UM DESFILE ATÉ AO TOPO - Diário Económico - Sapo

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28.04.2013 Views

Evasão Os exemplares de arquitectura holandesa estão espalhados por todo o lado, construções desenvolvidas de acordo com letras (L, H) que vão evoluindo de acordo com as necessidades da família crescente. Já não são tantas como os moradores gostariam, mas são ainda muitas tendo em conta que a cidade foi abalada por um violento terramoto em 1809 e devastada por três grandes fogos em 1710, 1803 e 1878, que acabaram por moldar a sua morfologia. Outra das interessantes características desta cidade centenária é o sistema de irrigação (Leiwater) que ainda funciona na perfeição e é gerido de forma comunal. A água que corre nas valas, usada para regar os jardins, é exactamente a mesma que abastece as torneiras, agora de uma forma mais moderna. Além do aspecto prático, a límpida água corrente ajuda a refrescar as ruas, ainda que a sombra dos carvalhos seja também uma bênção nos quentes meses de Verão. O orgulho nestes carvalhos é grande. Na Dorp Street, talvez a mais longa da cidade já que, no total, se estende por mais de 500 quilómetros, para lá da “fronteira” da cidade, o tronco destas árvores foi tapado com cobertores vermelhos para dar as boas vindas aos visitantes. O efeito visual é inesquecível. O facto de Stellenbosch ser tão próxima da Cidade do Cabo é, simultaneamente, uma bênção e uma maldição. Os turistas têm maior apetência em vi- 56 Fora de Série Março 2011 Relaxar é a palavra de ordem. Com a paisagem deslumbrante das vinhas e um sol convidativo, todas as quintas vinhateiras oferecem espaços para os visitantes desfrutarem o que de melhor a região tem. Após um passeio pela cidade, onde o nome das ruas está inscrito no lambril dos passeios, guiado pelo antigo sistema de águas (que ainda hoje funciona), não há nada como alugar um belo automóvel antigo no centro e ir, estrada fora, à descoberta das adegas nos arredores. NA DORP STREET, O TRONCO DOS CARVALHOS FOI TAPADO COM COBERTORES VERMELHOS PA R A DA R AS BOAS VINDAS AOS VISITANTES. O EFEITO VISUAL É INESQUECÍVEL. UMA TARDE DIFERENTE Para um almoço diferente, a poucos quilómetros de distância – até pode apanhar um comboio e desfrutar das magníficas paisagens vinhateiras –, mesmo em frente à estação de Spier, fica no Parque de Moyo. É turístico, ponto assente. Mas o lago de margens relvadas é muito atractivo para um piquenique. A cesta é comprada nas próprias instalações do parque, assim como as estruturas construídas em árvores, ou as tendas onde se pode almoçar, em estilo ‘buffet’, e que permite apreciar múltiplas variedades culinárias do país. E, claro, como não poderia deixar de ser, diversos tipos de vinhos. Ao longo da tarde e da refeição vão sendo apresentados vários espectáculos culturais. Além disso, o parque tem um importante programa de recuperação de chitas que são posteriormente libertadas. sitar as caves desta zona, mas são poucos os que fi - cam na cidade durante alguns dias. E se mais razões fossem necessárias, pode fi car no mais velho hotel da África do Sul: o Ouwe Wer Hotel, erguido em 1802, que vale por si só uma visita, mesmo que não se possa fi car aí hospedado. Com tempo, pode-se almoçar, beber um café ou um copo de vinho num dos pátios, ou junto à piscina. Relaxar é quase obrigatório. Com ruas vedadas ao trânsito é possível ir satisfazendo o gosto pelas compras – o artesanato local é de perder a cabeça – ou, simplesmente, respirar o ar de clima mediterrânico do outro lado do hemisfério. Este clima explica a existência de umas borboletas únicas que dão origem a uma seda mais escura, mas mais rara. Cada casulo produz apenas um grama de seda. Outra “produção” local é o artista Dylan Lewis. Numa das muitas galerias de arte da cidade é possível ver os seus trabalhos mais recentes onde mistura a componente animal e humana. Este jovem artista sul-africano já teve o mérito de apresentar uma exposição a solo na Christie’s de Londres. A visita não fi caria completa sem uma passagem pelo Museu da Cidade, pela casa mais antiga, pelo Palácio da Justiça, pelo bonito rio ou ainda pelo Campus universitário, uma espécie de versão sul- -africana da Ivy League. NA ABERTURA, FOTOGRAFIA DE MARK VAN AARDT/GETTY IMAGES. NESTA PÁGINA FOTOGRAFIAS DE PAULO GUERRINHA

