Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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prazer no que fazemos ou mesmo por um grau ideal de ansiedade ,esses sentimentos nos levam à<br />
conquista. É nesse sentido que a inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que<br />
afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo com elas.<br />
CONTROLE DE IMPULSO: O TESTE DO MARSHMALOW<br />
Imagine que você tem quatro anos de idade, e alguém Ihe faz a seguinte proposta:<br />
se esperá-lo voltar de uma determinada tarefa, você ganha dois<br />
marshmallows de presente. Se não conseguir esperar até lá, ganha só um - mas já. É um desafio<br />
certo para testar a alma de qualquer menino de quatro anos, um microcosmo da eterna batalha entre<br />
o impulso e a contenção, id e ego, desejo e autocontrole, satisfação e adiamento. Que escolha a<br />
criança fará, é um teste revelador; oferece uma rápida leitura não apenas do caráter, mas da<br />
trajetória que ela provavelmente seguirá pela vida afora.<br />
Talvez não haja aptidão psicológica mais fundamental que a resistência ao impulso. É a raiz de todo<br />
autocontrole emocional, uma vez que todas as emoções, por sua própria natureza, levam a um ou<br />
outro impulso para agir. O significado básico da palavra emoçao, lembrem-se, é "mover". A<br />
capacidade de resistir a esse impulso para agir, subjugar o movimento incipiente, com a maior<br />
probabilidade se traduz, no nível da função do cérebro, na inibição de sinais límbicos ao córtex<br />
motor, embora essa interpretação por enquanto deva permanecer especulativa.<br />
De qualquer modo, o estudo notável em que o desafio do marshmallow foi feito a crianças de quatro<br />
anos mostra como é fundamental a capacidade de conter as emoções e com isso adiar o impulso.<br />
Iniciado pelo psicólogo Walter Mischel na década de 60, num pré-escolar da Universidade de<br />
Stanford, e envolvendo sobretudo filhos de professores universitários e outros funcionários do<br />
campus, o estudo acompanhou as crianças até concluírem o ginásio.<br />
Algumas foram capazes de esperar o que certamente devem ter sido uns intermináveis quinze a<br />
vinte minutos até o pesquisador retornar. A fim de se agüentar na luta, tapavam os olhos para não<br />
ver a tentação, ou apoiavam a cabeça nos braços, conversavam consigo mesmas, cantavam,<br />
brincavam com as mãos e pés, e até tentavam dormir. Esses valentes pré-escolares receberam a<br />
recompensa dos dois marshmallows. Mas outros, mais impulsivos, agarraram o seu único, quase<br />
sempre segundos depois de o pesquisador deixar a sala para ir cumprir sua "tarefa".<br />
O poder diagnóstico de como lidaram com esse momento de impulso tornou-se claro doze a<br />
quatorze anos depois, quando essas mesmas crianças foram acompanhadas como adolescentes. A<br />
diferença emocional e social entre os pré-escolares que agarraram o marshmallow e seus colegas<br />
que adiaram a satisfação era impressionante. Os que resistiram à tentação aos quatro anos eram,<br />
agora, adolescentes mais socialmente competentes: pessoalmente eficazes, autoassertivos e mais<br />
bem capacitados para enfrentar as frustrações da vida. Tinham menos probabilidades de desmontarse,<br />
paralisar-se ou regredir sob tensão, ou ficar abalados e desarvorados quando pressionados;<br />
aceitavam desafios e iam até o fim, em vez de desistir mesmo diante de dificuldades; eram<br />
autodependentes e confiantes, confiáveis e firmes; e tomavam iniciativas e mergulhavam em<br />
projetOs E, mais de uma década depois, ainda podiam adiar a satisfação na busca de suas metas O<br />
mais ou menos um terço que agarrou o marshmallow, porém, tendia a ter menos tais qualidades e<br />
compartilhava ao contrário um perfil psicológico relativamente mais problemático. Na adolescência,<br />
tinham mais probabilidades de ser vistos como tímidos nos contatos sociais; ser obstinados e<br />
indecisos;<br />
Perturbar-se facilmente com frustrações; julgar-se "ruins" ou indignos; regredir ou ficar<br />
imobilizados com a tensão; ser desconfiados e ressentidos por não conseguir o bastante"; tender