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Enrique Castro-Mendivil / Reuters<br />

PUB<br />

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5656 DE 18 DE ABRIL DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE<br />

Desafios de Portugal:<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

Peru, éumdosmercadosalvo<br />

para os empresários portugueses.<br />

Mercados emergentes na mira<br />

das empresas portuguesas<br />

◗ Casos de sucesso de empresas que se internacionalizaram<br />

◗ Produtos tradicionais e modernos que estão a dar cartas<br />

◗ Franchisings lusos presentes em 30 países


II <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 18 Abril 2013<br />

DESAFIOS DE PORTUGAL: INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

Uma aposta forte<br />

nos países<br />

emergentes<br />

Visita do presidente da República, Governo e empresários à<br />

Colômbia e ao Perú mostra o potencial destes mercados.<br />

IRINA MARCELINO<br />

irina.marcelino@economico.pt<br />

Omercado interno está recessivo<br />

e as empresas estão com<br />

dificuldade em sobreviver e<br />

manter as suas estratégias<br />

com a queda de consumo que<br />

se tem sentido.<br />

E se para muitas a internacionalização<br />

dos seus negocios sempre fez parte da<br />

sua estratégia de crescimento, para outras este é<br />

um escape a um mercado de reduzida dimensão<br />

e enfraquecido pela crise.<br />

Nas exportações, os números têm sido positivos,<br />

apesar da descida sentida em Fevereiro. Não se<br />

sabe, porém, como vão evoluir no futuro, tendo<br />

em conta que os países para onde Portugal mais<br />

exporta são europeus e a Europa está em crise.<br />

A aposta de muitas empresas por mercados<br />

emergentes tem sido uma opção. Angola tem<br />

vindo a afirmar-se como um dos países que mais<br />

recebem produtos portugueses, assim como a<br />

China. Na verdade, as exportações portuguesas<br />

para estes dois países têm aumentado de forma<br />

significativa nos últimos anos. De acordo com os<br />

dados do Instituto Nacional de Estatística relativos<br />

ao ano passado, Angola será o quarto país<br />

para onde Portugal exporta, e a China estará em<br />

10º posto, uma posição nunca antes alcançada.<br />

No que respeita aos valores do investimento directo<br />

de Portugal no exterior, os números do<br />

Banco de Portugal revelam que em 2012, depois<br />

dos Países Baixos, Espanha, Brasil e Angola são<br />

os paíoses que mais capitais lusos recebem -<br />

apesar de, para Angola, terem caído 65,6% entre<br />

2011 e 2012.<br />

A importância dos mercados emergentes não<br />

passa despercebida aos governantes nem às empresas.<br />

As visitas que estão a decorrer à Colômbia e Perú<br />

são dois exemplos do esforço que tem sido feito<br />

(ver secção Empresas do <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>). A<br />

comitiva de empresas - entre as quais a EDP,<br />

REN, BES, Caixa Investimento, Visabeira, Porto<br />

de Sines, Mota-Engil e Bluepharma -, representantes<br />

da AICEP, ministro da Economia e secretário<br />

de Estado da Cultura que acompanharam o<br />

presidente da República, Cavaco Silva, na sua visita<br />

a estes países mostra que tem sido feito um<br />

esforço para dinamizar a internacionalização da<br />

economia portuguesa em novos mercados. As<br />

áreas preferenciais nesta visita em concrecto são<br />

a construção, transportes, energia, logística, tu-<br />

rismo, novas tecnologias ou banca. Mas os casos<br />

de sucesso de empresas portuguesas que conseguiram<br />

entrar nestes países são levados na bagagem<br />

como casos inspiradores para quem quer<br />

entrar. A Jerónimo Martins é, desde logo, o<br />

exemplo mais mediático. Já abriu cinco supermercados<br />

Ara, e tem como objectivo ambicioso<br />

a abertura de um espaço novo por semana durante<br />

este ano. Esta não foi a única experiência<br />

de sucesso na Colômbia, depois de anos de sucesso<br />

na Polónia, onde tem os supermercados<br />

Biedronka. Através da Ara, várias empresas<br />

portuguesas estão prontas a entrar no mercado<br />

colombiano. É o caso da Casa Ermelinda Freitas<br />

(vinhos) e das bolachas Vieira de Castro.<br />

Ainda na Colômbia, a Prébuild, empresa portuguesadaáreadaconstrução,tem,atravésde<br />

