, com grande capacidade de atracção de receitas internacionais e de consolidação de uma imagem de qualidade do País no estrangeiro. Através da inovação de métodos e da profi ssionalização dos seus recursos humanos, o sector tem vindo a reforçar consistentemente as suas competências, construindo e apresentando uma oferta cada vez melhor e por várias vezes distinguida internacionalmente. Esses contributos foram fun- damentais para que, apesar de todas as difi culdades, a actividade turística tenha tido um comportamento resiliente em 2012. E para Portugal continuar a ser considerado um dos 20 principais e mais competitivos destinos turísticos do mundo. Qual é o peso que este sector tem na criação de riqueza do País? O turismo é a principal actividade exportadora de Portugal. Em 2012 gerou mais de 8.600 milhões de euros em receitas turísticas, tendo sido responsável por mais de 13% das exportações totais e 45% das exportações de serviços. É também uma das atividades que mais contribui para o emprego (8,2%) e para o PIB (9,2%). A maioria das empresas do sector é de pequena e média dimensão. Este estatuto reduz a sua competitividade? A dimensão das empresas não é, na maioria das actividades ligadas ao sector turístico, um factor crítico para a sua competitividade. Já outros factores - como a inovação, atitude no mercado, profi ssionalização e especialização dos seus recursos humanos, funcionamento em rede, utilização de recursos endógenos, estrutura comercial e de distribuição – concorrem diretamente para essa condição. Além disso, as PME são mui- PME LÍDER 2013 36

tas vezes geradoras dos projectos mais inovadores e líderes de mudança, como acontece de resto em centenas de empresas do sector turístico que se têm afi rmado pelas experiências distintas que criam e disponibilizam. Qual é a estratégia do Turismo de Portugal em termos de apoio ou incentivos para as PME do sector? Há condições favoráveis ao nível do acesso ao crédito? O Turismo de Portugal vem desenvolvendo uma estratégia de maior proximidade às empresas, tendo em vista o apoio à sua actividade comercial e o contacto directo com o consumidor fi nal, com o objetivo de captar mais turistas. Nessa estratégia destacam-se instrumentos para colmatar as suas necessidades específi cas de fi nanciamento, como o lançamento de linhas de crédito no valor de 200 milhões de euros (Linha de Apoio à Qualifi cação da Oferta, Carência de Reembolsos e Linha de Apoio à Tesouraria), bem como o apoio a investimentos no âmbito dos sistemas de incentivo do QREN. O Turismo de Portugal passou ainda a disponibilizar de uma equipa especializada no apoio às empresas, que vai acompanhar os negócios em curso e em fase de arranque. A nova equipa auxilia as empresas em áreas tão diversas como a do diagnóstico de oportunidades de investimento, do planeamento e licenciamento de atividades turísticas, da comercialização e marketing, do fi nanciamento de projectos e da reestruturação fi nanceira. Outras iniciativas contribuem para aumentar essa proximidade e facilitam a acção das empresas no estrangeiro, como a diversifi cação pela entrada em novos mercados; o “living in Portugal” ou os workshops Portugal Experience. Na área da qualifi cação formativa destacam-se acções dirigidas a melhorar as competências dos profi ssionais do sector como o Welcome by Taxi ou o Welcoming China, ou o programa Formação Algarve para combate aos efeitos da sazonalidade na região. PME LÍDER 2013 37 Num ano marcado pelo abrandamento económico, qual tem sido o impacto da crise no sector? O impacto na redução da procura por parte de mercados importantes para Portugal, como o interno e o espanhol. Contudo, a estratégia de diversifi cação de mercados, a maior proximidade às empresas e a nossa matriz de procura turística (1/3 de turistas nacionais e 2/3 de turistas estrangeiros) permitiram compensar esta situação com o crescimento de outros mercados como França, Irlanda, Brasil e Alemanha e fechar o ano de 2012 com mais dormidas internacionais e mais receitas turísticas. Por outro lado, destacam-se as difi culdades de liquidez das empresas e de cumprimento das suas responsabilidades perante a banca, na sequência dos investimentos realizados nos últimos anos. Neste campo destacaria a disponibilização de meios de fi nanciamento com a banca que têm estado a ser utilizados e, em alguns casos, ajustados às suas necessidades específi cas. De que forma distinções como a PME Líder impulsionam o sector do turismo? Todas as distinções são importantes para melhorar o desempenho das empresas. Neste caso, o Estatuto PME Líder, atribuído pelo Turismo de Portugal e pelos parceiros do sector fi nanceiro, tem-se revelado um instrumento decisivo para diferenciar positivamente as empresas pelas suas qualidades de desempenho económico-fi nanceiro e de perfi l de risco. É um orgulho para o Turismo poder contar com mais de 320 empresas de referência entre as PME Líder este ano (um aumento superior a 45% em relação ao número de distinguidos na edição anterior). Esta qualifi cação é resultado do esforço de organização e rigor das empresas, constituindo um indicador muito importante que transmite credibilidade a qualquer instituição externa, seja ela cliente, banca ou parceiros de internacionalização. < > Fotos: Paulo Alexandre Coelho

