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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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e dados a meter-se em apuros - sugerindo um falho controle pré-frontal sobre os impulsos límbicos.<br />

Apesar de seu potencial intelecctual, são essas crianças que correm maiores riscos de problemas<br />

como fracasso acadêmico, alcoolismo e criminalidade não por deficiência intelectual, mas porque o<br />

controle que têm sobre sua vida emocional é insuficiente. O cérebro emocional, bastante distinto<br />

das regiões corticais reveladas pelos testes de QI, controla igualmente ira e piedade. Esses circuitos<br />

emocionais são esculpidos pela experiência durante toda a infância e deixamos essa experiências<br />

absolutamente ao acaso, para nosso risco.<br />

Pensem, também, no papel das emoções mesmo na mais "racional" tomada de decisão. Num<br />

trabalho com implicações de longo alcance para a compreensão da vida mental, o Dr. Antonio<br />

Damasio, neurologista da Faculdade de Medicina da Universidade de Iowa, fez meticulosos estudos<br />

sobre o que, exatamente, está comprometido nos pacientes com danos no circuito pré-frontalamígdala.<br />

0 processo decisório deles é muitíssimo falho - e no entanto não revelam absolutamente<br />

nenhuma deterioração no Ql ou em qualquer capacidade cognitiva. Apesar da inteligência intata,<br />

fazem escolhas desastrvsas nos negócios e nas vidas pessoais e podem mesmo entrar em<br />

interminável obsessão sobre uma decisão tão simples como quando marcar um encontro.<br />

O Dr. Damasio diz que as decisões são tão malfeitas porque eles perderam acesso a seu aprendizado<br />

emocional. Como ponto de encontro entre pensamento e emoção, o circuito pré-frontal-amígdala é<br />

uma entrada crucial para o repositório rio de preferências e aversões que adquirimos ao longo de<br />

uma existência. Desligado gado da memória emocional na amígdala, qualquer coisa que o<br />

neocórtex medite não mais dispara as reações emocionais a ela associadas no passado tudo assume<br />

uma neutralidade cinzenta. Um estímulo, seja um bichinho de estimação preferido ou um conhecido<br />

detestado, não desperta mais atração nem aversão;<br />

esses pacientes "esqueceram" todas essas lições emocionais porque não têm mais acesso ao lugar<br />

onde elas estão armazenadas na amígdala.<br />

Indicações como essa levam o Dr. Damasio à posição antiintuitiva de que os sentimentos são<br />

tipicamente indispensáveis nas decisões racionais; põem-nos na direção certa, onde a lógica fria<br />

pode então ser de melhor uso. Enquanto o mundo muitas vezes nos põe diante de uma gama difícil<br />

de opções (Como investir a poupança da aposentadoria? Com quem se casar?), o aprendizado<br />

emocional que a vida nos deu (como a lembrança de um desastroso investimento ou uma separação<br />

dolorosa) nos envia sinais que facilitam a decisão, eliminando algumas opções e destacando outras<br />

no início. Assim, diz o Dr. Damasio, o cérebro emocional está tão envolvido no raciocínio quanto o<br />

cérebro pensante.<br />

As emoções, portanto, contam para a racionalidade. Na dança de sentimento e pensamento, a<br />

faculdade emocional guia nossas decisões a cada momento, trabalhando de mãos dadas com a<br />

mente racional e capacitando ou incapacitando o próprio pensamento. Do mesmo modo, o cérebro<br />

pensante desempenha uma função executiva em nossas emoções a não ser naqueles momentos em<br />

que as emoções escapam ao controle e o cérebro emocional corre solto.<br />

Num certo sentido, temos dois cérebros, duas mentes e dois tipos diferentes de inteligência: racional<br />

e emocional. Nosso desempenho na vida é determinado pelas duas não é apenas o Ql, mas a<br />

inteligência emocional que conta. Na verdade, o intelecto não pode dar o melhor de si sem a<br />

inteligência emocional.<br />

Em geral, a complementaridade de sistema límbico e neocórtex, amígdala e lobos pré-frontais<br />

significa que cada um é um parceiro integral na vida mental.<br />

Quando esses parceiros interagem bem, a inteligência emocional aumenta e também a capacidade<br />

intelectual.

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