evasao.com VOOS . DESTINOS . HOTÉIS . COMPRAS . VIAGENS . SPAS . NOVIDADES . LOJAS . TUDO ONLINE www.heritage.pt/pt/hotel_britania.html CHARME PORTUGUÊS PREMIADO O charme e o estilo ‘Art Deco’ do Hotel Britania conquistaram os internautas e aqueles que dão opiniões no ‘site’ TripAdvisor. Tanto, que o hotel no centro de Lisboa, junto à Avenida da Liberdade, foi distinguido como o 10º melhor hotel do mundo, no top 25, e o 6º no top 25 na Europa, nos TripAdvisor Travellers’ Choice Awards 2011. O Hotel Britania é um projecto do arquitecto Cassiano Branco que recuperou todo o edifício sem lhe retirar os traços e o ambiente dos anos 40. Este é já o nono ano consecutivo que o ‘site’ atribui este prémio graças à forte participação dos viajantes que fazem questão de fazer uma avaliação dos hotéis por onde passam. . www.zilianchoose.com/ marca/zilian-app JÁ SABE O QUE VAI CALÇAR AMANHÃ…? Se não sabe, a Zilian ajuda com a nova ferramenta que acaba de lançar. “Your Day is Zilian” é uma aplicação que inclui um ‘weather advisor’ que aconselha o par de sapatos ideal para o dia seguinte consoante as previsões meteorológicas e com imagens de modelos da marca disponíveis nas lojas e no ‘site’. A mesma aplicação funciona como ‘screensaver’, integra as novidades da marca, os vídeos e imagens do universo Zilian. Na Zilian App, é ainda possível aceder a outras plataformas, como Facebook, Twitter ou Flickr. . www.armanihotels.com PRÓXIMA PARAGEM: RÚSSIA Giorgio Armani continua a incursão pela hotelaria. O próximo projecto, anunciou, será um hotel de cinco estrelas na região russa do Cáucaso. O local exacto ainda não foi escolhido mas deverá ser em Kislovodsk, Yessentuki ou Pyatigorsk, num investimento que deverá rondar os 110 milhões de euros. A cordilheira do Cáucaso é famosa pelas suas nascentes de água mineral, no entanto, a região ainda tem poucas infra- -estruturas, o que leva ao afastamento dos turistas. O Armani Hotels & Resorts pretende preencher esse vazio. VAN GOGH EM ‘GIGAPIXEL’ Art Project é o mais recente projecto lançado pela Google, para ver obras de arte num passeio virtual. São mais de mil obras, de mais de 400 artistas, que estão expostas em 17 museus e galerias, espalhadas por onze cidades de nove países. São estes os números que retratam o novo projecto da Google. O Art Project, lançado o mês passado, permite passear virtualmente pelos corredores dos museus, num sistema parecido com o do Street View, que através de um clique torna possível expandir as obras de arte e vê-las detalhadamente com toda a informação. Tão detalhadamente quanto permite uma super resolução de sete biliões de píxeis, onde até é possível ver as pinceladas de Van Gogh na obra “A Noite Estrelada”, ou de Rembrandt no “Regresso do Filho Pródigo”, duas das 17 obras digitalizadas com gigapixel. Um pequeno ‘trolley’ com uma câmara registou imagens a 360º das salas e das obras de arte expostas no Museu Rainha