Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

veterinariosnodiva.com.br
from veterinariosnodiva.com.br More from this publisher
27.04.2013 Views

crianças passam pelo primário e ginásio, dando aos professores pontos de entrada para discutir questões como empatia, adoção de perspectiva e interesse. Outro modo de entremear as lições emocionais no tecido da vida escolar existente é ajudando os professores a repensar como disciplinar os alunos que se comportam mal. A suposição no programa de Desenvolvimento da Criança é que esses momentos são oportunidades ideais para ensinar às crianças aptidões que Ihes faltam controle de impulso, explicar os sentimentos, resolver conflitos e que há melhores maneiras de disciplinar do que a coerção. Um professor que vê três meninos da primeira série se atropelando para ser o primeiro no refeitório pode sugerir que cada um diga um número, e que o vencedor entre primeiro. A lição imediata é que há maneiras imparciais e justas de resolver tais disputinhas, enquanto o ensinamento maior é que se pode negociar as disputas. E como esse é um método que essas crianças podem levar consigo para resolver disputas Semelhantes (o "Primeiro eu", afinal, é epidêmico nas séries mais baixas senão na vida toda, de uma forma ou de outra), tem uma mensagem mais positiva que a sempre presente e autoritária "Parem com isso” O CRONOGRAMA EMOCIONAL "Minhas amigas Alice e Lynn não querem brincar comigo.” Essa pungente queixa é de uma menina da terceira série na Escola Primária John Muir, em Seattle. A remetente anônima a pôs na "caixa de correspondência” de sua classe na verdade, uma caixa de papelão especialmente pintada onde ela e os colegas são encorajados a escrever suas queixas e problemas para que toda a classe os discuta e tente pensar maneiras de lidar com eles. A discussão ssão não cita os nomes dos envolvidos; em vez disso, o professor observa que todas das as crianças têm tais problemas de vez em quando. Enquanto discutem como se sente quem é deixado de fora, ou o que poderia fazer para ser incluído, têm a oportunidade de testar novas soluções para esses dilemas um corretivo para a idéia bitolada que vê o conflito como o único caminho para solucionar desavenças. A caixa de correspondência permite flexibilidade sobre que crises e questões, exatamente, serão temas da aula, pois um programa demasiado rígido pode ficar fora de compasso com as fluidas realidades da infância. À medida que as crianças mudam e crescem, as preocupações do momento mudam de acordo. Para serem mais eficazes, as lições emocionais devem ser ligadas ao desenvolvimento da criança, e repetidas em diferentes idades de maneira que se encaixem em sua compreensão e desafios sempre em mudança. Uma questão é quando se deve comecar. Alguns dizem que nunca é cedo demais começar nos primeiros anos. O pediatra T. Berry Brazelton, de Harvard, Sugere que muitos pais podem beneficiar-se por ser treinados como mentores emocionais de seus bebês e filhos pequenos, como fazem alguns programas de visita às casas Pode-se fazer uma forte defesa da enfatização de uma das mais sistemáticas aptidões sociais emocionais em programas do pré-escolar como o Heart Start; como vimos no Capítulo 12, a disposição das crianças para aprender depende em grande medida da aquisição de algumas dessas aptidões emocionais básicas Os anos da pré-escola são cruciais para deitar as bases das aptidões, e há algum indício de que o Heart Start, quando bem aplicado (uma importante advertência), pode ter benéficos efeitos emocionais e sociais a longo prazo sobre a vida dos que o fazem mesmo nos anos iniciais da vida adulta - menos problemas de drogas e prisões, meiores casamentos, maior capacidade ganhar dinheiro. Essas intervenções funcionam melhor quando identificam o cronograrna emocional do desenvolvimento. Como testemunha o choro dos recém-nascidos os bebês têm sentimentos intensos

