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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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Quando algum traço de um fato parece semelhante a uma lembrança de forte carga emocional do<br />

passado, a mente emocional responde disparando os sentimentos que acompanharam o fato<br />

lembrado. A mente emocional reage ao presente como se fosse o passado. O problema é que,<br />

sobretudo quando a avaliacão é répicla e automática, podemos não compreender que o que valia<br />

antes nao vale mais. Alguém que aprendeu, em dolorosas surras na infância, a reagir a uma carranca<br />

de ira com intenso medo e antipatia terá essa reação em certa medida mesmo na idade adulta,<br />

quando a carranca não traz tal ameaça.<br />

Se os sentimentos são fortes, as reações disparadas .São óbvias. Mas, se os sentimentos são vagos<br />

ou sutis,talvez não compreendamos exatamente a reação emocional que estamos tendo, mesmo que<br />

ela matize sutilmente a maneira de reagirmos ao momento. Os pensamentos e reações nesse<br />

momento tomarão a coloração de pensamentos e reações de então, embora possa parecer que a<br />

reação se deve apenas à circunstância do momento. Nossa mente emocional aparelha a mente<br />

racional para seus fins, por isso apresentamos explicações para nossos sentimentos e reações<br />

racionalizações justificando-os em termos do momento presente sem perceber a influência da<br />

memória emocional. Nesse sentido, podemos não ter idéia do que de fato se passa, embora<br />

possamos ter a convicção de saber exatamente o que se passa. Nesses momentos, a mente<br />

emocional arrastou a mente racional, pondo-a para servir seus próprios fins.<br />

Realidade específica de um estado<br />

O funcionamento da mente emocional é em grande parte específico de um estado, ditado pelo<br />

sentimento particular dominante num dado momento A maneira como pensamos e agimos quando<br />

nos sentimos romanticos é inteiramente diferente de como nos comportamos quando furiosos ou<br />

abatidos; na mecanica da emoção, cada sentimento tem seu próprio repertório distinto de<br />

pensamentos reações e até mesmo lembranças. Esses repertórios específicos de estados tornam-se<br />

mais predominantes em momentos de intensa emoção.<br />

Um sinal de que esse repertório está ativo é a memória seletiva. Parte da resposta da mente a uma<br />

situação emocional é reembaralhar as lembranças e as opções de ação para que as mais relevantes<br />

fiquem em cima da hierarquia e assim sejam mais prontamente usadas. E, como vimos, cada grande<br />

emoção tem sua assinatura biológica característica, um padrão de mudanças avassaladoras que<br />

arrastam o corpo quando essa emoção se toma ascendente, e um conjunto único de sinais que o<br />

corpo envia automaticamente quando sob o seu domínio.<br />

APÊNDICE C Os Circuitos Neurais Do Medo<br />

A amígdala é a central do medo. Quando uma rara doença cerebral destruiu a amígdala (mas não<br />

outras estruturas do cérebro) na paciente que os neurologistas chamam de "S.M.", o medo<br />

desapareceu do repertório mental dela. Tornou-se incapaz de identificar expressões de medo no<br />

rosto dos outros e de apresentá-las no seu. Como disse seu neurologista:<br />

Se alguém pusesse um revólver na cabeça de S.M., ela saberia intelectualmente que estava com<br />

medo, mas não sentiria medo como eu e você.<br />

Os neurocientistas mapearam os circuitos do medo talvez em detalhes mínimos, embora na presente<br />

vanguarda desse campo ainda não se tenham pesquisado os circuitos completos de nenhuma das<br />

emoções. O medo é um bom exemplo para compreender a dinâmica neural da emoção. Na evolução,<br />

tem um destaque especial: talvez mais que qualquer outra emoção, é fundamental para a<br />

sobrevivência Claro, nos tempos modernos, o medo deslocado é a praga da vida diária, fazendo-nos<br />

sofrer inquietações, angústia e preocupações comuns ou, no extremo patológico, ataques de pânico,<br />

fobias ou distúrbios obsessivos compulsivos.

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