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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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uma supercuidadosa preparação mental para uma ameaça prevista. Mas esse ensaio mental é uma<br />

desastrosa estática cognitiva quando colhido numa rançosa rotina que prende a atenção,<br />

intrometendo-se em todas as outras tentativas de concentrar-se em outra coisa.<br />

A ansiedade solapa o intelecto. Numa tarefa complexa, intelectualmente exigente e de grande<br />

pressão como a dos controladores de tráfego aéreo, por exemplo, a alta ansiedade crônica é um<br />

quase certo previsor de que a pessoa vai acabar fracassando no treinamento ou na profissão. Os<br />

ansiosos têm mais probabilidade de falhar mesmo com contagens superiores em testes de<br />

inteligência, como constatou um estudo de 1 mil 790 alunos em treinamento para postos de controle<br />

de tráfego aéreo. A ansiedade também sabota todos os tipos de desempenho acadêmico: 126<br />

diferentes estudos com mais de 36 mil pessoas constataram que, quanto mais inclinada a<br />

preocupações a pessoa, mais fraco o seu desempenho acadêmico, não importa qual a medição -<br />

notas em provas, média de pontos ou testes de rendimento.<br />

Quando se pede a pessoas inclinadas a preocupações que executem uma tarefa cognitiva como<br />

classificar objetos ambíguos em uma de duas categorias, e narrar o que Ihes passa pela mente<br />

enquanto o fazem, descobre-se que são os pensamentos negativos - "Não vou conseguir fazer isso",<br />

"Não sou bom nesse tipo de teste" - que mais diretamente atrapalham seus processos de decisão.<br />

Na verdade, quando se pediu a um grupo de controle, de não preocupados, que se preocupasse de<br />

propósito durante quinze minutos, sua capacidade de fazer a mesma coisa deteriorou-se<br />

acentuadamente. E quando os preocupados tiveram uma sessão de quinze minutos de relaxamento -<br />

o que reduziu seu nível de preocupação antes de tentar a tarefa, não tiveram problemas com ela.<br />

O teste de ansiedade foi estudado cientificamente pela primeira vez na década de 60, por Richard<br />

Alpert, que me confessou ter esse interesse despertado porque quando estudante, os nervos muitas<br />

vezes o faziam sair-se mal nas provas, enquanto um colega, Ralph Haber, constatava que a pressão<br />

antes de uma prova na verdade o ajudava a sair-se melhor. A pesquisa deles, entre outros estudos<br />

mostrou que há dois tipos de estudantes ansiosos: aqueles cuja ansiedade prejudica o desempenho<br />

acadêmico, e os que se saem bem apesar da tensão ou, talvez, por causa dela. A ironia do teste de<br />

ansiedade é que a mesma apreensao quanto ao sucesso na prova que, idealmente, motiva alunos<br />

como Haber a estudar mais na preparação, bem pode sabotar o êxito de outros. Para pessoas<br />

demasiado ansiosas, como Alpert, a apreensão pré-prova interfere com a clareza de pensamento e a<br />

memória necessárias para estudar eficazmente, e durante a prova perturba a clareza mental essencial<br />

para sair-se bem.<br />

O número de preocupações que as pessoas comunicam quando fazem um teste prediz a medida em<br />

que vão se dar mal nele. Os recursos mentais despendidos numa tarefa cognitiva a preocupação<br />

simplesmente são subtraídos dos recursos existentes para processar outras informações: se estamos<br />

preocupados com idéias de que vamos fracassar na prova que fazemos, temos tanto menos atenção<br />

para despender no cálculo das respostas. Nossas preocupações se tomam profecias<br />

autoconcretizantes, impelindo-nos para o desastre mesmo que predizem.<br />

AS pessoas capazes de canalizar suas emoções, por outro lado, podem usar a ansiedade<br />

antecipatória sobre um discurso ou teste próximos, digamos para motivar-se a preparar-se bem para<br />

a tarefa, com isso saindo-se bem. A llteratura clássica em psicologia descreve o relacionamento<br />

entre ansiedade e desempenho incluindo o desempenho mental, em termos de um U invertido No<br />

pico do U invertido está o relacionamento ideal entre ansiedade e desempenho, com uns poucos<br />

nervos propulsionando o grande rendimento. Mas nsiedade de menos o primeiro lado do U traz<br />

apatia e muito pouca motivação para o esforço necessário ao êxito, enquanto ansiedade demais o<br />

outro lado do U sabota toda tentativa de sair-se bem.

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