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Guia para o professor<br />
Projeto de leitura<br />
<strong>RAPUNZEL</strong><br />
THAIS LINHARES<br />
A OBRA<br />
Indicação de leitura: pré-leitor, a partir dos 3 anos<br />
Thais Linhares nasceu na primavera de 1970, no Rio de Janeiro.<br />
Dividida entre muitos interesses, escolheu as artes para assim poder<br />
Resumo: a ilustradora optou por fazer uma adaptação da história original<br />
explorar livremente diversos mundos: na literatura, na natureza<br />
e nos mitos. A maior parte do tempo está desenhando ou escrevendo.<br />
Também já cantou, como a Rapunzel, e até participou de óperas!<br />
dos Irmãos Grimm, que conta a história de um casal Hoje mora com queria seus fi lhos entre uma fl oresta muito e uma lagoa, um fi-<br />
lugares onde costuma se refugiar em busca de inspiração.<br />
lho. Ao engravidar, a esposa começou a ter vontade de comer os repolhos<br />
(na verdade, rapôncios, espécie de rábanos) que cresciam em uma horta<br />
ao lado da casa em que morava. O marido apanhou vários para a mulher,<br />
até que a dona da propriedade – uma bruxa – descobriu o furto e cobrou<br />
um preço terrível: o filho que nascesse seria doado a ela. Veio ao mundo<br />
uma linda menina, chamada de Rapunzel, a qual foi criada pela bruxa em<br />
uma alta torre, bem longe do mundo. Lá, ela pôde desenvolver suas prendas<br />
e um belo canto. A mãe adotiva também nunca deixou que os cabelos da<br />
moça fossem cortados.<br />
Um príncipe, passando perto daquela torre, ouviu certo dia uma maravilhosa<br />
voz e ficou atento. Então, ele viu a bruxa gritar, do lado de fora da torre:<br />
“jogue as tranças, Rapunzel”, e subir por elas. Em outra oportunidade, resolveu<br />
fazer o mesmo e, ao entrar pela janela, ele e a moça se apaixonaram. Os<br />
dois começaram a ter encontros às escondidas, e logo Rapunzel carregava<br />
duas crianças em seu ventre.<br />
Um dia, sem querer, ela disse à bruxa: “nossa, a senhora é bem mais pesada<br />
do que o príncipe!”. A madrasta, ao descobrir que Rapunzel tinha um amor escondido,<br />
cortou-lhe as tranças e expulsou-a de casa. Quando o príncipe retornou<br />
e começou a subir pelas tranças cortadas, a bruxa soltou-as de repente,<br />
fazendo com que ele caísse em um espinheiro e ficasse cego.<br />
Por muito tempo o rapaz vagou sem rumos por uma floresta em busca de<br />
sua amada. Um dia, ouviu uma vez mais o canto de Rapunzel. Seguiu-o e<br />
encontrou seu amor dentro de um casebre, junto aos dois filhos que tivera.<br />
As lágrimas da moça fizeram com que o príncipe voltasse a enxergar. Depois,<br />
os quatro foram para um castelo e viveram felizes para sempre. A bruxa continuou<br />
a cultivar seus apetitosos rapôncios...<br />
Eixos temáticos: amadurecimento emocional, adolescência, liberdade,<br />
amor (egoísmo e desprendimento), sacrifício, renúncia<br />
Interdisciplinaridade: Língua Portuguesa, Ciências, Arte<br />
POR QUE LER<br />
Este é um conto infanti l bastante popular. Ele<br />
traz, por conta das presenças de Rapunzel – a protagonista<br />
que se tornará princesa – e do corajoso príncipe,<br />
uma narrati va de coragem, sofrimento, abnegação<br />
e triunfo. Ao mesmo tempo, retoma a temáti ca<br />
do lado menos agradável de uma “mãe possessiva”,<br />
representada pela “bruxa” que, na adaptação de<br />
Contos<br />
de Fadas<br />
em imagem<br />
“Jogue-me suas tranças, Rapunzel!”<br />
ISBN 978-85-823-2006-8<br />
ISBN: 978-85-823-2006-8<br />
9 788582 320068<br />
dos irmãos Grimm<br />
por Thais Linhares<br />
Formato: 28 x 21 cm - 32 páginas<br />
ISBN 978-85-8232-006-8<br />
Thais Linhares, se tornou uma espécie de “maga vegetariana”,<br />
espécie de adepta do culti vo de vegetais<br />
