27.04.2013 Views

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

prazer no que fazemos ou mesmo por um grau ideal de ansiedade ,esses sentimentos nos levam à<br />

conquista. É nesse sentido que a inteligência emocional é uma aptidão mestra, uma capacidade que<br />

afeta profundamente todas as outras, facilitando ou interferindo com elas.<br />

CONTROLE DE IMPULSO: O TESTE DO MARSHMALOW<br />

Imagine que você tem quatro anos de idade, e alguém Ihe faz a seguinte proposta:<br />

se esperá-lo voltar de uma determinada tarefa, você ganha dois<br />

marshmallows de presente. Se não conseguir esperar até lá, ganha só um - mas já. É um desafio<br />

certo para testar a alma de qualquer menino de quatro anos, um microcosmo da eterna batalha entre<br />

o impulso e a contenção, id e ego, desejo e autocontrole, satisfação e adiamento. Que escolha a<br />

criança fará, é um teste revelador; oferece uma rápida leitura não apenas do caráter, mas da<br />

trajetória que ela provavelmente seguirá pela vida afora.<br />

Talvez não haja aptidão psicológica mais fundamental que a resistência ao impulso. É a raiz de todo<br />

autocontrole emocional, uma vez que todas as emoções, por sua própria natureza, levam a um ou<br />

outro impulso para agir. O significado básico da palavra emoçao, lembrem-se, é "mover". A<br />

capacidade de resistir a esse impulso para agir, subjugar o movimento incipiente, com a maior<br />

probabilidade se traduz, no nível da função do cérebro, na inibição de sinais límbicos ao córtex<br />

motor, embora essa interpretação por enquanto deva permanecer especulativa.<br />

De qualquer modo, o estudo notável em que o desafio do marshmallow foi feito a crianças de quatro<br />

anos mostra como é fundamental a capacidade de conter as emoções e com isso adiar o impulso.<br />

Iniciado pelo psicólogo Walter Mischel na década de 60, num pré-escolar da Universidade de<br />

Stanford, e envolvendo sobretudo filhos de professores universitários e outros funcionários do<br />

campus, o estudo acompanhou as crianças até concluírem o ginásio.<br />

Algumas foram capazes de esperar o que certamente devem ter sido uns intermináveis quinze a<br />

vinte minutos até o pesquisador retornar. A fim de se agüentar na luta, tapavam os olhos para não<br />

ver a tentação, ou apoiavam a cabeça nos braços, conversavam consigo mesmas, cantavam,<br />

brincavam com as mãos e pés, e até tentavam dormir. Esses valentes pré-escolares receberam a<br />

recompensa dos dois marshmallows. Mas outros, mais impulsivos, agarraram o seu único, quase<br />

sempre segundos depois de o pesquisador deixar a sala para ir cumprir sua "tarefa".<br />

O poder diagnóstico de como lidaram com esse momento de impulso tornou-se claro doze a<br />

quatorze anos depois, quando essas mesmas crianças foram acompanhadas como adolescentes. A<br />

diferença emocional e social entre os pré-escolares que agarraram o marshmallow e seus colegas<br />

que adiaram a satisfação era impressionante. Os que resistiram à tentação aos quatro anos eram,<br />

agora, adolescentes mais socialmente competentes: pessoalmente eficazes, autoassertivos e mais<br />

bem capacitados para enfrentar as frustrações da vida. Tinham menos probabilidades de desmontarse,<br />

paralisar-se ou regredir sob tensão, ou ficar abalados e desarvorados quando pressionados;<br />

aceitavam desafios e iam até o fim, em vez de desistir mesmo diante de dificuldades; eram<br />

autodependentes e confiantes, confiáveis e firmes; e tomavam iniciativas e mergulhavam em<br />

projetOs E, mais de uma década depois, ainda podiam adiar a satisfação na busca de suas metas O<br />

mais ou menos um terço que agarrou o marshmallow, porém, tendia a ter menos tais qualidades e<br />

compartilhava ao contrário um perfil psicológico relativamente mais problemático. Na adolescência,<br />

tinham mais probabilidades de ser vistos como tímidos nos contatos sociais; ser obstinados e<br />

indecisos;<br />

Perturbar-se facilmente com frustrações; julgar-se "ruins" ou indignos; regredir ou ficar<br />

imobilizados com a tensão; ser desconfiados e ressentidos por não conseguir o bastante"; tender

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!