Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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E além disso: Seligman convenceu a Metlife a contratar um grupo especial de candidatos que fizeram maior número de pontos num teste de otimismo mas fracassaram no teste normal de triagem (que comparava uma série de suas atitudes com um perfil padrão baseado em respostas de agentes que haviam sido bem-sucedidos). Esse grupo especial de otimistas vendeu mais 21 por cento que os pessimistas no primeiro ano, e 57 por cento no segundo. O motivo de o otimismo fazer tal diferença no êxito de vendas revela o sentido em que é uma atitude emocionalmente inteligente. Cada não que um vendedor recebe é uma pequena derrota. A reação emocional a essa derrota é crucial para a capacidade de reunir motivação suficiente para prosseguir. À medida que crescem os nãos, o moral pode deteriorar-se, tomando cada vez mais difícil pegar o telefone para a próxima ligação. Essa rejeição é sobretudo dura de aceitar para ra o pessimista, que a interpreta como querendo dizer: "Eu sou um fracasso nisso jamais vou fazer uma venda" - uma interpretação que com certeza provocará apatia e derrotismo, se não depressão. Os otimistas, por outro lado, dizem a si mesmos: "Estou usando a técnica errada", ou "A última pessoa simplesmente estava de mau humor." Não se vendo a si mesmos, mas alguma coisa na situação, como o motivo de seu fracasso, podem mudar a técnica na ligação seguinte. Enquanto a atitude mental do pessimista conduz ao desespero, a do otimista gera esperança. Uma das origens da perspectiva positiva ou negativa bem pode ser o temperamento inato; algumas pessoas, por natureza, tendem para um lado ou para outro. Mas, como veremos no Capítulo 14, o temperamento pode ser moderado pela experiência. Otimismo e esperança -como impotência e desespero - podem ser aprendidos. Por trás dos dois está uma perspectiva que os psicólogos chamam de auto-eficácia, a crença em que temos controle sobre os fatos de nossa vida e podemos enfrentar os desafios quando aparecem. O desenvolvimento de qualquer tipo de aptidão fortalece o senso de auto-eficácia, tornando a pessoa mais disposta a assumLr riscos e buscar desafios mais exigentes. E a vitória sobre esses desafios, por sua vez, aumenta o senso de auto-eficácia. Essa atitude torna mais provável as pessoas usarem melhor quaisquer aptidões que tenham - ou fazerem o necessário para desenvolvê-las. Albert Bandura, psicólogo de Stanford que fez grande parte da pesquisa sobre a auto-eficácia, resume-a bem: As crenças das pessoas sobre suas aptidões têm um profundo efeito sobre essas aptidões. A aptidão não é uma propriedade fLa; há uma imensa variabilidade na maneira como nos desempenhamos. As pessoas que têm senso de auto-eficácia se refazem de fracassos; abordam as coisas mais em termos de como lidar com elas do que se preocupando com o que pode dar errado. fLUXO: A NEUROLOGIA DA EXCELÊNClA Um compositor descreve os momentos em que sua arte atinge o ponto mais alto: NÓS mesmos estamos a tal ponto em estado extático que nos sentimos como se quase não existissemos. Senti isso repetidas vezes. Minha mão parece livre de mim e nada tenho a ver com o que se passa. Simplesmente fico ali observando, em estado de respeito e maravilha. E a coisa simplesmente flui por si mesma. Sua descrição é notadamente semelhante à de centenas de homens e mulheres diversos - alpinistas, campeões de xadrez, médicos, jogadores de basquete, engenheiros, gerentes, até mesmo arquivistas

- quando falam de um momento em que se superaram em alguma atividade predileta. O estado que descrevem é chamado de "fluxo" por Mihaly Csikszentmihalyi, o psicólogo da Universidade de Chicago que recolheu essas histórias de desempenho máximo em duas décadas de pesquisa. Os atletas conhecem esse estado de graça como "a zona", onde a excelência vem fácil, a multidão e os competidores desaparecendo numa feliz e constante absorção do momento. Diane Roffe-Steinrotter, que ganhou uma medalha de ouro em esqui nas Olimpíadas de Inverno de 1994, disse depois da corrida que só se lembrava de que estava mergulhada em relaxamento: Eu me sentia como uma cachoeira. A capacidade de entrar em fluxo é inteligência emocional no ponto mais alto; o fluxo representa, talvez, a última palavra na canalização das emoções a serviço ço do desempenho e aprendizado. No fluxo, as emoções são não apenas contidas e dirigidas, mas positivas, energizadas e alinhadas com a tarefa imediata. Ver-se se colhido no ennui da depressão ou na agitação da ansiedade é ser barrado do fluxo. Contudo, o fluxo (ou um mais brando microfluxo) é uma experiência pelaqual quase todo mundo passa às vezes, sobretudo quando no máximo do desempenho ou indo além dos limites anteriores. Talvez seja mais bem captado demaiS ficam ansiosas. pelo ato de amor extático, a fusão de dois num um fluidamente harmônico. Essa experiência é gloriosa: o sinal característico do fluido é uma sensação de o prazer a graça alegria espontânea, e mesmo êxtase. Por ser tão bom, é intrinsecamente jncOmpatíveis compensador. É um estado em que as pessoas ficam absolutamente absorvidas ram do resto do no que estão fazendo, dando indivisa atenção à tarefa, a consciência fundida altamente concentrada. com os atos. Na verdade, interrompe o fluxo pensar demais no que está prestar atenção acontecendo até a idéia "Estou fazendo isso maravilhosamente" pode quebrar cOncentração a sensação de fluxo. A atenção fica tão concentrada que as pessoas só têm I o fluxo é um consciência da estreita gama de percepção relacionada com a tarefa imediata, l compulsivo, altamente perdendo a noção de tempo e espaço. Um cirurgião, por exemplo, lembrava sulprOdutO da uma operação desafiante durante a qual entrou em fluxo; quando a concluiu, verdade, a literatura notou alguns detritos no chão da sala de operação e perguntou o que acontecera. absorção que são Ficou espantado ao saber que, enquanto estava tão concentrado na cirurgia, que intensa concentração. parte do teto desabara, não havia notado nada. O fluxo é um estado de auto-esquecimento, o oposto da ruminação e desempenho parece preocupação: em vez de perder-se em cuidados nervosos, as pessoas em fluxo no cérebro, onde tanto se absorvem na tarefa imediata que perdem toda a autoconsciência, sãoexecutadascomumdispêndiominimo deixando as pequenas preocupações - saúde, contas, até mesmo o bem-estar se acha num estado da vida diária. Nesse sentido, os momentos de fluxo são abnegados. sintonizados Paradoxalmente, as pessoas em fluxo exibem um controle absoluto do que estão empenhadas em fazendo, as reações perfeitamente sintonizadas comascambiantes exigências da seu cérebro "se tarefa. E embora atuem no ponto mais alto quando em fluxo, não se preocupam timulação cortical.29 com como estão se saindo, com idéias de sucesso ou fracasso - o que as motiva as pessoas enfrentem é o puro prazer do ato em si. jogando contra Há várias maneiras de entrar em fluxo. Uma delas é concentrar