a partir do momento em que nascem. Mas o cérebro deles longe está de inteiramente maduro; como vimos no Capítulo 15 só quando o sistema nervoso chega ao desenvolvimento final um processo que se desenrola segundo um relógio biológico inato durante toda a infância e início da adolescência as emoções da criança amadurecem inteiramente O repertório de sentimentos do recém-nascido é primitivo, em comparação com a gama emocional de um menino de cinco anos, que por sua vez é falho quando medido contra a plenitude de sentimentos de um adolescente. Na verdade, os adultos caem demasiado prontamente na armadilha de esperar que as crianças atinjam um amadurecimento muito além de seus anos, esquecendo que cada emoção tem seu momento programado de aparecer no crescimento da criança Um fanfarrão de cinco anos, por exemplo, pode provocar a censura do pai - e no entanto a autoconsciência que traz a humildade só aparece, tipicamente, lá pelos cinco anos, mais ou menos. O cronograma do crescimento emocional está entrelaçado com linhas aliadas de desenvolvimento, sobretudo para o conhecimento, de um lado, e maturação do cérebro e biológica, do outro. Como vimos, aptidões emocionais como empatia e auto-regulação emocional começam a fommar-se praticamente a partir da primeira infância. Os anos de jardim-de-infância assinalam um pico de amadurecimento das "emoções sociais" sentimentos como insegurança e humildade, ciúme e inveja, orgulho e confiança - todos os quais exigem a capacidade de comparar-se com os outros. A criança de cinco anos, ao entrar no mais vasto mundo social da escola, entra também no mundo da comparação social. Não é apenas a mudança externa que traz essas comparações, mas também o surgimento de uma capacidade cognitiva: poder comparar-se com outros em determinadas qualidades, sejam talentos de popularidade, atração ou skate. Essa é uma idade em que, por exemplo, ter uma irmã mais velha que só tira dez pode fazer a irmã caçula começar a julgar-se "burra" em comparação. O Dr. David Hamburg, psiquiatra e presidente da Camegie Corporation, que avaliou alguns programas pioneiros de educação emocional, vê os anos de transição para a escola primária e depois o ginásio ou escola média como assinalando dois pontos cruciais no ajustamento da criança. Dos seis aos onze anos, ele diz, "a escola é um cadinho e uma experiência definidora que irá influenciar maciçamente a adolescência da criança e além. O senso de auto-esti ma da criança depende substancialmente de sua capacidade de rendimento na escola. A que fracassa na escola põe em movimento as atitudes de autoderrota que comprometem as perspectivas de toda uma vida." Entre os pontos essenciais para beneficiar-se na escola, observa Hamburg, está a capacidade de "adiar a satisfação, ser socialmente responsável de fomma apropriada, manter controle sobre as emoções e ter uma perspectiva otimista, em outras palavras inteligência emocional. A puberdade por ser um tempo de extraordinária mudança na biologia da criança, na capacidade de pensar e no funcionamento do cérebro é também um momento crucial para lições emocionais e sociais. Quanto aos anos de adolescência Hamburg observa que "a maioria dos adolescentes tem de dez a quinze anos quando é exposta à sexualidade, álcool e drogas, fumo" e outras tentações. A transição para a escola média ou ginásio assinala o fim da infância, e é em si um formidável desafio emocional. Além de todos os outros problemas, quando entram nesse novo esquema escolar praticamente todos os estudantes têm uma queda de autoconfiança e um salto de autoconsciência; as próprias idéias que fazem de si mesmos balançam e tumultuam-se. Um dos maiores golpes específicos é na "auto-estima" social a confiança em que podem fazer e manter amigos. É nessa conjuntura, observa Hamburg, que ajuda imensamente reforçar a capacidade de meninos e meninas de montar relacionamentos estreitos e navegar as crises nas amizades, e alimentar sua autoconfiança. Hamburg observa que quando os estudantes entram no curso médio, bem no início da adolescência, os que tiveram aulas de alfabetização emocional têm uma coisa diferente: acham as novas pressões da política de colegas, elevação de exigências acadêmicas e tentações para fumar e usar drogas

a partir do momento em que nascem. Mas o cérebro deles longe está de inteiramente maduro; como<br />

vimos no Capítulo 15 só quando o sistema nervoso chega ao desenvolvimento final um processo<br />

que se desenrola segundo um relógio biológico inato durante toda a infância e início da<br />

adolescência as emoções da criança amadurecem inteiramente O repertório de sentimentos do<br />

