Ana Isabel Rodrigues

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como recurso turístico: alojamento, rotas turísticas, actividades de natureza, congressos e incentivos. 2.2. Oportunidades, Constrangimentos e Desafios A albufeira do Alqueva como já foi referenciado neste trabalho, representa hoje para Portugal um pólo estratégico de desenvolvimento turístico. Tendo em conta o que foi referido no capítulo anterior este “Lago”, embora não sendo natural, pretende assumir-se como um destino turístico de Portugal e, mais particularmente, da região do Alentejo. O espaço geográfico deste destino corresponde a dezasseis aldeias localizadas nos sete concelhos que envolvem as albufeiras do Pedrógão e Alqueva, denominadas de”Aldeias Ribeirinhas” 11 . Estas povoações formam no seu conjunto uma rede urbana ribeirinha que, num futuro próximo, deverá oferecer condições para o usufruto do plano de água ao disponibilizar infra-estruturas de apoio à dinamização da oferta turística (alojamento, animação, restauração). Actualmente existe já uma marca Terras do Grande Lago Alqueva, tendo sido já criado um logótipo que funciona como elemento simbólico aglutinador e identificativo do novo destino. Em suma, o grande lago do Alqueva e as 16 Aldeias Ribeirinhas são os dois elementos que permitem delimitar o Alqueva como destino turístico, a comercializar sob a marca Terras do Grande Lago Alqueva. O destino turístico que agora emerge - As Terras do Grande Lago Alqueva - encontra-se numa fase inicial de ciclo de vida do destino, embora sejam necessários estudos científicos que o demonstrem. De acordo com Butler (1980), verifica-se que este “Destino de Lago” está ainda numa fase de introdução no mercado. Todavia, a albufeira do Alqueva é um recurso relativamente recente (cerca de 3/4 anos) que apresenta agora uma oportunidade única para a criação e consolidação de um novo destino turístico em torno da água como recurso. Dois aspectos importantes deverão ser tidos em consideração num futuro próximo: (i) a estruturação e qualificação do destino; (ii) dimensão organizacional e estratégica do destino. Seguidamente apresentam-se algumas reflexões sobre estes dois pontos: 11 Seguidamente apresentam-se as 16 aldeias ribeirinhas distribuídas pelos concelhos correspondentes: Alandroal (Capelins e Juromenha); Moura (Póvoa de S.Miguel e Estrela); Mourão (Luz e Granja); Portel (Alqueva, Amieira e Monte do Trigo); Reguengos de Monsaraz (S. Marcos do Campo, Campinho, Monsaraz, Telheiro); Serpa (Mina da Orada); Vidigueira (Marmelar e Pedrógão) 14
(i) Estruturação e qualificação do destino Dada a fase de vida em que este destino se encontra e tendo em conta que a competitividade entre destinos hoje em dia e no futuro se baseará, não propriamente em políticas de preços, mas em qualidade dos serviços prestados, torna-se fulcral que o Alqueva introduza desde já no seu processo de desenvolvimento sistemas de gestão baseados no conceito de qualidade. A estratégia de competitividade dos destinos deverá, cada vez mais, incluir um plano de qualidade centrado na criação de vantagens competitivas sempre numa perspectiva de melhoria contínua. Todavia, o conceito de qualidade aplicado aos destinos turísticos é algo relativamente recente e complexo. Se a um nível mais micro, em termos de serviços/empresas turísticas, a implementação do conceito de qualidade é mais fácil pois a realidade é apenas uma, o mesmo já não sucede a um nível mais macro, onde intervêm múltiplas entidades com interesses, papéis e responsabilidades diferentes (turistas, população local, organismos oficiais, empresas). Uma avaliação da qualidade do destino deverá incidir sobre duas grandes componentes de análise: a qualidade do destino e a qualidade do produto turístico 12 . Esta abordagem permite avaliar um conjunto de indicadores essenciais ao desenvolvimento de um destino, neste caso aplicado à realidade específica de um “Destino de Lago” (1ª componente de análise); incidir sobre um conjunto concreto de elementos/componentes que permitem organizar a oferta do destino já em produto (2ª componente de análise). Estas duas componentes de análise complementam-se na medida em ambas são necessárias ao desenvolvimento de um destino turístico. Por um lado, o produto turístico é o resultado da organização da oferta turística que, por sua vez, só é passível de ser estruturada se de facto o destino apresentar níveis de qualidade satisfatórios; por outro, não é suficiente a existência de um destino, uma vez que a sua oferta deve dar lugar produtos, pois é a existência destes que determina a comercialização do destino junto dos mercados. Trata-se de uma relação de interdependência entre duas componentes fundamentais num exercício de avaliação global do destino. Como se verificou anteriormente, a estruturação do Alqueva como destino está ainda numa fase de introdução no mercado. Embora haja já alguma oferta turística nos concelhos abrangidos pela 12 Esta classificação em componentes de análise tem como base uma ferramenta de avaliação de qualidade de destinos publicada pela Comissão Europeia (2003) - a QUALITEST. Manual disponível em http://ec.europa.eu/enterprise/services/tourism/doc/studies/evaluating_quality_performance/qualitest_manual.pdf 15
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