uma estratégia que passa pela compra de indústrias<br />

ligadas à construção. Esta empresa quer<br />

ainda abrir, através da marca Izibuild, várias lojas<br />

naquele país, e está a estudar a possibilidade<br />

de entrar no mercado mexicano.<br />

A importância dos mercados<br />

emergentes não passa<br />

despercebida aos governantes<br />

nem às empresas.<br />

Também a Vista Alegre anunciou entretanto que<br />

vai construir uma fábrica na Colômbia, depois de<br />

um ano de negociações.<br />

Mas a aposta das empresas portuguesas vai mais<br />

além dos mercados sul-americanos.<br />

Um estudo recente da Accenture lembra o chamado<br />

triângulo em que Portugal deve apostar e<br />

que tem os seus vértices na Europa, na América<br />

Latina e em África.<br />

É neste contexto que a Associação Industrial<br />

Portuguesa (AIP) está a criar um conjunto de redes<br />

de negócios e a estabelecer contactos para<br />

detectar novas oportunidades de negócio nos<br />

Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa<br />

(PALOP), sobretudo em Angola e Moçambique.<br />

Trata-sedeumabasededadosqueincluiráa<br />

identificação dos reais e efectivos interlocutores<br />

naqueles mercados, o conhecimento dos mecanismos<br />

de financiamento, bem como informação<br />

sobre os planos de desenvolvimento nacionais<br />

e áreas prioritárias de investimento nos PA-<br />

LOP. ■<br />

Mário Proença / Bloomberg<br />

Bruno Barbosa<br />

O NÚMERO de compradores estrangeiros que<br />

visitaram a feira da FIL Alimentaria & Horexpo 2013,<br />

terminou ontem atingiu os dois mil, quando a previsão<br />

inicial era de 1300. Mais de 800 empresas estriveram<br />

presentes no certame. Países como o Japão, Austrália,<br />

México, Canadá ou Israel, pouco habituais nestes certames<br />

em Portugal, também marcaram presença.<br />

6 casos de sucesso<br />

a nível internacional<br />

Martifer<br />

A empresa de Oliveira de Frades tem negócios em vários países. No Reino<br />

Unido, por exemplo, os seus negócios da área da energia fotovoltaica estão a<br />

correr sobre rodas, tendo terminado recentemente cinco parques. Na área das<br />

construções metálicas, a Martifer está já a trabalhar para a Copa do Mundo de<br />

2014 no Brasil. Os componentes metálicos de três estádios foram feitos em<br />

Oliveira de Frades e numa fábrica do Brasil. Além dos muitos outros negócios<br />

que tem em outros países (exporta já 90% do que produz), a empresa liderada<br />

por Carlos Martins tem agora os olhos postos no Mundial de Futebol do Qatar,<br />