E além disso: Seligman convenceu a Metlife a contratar um grupo especial de candidatos que<br />

fizeram maior número de pontos num teste de otimismo mas fracassaram no teste normal de<br />

triagem (que comparava uma série de suas atitudes com um perfil padrão baseado em respostas de<br />

agentes que haviam sido bem-sucedidos). Esse grupo especial de otimistas vendeu mais 21 por<br />

cento que os pessimistas no primeiro ano, e 57 por cento no segundo.<br />

O motivo de o otimismo fazer tal diferença no êxito de vendas revela o sentido em que é uma<br />

atitude emocionalmente inteligente. Cada não que um vendedor recebe é uma pequena derrota. A<br />

reação emocional a essa derrota é crucial para a capacidade de reunir motivação suficiente para<br />

prosseguir. À medida que crescem os nãos, o moral pode deteriorar-se, tomando cada vez mais<br />

difícil pegar o telefone para a próxima ligação. Essa rejeição é sobretudo dura de aceitar para ra o<br />

pessimista, que a interpreta como querendo dizer: "Eu sou um fracasso nisso jamais vou fazer uma<br />

venda" - uma interpretação que com certeza provocará apatia e derrotismo, se não depressão. Os<br />

otimistas, por outro lado, dizem a si mesmos: "Estou usando a técnica errada", ou "A última pessoa<br />

simplesmente estava de mau humor." Não se vendo a si mesmos, mas alguma coisa na situação,<br />

como o motivo de seu fracasso, podem mudar a técnica na ligação seguinte.<br />

Enquanto a atitude mental do pessimista conduz ao desespero, a do otimista gera esperança.<br />

Uma das origens da perspectiva positiva ou negativa bem pode ser o temperamento inato; algumas<br />

pessoas, por natureza, tendem para um lado ou para outro. Mas, como veremos no Capítulo 14, o<br />

temperamento pode ser moderado pela experiência. Otimismo e esperança -como impotência e<br />

desespero - podem ser aprendidos. Por trás dos dois está uma perspectiva que os psicólogos<br />

chamam de auto-eficácia, a crença em que temos controle sobre os fatos de nossa vida e podemos<br />

enfrentar os desafios quando aparecem. O desenvolvimento de qualquer tipo de aptidão fortalece o<br />

senso de auto-eficácia, tornando a pessoa mais disposta a assumLr riscos e buscar desafios mais<br />

exigentes.<br />

E a vitória sobre esses desafios, por sua vez, aumenta o senso de auto-eficácia.<br />

Essa atitude torna mais provável as pessoas usarem melhor quaisquer aptidões que tenham - ou<br />

fazerem o necessário para desenvolvê-las.<br />

Albert Bandura, psicólogo de Stanford que fez grande parte da pesquisa sobre a auto-eficácia,<br />

resume-a bem:<br />

As crenças das pessoas sobre suas aptidões têm um profundo efeito sobre essas aptidões. A aptidão<br />

não é uma propriedade fLa; há uma imensa variabilidade na maneira como nos desempenhamos. As<br />

pessoas que têm senso de auto-eficácia se refazem de fracassos; abordam as coisas mais em termos<br />

de como lidar com elas do que se preocupando com o que pode dar errado.<br />

fLUXO: A NEUROLOGIA DA EXCELÊNClA<br />

Um compositor descreve os momentos em que sua arte atinge o ponto mais alto:<br />

NÓS mesmos estamos a tal ponto em estado extático que nos sentimos como se quase não<br />

existissemos. Senti isso repetidas vezes. Minha mão parece livre de mim e nada tenho a ver com o<br />

que se passa. Simplesmente fico ali observando, em estado de respeito e maravilha. E a coisa<br />

simplesmente flui por si mesma.<br />

Sua descrição é notadamente semelhante à de centenas de homens e mulheres diversos - alpinistas,<br />

campeões de xadrez, médicos, jogadores de basquete, engenheiros, gerentes, até mesmo arquivistas

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