27.04.2013 Views

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Esse mapeamento propõe um desafio aos que defendem uma visão estreita da inteligência,<br />

afirmando que o Ql é um dado genético que não se pode mudar com a experiência de vida, e que<br />

nosso destino é em grande parte detemminado por essas aptidões. Esse argumento ignora a questão<br />

mais desafiante: o que podemos mudar para ajudar nossos filhos a se darem melhor na vida? Que<br />

fatores entram em jogo, por exemplo, quando pessoas de alto QI malogram e as de QI modesto se<br />

saem surpreendentemente bem.? Eu diria que a diferença muitas vezes está nas aptidões aqui<br />

chamadas de inteligência emocional, que incluem autocontrole, zelo e persistência, e a capacidade<br />

de nos motivar a nós mesmos.<br />

E essas aptidões, como vamos ver, podem ser ensinadas às crianças, proporcionando-lhes uma<br />

melhor oportunidade de empregar qualquer potencial intelectual que Ihes tenha dado a loteria<br />

genética.<br />

Além dessa possibilidade, surge um premente imperativo moral. Estes são tempos em que o tecido<br />

social parece esgarçar-se com uma rapidez cada vez maior, em que o egoísmo, a violência e a<br />

mesquinhez de espírito parecem estar fazendo apodrecer a bondade de nossas vidas comunitárias.<br />

Aqui, a defesa da importância da inteligência emocional depende da ligação entre sentimento,<br />

caráter e instintos morais. Há crescentes indícios de que posições éticas fundamentais na vida vêm<br />

de aptidões emocionais subjacentes. Por exemplo, o impulso é o veículo da emoção; a semente de<br />

todo impulso é um sentimento explodindo para expressar-se em ação. Os que estão à mercê dos<br />

impulsos - os que não têm autocontrole sofrem de uma deficiência moral. A capacidade de controlar<br />

os impulsos é a base da força de vontade e do caráter. Justamente por isso, a raiz do altruísmo está<br />

na empatia, a capacidade de ler emoções nos outros; sem um senso da necessidade ou desespero do<br />

outro, não há envolvimento. E se há duas posições morais que nossos tempos exigem são<br />

precisamente estas, autocontrole e piedade.<br />

Neste livro, eu atuo como um guia numa viagem por essas intuições científicas das emoções, uma<br />

viagem que visa a levar maior compreensão a alguns dos mais intrigantes momentos de nossas<br />

vidas e do mundo que nos cerca. O fim da jornada é entender o que significa e como levar<br />

inteligência à emoção.<br />

Essa compreensão, em si mesma, pode ajudar em certa medida; o levar cognição ao campo do<br />

sentimento tem um efeito meio parecido com o impacto do observador no nível do quantum na<br />

física, que altera o que observa.<br />

Nossa viagem começa na Parte Um, com as novas descobertas sobre arquitetura emocional do<br />

cérebro, que oferecem uma explicação daqueles momentos mais desconcertantes de nossas vidas,<br />

quando o sentimento esmaga toda racionalidade. A compreensão da interação das estruturas do<br />

cérebro, que comandam nossos momentos de ira e medo ou paixão e alegria, revelam muita coisa<br />

sobre como aprendemos os hábitos emocionais, que solapam nossa melhores intenções, e também o<br />

que podemos fazer para dominar nossos impulsos emocionais mais destrutivos, ou que já trazem em<br />

si sua própria derrota.<br />

Mais importante ainda, os dados neurológicos sugerem uma janela de oportunidade para moldar os<br />

hábitos emocionais de nossos filhos.<br />

A grande parada seguinte em nossa viagem, a Parte Dois deste livro, mostra como os dados<br />

neurológicos atuam sobre o instinto básico para viver chamado inteligência emocional: poder, por<br />

exemplo, conter o impulso emocional; ler os sentimentos mais íntimos de outrem; lidar<br />

tranqüilamente com relacionamentos como disse Aristóteles, a rara capacidade de "zangar-se com a<br />

pessoa certa na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo, e da maneira certa".

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!