Sofi a, em Madrid; no MoMa, em Nova Iorque; no Museu Van Gogh, em Amesterdão; na Tate Britain e na National Gallery, em Londres; no The State Hermitage, em São Petersburgo; na galeria Uffi - zi, em Florença; no Palácio de Versailles, em França; no Museu Kampa, em Praga; entre outros. Nesta extensa lista sente-se a falta de nomes como o Louvre, em Paris, ou o Museu do Prado, em Madrid, no entanto, Amid Sood, director e mentor do projecto, garantiu que o Art Project terá, no futuro, mais participantes. No dia da apresentação, realizada em Londres, na Tate Britain, Sood aproveitou para contar como surgiu a ideia: “Começou quando um grupo de funcionários da Google, apaixonado por arte, se juntou para pensar como poderia usar a tecnologia para ajudar os museus a tornarem as obras de arte mais acessíveis”. Mais informações em www.googleartproject.com Nicholas Serota, director da Tate Britain, onde, em Fevereiro, foi apresentado o Art Project. www.landrover.com IPAD INCLUÍDO Vai valer a pena viajar nos bancos de trás do Range Rover Autobiography Ultimate Edition, uma edição limitada do modelo mais luxuoso da marca britânica. Esta, aliás, garante que este jipe é o primeiro automóvel a incluir um iPad nos extras. O iPad está acoplado na parte de trás dos bancos da frente, o que permite a quem viajar atrás ver fi lmes, ouvir música ou navegar na Internet. O iPad pode ainda ser retirado do banco e ser utilizado de qualquer outra maneira. Uma inovação que só foi possível com a parceria . que a Range Rover fez com a Apple e que só foi extensível a 500 veículos. www.modaoperandi.com DA ‘PASSERELLE’ PARA O ‘CLOSET’ Moda Operandi é a solução pela qual muitos esperavam, para deixarem de desesperar. A ideia surgiu depois de Aslaug Magnusdottir, fundadora do ‘site’ de moda Gilt Group, ter ouvido várias queixas de estilistas que reclamavam que as suas criações mais exclusivas nunca passavam das ‘passerelles’ para os ‘closets’ das clientes, já que as lojas nunca as encomendavam. Magnusdottir juntou- -se a Lauren Santo Domingo, ex-editora da Vogue americana, para acabar com este problema e criaram o ‘site’ Moda Operandi, que disponibiliza as peças exclusivas 48 horas depois de estas terem desfi lado nas ‘passerelles’ de Nova Iorque, Londres, Milão e Paris. . www.onebag.com VIAJANTE FELIZ... … É aquele que viaja sem muito peso. Vá para onde for, o ideal é conseguir optimizar a mala sem, no entanto, deixar o imprescindível em casa. É exactamente para o ajudar nesta missão que o ‘site’ One Bag foi criado. Um espaço todo ele dedicado a dicas para viajar sem ir carregado, mesmo que a viagem seja por tempo indeterminado. Como escolher a mala de viagem certa, como se faz uma lista detalhada do que se precisa de levar ou como arrumar a roupa sem que ela chegue ao destino toda amarrotada, são alguns dos “segredos” desvendados nesta página ‘online’. . TEXTO DE ANA FILIPA AMARO Março 2011 Fora de Série 57

