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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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A ansiedade avolumou-se em pleno medo. Fui para o acostamento esperar que a lufada passasse.<br />

Meia hora depois, a neve parou, a visibilidade retomou, e prossegui meu caminho - apenas para ser<br />

parado algumas centenas de metros adiante, onde uma equipe de ambulância socorria um passageiro<br />

de um carro que batera na traseira de outro mais lento à frente; a colisão bloqueou a rodovia. Se eu<br />

tivesse continuado a dirigir na neve cegante, provavelmente os teria atingido.<br />

A cautela que o medo me impôs naquele dia talvez tenha salvo minha vida.<br />

Como um coelho paralisado de terror ao sinal da passagem de uma raposa ou um proto-mamífero<br />

escondendo-se de um dinossauro predador, fui tomado por um estado interior que me obrigou a<br />

parar, prestar atenção e tomar cuidado com um perigo iminente.<br />

Todas as emoções são, em essência, impulsos para agir, planos instantâneos para lidar com a vida<br />

que a evolução nos infundiu. A própria raiz da palavra emoção é movere, "mover" em latim, mais o<br />

prefixo "e-", para denotar "afastar-se", indicando que uma tendência a agir está implícita em toda<br />

emoção. Que as emoções levam a ações é mais óbvio observando-se animais ou crianças; só nos<br />

adultos "civilizados" encontramos tantas vezes a grande anomalia no reino animal: emoções -<br />

impulsos arraigados para agir - divorciadas de uma reação óbvia.<br />

Em nosso repertório emocional, cada emoção desempenha uma função única, como revelam suas<br />

distintas assinaturas biológicas (ver detalhes sobre emoções "básicas" no Apêndice A). Com novos<br />

métodos para perscrutar o corpo e o cérebro, os pesquisadores estão descobrindo mais detalhes<br />

fisiológicos de como cada emocão prepara o corpo para um tipo de resposta muito diferente:<br />

· Com ira, o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil pegar uma arma ou golpear um inimigo;<br />

os batimentos cardíacos aceleram-se, e uma onda de hormônios como a adrenalina gera uma<br />

pulsação, energia suficientemente forte para uma ação vigorosa.<br />

· Com medo, o sangue vai para os músculos do esqueleto, como os das pernas, tornando mais fácil<br />

fugir e faz o rosto ficar lívido, uma vez que o sangue é desviado dele (criando a sensação de que<br />

"gela"). Ao mesmo tempo, o corpo imobiliza-se, ainda que por um momento, talvez dando tempo<br />

para avaliar se se esconder não seria uma melhor reação. Circuitos nos centros emocionais do<br />

cérebro disparam a torrente de hormônios que põe o corpo em alerta geral, tornando-o inquieto e<br />

pronto para agir, e a atenção se fixa na ameaça imediata, para melhor calcular a resposta a dar.<br />

·Entre as principais mudanças biológicas na felicidade está uma maior atividade no centro cerebral<br />

que inibe os sentimentos negativos e favorece o aumento da energia existente, e silencia aqueles que<br />

geram pensamentos de preocupação.<br />

Mas não ocorre nenhuma mudança particular na fisiologia, a não ser uma tranqüilidade, que faz o<br />

corpo recuperar-se mais depressa do estímulo de emoções perturbadoras. Essa configuração oferece<br />

ao corpo um repouso geral, assim como disposição e entusiasmo para qualquer tarefa imediata e<br />

para marchar rumo a uma grande variedade de metas.<br />

- Amor, sentimentos afetuosos e satisfação sexual implicam estimulação parassimpática - o oposto<br />

fisiológico da mobilização para ''lutar-ou-fugir" partilhada pelo medo e a ira. O padrão<br />

parassimpático, chamado de "resposta de relaxamento”<br />

é um conjunto de reações em todo o corpo que gera um estado geral de calma e satisfação,<br />

facilitando a cooperação.<br />

- O erguer das sobrancelhas na surpresa permite a adoção de uma varredura visual mais ampla, e<br />

também maior quantidade de luz a atingir a retina. Isso oferece mais informação sobre o fato

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