Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Essa temerária tarefa exige duas grandes mudanças: que os professores vão alem de sua missão<br />
tradicional, e que as pessoas na comunidade se envolvam mais com as escolas.<br />
Se há ou não uma classe explicitamente dedicada à alfabetização emocional importa muito menos<br />
do.que como se ensinam essas lições. Talvez não haja tema em que a qualidade do professor conte<br />
tanto, uma vez que a maneira como ele lida com a classe é em si um modelo, uma lição de fato de<br />
competência emocional ou de sua falta. Sempre que um professor responde a um aluno, vinte ou<br />
trinta outros aprendem uma lição.<br />
Há uma auto-seleção no tipo de professor que gravita para cursos como esses, porque nem todo<br />
mundo é adequado por temperamento. Para começar, os professores precisam sentir-se à vontade<br />
falando de sentimentos; nem todos são ou querem ser assim. Pouca coisa ou nada na educação<br />
padrão dos professores os prepara para esse tipo de ensino. Por estes motivos, os programas de<br />
alfabetização emocional tipicamente, dão aos professores em perspectiva várias semanas de<br />
treinamento especial na técnica.<br />
Embora muitos professores possam relutar no início a enfrentar um tópico que parece tão estranho à<br />
sua formação e rotinas, há indícios de que, uma vez que se dispõem a tentar, a maioria fica mais<br />
satisfeita do que aborrecida Nas escolas de New Haven, quando os professores souberam que iam<br />
ser treinados para dar os novos cursos de alfabetização emocional, 31 por cento disseram que<br />
relutavam em fazê-lo. Após um ano dando os cursos, mais de 90 por cento disseram que estavam<br />
satisfeitos com eles, e queriam voltar a dá-los no ano seguinte.<br />
UMA MISSÃO AMPLIADA PARA AS ESCOLAS<br />
Além do treinamento do professor, a alfabetização emocional amplia nossa visão das próprias<br />
escolas, tornando-as mais explicitamente uma agente da sociedade para ver que as crianças<br />
aprendam essas lições essenciais para a vida - um retorno ao papel clássico da educação. Esse<br />
projeto maior exige, além de qualquer coisa específica no currículo, o uso das oportunidades, dentro<br />
e fora das salas de aula, para ajudar os alunos a transformar momentos de crise pessoal em lições de<br />
competência emocional. Também funciona melhor quando as lições em classe são coordenadas com<br />
o que se passa nas casas das crianças. Muitos programas de alfabetização emocional incluem<br />
classes especiais para pais, a fim de ensinar-lhes sobre o que seus filhos estão aprendendo, não<br />
apenas para complementar o que se dá na escola, mas para ajudar os pais que sentem a necessidade<br />
de lidar mais efetivamente com a vida emocional de seus filhos.<br />
Assim, as crianças recebem mensagens consistentes sobre competência emocional em todas as<br />
partes de suas vidas. Nas escolas de New Haven, diz Tim Shriver, diretor do Programa de<br />
Competência Social, "se os garotos se metem numa briga na lanchonete, são mandados a um colega<br />
mediador, que se senta com eles e soluciona o conflito com a mesma técnica de adoção de<br />
perspectiva que eles aprenderam na aula. Treinadores usam a técnica de solução de conlito no<br />
campo de esportes. Temos classes para pais sobre o uso desses métodos com as crianças em casa".<br />
Essas linhas de reforço paralelas das lições emocionais não apenas na sala de aula, mas também no<br />
pátio;<br />
não apenas na escola, mas também em casa são ideais. Isso significa entretecer mais estreitamente a<br />
escola, os pais e a comunidade.<br />
Aumenta a probabilidade de que o que as crianças aprenderam nas classes de alfabetização<br />
emocional não ficará para trás na escola, mas será testado, praticado e afiado nos desafios reais da<br />
vida.