Evasão<br />

Os exemplares de arquitectura holandesa estão espalhados<br />

por todo o lado, construções desenvolvidas<br />

de acordo com letras (L, H) que vão evoluindo<br />

de acordo com as necessidades da família crescente.<br />

Já não são tantas como os moradores gostariam,<br />

mas são ainda muitas tendo em conta que a cidade<br />

foi abalada por um violento terramoto em 1809 e<br />

devastada por três grandes fogos em 1710, 1803 e<br />

1878, que acabaram por moldar a sua morfologia.<br />

Outra das interessantes características desta cidade<br />

centenária é o sistema de irrigação (Leiwater) que<br />

ainda funciona na perfeição e é gerido de forma comunal.<br />

A água que corre nas valas, usada para regar<br />

os jardins, é exactamente a mesma que abastece as<br />

torneiras, agora de uma forma mais moderna. Além<br />

do aspecto prático, a límpida água corrente ajuda a refrescar<br />

as ruas, ainda que a sombra dos carvalhos seja<br />

também uma bênção nos quentes meses de Verão.<br />

O orgulho nestes carvalhos é grande. Na Dorp Street,<br />

talvez a mais longa da cidade já que, no total, se estende<br />

por mais de 500 quilómetros, para lá da “fronteira”<br />

da cidade, o tronco destas árvores foi tapado<br />

com cobertores vermelhos para dar as boas vindas<br />

aos visitantes. O efeito visual é inesquecível.<br />

O facto de Stellenbosch ser tão próxima da Cidade<br />

do Cabo é, simultaneamente, uma bênção e uma<br />

maldição. Os turistas têm maior apetência em vi-<br />

56 Fora de Série Março 2011<br />

Relaxar é a palavra de ordem. Com a paisagem deslumbrante das<br />

vinhas e um sol convidativo, todas as quintas vinhateiras oferecem<br />

espaços para os visitantes desfrutarem o que de melhor a região tem.<br />

Após um passeio pela cidade, onde o nome das ruas está inscrito no<br />

lambril dos passeios, guiado pelo antigo sistema de águas (que ainda<br />

hoje funciona), não há nada como alugar um belo automóvel antigo<br />

no centro e ir, estrada fora, à descoberta das adegas nos arredores.<br />

NA DORP STREET,<br />

O TRONCO DOS<br />

CARVALHOS FOI<br />

TAPADO COM<br />

COBERTORES<br />

VERMELHOS<br />

PA R A DA R AS<br />

BOAS VINDAS <strong>AO</strong>S<br />

VISITANTES. O<br />

EFEITO VISUAL É<br />

INESQUECÍVEL.<br />

<strong>UM</strong>A TARDE DIFERENTE<br />

Para um almoço diferente, a poucos<br />

quilómetros de distância – até pode<br />

apanhar um comboio e desfrutar das<br />

magníficas paisagens vinhateiras –,<br />

mesmo em frente à estação de Spier, fica<br />

no Parque de Moyo. É turístico, ponto<br />

assente. Mas o lago de margens relvadas<br />

é muito atractivo para um piquenique.<br />

A cesta é comprada nas próprias<br />

instalações do parque, assim como as<br />

estruturas construídas em árvores, ou as<br />

tendas onde se pode almoçar, em estilo<br />

‘buffet’, e que permite apreciar múltiplas<br />

variedades culinárias do país. E, claro,<br />

como não poderia deixar de ser, diversos<br />

tipos de vinhos. Ao longo da tarde e da<br />

refeição vão sendo apresentados vários<br />

espectáculos culturais. Além disso, o<br />

parque tem um importante programa<br />

de recuperação de chitas que são<br />

posteriormente libertadas.<br />

sitar as caves desta zona, mas são poucos os que fi -<br />

cam na cidade durante alguns dias. E se mais razões<br />

fossem necessárias, pode fi car no mais velho hotel<br />

da África do Sul: o Ouwe Wer Hotel, erguido em<br />

1802, que vale por si só uma visita, mesmo que não<br />

se possa fi car aí hospedado. Com tempo, pode-se almoçar,<br />

beber um café ou um copo de vinho num<br />

dos pátios, ou junto à piscina.<br />

Relaxar é quase obrigatório. Com ruas vedadas ao<br />

trânsito é possível ir satisfazendo o gosto pelas<br />

compras – o artesanato local é de perder a cabeça<br />

– ou, simplesmente, respirar o ar de clima mediterrânico<br />

do outro lado do hemisfério. Este clima explica<br />

a existência de umas borboletas únicas que<br />

dão origem a uma seda mais escura, mas mais rara.<br />

Cada casulo produz apenas um grama de seda.<br />

Outra “produção” local é o artista Dylan Lewis. Numa<br />

das muitas galerias de arte da cidade é possível<br />

ver os seus trabalhos mais recentes onde mistura a<br />

componente animal e humana. Este jovem artista<br />

sul-africano já teve o mérito de apresentar uma exposição<br />

a solo na Christie’s de Londres.<br />

A visita não fi caria completa sem uma passagem<br />

pelo Museu da Cidade, pela casa mais antiga, pelo<br />

Palácio da Justiça, pelo bonito rio ou ainda pelo<br />

Campus universitário, uma espécie de versão sul-<br />

-africana da Ivy League.<br />

NA ABERTURA, FOTOGRAFIA DE MARK VAN AARDT/GETTY IMAGES. NESTA PÁGINA FOTOGRAFIAS DE PAULO GUERRINHA

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