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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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A essas estratégias, acrescentam-se as criadas por Redford Williams, um psiquiatra da Duke<br />

University que buscou ajudar pessoas hostis, que correm maior risco de doenças cardíacas, a<br />

controlar sua irritabilidade. Uma de suas recomendações é usar a autoconsciência para pegar<br />

pensamentos cínicos ou hostis quando surgem e anotá-los. Assim que os pensamentos irados são<br />

captados dessa forma, podem ser contestados e reavaliados, embora, como constatou Zillmann, esse<br />

método funcione melhor antes que a raiva se tome fúria.<br />

A falácia da vazão<br />

Quando me instalo num táxi da cidade de Nova lorque, um jovem que atravessa a rua pára na frente<br />

do carro para esperar uma abertura no transito. O motorista,impaciente,buzina e gesticula para que<br />

ele saia da frente. A resposta é uma cara feia e um gesto obsceno.<br />

Seu filho da puta! - berra o motorista, com arrancos ameaçadores, usando o acelerador e o freio ao<br />

mesmo tempo.<br />

Diante dessa ameaça letal, o rapaz afasta-se mal-humorado e esmurra o carro, que avança aos<br />

centímetros no transito. O motorista berra-lhe uma feia litania de palavrões.<br />

Quando nos afastamos, o taxista, ainda visivelmente agitado, me diz:<br />

Não se deve aceitar desaforo de ninguém É preciso berrar de volta... pelo menos isso faz a gente se<br />

sentir melhor.<br />

A catarse dar vazão à raiva é às vezes louvada como um meio de controlar a ira. A teoria popular<br />

diz que "faz a gente se sentir melhor": Mas, como sugerem as constatações de Zillmann, há um<br />

argumento contra a catarse. Tem sido usado desde a década de 50 quando psicólogos começaram a<br />

testar experimentalmente os efeitos da catarse e, repetidas vezes, descobriram que dar vazão à ira<br />

pouco ou nada fazia para eliminá-la (embora, devido à natureza sedutora do sentimento, possa dar a<br />

sensaçao de satisfação). Pode haver uma condição específica na qual soltar a raiva funcione: quando<br />

ela é expressa diretamente à pessoa visada, quando devolve o senso de controle ou corrige uma<br />

injustiça, ou quando inflige o "dano certo" à outra pessoa e faz com que ela modifique alguma<br />

atividade ofensiva sem retaliar. Mas, devido à natureza incendiária da ira, isso pode ser mais fácil<br />

de dizer do que de fazer.<br />

Diane Tice constatou que dar vazão à raiva é uma das piores maneiras de esfriar: as explosões de ira<br />

tipicamente inflam o estímulo do cérebro, deixando as pessoas mais iradas, não menos. Ela<br />

descobriu que quando as pessoas falavam das vezes em que haviam descontado sua raiva na pessoa<br />

que a provocara, o efeito mesmo era mais um prolongamento do estado de espírito que o seu fim.<br />

Muito mais efetivo era quando as pessoas primeiro esfriavam, e depois, de uma maneira mais<br />

construtiva ou assertiva, enfrentavam a outra para acertar a desavença. Como uma vez ouvi<br />

responder Chogyam Trungpa, um mestre tibetano, quando Ihe perguntaram como melhor controlar<br />

a ira:<br />

- Não a elimine. Mas não aja com base nela.<br />

ANSIEDADE TRANQUILIZANTE; COMO, EU, ME PREOCUPAR<br />

Oh, não, o silencioso está com um som estranho... E se eu tiver de levá-lo pra oficina?... Não posso<br />

arcar.com a despesa... Teria de tirar o dinheiro do fundo pra universidade de Jamie... E se eu não<br />

puder pagar a educação dele?... o boletim escolar ruim na semana passada... E se as notas dele<br />

caírem e ele não conseguir entrar na faculdade?... O silencioso está com um som estranho...

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