em 2022.<br />

Jerónimo Martins<br />

Não são muitos os países onde a<br />

empresa da família Soares dos<br />

Santos está. Além de Portugal,<br />

Polónia e Colômbia são os outros<br />

locais onde já abriu lojas, depois de<br />

uma ‘aventura’ que não correu pelo<br />

melhor no Brasil. A escolha de<br />

mercados estáveis é um dos<br />

factores que mais tem pesado na<br />

sua estratégia. Foi assim que a<br />

dona do Pingo Doce teve sucesso<br />

com a marca Biedronka na Polónia,<br />

onde já é um dos principais<br />

‘players’ na área da grande<br />

distribuição. Na Colômbia já abriu<br />

cinco lojas, estando previsto a<br />

inauguração de um espaço ARA por<br />

semana até ao final do ano, num<br />

investimento de 100 milhões de<br />

euros. No total, a empresa quer<br />

investir na Colômbia 400 milhões.<br />

Ana Brigida


GalpEnergia<br />

A estratégia de internacionalização da<br />

Galp foi “fundamental para que a empresa<br />

se tornasse no operador integrado de<br />

energia que hoje é e que lhe permite<br />

resistir e continuar a investir em Portugal,<br />

apesar da conjuntura económica difícil que<br />

o país atravessa”, diz fonte oficial. A<br />

estratégia passou pela aposta na<br />

internacionalização em todas as áreas de<br />

negócio mas sobretudo focada na<br />

exploração e produção. “Somos hoje um<br />

operador integrado de energia, presente<br />

em todas as fases da cadeia de valor, desde<br />

a exploração de petróleo e gás natural, da<br />

refinação de crude à comercialização de<br />

produtos petrolíferos e de gás natural.<br />

Operamos em quatro continentes, em 15<br />

países (Portugal, Espanha, Brasil, Angola,<br />

Venezuela, Moçambique, Cabo Verde,<br />

Guiné-Bissau, Suazilândia, Gâmbia, Timor<br />

Leste, Uruguai, Guiné-Equatorial, Namíbia e<br />

Marrocos),mas as nossas atividades<br />

chegam a mais de 60 destinos para onde<br />

exportamos essencialmente produtos<br />

petrolíferos”.<br />

Na maioria, os resultados deste<br />

multinacional portuguesa provêm já, na<br />

sua maioria, de fora da Península Ibérica.<br />

Efacec<br />

2013 será um ano de “redefinição das<br />

prioridades estratégicas para cada<br />

negócio em cada região, tendo por<br />

base a experiência adquirida desde a<br />

criação e operacionalização do actual<br />

modelo de cobertura da presença<br />

internacional”, disse fonte oficial da<br />

Efacec ao <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>.<br />

O mercado externo representa hoje<br />

mais de 70% do volume de negócios da<br />

empresa. Europa Central, África<br />

Austral e América Latina foram as<br />

geografias onde a Efacec teve um<br />

crescimento de vendas mais<br />

acentuado. Na área da energia e<br />

automação foram fechados contratos<br />

importantes nos EUA, no Magrebe e na<br />

África Austral. A Índia, apesar de ser<br />

ainda pequeno para a companhia, foi o<br />

que teve maior crescimento relativo<br />

das vendas, com especial relevância<br />

para as actividades de logística,<br />

engenharia e renováveis. Fora das<br />

geografias com presença de empresas<br />

locais Efacec, destacam-se importantes<br />

negócios na Venezuela, Colômbia,<br />

Reino Unido, de automação na Turquia<br />

e na Tanzânia, dos transportes, e em<br />

particular no âmbito da mobilidade<br />

eléctrica, na Noruega e no Abu Dhabi e,<br />

no domínio dos armazéns automáticos,<br />

no mercado asiático, principalmentena<br />

Indonésia e em Singapura.<br />

A COMISSÃO VITIVINÍCOLA Regional do Tejo (CVR Tejo) está<br />

a promover os seus vinhos no Brasil com a Caravana dos<br />

Vinhos do Tejo até ao final do ano. O objectivo é dar a<br />

conhecer os seus vinhos nas principais cidades brasileiras,<br />

como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador da Baía, Rio de<br />

Janeiro, Fortaleza, entre outras. A caravana estima mais de<br />

25 eventos e leva consigo 20 produtores da região.<br />

Bruno Barbosa<br />

Mota Engil<br />

O sector da construção civil e obras públicas<br />

está em crise e as construtoras não têm<br />

outra hipótese senão a de se<br />

internacionalizarem. A aposta da Mota Engil,<br />

porém, desde sempre passou pela expansão<br />

internacional. A estratégia actual é o<br />

investimento ma Espaço SADC (comunidade<br />

para o desenvolvimento da África Austral),<br />

América Latina e Europa Central. A empresa<br />

quer crescer de forma orgânica, em<br />

detrimento de aquisições, e replicar o modelo<br />

de negócio do Grupo em Portugal para cada<br />

mercado internacional.<br />

Sonae SR<br />

No final de 2012, as marcas da Sonae SR contavam<br />

com 146 lojas fora de Portugal, das quais 20 em<br />

regime de franchising e ‘store-in-store’ em países<br />

como Espanha, Turquia, Arábia Saudita, Malta,<br />

Egipto, Cazaquistão, Azerbaijão, República<br />

Dominicana e Venezuela. A Zippy, vestuário de bebé<br />

e criança e puericultura, entrou este trimestre em<br />

Marrocos e no Líbano, alargando a sua presença a<br />

um total de 12 países, estando também a exportar<br />

os seus produtos para a China. A marca BERG, que<br />

em Portugal é comercializada em exclusivo na Sport<br />

Zone, está a ser vendida para Equador, Estónia,<br />

Irlanda, Polónia, Reino Unido e Egipto. E a Modalfa<br />

abriu de quatro lojas nas Canárias, em Espanha.<br />

Mário Proença / Bloomberg<br />

Michaela Rehle / Reuters<br />

Luxemburgo, OPINIÃO: Malta, ???????????????????<br />

Moçambique, Nigéria, Polónia e<br />

?????????????????????????????<br />

Quinta-feira 18 Abril 2013 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> III<br />