recém-nascido é primitivo, em comparação com a gama emocional de um menino de cinco anos,<br />

que por sua vez é falho quando medido contra a plenitude de sentimentos de um adolescente. Na<br />

verdade, os adultos caem demasiado prontamente na armadilha de esperar que as crianças atinjam<br />

um amadurecimento muito além de seus anos, esquecendo que cada emoção tem seu momento<br />

programado de aparecer no crescimento da criança Um fanfarrão de cinco anos, por exemplo, pode<br />

provocar a censura do pai - e no entanto a autoconsciência que traz a humildade só aparece,<br />

tipicamente, lá pelos cinco anos, mais ou menos.<br />

O cronograma do crescimento emocional está entrelaçado com linhas aliadas de desenvolvimento,<br />

sobretudo para o conhecimento, de um lado, e maturação do cérebro e biológica, do outro. Como<br />

vimos, aptidões emocionais como empatia e auto-regulação emocional começam a fommar-se<br />

praticamente a partir da primeira infância. Os anos de jardim-de-infância assinalam um pico de<br />

amadurecimento das "emoções sociais" sentimentos como insegurança e humildade, ciúme e inveja,<br />

orgulho e confiança - todos os quais exigem a capacidade de comparar-se com os outros. A criança<br />

de cinco anos, ao entrar no mais vasto mundo social da escola, entra também no mundo da<br />

comparação social. Não é apenas a mudança externa que traz essas comparações, mas também o<br />

surgimento de uma capacidade cognitiva: poder comparar-se com outros em determinadas<br />

qualidades, sejam talentos de popularidade, atração ou skate. Essa é uma idade em que, por<br />

exemplo, ter uma irmã mais velha que só tira dez pode fazer a irmã caçula começar a julgar-se<br />

"burra" em comparação.<br />

O Dr. David Hamburg, psiquiatra e presidente da Camegie Corporation, que avaliou alguns<br />

programas pioneiros de educação emocional, vê os anos de transição para a escola primária e depois<br />

o ginásio ou escola média como assinalando dois pontos cruciais no ajustamento da criança. Dos<br />

seis aos onze anos, ele diz, "a escola é um cadinho e uma experiência definidora que irá influenciar<br />

maciçamente a adolescência da criança e além. O senso de auto-esti ma da criança depende<br />

substancialmente de sua capacidade de rendimento na escola. A que fracassa na escola põe em<br />

movimento as atitudes de autoderrota que comprometem as perspectivas de toda uma vida." Entre<br />

os pontos essenciais para beneficiar-se na escola, observa Hamburg, está a capacidade de "adiar a<br />

satisfação, ser socialmente responsável de fomma apropriada, manter controle sobre as emoções e<br />

ter uma perspectiva otimista, em outras palavras inteligência emocional.<br />

A puberdade por ser um tempo de extraordinária mudança na biologia da criança, na capacidade de<br />

pensar e no funcionamento do cérebro é também um momento crucial para lições emocionais e<br />

sociais. Quanto aos anos de adolescência Hamburg observa que "a maioria dos adolescentes tem de<br />

dez a quinze anos quando é exposta à sexualidade, álcool e drogas, fumo" e outras tentações.<br />

A transição para a escola média ou ginásio assinala o fim da infância, e é em si um formidável<br />

desafio emocional. Além de todos os outros problemas, quando entram nesse novo esquema escolar<br />

praticamente todos os estudantes têm uma queda de autoconfiança e um salto de autoconsciência; as<br />

próprias idéias que fazem de si mesmos balançam e tumultuam-se. Um dos maiores golpes<br />

específicos é na "auto-estima" social a confiança em que podem fazer e manter amigos. É nessa<br />

conjuntura, observa Hamburg, que ajuda imensamente reforçar a capacidade de meninos e meninas<br />

de montar relacionamentos estreitos e navegar as crises nas amizades, e alimentar sua autoconfiança.<br />

Hamburg observa que quando os estudantes entram no curso médio, bem no início da adolescência,<br />

os que tiveram aulas de alfabetização emocional têm uma coisa diferente: acham as novas pressões<br />

da política de colegas, elevação de exigências acadêmicas e tentações para fumar e usar drogas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!