Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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ALFABETIZAÇÃO EMOCIONAL COMO PREVENÇÃO<br />
Alguns dos mais efetivos programas de alfabetização emocional foram desenvolvidos em resposta a<br />
um problema específico,notadamente a violência. Um desses cursos de alfabetização emocional<br />
inspirados na prevenção que mais rápido cresce é o programa de Solução Criativa, em várias<br />
centenas de escolas públicas da Cidade de Nova Iorque e outras em todo o país. O curso de solução<br />
de conflito concentra-se em como resolver brigas de pátio de recreio que podem crescer para<br />
incidentes como os tiros que mataram lan Moore e Tyrone Sinkler, no corredor do Ginásio Jefferson,<br />
disparados por um colega de classe.<br />
Linda Lantieri fundadora do Programa de Solução Criativa de Conflitos e diretora do centro<br />
nacional do método, com sede em Manhattan, o vê como uma missão muito além de apenas<br />
prevenir brigas. Ela diz:<br />
_ O programa mostra aos estudantes que eles têm muitas opções para lidar com conflitos, além da<br />
passividade ou agressão. Mostramos a eles a futilidade da violência, substituindo-a por aptidões<br />
concretas. As crianças aprendem a defender seus direitos sem recorrer à violência. São aptidões<br />
para a vida toda, não apenas para os mais inclinados à violência<br />
Num dos exercícios, os alunos pensam num único passo realista, por menor que seja, que poderia<br />
tê-los ajudado a solucionar um conflito que tiveram. Em outro, representam uma cena em que uma<br />
irmã maior tentando fazer o dever de casa se irrita com a fita de rap que a irmã menor está tocando<br />
alto demais.<br />
Frustrada, a maior desliga a fita, apesar dos protestos da menor. A classe pensa coletivamente nas<br />
maneiras como poderiam solucionar o problema de uma forma que satisfizesse as duas irmãs.<br />
Uma chave para o êxito do programa de solução de conflitos é estendê-lo além da sala de aula até o<br />
pátio e a lanchonete, onde é mais provável que explodam os ânimos. Para isso, alguns alunos são<br />
treinados como mediadores, um papel que pode começar nos últimos anos da escola primária.<br />
Quando surge a tensão, os alunos podem procurar um mediador para ajudá-los a resolvê-la. Os<br />
mediadores do pátio aprendem a lidar com brigas, provocações e ameaças, incidentes interraciais e<br />
outros potencialmente incendiários da vida escolar.<br />
Os mediadores aprendem a expor suas declarações de modo a fazer as duas partes achá-lo imparcial.<br />
A tática inclui sentar-se com os envolvidos e fazê-los ouvir um ao outro sem interrupções nem<br />
insultos. Fazem os dois acalmar-se e expor sua posição, depois os fazem parafrasear o que foi dito<br />
para ficar claro que ouviram de fato. Depois tentam soluções com as quais os dois lados podem<br />
Conviver; as soluções muitas vezes são na forma de um acordo assinado.<br />
Além da mediação de uma determinada disputa, o programa ensina os alunos a pensar diferente<br />
sobre os desacordos, em primeiro lugar. Como diz Angel Perez, treinado como mediador na escola<br />
primária, o programa 'mudou minha maneira e pensar Antes eu pensava, ora, se alguém me provoca,<br />
se alguém me faz alguma coisa a única solução é brigar, fazer alguma coisa para descontar.Depois<br />
que fiz esse programa, tenho uma maneira mais positiva de pensar. Se me fazem alguma coisa<br />
negativa, eu não tento retribuir a coisa negativa; eu tento soluci onar o problema". E ele se viu<br />
disseminando a técnica em sua comunidade.<br />
Embora o foco do programa Solução Criativa de Conflitos esteja na prevenção da violência Linda<br />
Lantieri o vê como tendo uma missão mais ampla. Sua opinião é que as aptidões exigidas para<br />
afastar a violência não podem ser separadas de todo o espectro de competência emocional que, por<br />
exemplo, saber o que estamos sentindo ou como lidar com o impulso ou mágoa é tão importante paa<br />
a prevenção da violência quanto controlar a ira. Grande parte do treinamento se relaciona com