27.04.2013 Views

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As mulheres emocionalmente inteligentes, em contraste, tendem a ser assertivas e expressam suas<br />

idéias de um modo direto, e sentem-se positivas em relação a si mesmas; para elas, a vida tem<br />

sentido. Como os homens, são comunicativas e gregárias, e expressam de modo adequado os seus<br />

sentimentos (não, digamos, em ataques de que depois se arrependem); adaptam-se bem à tensão O<br />

equilíbrio social delas permite-lhes ir até os outros; sentem-se suficientemente à vontade consigo<br />

mesmas para ser brincalhonas, espontaneas e abertas à experiência sexual. Ao contrário das<br />

mulheres de puro alto QI, raramente sentem ansiedade ou culpa, e tampouco mergulham em<br />

ruminações.<br />

Esses perfis, claro, são extremos - todos nós mesclamos QI e inteligência emocional em graus<br />

variados. Mas oferecem uma perspectiva instrutiva do que cada uma dessas dimensões acrescenta,<br />

separadamente, às qualidades de uma pessoa. Na medida em que a pessoa tem tanto inteligência<br />

cognitiva quanto emocional, essas imagens se fundem. Ainda assim, das duas, é a inteligência que<br />

contribui com um número muito maior das qualidades que nos tornam mais plenamente humanos.<br />

4 CONHECE-TE A TI MESMO<br />

Um guerreiro samurai, conta uma velha história japonesa, certa vez desafiou um mestre Zen a<br />

explicar o conceito de céu e inferno. Mas o monge respondeu-lhe com desprezo:<br />

- Não passas de um rústico... não vou desperdiçar meu tempo com gente da tua laia!<br />

Atacado na própria honra, o samurai teve um acesso de fúria e, sacando da bainha a espada, berrou:<br />

- Eu poderia matar-te por tua impertinência.<br />

- Isso respondeu calmamente o monge, é o inferno.<br />

Espantado por ver a verdade no que o mestre dizia da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se,<br />

embainhou a espada e fez uma mesura, agradecendo ao monge a intuição.<br />

- E isso - disse o monge - é o céu.<br />

O súbito despertar do samurai para seu estado de agitação ilustra a crucial diferença entre alguém se<br />

ver presa de um sentimento e tomar consciência de que está sendo arrebatado por ele. A<br />

recomendação de Sócrates - "Conhece-te a ti mesmo" - dirige-se a essa pedra de toque de<br />

inteligência emocional: a consciência de nossos sentimentos quando eles ocorrem.<br />

À primeira vista, pareceria que nossos sentimentos são óbvios; uma reflexão mais demorada nos<br />

lembra as vezes em que fomos demasiado indiferentes ao sque de fato sentimos sobre uma coisa, ou<br />

despertamos para esses sentimentos<br />

tarde demais. Os psicólogos usam o termo um tanto pesado metacognição para referir-se à<br />

consciência do processo de pensar, e metaestado de esprito para a consciência de nossas emoções.<br />

Eu prefiro o termo autoconsciência, no sentido de permanente atenção a nossos estados interiores.<br />

Nessa consciência auto-reflexiva, a mente observa e investiga a própria experiência, induindo as<br />

emoções.2<br />

Esse tipo de consciência é semelhante ao que Freud descreveu como uma "atenção a pairar de modo<br />

bem distribuído", e que recomendou aos que queriam fazer psicanálise. Essa atenção registra com<br />

imparcialidade tudo que passa pela consciência, como testemunha interessada mas não reativa.<br />

Alguns psicanalistas a chamam de "ego observante", a capacidade de autoconsciência que permite<br />

ao analista monitorar suas reações ao que diz o paciente, e que o processo de livre associação<br />

alimenta no paciente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!