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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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Vendo o antigo professor, Lamont chamou-o com um gesto para o lado da cama e quando Shriver<br />

se curvou para ouvir, murmurou:<br />

- Shriver, quando eu sair daqui vou usar o método SOCS.<br />

Ele fizera o Ginásio de Hillhouse antes que se desse ali o curso de desenvolvimento social. Teria a<br />

sua vida ido para um lado diferente se ele se houvesse beneficiado de uma tal educação durante<br />

todos os anos escolares, como as crianças das escolas públicas de New Haven fazem agora? Os<br />

sinais apontam para um positivo sim, embora não se possa ter certeza.<br />

Como disse Tim Shriver:<br />

- Uma coisa está clara: o terreno de provas para a solução de problemas sociais não é só a sala de<br />

aula, mas a lanchonete, as ruas, o lar.<br />

Vejam o depoimento de professores no programa de New Haven. Um conta que uma ex-aluna,<br />

ainda solteira, o visitou e disse que quase certamente seria mãe solteira àquela altura "se não tivesse<br />

aprendido a defender seus direitos em nossas aulas de Desenvolvimento Social. Outro professor<br />

lembra que o relacionamento de uma estudante com a mãe era tão ruim que as conversas das duas<br />

em geral acabavam em gritaria; depois que a garota aprendeu a acalmar-se e pensar antes de reagir,<br />

a mãe disse ao professor que agora podiam conversar sem brigas. Na escola Troup, uma aluna da<br />

sexta série passou um bilhete para o professor de sua aula de Desenvolvimento Social; a melhor<br />

amiga dela, dizia a nota, estava grávida, não tinha ninguém com quem conversar sobre o que fazer e<br />

pensava em suicidar-se, mas sabia que o professor ia se interessar.<br />

Um momento revelador ocorreu quando eu observava uma classe da sétima série de<br />

Desenvolvimento Social nas Escolas New Haven, e o professor pediu que alguém me falasse de<br />

uma desavença que tivera recentemente e acabara de maneira positiva Vma menina gordinha de<br />

doze anos levantou a mão:<br />

_ Tinha uma garota que devia ser minha amiga e aí uma pessoa me disse que ela queria brigar<br />

comigo. Disseram que ela ia me pegar na esquina depois da escola Mas em vez de enfrentar furiosa<br />

a outra menina, ela aplicara uma técnica aprendida na aula descobrir o que se passa antes de saltar a<br />

conclusões:<br />

- Assim eu procurei a menina e perguntei por que ela tinha dito aquilo. E ela disse que nunca tinha<br />

dito. Por isso a gente nunca brigou.<br />

A história parece bastante inócua. Só que a garota que conta a história já ti nha sido expulsa de<br />

outra escola por brigar. Antes atacava primeiro e fazia as perguntas depois ou nem fazia. Para ela,<br />

abordar um aparente adversário de uma maneira construtiva, em vez de partir imediatamente para<br />

um irado confronto, é uma vitória pequena mas concreta.<br />

Talvez o sinal mais revelador do impacto dessas aulas de alfabetização emocional sejam os dados<br />

que me foram passados pelo diretor da escola dessa menina de doze anos. Uma regra inflexível ali é<br />

que as crianças surpreendidas brigando são suspensas. Mas à medida que as aulas de alfabetização<br />

emocional se estenderam ao longo dos anos, verificou-se uma queda constante no número de<br />

suspensões.<br />

No ano passado - diz o diretor houve 106 suspensões. Até agora este ano... estamos chegando em<br />

março... houve apenas 26.<br />

Há vantagens concretas. Mas além dessas historinhas de vítimas melhoradas ou salvas, há a questão<br />

empírica da verdadeira importância das aulas de alfabetização emocional para aqueles que as

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