Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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5. Lidar com relacionamentos. A arte dos relacionamentos é, em grande parte, a aptidão de lidar<br />
com as emoções dos outros. O Capítulo 8 examina a competência e incompetência, e as aptidões<br />
específicas envolvidas. São as aptidões que reforçam a popularidade, a liderança e a eficiência<br />
interpessoal. As pessoas excelentes nessas aptidões se dão bem em qualquer coisa que dependa de<br />
interair tranqüilamente com os outros; são estrelas sociais.<br />
Claro, as pessoas diferem em suas aptidões em cada um desses campos; alguns de nós podemos ser<br />
bastante hábeis no lidar, digamos, com nossa ansiedade, mas relativamente ineptos no confortar os<br />
aborrecimentos de outra pessoa. A base por baixo de nosso nível de aptidão é sem dúvida neural,<br />
mas, como veremos, o cérebro é admiravelmente flexível, em constante aprendizado. Os lapsos nas<br />
aptidões emocionais podem ser remediados: em grande parte, cada um desses campos representa<br />
um corpo de hábitos e respostas que, com o esforço certo, se pode melhorar.<br />
Ql INTELIGÊNCIA EMOCIOIAL: TIPOS PUROS<br />
O QI e a inteligência emocional não são capacidades opostas, mas distintas.<br />
Todos nós misturamos acuidade intelectual e emocional; as pessoas de alto QI e baixa inteligência<br />
emocional (ou baixo QI e alta inteligência emocional) são, apesar dos estereótipos, relativamente<br />
raras. Na verdade, há uma ligeira correlação entre o QI e alguns aspectos da inteligência emocional<br />
embora bastante pequena para deixar claro que se trata de duas entidades bastante independentes.<br />
Ao contrário dos testes conhecidos de QI, não há ainda nenhum formulário único de teste com papel<br />
e lápis que produza "uma contagem de inteligência emocional e talvez jamais venha a haver.<br />
Embora seja ampla a pesquisa sobre cada um de seus componentes, alguns deles, como a empatia,<br />
são mais bem testados pela amostragem da aptidão de fato de uma pessoa na tarefa por exemplo,<br />
mandá-la ler os sentimentos de uma pessoa num vídeo de expressões faciais. Entretanto, usando<br />
uma medição do que chama de "maleabilidade do ego", que se assemelha bastante à inteligência<br />
emocional (inclui as principais aptidões sociais e emocionais), Jack Block, psicólogo na<br />
Universidade da Califómia em Berkeley, fez uma comparação dos dois tipos teóricos puros:<br />
pessoas de alto QI versus pessoas de altas aptidões emocionais. As diferenças são reveladoras.<br />
O tipo alto QI puro (isto é, separado da inteligência emocional) é quase uma caricatura do<br />
intelectual, capaz no domínio da mente mas inepto no mundo pessoal. Os perfis diferem<br />
ligeiramente para homens e mulheres. O homem de alto QI é tipificado o que não surpreende por<br />
uma ampla gama de interesses e capacidades. É ambicioso e produtivo, previsível e obstinado, e<br />
condescendente, fastidioso e inibido, pouco à vontade com a sexualidade e a experiência sensual,<br />
inexpressivo e desligado, e emocionalmente frio.<br />
Em contraste, os homens de alta inteligência emocional são socialmente equilibrados,<br />
comunicativos e animados, não inclinados a receios ou ruminações preocupadas.<br />
Têm uma notável capacidade de engajamento com pessoas ou causas de assumir responsabilidades<br />
e ter uma visão ética; são solidários e atenciosos em seus relacionamentos. Têm uma vida<br />
emocional rica, mas correta;<br />
sentem-se à vontade consigo mesmos, com os outros e com o universo social em que vivem.<br />
As mulheres de alto QI puro têm a esperada confiança intelectual, são fluentes no expressar suas<br />
idéias, valorizam questões intelectuais e têm uma ampla gama de interesses intelectuais e estéticos.<br />
Também tendem a ser introspectivas, inclinadas à ansiedade, à ruminação e à culpa, e hesitam em<br />
exprimir sua raiva abertamente (embora o façam de maneira indireta).