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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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provoca uma onda de ansiedade, Hare afirma que os psicopatas não se preocupam com punições<br />

futuras pelo que fazem. E como eles próprios não sentem medo, não têm empatia - ou piedade -<br />

pelo medo e a dor de suas vítimas.<br />

8 AS ARTES SOCIAIS<br />

Como tantas vezes acontece a crianças de cinco anos com irmãos mais novos, Len perdeu toda<br />

paciência com Jay, de dois anos e meio, que faz a maior bagunça nos blocos de Lego com os quais<br />

estão brincando. Tomado por uma onda de raiva, Len morde Jay, que cai no choro. A mãe, ouvindo<br />

o berro de dor de Jay, acorre e censura Len, ordenando-lhe que guarde os objetos da disputa, os<br />

blocos de Lego. Diante disso - que seguramente deve parecer uma crassa injustiça-Len se põe a<br />

chorar. Ainda irritada, a mãe recusa-se a consolá-lo.<br />

Mas Len recebe conforto de um lado improvável: Jay, que, embora sendo a parte ofendida original,<br />

está agora tão preocupado com as lágrimas do irmão que entra numa campanha para acalmá-lo. O<br />

diálogo é mais ou menos assim:<br />

- Chora não, Len - implora Jay. - Chora não, cara. Chora não.<br />

Mas Len continua chorando. Como seu pedido direto não dá certo, Jay se dirige à mãe em favor<br />

dele:<br />

- Len chorando, Mãe! Len chorando. Olha. Eu mostra a você. Len chorando.<br />

E então, voltando-se para Len, Jay adota uma atitude maternal, dando tapinhas no irmão e<br />

tranqüilizando-o com palavras ternas.<br />

- Olha, Len. Chora mais não.<br />

Continuam os soluços de Len, apesar da consolação. Por isso, Jay muda para outra tática, ajudando<br />

a guardar os blocos de Lego na sacola, com um amistoso:<br />

- Ah, Len. Eu guarda pra Lenny, tá?<br />

Mesmo assim, as lágrimas continuam. O sempre engenhoso Jay tenta mais uma estratégia a<br />

distração Mostrando ao irmão um carrinho de brinquedo, tenta desviar a atenção dele da pequena<br />

tragédia que sofreu.<br />

_ Tem um homem aqui dentro. Vem ver, Len? Vem ver, Len?<br />

Len não se interessa. Está inconsolável; as lágrimas não acabam mais.<br />

Perdendo a paciência com ele, a mãe recorre à clássica ameaça dos pais:<br />

_ Quer que Ihe bata?<br />

Ao que Len responde com um trêmulo:<br />

- Não.<br />

- Então faça o favor de parar - diz a mãe com firmeza, embora um tanto exasperada.<br />

Em meio aos soluços, Len consegue um patético e arquejante:<br />

- Estou tentando.

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