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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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Digamos que você está sozinho em casa uma noite, lendo um livro e, de repente, ouve um estrondo<br />

em outro aposento. O que se passa em seu cérebro nos próximos momentos oferece uma janela para<br />

os circuitos neurais do medo e o papel da amígdala como sistema de alarme. O primeiro circuito<br />

cerebral envolvido simplesmente recebe esse som como ondas físicas brutas e o transforma na<br />

linguagem do cérebro para alertar você. Esse circuito vai do ouvido ao tronco cerebral e depois ao<br />

tálamo. Dali, dois ramos se separam: um feixe menor de projeções leva à amígdala e ao vizinho<br />

hipocampo; o outro caminho, mais longo, leva ao córtex auditivo no lobo temporal, onde os sons<br />

são classificados e compreendidos.<br />

O hipocampo, um sítio de armazenamento chave da memória, classifica<br />

rapidamente esse 'estrondo" comparando-o com outros sons semelhantes que você ouviu, para<br />

saber se é conhecido é um "estrondo" que você reconhece facilmente? Enquanto isso, o córtex<br />

auditivo faz uma análise mais sofisticada do som, para entender sua origem será o gato? Uma janela<br />

batendo ao vento?<br />

Um ladrão? O córtex auditivo apresenta sua hipótese - pode ser o gato derrubando a lâmpada da<br />

mesa, digamos, mas também pode ser um ladrão e envia essa mensagem para a amígdala e o<br />

hipocampo, que rapidamente a comparam com lembranças semelhantes.<br />

Se a conclusão é tranquilizadora (apenas a janela que bate quando venta muito), o alerta geral não<br />

sobe para o nível seguinte. Mas se você ainda não sabe ao certo, outra bobina de circuitos,<br />

ressonando entre a amígdala, o hipo campo e o córtex pré-frontal, aumenta sua incerteza e prende<br />

sua atenção, deixando ainda mais preocupado com a identificação da origem do som. Se dessa<br />

análise mais precisa não vem nenhuma resposta satisfatória, a amígdala dispara um alarme, sua área<br />

central ativando o hipotálamo, o tronco cerebral e o sistema nervoso autônomo.<br />

A soberba arquitetura da amígdala como sistema central de alarme do cérebro torna-se evidente<br />

nesse momento de apreensão e ansiedade subliminar. Os vários<br />

feixes de neurônios na amígdala têm, cada um, um conjunto distinto de projeções com receptores<br />

afinados para diferentes neurotransmissores, como as empresas de alarme doméstico, onde<br />

operadores estão de prontidão para enviar chamadas aos bombeiros, à polícia e a um vizinho sempre<br />

que um sistema de segurança doméstico anuncia problemas.<br />

Diferentes partes da amígdala recebem diferentes informações. Para o núcleo lateral da amígdala<br />

vêm projeções do tálamo e dos córtices auditivo e visual.<br />

Os cheiros, via bulbo olfativo, vão para a área corticomedial da amígdala, e os gostos e mensagens<br />

vindos das vísceras vão para a área central.<br />

Esses sinais que chegam, fazem da amígdala uma sentinela contínua, escrutinando toda experiência<br />

sensória.<br />

Da amígdala, estendem-se projeções para toda parte importante do cérebro.<br />

Das áreas centrais e mediais, um ramo vai para as áreas do hipotálamo que secretam a substância de<br />

resposta de emergência, o hormônio que libera corticotropina (CRH), que mobiliza a reação lutarou-fugir,<br />

via uma cascata de outros hormônios. A área basal da amígdala envia ramos para o corpus<br />

striatum ligando-se ao sistema de movimento do cérebro.<br />

E, via núcleo central, a amígdala envia sinais para o sistema nervoso autônomo'pela medula,<br />

ativando uma ampla gama de respostas exageradas no sistema cardiovascular, nos músculos e nas<br />

entranhas.

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