A SIBS INTERNATIONAL, empresa do Grupo SIBS que tem<br />

como missão exportar o ‘know how’ português ao nível de<br />

pagamentos para mercados emergentes, iniciou a sua<br />

actividade em Janeiro de 2010 e já resente em onze<br />

países: Angola, Argélia, Espanha, França, Grécia,<br />

Roménia.<br />

TRÊS PROJECTOS<br />

COM OS OLHOS NO MUNDO<br />

HEALTH CLUSTER PORTUGAL<br />

Aquando da sua criação, em 2008, o Health<br />

Custer Portugal (HCP) definiu objectivos<br />

a três-cinco anos, e até 2020. Fazendo<br />

contas aos primeiros, Joaquim Cunha,<br />

director executivo, destaca o contributo<br />

para “a valorização do conhecimento<br />

edainovaçãonaSaúdeeCiênciasdaVida,<br />

a promoção da investigação clínica<br />

e de translação, o melhor e mais eficaz<br />

relacionamento entre as empresas do sector e as instituições<br />

de ciência e hospitais”. Além disso, diz, ter um papel fundamental<br />

“na construção da reputação do sector, quer no plano internacional,<br />

quer ao nível nacional”. A estratégia seguida visa “potenciar<br />

a competitividade da cadeia de valor nacional da saúde” e admite<br />

que o esforço para incentivar a internacionalização, baseia-se<br />

na articulação entre os 134 associados com a AICEP, IAPMEI,<br />

a Enterprise Europe Network, o Infarmed e o INPI. Um trabalho<br />

conjunto que pretende “atrair investimento directo estrangeiro<br />

e a participação em missões empresariais”, o que “tem vindo,<br />

paulatinamente, a dar frutos”, com as exportações do sector<br />

a aumentarem significativamente nos últimos anos”. R.C.<br />

PARCERIA PORTUGUESA ÁGUA<br />

Criada há pouco mais de ano e meio,<br />

a Parceria Portuguesa para a Água (PPA)<br />

junta 103 entidades, entre empresas,<br />

associações, organismos públicos,<br />

universidades e centros de investigação,<br />

tem excedido os objectivos iniciais,<br />

que visavam “aproveitar as reconhecidas<br />

capacidade técnicas de Portugal<br />

em toda a cadeia de valor associada<br />

aos recursos hídricos e intervenções<br />

na orla costeira”, diz Francisco Nunes Correia, presidente, que frisa<br />

os frutos já colhidos das missões empresariais à Sérvia e à Tunísia,<br />

dos canais abertos com as instituições financeiras internacionais,<br />

da divulgação quinzenal de múltiplas oportunidades de negócios<br />

à escala global e das relações de trabalho e cooperação com as mais<br />

relevantes instituições internacionais. O responsável ressalva<br />

o trabalho já feito a curto prazo, com vista ”à criação de<br />

oportunidades para as empresas e outras instituições portuguesas”,<br />

e a médio prazo, com o objectivo de “afirmar o prestígio<br />

e as capacidades dessas entidades na cena internacional”. Para este<br />

ano está prevista para este ano uma missão empresarial<br />

a Moçambique, e o desenvolvimento do projecto ÁguaGlobal,<br />

financiado pelo QREN, realizado em parceria com a AEP,<br />

que visa “uma melhor caracterização do sector português da água<br />

e o conhecimento aprofundado de oito mercados estratégicos:<br />

Brasil, Angola, Moçambique, Marrocos, Argélia, Sérvia, Croácia<br />

e Polónia”. R.C.<br />

TECNOLOGIAS<br />

DE INFORMAÇÃO<br />

A Gatewit e a Vortal são apenas dois<br />

de muitos exemplos de empresas<br />

tecnológicas que apostam forte<br />

nos mercados externos. Neste caso,<br />

são as líderes na área das plataformas<br />

de contratação pública. A Vortal iniciou<br />

o seu processo de internacionalização<br />

em 2008, e tem na ferramenta econstroi,<br />

plataforma de contratação pública na área<br />

da construção, uma “importante alavanca neste processo,<br />

nomeadamente em África e no Sul da América”, diz Rui Dias Ferreira,<br />

CEO (na foto). A empresa gere dois mil compradores públicos<br />

e privados e uma rede de fornecedores com mais de 50 mil empresas,<br />

em 39 países, através das operações em Portugal, Espanha, República<br />

Checa e Reino Unido, sendo de salientar que 30% das oportunidades<br />

de negócio nos mercados privados estão em Angola, Cabo Verde,<br />

Moçambique, e Malawi. Os mercados externos representam já 6%<br />

da facturação da Vortal, que foi de dez milhões de euros, em 2012.<br />

A Gatewit, por seu turno, está presente em Espanha, Brasil, EUA,<br />

México, China e Reino Unido, tendo começado a aventura<br />

internacional em 2011. O peso dos mercados externos é actualmente<br />

de 20%. A ideia é “criar presença local com escritórios e empresa<br />

criada em cada um dos países”, explica Pedro Vaz Paulo, CEO. R.C.<br />

Paula Nunes


IV <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 18 Abril 2013<br />

Paulo Alexandre Coelho<br />

DR<br />

Bloomberg<br />

DESAFIOS DE PORTUGAL: INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

Produtos tradicionais mas modernos<br />

que estão a conseguir dar a volta lá fora<br />

Conheça cinco empresas que apostaram além fronteiras, aliando a tradição à inovação e modernidade.<br />