orgânicos de nossos dias.<br />
Estrutura da obra<br />
O livro está em formato horizontalizado. A narrati<br />
va se constrói em torno: 1) do casal que deseja<br />
ter fi lhos e da mulher que, fi nalmente grávida, acaba<br />
por obrigar o marido a “furtar” os rábanos da vizinha
uxa; 2) da menina Rapunzel que cresce na torre e<br />
canta muito bem, a ponto de atrair um príncipe que<br />
vagava pela fl oresta; 3) do amor proibido entre ambos,<br />
o qual enfureceu a possessiva bruxa; 3) e do desfecho<br />
feliz, apesar de tanto sofrimento dos protagonistas.<br />
Trata-se de um belo conto que aborda a “travessia”<br />
dos percalços da vida, num processo de amadurecimento<br />
pessoal, para alcançar seus objeti vos.<br />
Principais conceitos<br />
Ÿ amor proibido • amadurecimento<br />
Ÿ sofrimento • felicidade<br />
ANTES DE LER<br />
Possivelmente, algumas crianças já terão ouvido falar<br />
de Rapunzel. É um conto muito comum, tanto em livros,<br />
quanto em desenhos animados. Ainda assim, o contador<br />
pode uti lizar de sua boa mala ou baú de “tranqueiras”<br />
para falar dos longos cabelos de uma certa menina<br />
(na forma de uma peruca, de mechas ou mesmo de uma<br />
corda) que, quando moça, se apaixonou por um príncipe<br />
valente (representado por um chapeuzinho ou uma espada).<br />
Pode também trazer um repolho roxo ou avermelhado<br />
– caso queira se fi xar na forma original do conto, que<br />
trazia uma personagem de traços mais ruivos. E, assim,<br />
ele também associa o nome da personagem, Rapunzel, à<br />
hortaliça que causou tanto transtorno...<br />
DURANTE A LEITURA<br />
As ilustrações são bem claras e delicadas, já a começar<br />
pelas duas primeiras páginas, com o tí tulo em<br />
dourado e borboletas e aves voando no céu. Deve-se<br />
apresentar o canteiro cheio de “repolhos”, que pode<br />
ser um vegetal familiar para muitas crianças. Ao se uti -<br />
lizar da estrutura narrati va proposta no resumo deste<br />
roteiro, o narrador encontrará subsídios para toda a<br />
narrati va. Ele pode ressaltar as característi cas das vesti<br />
mentas, em especial as da bruxa, que têm muitas fi -<br />
tas e traz várias ferramentas nos bolsos de seu avental.<br />
Trata-se, de fato, de uma bruxa um tanto ranzinza e<br />
possessiva que culti va legumes, mas desprovida daquela<br />
“maldade absoluta” que algumas bruxas costumam<br />
assumir em outras histórias. De fato, a personagem da<br />
bruxa chamará muito a atenção das crianças também<br />
pelo fato de ocupar boa parte do espaço cênico com feições<br />
muito dramáti cas (páginas 6/7). Em seguida, vê-se<br />
Rapunzel crescendo e, junto com ela, seus cabelos, até<br />
que se torne uma moça muito bonita. Pelas ati vidades<br />
às quais se dedicava em sua torre, percebe-se tratar-se<br />
de uma menina inteligente e diferenciada: talvez o germe<br />
de uma mulher à frente de sua época (páginas 8/9).<br />
Quando o príncipe entra em cena, ele surge na forma<br />
clássica dos contos do gênero: montado a cavalo, com<br />
armadura, em porte elegante (páginas 10/11). Ao observar<br />
o “truque” da bruxa que sobe pelas tranças, ele o<br />
repete (páginas 12/13). Percebe-se que a torre é de fato<br />
muito difí cil de ser ati ngida: além de alta, está em meio<br />
a uma fl oresta, cercada por um terrível espinheiro (páginas<br />
10 a 13). Seria bom salientar a bela ilustração em<br />
que Rapunzel enlaça o rapaz afetuosamente em seus<br />
cabelos (página 15). A cena dramáti ca em que as tranças<br />
são cortadas também pode ser trabalhada de forma<br />
especial, afi nal, trata-se de um ponto fundamental para<br />
a mudança do eixo narrati vo (páginas 18/19). Não fosse<br />
