UM DESFILE ATÉ AO TOPO - Diário Económico - Sapo
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N<br />
as encostas de ligeira inclinação, ou nas planícies,<br />
as fi leiras de videiras dão uma geometria à paisagem<br />
a perder de vista. Sob o sol abrasador, os cachos<br />
ganham corpo à espera da vindima e dos meses de<br />
descanso em cascos de madeira. O néctar vai-se<br />
formando lentamente com o desenrolar dos dias<br />
na maior região vinhateira da África do Sul. Com<br />
o mesmo vagar, será depois saboreado pelos apreciadores<br />
em bonitas esplanadas arrelvadas, com as<br />
vinhas como cenário, onde as crianças aproveitam<br />
as tardes em brincadeiras e os pais desfrutam dos<br />
prazeres da vida.<br />
Stellenbosch é assim. Um pequeno canto do globo,<br />
onde Deus parece ter dado mais atenção aos pormenores.<br />
Com condições climatéricas ideais para<br />
a produção de vinhos, esta pequena região, mesmo<br />
ao lado da cosmopolita Cidade do Cabo, consegue<br />
produzir quase todos os tipos de vinhos, desde os<br />
Portos, os Sherries, o Champanhe ou o Brandy, passando<br />
por uma panóplia de vinhos de mesa brancos<br />
ou tintos que, em muitos casos, nada fi cam a dever<br />
aos concorrentes franceses, portugueses, chilenos<br />
ou californianos.<br />
Mas Stellenbosch não se resume aos vinhos, embora,<br />
segundo o “New York Times”, seja uma das rotas<br />
vinhateiras mais visitadas em todo o mundo. A pequena<br />
cidade pitoresca pulula de vida com a universidade,<br />
que lhe garante uma quase juventude eterna,<br />
e é fi el guardiã da sua história e das suas raízes.<br />
A vontade de preservar é tão grande que existem<br />
diversos clubes de carros antigos que alugam as suas<br />
máquinas. Numa autêntica viagem no tempo, é<br />
possível percorrer as estradas solarengas, ladeadas<br />
de vinhas até ao horizonte, num belo jaguar, que é<br />
disponibilizado, por exemplo, pelo Classic-Cats, que<br />
se especializou em Jaguares montados na África do<br />
Sul. Os carros luzidios, sempre estacionados na praça<br />
principal, dão um ar ainda mais ‘vintage’ à cidade.<br />
Mas a melhor forma de conhecer esta encantadora<br />
pequena cidade é estacionar junto ao posto de turismo<br />
e solicitar um guia – Sandra Krige, por exemplo,<br />
faz visitas guiadas à cidade cheias de humor e<br />
conhecimento –, ou simplesmente um mapa, onde<br />
surgem os pontos mais emblemáticos. Antes de começar,<br />
um aviso: nesta cidade os nomes das ruas estão<br />
inscritos nos lambris dos passeios, muitas vezes<br />
ocultos pelos carros estacionados.<br />
Março 2011 Fora de Série 55