RAQUEL CARVALHO<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

25 mil<br />

euros foi o valor<br />

investido pelo<br />

casal que<br />

começou a Rutz<br />

para começar a<br />

produzir sapatos<br />

de cortiça.<br />

55%<br />

é quanto pesam hoje as exportações<br />

na facturação da Semogue. Têm crescido<br />

15 a 20% ao ano.<br />

RUTZ REINVENTA A CORTIÇA<br />

Com a ambição de ser uma empresa “maioritariamente<br />

exportadora, não esquecendo o mercado de origem”,<br />

a Rutz vê na internacionalização uma porta para “crescer<br />

e que garante a sustentabilidade do negócio a médio/<br />

longo prazo”. A marca de calçado portuguesa, que tem na<br />

cortiça a sua diferenciação, já está no Brasil, Bélgica,<br />

Holanda, Luxemburgo, Suiça e Alemanha. Nasceu de “uma<br />

paixão pelos sapatos enquanto peças de arte<br />

urbana, aliada à vontade de fazer mais e de<br />

inovar”, dizem Hugo Baptista e Raquel Castro,<br />

casados e mentores do projecto que se<br />

distingue “pelo design e cor”, e que tem por<br />

base “as nossas raízes, origens e tradições”,<br />

mote de inspiração para as diversas colecções,<br />

“todas produzidas em São João da Madeira”,<br />

esclarecem. Além da presença nas mais<br />

privilegiadas feiras do sector, a promoção<br />

da marca tem passado muito pela exploração<br />

das redes sociais. É também na loja online que se fazem<br />

grande parte das vendas, a que se juntam as 30 lojas<br />

multimarca espalhadas por Portugal. Da ideia ao conceito<br />

passaram dois anos. Para a concretização, bastaram seis<br />

meses e não foi preciso pedir empréstimo. “Teríamos<br />

de ter a certeza que com ‘low budget’ faríamos algo com<br />

‘high impact’”. E assim foi. O investimento inicial rondou<br />

os 25 mil euros.<br />

PINCÉIS DE BARBA ALÉM FRONTEIRAS<br />

A Semogue, a única empresa em Portugal a<br />

produzir única e exclusivamente pincéis de<br />

barba, procura o equilíbrio entre a criatividade,<br />

autenticidade, inovação e tradição. Isto, aliado<br />

a uma preocupação pela “excelência<br />

e qualidade”, explicam o sucesso de um<br />

produto que sofre concorrência feroz e podia<br />

perder o risco de acabar. Em 2007 esse<br />

cenário parecia real, pois “sentimos imensas<br />

dificudades no escoamento dos produtos<br />

no mercado interno”, admite Manuel Gomes,<br />

administrador. Foi então que se pensou em<br />

entrar em novos mercados”. Actualmente,<br />

os pincéis da Semogue têm clientes em<br />

Espanha, França, Grécia, Inglaterra, Holanda,<br />

Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Canadá<br />

eEUA.Masaempresaestáadesenvolver<br />

projectos na Suécia e Dinamarca e tem<br />

potenciais clientes no México e no Brasil. As<br />

exportações representam perto de 55%<br />

na facturação e “têm crescido a um ritmo<br />

de 15% a 20% ao ano”.<br />

JAMIE OLIVER COZINHA COM TÁBUAS<br />

80%<br />

LUSAS<br />

das vendas da fábrica 50% do volume de produção e vendas<br />

de Pernes são feitas ao da Gradirripas destina-se ao famoso cozinheiro<br />

exterior. A facturação inglês Jamie Oliver. Esta empresa familiar,<br />

prevista para este ano de Pernes, Santarém, está “a dar um salto<br />

éde400mileuros. qualitativo e quantitativo na capacidade<br />

de resposta à procura que se tem verificado<br />

nos últimos meses por contactos vindos do estrangeiro,<br />

mas também de novos clientes nacionais”, diz Raúl Violante,<br />

administrador. Tudo por “culpa” de Jamie Olivier que, através<br />

de um importador inglês, teve acesso às tábuas de madeira<br />

para cozinha da Gradirripas. Depois de aprovar a qualidade,<br />

“foram feitos modelos finais, com diversas formas<br />

e dimensões”, ao gosto do cozinheiro, que agora, não só<br />

é utilizador, como também as comercializa, “através de uma<br />

loja na internet”. São muitas as pessoas que compram<br />

as tábuas online, mas a presença da Gardirripas é também<br />

significativa nos vários restaurantes de Oliver fora<br />

de Inglaterra. Actualmente as exportações já representam<br />

80% da facturação da empresa que, este ano, já tem diversos<br />

projectos e potenciais clientes na Suécia, Canadá e México,<br />

prevendo atingir uma facturação próxima dos 400 mil euros.<br />

PLANETA TANGERINA ÉAMELHORDAEUROPA<br />

Considerada a melhor editora da Europa na Literatura para infância<br />

e juventude, prémio atribuído na Feira do Livro infantil de Bolonha,<br />

em Itália, em Março, a Planeta Tangerina é uma editora com<br />

visibilidade internacional. Isabel Martins, fundadoras, explica<br />

o sucesso além-fronteiras com o “apresentar bem os livros aos<br />

editores estrangeiros, procurar os<br />

7<br />

línguas: a Planeta Tangerina<br />

tem os seus livros traduzidos<br />

para sete línguas e trambém<br />

tem livros à venda no Brasil.<br />

editores certos e apostar em<br />

