Versão em pdf - Laboratório de Ecologia do Ictioplâncton - Furg
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4.3 Processos de mesoescala e as assembléias de larvas As maiores diferenças entre as assembléias larvais durante os dois cruzeiros foram encontradas nos locais que apresentaram gradientes de temperatura e de salinidade. As mudanças observadas na posição das frentes de TSM e salinidade estavam associadas com importantes mudanças na distribuição e abundância de larvas. A influência das frentes foi particularmente pronunciada na posição da assembléia transicional, tanto no inverno quanto no verão. Durante o inverno, a posição da frente de TSM é paralela à costa e sua posição é contornada pela assembléia transicional de inverno (grupo C). Com o deslocamento das frentes no verão, ocasionado por variação no padrão de circulação (Piola et al. 2008), a frente de temperatura em superfície desloca-se mais ao sul que a frente de salinidade que fica perpendicular a costa. A posição da assembléia transicional de verão (grupo E) ocupou exatamente a posição da frente salina, na região do Albardão. Observa-se que há um aumento gradual da abundância e do número de espécies a medida que se aproxima da posição das frentes. Apesar do número inferior de estações onde a assembléia 68
trancional ocorre, em ambos os períodos, o número de espécies chega a ser o dobro do encontrado nos outros grupos. Durante o inverno, nota-se que no lado costeiro da frente, os valores de abundância da assembléia de plataforma são superiores em comparação ao lado oceânico da frente. A princípio, a frente parece limitar a distribuição dos organismos, e manteve a assembléia de plataforma de inverno em profundidades inferiores a isóbata de 100m. É conhecido que as frentes não são barreiras absolutas para organismos, e a região de contato entre massas de águas diferentes é bem dinâmico (Govoni 1993, Perry et al. 1993). Tanto que verificou-se que há a presença de espécies encontradas na assembléia transicional também nos outros grupos. A assembléia do lado oceânico da frente foi composta praticamente por larvas mesopelágicas, mas que também são encontradas na frente e no lado costeiro da frente. Segundo Sabatez e Olivar (1996), frentes não atuam como uma barreira para separar a distribuição de adultos de espécies mesopelágicas e de plataforma. Durante o verão, a frente desloca-se ao sul, perpendicular a costa, e juntamente com ela a assembléia de plataforma. Ao norte da frente de verão, encontra-se a assembléia oceânica. Assim como no inverno, a frente constitue uma região em que há grande diversidade 69
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4.3 Processos <strong>de</strong> mesoescala e as ass<strong>em</strong>bléias <strong>de</strong> larvas<br />
As maiores diferenças entre as ass<strong>em</strong>bléias larvais<br />
durante os <strong>do</strong>is cruzeiros foram encontradas nos locais que<br />
apresentaram gradientes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>. As<br />
mudanças observadas na posição das frentes <strong>de</strong> TSM e salinida<strong>de</strong><br />
estavam associadas com importantes mudanças na distribuição e<br />
abundância <strong>de</strong> larvas.<br />
A influência das frentes foi particularmente pronunciada na<br />
posição da ass<strong>em</strong>bléia transicional, tanto no inverno quanto no verão.<br />
Durante o inverno, a posição da frente <strong>de</strong> TSM é paralela à costa e<br />
sua posição é contornada pela ass<strong>em</strong>bléia transicional <strong>de</strong> inverno<br />
(grupo C).<br />
Com o <strong>de</strong>slocamento das frentes no verão, ocasiona<strong>do</strong> por<br />
variação no padrão <strong>de</strong> circulação (Piola et al. 2008), a frente <strong>de</strong><br />
t<strong>em</strong>peratura <strong>em</strong> superfície <strong>de</strong>sloca-se mais ao sul que a frente <strong>de</strong><br />
salinida<strong>de</strong> que fica perpendicular a costa. A posição da ass<strong>em</strong>bléia<br />
transicional <strong>de</strong> verão (grupo E) ocupou exatamente a posição da<br />
frente salina, na região <strong>do</strong> Albardão.<br />
Observa-se que há um aumento gradual da abundância e <strong>do</strong><br />
número <strong>de</strong> espécies a medida que se aproxima da posição das<br />
frentes. Apesar <strong>do</strong> número inferior <strong>de</strong> estações on<strong>de</strong> a ass<strong>em</strong>bléia<br />
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