tas vezes geradoras dos projectos mais inovadores e líderes de<br />

mudança, como acontece de resto em centenas de empresas do<br />

sector turístico que se têm afi rmado pelas experiências distintas<br />

que criam e disponibilizam.<br />

Qual é a estratégia do Turismo de Portugal em termos de<br />

apoio ou incentivos para as PME do sector? Há condições<br />

favoráveis ao nível do acesso ao crédito?<br />

O Turismo de Portugal vem desenvolvendo uma estratégia de<br />

maior proximidade às empresas, tendo em vista o apoio à sua<br />

actividade comercial e o contacto directo com o consumidor<br />

fi nal, com o objetivo de captar mais turistas. Nessa estratégia<br />

destacam-se instrumentos para colmatar as suas necessidades<br />

específi cas de fi nanciamento, como o lançamento de linhas de<br />

crédito no valor de 200 milhões de euros (Linha de Apoio à Qualifi<br />

cação da Oferta, Carência de Reembolsos e Linha de Apoio à<br />

Tesouraria), bem como o apoio a investimentos no âmbito dos<br />

sistemas de incentivo do QREN. O Turismo de Portugal passou<br />

ainda a disponibilizar de uma equipa especializada no apoio às<br />

empresas, que vai acompanhar os negócios em curso e em fase<br />

de arranque. A nova equipa auxilia as empresas em áreas tão diversas<br />

como a do diagnóstico de oportunidades de investimento,<br />

do planeamento e licenciamento de atividades turísticas, da<br />

comercialização e marketing, do fi nanciamento de projectos<br />

e da reestruturação fi nanceira. Outras iniciativas contribuem<br />

para aumentar essa proximidade e facilitam a acção das empresas<br />

no estrangeiro, como a diversifi cação pela entrada em<br />

novos mercados; o “living in Portugal” ou os workshops Portugal<br />

Experience. Na área da qualifi cação formativa destacam-se<br />

acções dirigidas a melhorar as competências dos profi ssionais<br />

do sector como o Welcome by Taxi ou o Welcoming China, ou<br />

o programa Formação Algarve para combate aos efeitos da sazonalidade<br />

na região.<br />

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Num ano marcado pelo abrandamento económico, qual<br />

tem sido o impacto da crise no sector?<br />

O impacto na redução da procura por parte de mercados importantes<br />

para Portugal, como o interno e o espanhol. Contudo,<br />

a estratégia de diversifi cação de mercados, a maior proximidade<br />

às empresas e a nossa matriz de procura turística (1/3 de<br />

turistas nacionais e 2/3 de turistas estrangeiros) permitiram<br />

compensar esta situação com o crescimento de outros mercados<br />

como França, Irlanda, Brasil e Alemanha e fechar o ano de<br />

2012 com mais dormidas internacionais e mais receitas turísticas.<br />

Por outro lado, destacam-se as difi culdades de liquidez das<br />

empresas e de cumprimento das suas responsabilidades perante<br />

a banca, na sequência dos investimentos realizados nos últimos<br />

anos. Neste campo destacaria a disponibilização de meios<br />

de fi nanciamento com a banca que têm estado a ser utilizados<br />

e, em alguns casos, ajustados às suas necessidades específi cas.<br />

De que forma distinções como a PME Líder impulsionam<br />

o sector do turismo?<br />

Todas as distinções são importantes para melhorar o desempenho<br />

das empresas. Neste caso, o Estatuto PME Líder, atribuído<br />

pelo Turismo de Portugal e pelos parceiros do sector<br />

fi nanceiro, tem-se revelado um instrumento decisivo para<br />

diferenciar positivamente as empresas pelas suas qualidades<br />

de desempenho económico-fi nanceiro e de perfi l de risco. É<br />

um orgulho para o Turismo poder contar com mais de 320<br />

empresas de referência entre as PME Líder este ano (um aumento<br />

superior a 45% em relação ao número de distinguidos<br />

na edição anterior). Esta qualifi cação é resultado do esforço<br />

de organização e rigor das empresas, constituindo um indicador<br />

muito importante que transmite credibilidade a qualquer<br />

instituição externa, seja ela cliente, banca ou parceiros de internacionalização.<br />

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Fotos: Paulo Alexandre Coelho

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