isso, Rapunzel talvez conti nuasse a viver em seu isolamento<br />
quase absoluto. Então, de um lado, Rapunzel<br />
grávida será expulsa, obrigada a percorrer a escura fl oresta,<br />
e, do outro lado, seu amado, cego, também o fará<br />
(páginas 22/23). O narrador deve explicar que um bom<br />
tempo se passará até o reencontro dos dois namorados,<br />
afi nal, quando o príncipe, de olhos vendados, ouvir o<br />
canto da moça, ela já estará alojada em um casebre e<br />
rodeada pelos dois fi lhos. Pode-se comentar, por exemplo,<br />
que o príncipe vagou, alimentando-se de raízes e<br />
bagas e lamentando-se muito, como no original dos<br />
Irmãos Grimm. É possível que, por sempre se lamuriar,<br />
não conseguisse de fato ouvir o canto de Rapunzel e tenha<br />
se demorado mais a encontrar a amada. Quando<br />
apenas se reclama, pode-se não sair do lugar tão rapidamente<br />
quanto aquele que simplesmente segue adiante.<br />
De qualquer forma, as lágrimas da moça fazem com que<br />
o suplício do príncipe termine (páginas 28/29). A história<br />
se encaminha para o fi nal feliz esperado, desta vez<br />
com o casal de fi lhos sobre o belo cavalo e a silhueta do<br />
castelo ao fundo, após um belo campo provavelmente<br />
culti vado (páginas 30/31). Mas, como nas narrati vas cinematográfi<br />
cas, a ilustradora optou por um belo retorno<br />
da bruxa que, concentrada em seus afazeres de hortelã,<br />
culti vava um bebê dentro de um repolho, de forma a<br />
também trazer à tona anti gas explicações que se davam<br />
às crianças sobre a origem delas mesmas... Outra abordagem<br />
é entender que havia na Europa rural a crença de<br />
que o desejo de uma mulher quando grávida pudesse<br />
de fato engendrar criaturas semelhantes ao objeto desse<br />
desejo, caso não fosse sati sfeito. O fi nal, assim, tem<br />
uma quebra para deixar uma subnarrati va em aberto: o<br />
que será que essa bruxa fará dali pra frente? A proposta<br />
de subnarrati va ou narrati va em paralelo pode gerar a<br />
produção de um texto pela turma, em alguma ati vidade<br />
proposta pelo professor.
DEPOIS DE LER<br />
Ao terminar a história, o contador pode provocar breves comentários:<br />
gostaram? Do que mais gostaram? Como era essa bruxa? A Rapunzel foi corajosa?<br />
E o príncipe? Por quê? O que será que a bruxa fará depois que fi cou sem<br />
Rapunzel? Enquanto isso, o contador pode reti rar de seu baú vários cartões,<br />
contendo “pedaços” dos três personagens principais, os quais serão montados<br />
no chão ou em uma parede, com ajuda de fi tas adesivas. Como a bruxa ilustrada<br />
tem um aspecto interessante, que lembra algumas fi guras de artesanato de<br />
patchwork, pensamos que esta ideia dos personagens “em retalhos” pode ser<br />
interessante como forma de encerramento da história.<br />
ASSUNTO PUXA ASSUNTO<br />
Diversas ati vidades podem ser desenvolvidas a parti r do conto.<br />
A primeira pode ser em torno de ideias simples de espaço geográfi co e paisagem.<br />
Como o livro é horizontalizado e tem boas paisagens, o professor pode se<br />
aproveitar disso. Nas páginas 10 e 11, 24 e 25, temos a fl oresta. Nas páginas 30 e<br />
31, a fl oresta, o campo, a montanha, as fl ores, o sol, o céu, as nuvens. São todos<br />
elementos da natureza que podem ser trabalhados com as crianças bem pequenas.<br />
Elas podem parti cipar de um grande painel na própria sala de aula, em que<br />
pintem uma paisagem bem bonita. Isso também pode gerar um passeio em um<br />
ambiente campestre e, ao mesmo tempo, em um ambiente de culti vo de legumes.<br />
As crianças muito pequenas vão gostar de saber de onde vêm os repolhos,<br />
as cenouras, as laranjas... Visitar um minipomar ou um canteiro de hortaliças<br />
