UM DESFILE ATÉ AO TOPO - Diário Económico - Sapo
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Estilo<br />
que os vão vestir e não o contrário. “Nós estudamos<br />
os corpos e temos uma cultura de orientação para o<br />
cliente. Quem compra as nossas calças não são manequins,<br />
são pessoas comuns e regulares”, frisa João<br />
Braga. E foi precisamente a pensar nessas pessoas<br />
comuns e regulares que nasceram modelos como as<br />
“Push Up”, “Push In” ou “Sculpture”, inventadas para<br />
realçar atributos, disfarçar imperfeições ou até esculpir<br />
silhuetas. A isto somam-se todas aquelas características<br />
que sempre foram apanágio da marca como<br />
“os processos de lavagem, a especial atenção com os<br />
detalhes como sejam a posição de um bolso em relação<br />
à cintura, a cor da linha ou a matéria-prima em<br />
função de cada ‘fi t’”, explica João Braga.<br />
Depois, vem o factor emocional que tem a ver com<br />
aquela “auto-confi ança e optimismo” que uma peça<br />
de roupa que faz “as pessoas sentirem-se confortáveis,<br />
bonitas e elegantes” sempre traz.<br />
MUDANÇA RADICAL<br />
NA PASSADEIRA CINZENTA<br />
O resultado das grandes decisões materializa-se de<br />
dentro para fora e, claro está, a Salsa não podia ser<br />
excepção. Ninguém o é. Conta Michele Quintão, responsável<br />
de comunicação e imagem da empresa, que<br />
a mudança da Salsa foi anunciada aos colaboradores<br />
de forma a manter o mistério até ao fi m. No bar havia<br />
um painel onde se contavam os dias de forma decrescente<br />
e, na data prevista, cada um recebeu um balão<br />
com um papel onde se podia ler uma nova decisão<br />
para o futuro. No fi nal, foram todos lá para fora largar<br />
os balões e gritar em uníssono: “Happy new you!”.<br />
A mudança, foi radical? “Ainda está a ser”, responde<br />
João Braga. Porque tudo mudou. O novo logótipo:<br />
“Salsa fi ts my life”, que alude à tal “vestibilidade” da<br />
marca, está doravante visível em tudo. A marca tem<br />
um novo ícone, inspirado no pesponto cruzado dos<br />
36 Fora de Série Março 2011<br />
Em cima, as salas<br />
de reuniões e a<br />
biblioteca da Salsa<br />
Jeans, num estilo<br />
de inspiração ‘zen’.<br />
Em baixo, o edifício<br />
e o vasto ‘open<br />
space’ onde os vários<br />
departamentos<br />
se complementam.<br />
bolsos dos ‘jeans’ e o “Happy New You” é ponto de<br />
honra desde as montras das lojas aos cartões de visita,<br />
passando pelos sacos das compras, pelos catálogos<br />
ou pelo ‘site’ ofi cial da Salsa. A par disto, a campanha<br />
que personifi ca todas as novas decisões do novo ano<br />
já arrancou.<br />
Quem consegue chegar às instalações da Salsa, na<br />
Trofa sem se perder, poderá constatar com os próprios<br />
olhos: aqui, quase todos vestem um modelo da<br />
marca. “Mas não é farda”, garantem-me.<br />
É curiosa a forma como os vários departamentos se<br />
interligam, desde a investigação e desenvolvimento à<br />
concepção, passando pelo sector dos testes, o ‘marketing’<br />
ou a gestão de inventário. Espaços abertos num<br />
vasto recinto onde a passagem se faz por uma passadeira<br />
cinzenta, caminho obrigatório de quem vai daqui<br />
para ali, porque no meio trabalha-se e o respeito<br />
pelo próximo é palavra de ordem.<br />
KALASHNIKOV, CHANEL OU SALSA?<br />
A decisão da Salsa de mudar a forma de se comunicar<br />
em termos de marca passa fundamentalmente também<br />
pela estratégia de expansão.<br />
A internacionalização começou por Espanha, que é<br />
hoje o principal mercado externo da marca que aí vai<br />
abrir brevemente dez lojas. Se Portugal tem um peso<br />
de 50% no volume de negócios da Salsa, “o mercado<br />
ibérico representa 75%”.<br />
Nos restantes países a marca tem vindo a vingar através<br />
do ‘franchising’ e, actualmente, a loja online já<br />
chega a toda a Europa. Quanto aos mercados mais<br />
fortes, destacam-se a França e o Médio Oriente onde,<br />
por incrível que pareça, as “Push Up” são o sucesso<br />
do momento. “Disseram-me uma vez que por debaixo<br />
de uma ‘burka’ podem estar duas coisas: uma Kalashnikov<br />
ou um vestido Chanel”, diz João Braga. Se<br />
assim é, porque não umas Salsa ‘jeans’?<br />
FOTOGRAFIAS CEDIDAS PELA MARCA