LÍDER - Diário Económico
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DESTAQUE<br />
Crédito às empresas<br />
vai melhorar,<br />
mas leva tempo<br />
SOLUÇÕES ENCONTRADAS PELO GOVERNO E TROIKA<br />
NÃO SATISFAZEM EMPRESÁRIOS.<br />
Margarida Peixotorgarida peixoto<br />
AS PEQUENAS E MÉDIAS EM-<br />
PRESAS continuam sem acesso<br />
ao fi nanciamento. Em Janeiro<br />
deste ano, o crédito concedido pela<br />
banca às PME caiu 10%, quando comparado<br />
com o mesmo mês do ano passado.<br />
A expectativa é que venha a melhorar,<br />
mas vai levar tempo.<br />
A difi culdade no acesso ao fi nanciamento<br />
por parte da maioria das empresas<br />
portuguesas tem sido uma das<br />
principais preocupações tanto dos empresários,<br />
como do Governo e até das<br />
autoridades internacionais que compõem<br />
a ‘troika’. Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI), Comissão Europeia e<br />
Banco Central Europeu (BCE) voltaram<br />
a debater o assunto na última revisão<br />
do memorando de entendimento, mas<br />
as soluções encontradas continuam<br />
curtas para os empresários.<br />
“As propostas do Governo e da ‘troika’<br />
são soluções teóricas”, garante João<br />
Vieira Lopes, presidente da Confederação<br />
do Comércio e Serviços de Portugal<br />
(CCP). Por enquanto, a principal estratégia<br />
defendida pelo Governo tem sido a<br />
de esperar que o regresso aos mercados<br />
de dívida por parte do Estado se traduza<br />
na melhoria do acesso ao fi nanciamento<br />
também por parte das empresas.<br />
O primeiro-ministro, Passos Coelho,<br />
tem defendido que se o Estado conseguir<br />
voltar a fi nanciar-se nos mercados<br />
internacionais, isso terá um efeito de<br />
arrastamento para as grandes empresas<br />
e para a própria banca. Ao mesmo tempo,<br />
se os bancos deixarem de fi nanciar<br />
as administrações públicas e as grandes<br />
empresas libertam crédito para as PME,<br />
voltando a alimentar a economia. A<br />
própria recapitalização da banca, que só<br />
recentemente fi cou completa, também<br />
deverá ajudar a libertar mais crédito.<br />
O raciocínio “faz sentido”, comenta<br />
Augusto Mateus, ex-ministro da Economia.<br />
Mas levará tempo até que se<br />
repercuta na economia real. E esperar<br />
passivamente por esse momento não é<br />
a melhor solução, defende (ver entrevista).<br />
Recapitalização<br />
da banca, que<br />
só recentemente<br />
fi cou completa,<br />
também deverá<br />
ajudar a libertar<br />
mais crédito.<br />
Além deste caminho, o Executivo<br />
também tem criado linhas de fi nanciamento<br />
para as empresas, como o<br />
programa PME Investe. Abebe Selassie,<br />
líder da missão do FMI na ‘troika’,<br />
reconheceu recentemente este esforço<br />
por parte do Executivo, em entrevista à<br />
agência Lusa. Mas notou que no ponto<br />
de vista do FMI, estas medidas precisam<br />
de ser analisadas mais de perto.<br />
“Os valores [das linhas de crédito]<br />
PME <strong>LÍDER</strong> 2013<br />
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