relações cordiaise transparentes”.<br />

“Todos os mercados que<br />

se identifiquem com a linguagem<br />

visual e com as mensagens dos<br />

livros são possíveis” para<br />

tradução. Actualmente, a Planeta<br />

Tangerina tem livros traduzidos para língua francesa, inglesa,<br />

espanhola, italiana, coreana, norueguesa, polaca e muitos estão<br />

publicados no Brasil. A aposta nos mercados externos<br />

irá manter-se, como forma de “diversificar as fontes de receitas”,<br />

diz, visto que em Portugal “o poder de compra tem vindo a<br />

ressentir-se”. Além de editora, a Planeta Tangerina é, também, um<br />

atelier de design e comunicação. Por isso, no ADN dos livros está<br />

“uma identidade gráfica forte”, uma das chaves do sucesso.<br />

BUENOS AIRES = MONSARAZ + FELGUEIRAS<br />

Dois engenheiros mecânicos, um empresário e um comissário de bordo<br />

formado em Comunicação. Áreas que nada têm a ver com calçado.<br />

Porém, Tiago Bilbao, Miguel Basto, João Mesquita e Bruno Marfim<br />

juntaram-se e criaram a Buenos Aires World, uma empresa que produz<br />

calçado 100% português, feito com pele vinda de Felgueiras e mantas<br />

de Monsaraz, mas com cariz internacional. A ideia nasceu porque um<br />

amigo “tinha umas botas típicas de agricultor alentejano que calçava<br />

no dia-a-dia e em diferentes ocasiões”, explica João Mesquita. Surgiu<br />

a questão: “Porque não redesenhamos as botas<br />

30 mil<br />

euros foi o valor<br />

investido. Em dois<br />

anos tinham<br />

o conceito<br />

desenhado<br />

eaprimeira<br />

colecção à venda.<br />

mantendo o espírito original, criamos uma marca<br />

e vendemos um produto de muita qualidade, mas<br />

com imagem, ao mesmo tempo, tradicional<br />

e moderna?”. Assim nasceu a Buenos Aires<br />

em 2012. Com um investimento de 30 mil euros,<br />

em dois anos os quatro amigos desenharam<br />

o conceito e com o apoio de uma designer<br />

já têm à venda a primeira colecção com o nome<br />

de Evertime, Everywear. Incorporar nas botas<br />

partes de mantas típicas alentejanas feitas<br />

à mão “foi um processo complicado mas que lhes deu um ‘look’ único,<br />

tornando-as um produto vencedor”, diz. Com agentes em Espanha,<br />

Holanda e Reino Unido, a Buenos Aires tem o objectivo de “aumentar<br />

a rede de distribuição de modo a estarmos presentes em vários países<br />

aquando do lançamento da próxima colecção”.<br />

Eduardo Munoz / Reuters<br />

Balint Porneczi/Bloomberg


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VI <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> Quinta-feira 18 Abril 2013<br />

DICAS SANTANDER TOTTA BES<br />

Foto cedida por Vivafit<br />

>> Vivafit<br />

A Vivafit “está em negociações<br />

para abrir ginásios no Brasil,<br />

Arábia Sáudita, Oman, Emirados<br />

Árabes Unidos, China e<br />

Bangladesh, havendo interesse<br />

ainda em varios países asiáticos,<br />

Estados Unidos, e America<br />

do Sul”, dio Pedro Ruiz, CEO.<br />

>> O Banco Santander Totta está<br />

disponível para apoiar empresas<br />

com projectos sólidos e bem<br />

estruturados. O banco garante<br />

o risco junto de parceiros<br />

internacionais, o que facilita<br />

o aprofundar do relacionamento<br />

com fornecedores e clientes.<br />

Tem soluções especificas para<br />

mercados estratégicos e oferece<br />

várias soluções.<br />

Peso dos<br />

mercados externos<br />

>> Vivafit<br />

Os mercados externos<br />

representaram em 2012,<br />

10% da facturação, mas<br />

a previsão para este ano<br />

é que cheguem aos 30%.<br />

>> Grupo Concept<br />

As unidades fora do país<br />

representam 15% do total<br />

da facturação do grupo,<br />

mas a tendência<br />

édecrescimento.<br />

>> Valores<br />

Já tem mais de três<br />

dezenas de agências<br />

no exterior. Os mercados<br />

externos representam<br />

cerca de 15% da rede<br />

em termos de facturação<br />

e número de lojas.<br />

’>> O BES apoia todas as<br />

empresas que queiram apostar<br />

além fronteiras e tem equipas<br />

especializadas para o efeito<br />

e vários produtos. Mas<br />

a empresa deve demonstrar<br />

resiliência, qualidade na oferta,<br />

incorporar de forma permannte<br />

inovação, ter idoneidade,<br />

confiança e capacidade<br />

de gestão dos promotores.<br />

MILLENNIUMBCP<br />

>> Também o Millenniumbcp<br />

apoia as empresas que decidam<br />

explorar outros mercados. Mas<br />

o banco exige que tenham boa<br />

situação económica e financeira,<br />

capitais ajustados próprios,<br />

e não tenham dívidas em mora.<br />

O banco tem departamentos<br />

especificos para servir<br />

as empresas nos seus projectos<br />

de internacionalização.<br />

Franchisings portugueses marcam posição<br />

Os mercados externos estão a atrair cada vez mais marcas de franchising nacionais e os resultados são positivos.<br />