pode ser uma aventura insti gante, complementando a da história.<br />
A parti r desta visita, o professor pode desenvolver algum projeto de culti<br />
vo e plantação. Cada criança poderá cuidar de uma planti nha, desde a semeadura,<br />
e acompanhar seu desenvolvimento. Pode haver também um pequeno<br />
canteiro de repolhos ou alface, cujas mudinhas seriam culti vadas previamente<br />
pelo professor. O término se daria em um lanche gostoso, em que fosse feita<br />
uma salada colorida e diverti da.<br />
SOBRE OS AUTORES<br />
Os Irmãos Grimm, Jacob (1785 – 1863) e Wilhelm (1786 – 1859), foram<br />
dois alemães que se dedicaram ao registro de várias histórias infanti s, pelas<br />
quais ganharam notoriedade. Também deram grandes contribuições à<br />
língua alemã com um dicionário de estudos de linguísti ca da cultura popular.<br />
Buscando encontrar as origens da realidade histórica do país em que<br />
viviam, os Irmãos Grimm se depararam com o fantásti co e o míti co em<br />
narrati vas comuns do período medieval e acabaram por organizar alguns<br />
dos textos que se tornariam clássicos na literatura infantojuvenil de todo<br />
o mundo. Seus contos podem ser divididos em: contos de encantamento,<br />
contos maravilhosos, fábulas, lendas, contos de enigmas e mistérios e contos<br />
humorísti cos. Dentre seus contos mais conhecidos, estão, por exemplo:<br />
Branca de Neve, Cinderela, O Flautista de Hamelin, Os músicos de Bremen,<br />
Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, João e <strong>Maria</strong> e Rapunzel.<br />
Thais Linhares nasceu na primavera de 1970, no Rio de Janeiro. Dividida<br />
entre muitos interesses, escolheu as artes para assim poder explorar diversos<br />
mundos: na literatura, na natureza e nos mitos. A maior parte do tempo<br />
está desenhando ou escrevendo. Também já cantou como a Rapunzel, e até<br />
parti cipou de óperas. Hoje, mora com seus fi lhos entre uma fl oresta e uma<br />
lagoa, lugares onde costuma se refugiar em busca de inspiração.<br />
CONECTE-SE<br />
Cinema<br />
O longa-metragem Enrolados<br />
(Tangled/ Rapunzel, Nathan<br />
Greno, Byron Howard, 2010)<br />
é uma versão contemporânea<br />
da Disney para a história<br />
de Rapunzel.<br />
Há também um média-<br />
-metragem americano do<br />
ano de 1980, Rapunzel, que<br />
parte de uma produção chamada<br />
“Teatro dos Contos<br />
de Fadas”. Ele está disponível<br />
em www.youtube.com/<br />
watch?v=CCrjJhPpTz8.<br />
Atividades manuais<br />
Há dicas de como se fazer<br />
tranças com cordas neste<br />
site: www.recreio.com.<br />
br/blogs/coisa-de-menina/2012/08/20/trancas-longas-como-as-de-rapunzel-voce-tambem-pode-ter/<br />
E há sugestões para se fazer<br />
um cavalinho de pau nos<br />
sites: ludicalivros.blogspot.<br />
com.br/2008/12/como-fazer-<br />
-um-cavalinho-de-pau.html e<br />
artesanato-dona-arte.blogspot.com.br/2012/05/cavalinho-de-pau-com-molde-passo-passo.html<br />
Dedoches dos personagens<br />
de Grimm podem ser inspirados<br />
neste site: 1001feltros.<br />
blogspot.com.br/2010/09/<br />
mobile-e-dedoches.html<br />
E fazer um móbile com os<br />
personagens do conto pode<br />
ser também uma atividade<br />
manual interessante para<br />
crianças não tão pequenas:<br />
decorassentos.com.br/<br />
blog/2012/04/como-fazer-<br />
-um-mobile-de-papel/<br />
ELABORADO POR ADRIANO MES-<br />
SIAS SIAS – escritor de livros infantojuvenis,<br />
tradutor tradutor e e adaptador, adaptador, doutorando<br />
em em Comunicação Comunicação e Semióti ca,<br />
mestre mestre em Comunicação e Sociabilidade,<br />
graduado em Jornalismo e<br />
em Letras. Email: adrianoescritor@<br />
yahoo.com.br. yahoo.com.br Blog: www.adriano-<br />
messiasescritor.blogspot.com/