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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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para o ciúme e a inveja; reagir exageradamente a irritações com mau gênio, provocando com isso<br />

discussões e brigas. E, após todos aqueles anos, continuavam sendo incapazes de adiar a satisfação.<br />

O que aparece discretamente no início da vida desabrocha numa ampla gama de aptidões sociais e<br />

emocionais com o desenrolar dela. A capacidade de impor um adiamento ao impulso está na raiz de<br />

uma pletora de esforços que vão desde manter uma dieta até correr atrás de um diploma de<br />

medicina. Algumas crianças, mesmo aos quatro anos, já dominaram o básico: conseguiram ler a<br />

situação social como uma situação em que o adiamento é vantajoso, desligar a atenção da<br />

concentração na tentação imediata e distrair-se enquanto mantem a necessária perseverança para<br />

chegar à meta - os dois marshmallows.<br />

Mais surpreendente ainda: quando as crianças testadas foram de novo avaliadas ao concluírem o<br />

ginásio, as que haviam esperado pacientes aos quatro anos eram muito superiores, como estudantes,<br />

às que haviam agido no impulso.<br />

Segundo a avaliação dos pais, eram mais competentes em termos acadêmicos:<br />

mais capazes de pôr as idéias em palavras, usar e responder à razão, concentrarse, fazer planos e<br />

segui-los até o fim, e mais ávidas por aprender. Mais espantoso toso ainda: contavam pontos<br />

sensacionalmente mais altos em seus testes SAT. O terço de crianças que aos quatro anos agarraram<br />

mais avidamente o marshmallow tinha uma contagem verbal média de 524, e quantitativa (ou<br />

matemática) de 528; o terço que esperou por mais tempo tinha contagens médias de 610 e 652,<br />

respectivamente - uma diferença de 210 pontos na contagem total.<br />

Aos quatro anos, a maneira como as crianças se saem nesse teste de adiamento da satisfaçãO é duas<br />

vezes mais poderosa como previsão de qual vão ser suas contagens no SAT do que o QI nessa idade;<br />

o QI só se torna um previsor mais forte do SAT depois que as crianças aprendem a ler. Isso sugere<br />

que a capacidade de adiar a satisfação contribui muito para o potencial intelectual, inteiramente à<br />

parte do próprio QI. (Um fraco controle de impulso na infância é também um poderoso previsor de<br />

delinqüência futura, também aqui mais que o QI). Como veremos na Parte Cinco, embora alguns<br />

afirmem que o QI não pode ser mudado, e portanto representa uma inflexível limitação do potencial<br />

de vida cla criança, há amplos indícios de que aptidões emocionais como o controle de impulso e a<br />

leitura correta de uma situação social podem ser aprendidas.<br />

O que Walter Mischel, que fez o estudo, descreve com a expressão um tanto infeliz "auto-imposto<br />

adiamento de satisfação com vistas a uma meta" é talvez a essência da auto-regulação emocional: a<br />

capacidade de negar um impulso a serviço de uma meta, seja montar uma empresa, solucionar uma<br />

equação algébrica ou disputar a Copa Stanley. As constatações dele acentuam o papel da<br />

inteligência emocional como uma capacidade de atingir metas, determinando como as pessoas<br />

podem empregar bem ou mal suas outras capacidades mentais.<br />

ESTADOS DE ESPÍRITO NEGATIVOS PENSAMENTOS CONFUSOS<br />

Eu me preocupo com meu filho. Ele acaba de comecar a jogar no time de rúgbi da universidade,<br />

logo vai acabar se machucando. É tão dilacerante vê-lo jogar que deixei de ir aos jogos dele. Sei que<br />

meu filho deve estar decepcionado por eu não ir vê-lo jogar, mas é simplesmente demais para mim.<br />

Essa está se tratando de ansiedade; ela entende que sua preocupação a impede de levar o tipo de<br />

vida que gostaria. Mas, quando chega a hora de tomar uma decisão simples, como ver o filho jogar<br />

rúgbi, tem a mente inundada por idéias de tragédia. Não tem liberdade de escolha; as preocupações<br />

sufocam a razão.<br />

Como vimos, a preocupação é a essência do efeito prejudicial da ansiedade sobre todo tipo de<br />

desempenho mental. A preocupação, claro, é num certo sentido uma resposta útil que desembestou -

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