RAQUEL CARVALHO<br />

raquel.carvalho@economico.pt<br />

Ainternacionalização está a<br />

ser opção para muitas marcas<br />

de francishing nacionais.<br />

Desta forma, expandem<br />

o negócio e tentam<br />

combater a crise instalada<br />

no país. São muitos os casos<br />

de sucesso que apresentamos agora.<br />

A Vivafit começou a internacionalizar-se em<br />

2008, para Espanha, sobretudo porque “o<br />

mercado Português estava a ficar pequeno,<br />

prevendo que em 2010 já não conseguiríamos<br />

crescer em Portugal e que o ritmo de abrir um<br />

ginásio por semana ia abrandar”, diz Pedro<br />

Ruiz, CEO da Vivafit.<br />

Depois de Espanha seguiram-se Índia, Singapura,<br />

Uruguai e Chipre, havendo já contratos<br />

assinados para a Malásia, Bahrain e Qatar. No<br />

total são onze os ginásios fora do país e a estratégia<br />

passa por se “estabelecer uma parceria<br />

de Master Franchising em cada país”, diz,<br />

Também o grupo Concept, rede de clínicas de<br />

estética e depilação permanente, tomou a decisão<br />

estratégica de sair do mercado nacional.<br />

O ano de 2011 marcou o início dessa aposta,<br />

com o Brasil, a Polónia, a República Checa e<br />

Eslováquia a serem os primeiros mercados-<br />

Foto cedida por Grupo Concept<br />

>> Grupo Concept<br />

Em 2012, O Grupo Concept abriu<br />

18 novas clinicas internacionais,<br />

tendo já 33 no total. Para 2013,<br />

o objectivo “é duplicar o número<br />

de lojas no estrangeiro, tendo<br />

como mercados-alvo, Bélgica,<br />

Holanda e Hungria”, informa<br />

Alexandre Lourenço, administrador.<br />

Foto cedida por Grupo MBM<br />

>> MBM - Mobile<br />

Para 2013, a empresa ambiciona<br />

entrar no Peru e Brasil e até<br />

2018, o objectivo “é introduzir<br />

unidades de negócio físicas<br />

nestes dois países, bem como<br />

em Angola, onde entrou em<br />

2012”, confessa João Corga,<br />

director-geral da consultora.<br />

alvo. Alexandre Lourenço, administrador do<br />

grupo explica que no Brasil, a marca entrou<br />

“com uma filial dependente da casa mãe em<br />

Lisboa”. Nos outros mercados, “através de um<br />

representante local da nossa marca (Master<br />

Franchisador)”. O ano passado foi a vez de<br />

entrar na Suíça, também através de um Master<br />

Franchisador, tendo assinado “o contrato para<br />

instalação de uma unidade em Cabo Verde”,<br />

informa, frisando que a marca conta com 33<br />

unidades fora do país, ou seja, “cerca de 1/3<br />

das unidades totais do grupo”.<br />

No que toca a aposta da MBM - Mobile ainda é<br />

cedo para fazer um balanço da actividade internacional,<br />

mas a empresa está sempre atenta<br />

a novas oportunidades de negócios.<br />

“Até há pouco tempo, as nossas atenções estavam<br />

muito focadas no mercado europeu,<br />

em economias maduras que absorvem os<br />

modelos de inovação facilmente, desde que,<br />

sejam verdadeiramente propostas de valor e<br />

que tragam claros benefícios para os consumidores”,<br />

diz João Corga, director-geral da<br />

consultora. Mas a empresa percebeu haver<br />

“interessados provenientes de alguns países<br />

do continente americano e africano”, tendo<br />

entradoemAngolaem2012eaintençãode<br />

Foto cedida por Valores<br />

>> Valores<br />

Para 2013, a empresa quer<br />

“consolidar a presença em<br />

Espanha e expandir-se para as<br />

Canárias. Quer afirmar a marca<br />

em França, onde está a abrir mais<br />

agências, e, se possível, entrar em<br />

Angola, Brasil e Moçambique”,<br />

diz J. Chester, CEO da empresa.<br />

Foto cedida por GCorte e Cose<br />

>> Corte&Cose<br />

Este ano é de preparação para<br />

a entrada em Espanha e Reino<br />

Unido. Alexandre Santos, director<br />

geral, diz que o modelo ideal<br />

para a internacionalização,<br />

é o franchising, com a procura<br />

de uma master para cada<br />

mercado.<br />

entrar no Perú e no Brasil já este ano.<br />

No que toca à Valores, a internacionalização<br />

foi sempre uma meta do plano de expansão.<br />

“A estratégia da marca para entrar em novos<br />

mercados faz-se directamente e através da<br />

abertura de unidades próprias”, informa J.<br />

Chester, CEO da Valores. Contudo, a empresa<br />

tem vindo a explorar novas oportunidades e<br />

quer “implementar o modelo nacional além<br />

fronteiras, ou seja, queremos crescer com<br />

unidades próprias e com lojas franchisadas”.<br />

A Valores possui dez lojas em França e já tem<br />

mais de duas dezenas de agências em Espanha,<br />

e perspetivas de crescimento nas Canárias.<br />

O balanço é por isso “muito positivo”.<br />

Também positivo é a experiência internacional<br />

do Corte&Cose, apesar de recente. No início<br />

de 2012, a empresa foi contactada por um<br />

grupo Angolano que “queria o master franchising<br />

da marca em Luanda. Fomos, pois,<br />

confrontados com o assunto e avançámos com<br />

esse grupo, com um modelo de distribuição<br />

semelhante àquele que temos em Portugal, ou<br />

seja, o franchising”, explica Alexandre Santos.<br />

O peso na facturação ronda os 15%, mas o<br />

responsável acredita que no final deste ano,<br />

seja bastante maior. ■


CGD<br />

>>ÉvastaaofertadaCGD.<br />

O banco dispõe de uma linha<br />

de capitalização, e apoia através<br />

de capital de risco, com quatro<br />

fundos dirigidos a diversos<br />

segmentos-alvo. Oferece ainda<br />

um Fundo de Fundos, um<br />

instrumento que permite<br />

o investimento na capital<br />

de empresas através<br />

de operadores do mercado.<br />

BPI<br />

>> Equipas exclusivas no apoio<br />

a empresas que estão a apostar<br />

na internacionalização é uma<br />

das vertentes do apoio do BPI<br />

às empresas. O banco criou<br />

o Gabinete de África e o Gabinete<br />

de Empresas Espanholas e, em<br />

parceria com o Cosec, criou o BPI<br />

Exportação Segura, uma oferta<br />

que agrega aoluções de apoio<br />

e financiamento.<br />

3 PERGUNTAS A BRUNO SANTOS, VICE-PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FRANCHISING<br />

“Já temos marcas em mais de 30 países”<br />

Para se ter sucesso fora do país, é fundamental que a marca esteja consolidada em Portugal.<br />

Internacionalizar está na moda entre muitas<br />

marcas nacionais de franchising, mas é preciso<br />

fazer uma análise criteriosa dos mercadosalvo,<br />

diz Bruno Santos, vice-presidente da<br />

Associação Nacional de Franchising em entrevista<br />

ao <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong>.<br />

Apostar em internacionalizar um franchising<br />

pode ser a chave do sucesso em tempos de crise?<br />

O franchising não está imune à difícil situação<br />

económica, mas apresenta taxas de sobrevivência<br />

muito superiores às dos negócios<br />

independentes. Por isso, é uma fórmula<br />

quedeveserestimuladatantoparaainternacionalização<br />

das marcas já consolidadas,<br />

PUB<br />

como para a criação do próprio emprego.<br />

Algumas marcas portuguesas de franchising<br />

já iniciaram o seu processo de expansão internacional<br />

e estão em mais de 30 países.<br />

O que é fundamental um franchising ter para<br />

obter sucesso fora de portas?<br />

A internacionalização é uma das mais complexas<br />

áreas na gestão das redes de franchising.<br />

É fundamental, antes de mais, que a<br />

marca esteja consolidada a nível interno e tenha<br />

já desenvolvido um conjunto de procedimentos<br />

próprios. Depois, é preciso eleger os<br />

países de destino: nem todas as marcas podem<br />

ir para todo o lado. Esta análise deve ser criteriosamente<br />

feita em cada caso.<br />

Outro aspecto relevente é escolher o modelo<br />

certo de parceria para cada país: master franquia,<br />

joint venture, area developer ou mesmo<br />

a abertura de lojas próprias.<br />

Quais as maiores dificuldades que podem encontram<br />

lá fora?<br />

Às vezes a decisão de sair é precipitada. Nunca<br />

devemos ir para fora como fuga aos problemas<br />

no país. A internacionalização deve ser a consequência<br />

lógica do crescimento da marca.<br />

E esse processo de expansão internacional<br />

implica riscos, demasiadas vezes negligenciados.<br />

E para além dos riscos, impõe custos. Por<br />

via de regra, as estratégias mal pensadas não<br />

produzem grandes resultados. ■<br />

Quinta-feira 18 Abril 2013 <strong>Diário</strong> <strong>Económico</strong> VII<br />

LINHAS DE APOIO<br />

>> Além das soluções próprias<br />

dos bancos, é importante frisar<br />

a existência das linhas Export<br />

Investe, PME Crescimento<br />

e Investe QREN. Quem quer<br />

internacionalizar deve também<br />

olhar com atenção para<br />

propostas como a Sofid ou as<br />

parcerias com bancos de<br />

desenvolvimento que estão a ser<br />

promovidas pela AICEP.<br />

“Nunca devemos ir<br />

para fora como fuga<br />

aos problemas no país.<br />

A internacionalização<br />

deve ser a consequência<br />

lógica do crescimento<br />

da marca”, diz Bruno<br />

Santos, que é também,<br />

director-geral<br />

da consultora<br />

de franchising, Trema.


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